Ser Tia Quotes

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As palavras eram joias. Ouvir as minhas tias à conversa era apanhar dinheiro que lhes caía boca fora. Eu só descia ao sono por exaustão. Nunca por ser rico o suficiente.
Valter Hugo Mãe (Contra mim)
Se amam, estejam. Se se preocupam, mostrem. Se acreditam, avancem. Se sonham, vivam. Nada é garantido, a não ser isso mesmo. Façam do momento presente o melhor momento possível. E façam-no agora.
André Fernandes (Tia Guida)
Hi ha més d'una forma de ser lliure —deia la Tia Lydia—. Hi ha la llibertat i hi ha l'alliberament. En el temps de l'anarquia es tenia llibertat per a moltes coses. Ara n'esteu alliberades de moltes altres. No ho subestimeu.
Margaret Atwood (The Handmaid’s Tale (The Handmaid's Tale, #1))
Quando a tia Milinha me perguntava por pecados, eu não confessava nada. Mas prometia nunca mais voltar a errar. E ela aceitava que eu lhe dissesse assim. Passava a mão pela minha cabeça e dizia que as crianças não têm pecados. São por aprender. Não sabem da maldade. Sorte a das crianças para sempre. Ser criança ou mais nada, para sempre, era a evidente solução
Valter Hugo Mãe (Contra mim)
Quando sou realmente mau, tão perverso que não lhe resta senão erguer as mãos para o céu e perguntar a Deus o que fez para merecer um filho assim, nessas ocasiões o meu pai é convocado para fazer justiça; descobre-se então que a minha mãe é demasiado sensível, um ser demasiadamente delicado, para administrar castigos corporais. «Dói-me mais a mim», ouço-a a explicar à tia Clara, «do que lhe dói a ele. Eu sou assim feita. Não sou capaz, pronto.» Oh, pobre mãe.
Philip Roth (Portnoy’s Complaint)
Mamãe gosta de repetir que eu nunca fui uma menina fácil. Dá muita ênfase ao “menina”, porque jamais usaria a palavra “criança”. Uma criança é normal, mas uma menina é pavorosa. Uma menina que suja o vestido branco, larga os sapatos de couro pelo sítio. Eu nunca fui a menina que mamãe desejou, a senhora sabe. Mas com o tempo aprendemos a nos aceitar. Eu também aprendi a abraçá-la com suas futilidades infinitas. É mais fácil ser adulta, tia, porque deixamos que todas as coisas se enfiem por debaixo. Damos novas regras à brincadeira de esconde-esconde; quando estamos mais velhos, tudo o que queremos é que as verdades, os defeitos insuportáveis, o que os outros não foram capazes de ser, tudo isso encontre o lugar da casa que é menos visível, menos frequentado. Que lá fique, habite e pouco seja alimentado.
Jarid Arraes (Redemoinho em dia quente)
Cerro os olhos e sei de novo que toda esta gente morreu. Mas o que mais me perturba é pensar que o rasto dessa gente está suspenso de mim. Porque eu tenho ainda uma pequena notícia da sua vida, o eco apagado do que foi a massa complexa do seu ser e sentir. Tia Dulce contou-me. E foi como se ela própria se dobrasse à piedade por essa gente desaparecida e quisesse que alguma coisa perdurasse. Mas de muitos retratos já nada sei. São esses que eu fito com mais angústia.
Vergílio Ferreira (Aparição)
Buenos Aires não é mãe porque não é séria nem constante nem serena. É a tia doida que anda nos tangos e dorme com marinheiros, mas faz festas aos garotos e recebe as senhoras com chás, bolos e ironia. é a mulher estouvada que se apaixona e por quem se apaixonam e depois esquece a paixão, faz de conta e bebe até ser manhã nos outros e nas águas de prata que usa com vaidade.
Nuno Camarneiro (No Meu Peito Não Cabem Pássaros)
Certa vez um cronista mundano, para valorizar suas próprias besteiras, disse que Proust, antes de ser Proust, foi cronista mundano. Tia Zulmira gozou a coisa, dizendo que Lincoln também foi lenhador e, depois dele, nenhum outro lenhador conseguiu se eleger Presidente da República.
Stanislaw Ponte Preta (TIA ZULMIRA E EU)
Não consigo me imaginar conhecendo minha alma gêmea por meio de um processo de entrevista. Eu quero saber sem palavras. Quero me apaixonar com tanta violência que corro o risco de quebrar em um milhão de pedaços. Eu quero amar tão desesperadamente que chega a ser indecente. Eu quero que seja selvagem, coisa do destino, pra sempre. Uma conexão em que não há escolha. Entende o que eu quero dizer?
Tia Williams (The Perfect Find)
-- Crónica do Expresso: Nunca e Já -- Já tive muitos tios e tias. Já fiz de confidente, intermediário, amigo secreto, saco de pancada. Já mantive amizades atrozes, hoje estou protegido pela desconfiança. Já dormi ao relento porque estava apaixonado, ou porque tinha 20 anos. Já andei em baixo presumindo sem motivo a condenação ou a salvação. Já tentei ser jovem em jovem, e falhei, maduro em jovem, mas não funcionou, e jovem na maturidade, mas deixei-me disso. Já fui escuteiro, imaginem-me a atar nós e a montar tendas. Já fui advogado estagiário. Já jantei todas as noites com jornalistas. Já fui boicotado e vetado. Já andei três vezes à pancada. Já fui a algumas cidades estrangeiras a que não tenciono regressar, como Macau, fantasmagoria colonial onde nem se consegue dar com a campa de Camilo Pessanha. Já estive na Tomatina, uma experiência realmente divertida que não repetirei. Já me envolvi em polémicas, mas esgotou-se-me a paciência. Já encenei uma peça e já quase integrei uma banda. Já tomei decisões definitivas, mas nem todas se concretizaram. Já acreditei na “verdade”, depois tornei-me um relativista prático, embora não teórico. Já me senti um oitocentista e um romântico alemão, até descobrir Larkin. Já fui ao cinema cinco vezes por semana. Já me sentei tardes inteiras em esplanadas. Já escrevi poemas torrencialmente, ainda que não fossem poemas bons ou sequer poemas. Já escrevi textos à máquina e já enviei cartas e postais, uma época que terminou. Já me dediquei em vão à honra sem glória e à glória sem honra. Já acreditei. Já confiei. Já me importei, mas as coisas mudam. Mas também há o que nunca fiz ou farei, porque passou o tempo, a oportunidade, a vontade. Nunca vivi no estrangeiro, faltou-me arrojo para isso. Nunca tive sorte quando a sorte favoreceu os audazes. Nunca falei bem em público, ainda que hoje, comparativamente, seja um Cícero. Nunca perdi uma segunda oportunidade de causar uma primeira impressão negativa. Nunca fui avaliado pelas minhas intenções, como abusivamente pretendia. Nunca confirmei aquilo que alguns amigos esperavam de mim. Nunca me dei bem com os correligionários políticos, sou como o aviador irlandês que não gosta de quem defende nem detesta quem ataca. Nunca consegui ser um bom católico, se bem que admitir isto já seja um começo. Nunca vi as pirâmides, nem Petra, nem a muralha de China, nem a cidade dos incas. Nunca voltei a Itália com o meu pai. Nunca cheguei a entrevistar Heaney, Marías ou Kundera. Nunca conheci a Nastassja Kinski. Nunca aprendi alemão para ler Hōlderlin. Nunca estudei dinamarquês por causa de Kierkegaard, como Unamuno. Leio bem três ou quatro línguas, mas nunca falei bem nenhuma. Nunca me especializei em nada, nem quero. Nunca escrevi para cinema. Nunca escrevi um romance. Há um ou outro verso meu que algumas pessoas sabem de cor, mas são versos de que não gosto. Nunca dei a outra face voluntariamente, mas involuntariamente dei muitas vezes. Nunca me arrependi de me ter arrependido. Nunca aproveitei o dia, e quero que Horácio vá dar banho ao cão. Nunca hesitei em hesitar. Nunca ou raramente me lembro de imediato de uma resposta excelente, porque sofro de “espírito da escada”: quando me ocorre a frase definitiva, já é tarde. Nunca confundi o belo e o bom, quer dizer, confundi sempre, mas nunca mais. Lembro-me de há 30 anos estudar Latim, e que “nunc” quer dizer “agora”.
Pedro Mexia
Assim como me adormeciam no colo aos serões de visita à casa dos meus avós, e eu demorava a adormecer por buscar nas vozes palavras mais exuberantes e assuntos incríveis que criavam no meu pensamento e na minha vida aquilo que até então não existira. As palavras eram joias. Ouvir as minhas tias à conversa era apanhar dinheiro que lhes caía boca fora. Eu só descia ao sono por exaustão. Nunca por ser rico o suficiente.
Valter Hugo Mãe (Contra mim)
Dia desses estava brincando com o filho de uma amiga. Não me recordo qual foi a brincadeira que fiz, mas lembro que ele, de um jeito sério e firme, me repreendeu. "Tia, eu não gosto dessa brincadeira". Foi desconfortável escutar isso. Ver um serzinho de um metro te falando que você não pode fazer algo é estranho, sobretudo dentro dessa nossa percepção de que adulto manda, criança obedece. Identifiquei a raiz do meu desconforto e sorri. "Isso mesmo" Quando alguém fizer algo que você não gosta, fale!". Ele retribuiu o sorriso, sugeriu outra brincadeira e seguimos, com a mesma leveza que estávamos brincando, mas agora eu sabia o limite até onde poderia ir. E, principalmente, ele sabia que o seu "Não" deveria ser respeitado. Não sei dizer quantas crianças já foram abusadas sexualmente. Quantas e quantas foram indevidamente tocadas pelos adultos próximos e que não disseram "não" porque sequer sabiam que tinham esse direito. A gente vive nessa loucura de que tem que ensinar a criança a respeitar os outros, a obedecer, e esquece que, tão importante quanto isso, é ensinar que merecem respeito. Que podem e devem dizer NÃO. E toda vez que desrespeitamos esse direito inalienável, lhes ensinamos que a sua voz não merece ser ouvida, que seu corpo não merece ser respeitado, que seus limites não deveriam existir. Salvo situações extremas - o que não inclui orgulho ferido - o não deve sim ser atendido. E, nas exceções, mesmo que não atendido, deve ser acolhido e valorizado. Portanto, inclua, ali, ao lado do "por favor", "obrigada", "bom dia", "boa tarde" e "boa noite", o magnífico e essencial "NÃO!
Elisama Santos (Educacao Nao Violenta (Em Portugues do Brasil))
PRÓLOGO Alguns Anos atrás no Planeta Orfheus... Escurecia quando Lucius chegou ao local combinado, do qual haviam escolhido para ser o novo esconderijo. O último havia sido utilizado por vários meses, e estavam preocupados com a possibilidade de estarem sendo perseguidos e por fim, descobertos. - Pensei que você não viesse... Estou lhe esperando faz quase uma hora, estava ficando angustiada. - disse Sofia aliviada. - Desculpe meu amor... Tudo está se tornando cada vez mais difícil, quase não consegui vir hoje. Houve uma emboscada com as tropas de Igor na última invasão, e muitos guerreiros retornaram gravemente feridos. – ele a olhou surpreso. – Porque, esse encontro repentino? Nós havíamos combinado que o próximo seria na semana seguinte! - Eu sei... Mas, não pude esperar... Lucius deu-lhe um forte abraço, trazendo-a para junto de si. Permanecendo em silêncio por alguns momentos, sentindo o cheiro dela. A saudade e o desejo o consumiam. Ela significava o seu mundo, sem Sofia, sua vida jamais faria sentido. Ele nunca esqueceria aqueles olhos, serenos e sinceros, um azul tão claro e límpido, capaz de enxergar sua alma de guerreiro atormentado. Juntamente com seus cabelos dourados, Sofia parecia um anjo. - Algum problema? Você ficou tão quieto e pensativo. – ela perguntou intrigada. - Estou pensando em nós... Quanto tempo nós conseguiremos manter tudo em segredo? – ele afastou-se dela suspirando. - Ficar mentindo e fingindo que está tudo bem. Você faz ideia do quanto eu tenho que suportar quando está longe de mim? Ou quando vejo você com ele? – Meu amor, agora não. Já discutimos diversas vezes sobre esse assunto. Você sabe que a nossa única alternativa, seria fugir, e rezar para que nunca nos encontrem. Sofia sabia muito bem que as leis do Reino não podiam ser desrespeitadas. O amor, o respeito e a lealdade eram fatores primordiais, que faziam parte da hierarquia de Orfheus. Embora sempre fosse apaixonada por Lucius, que jamais demonstrou qualquer atitude ou interesse por ela, Sofia acabou se relacionando com Alex, irmão de Lucius em consequência de um pacto. Entretanto com o decorrer dos séculos, Lucius começou a mudar e demonstrar sentimentos amorosos por ela que, nunca deixou de amá-lo e sucumbiu às tentações e a paixão por ele. Inevitavelmente um caso de amor surgiu entre os dois. Interrompendo os pensamentos dela, Lucius pegou-a pela mão e a levou para dentro da cabana. Este último lugar escolhido era reservado, adentro de uma vasta e linda floresta. Ele a puxou pela cintura, dando-lhe um beijo apaixonado, acariciou seus cabelos e disse baixinho. - Amor... Senti tanto a sua falta. - Eu também senti muitas saudades, mas o verdadeiro motivo que me trouxe hoje aqui às presas é outro. Preciso que você escute com atenção e mantenha a calma. – enquanto falava passava as mãos entre os cabelos negros de Lucius que contrastavam com sua pele clara. Sofia não queria assustá-lo. No entanto imaginava o quanto ele ficaria transtornado e nervoso com a notícia. Infelizmente a revelação era inevitável, cedo ou tarde, tudo viria à tona. - Estou grávida. – ela declarou sem cerimônias. Por um breve instante, Lucius não lhe disse nada. Somente a encarou sem reação alguma. Parecia estar em uma batalha silenciosa com seus próprios pensamentos. - Mas como? – ele balbuciava não acreditando no que acabara de escutar. Certamente aquela revelação seria o fim para os dois. - Fique calmo meu amor! Eu sei que isso muda tudo. O que estávamos planejando há meses, não será mais possível. – ela sentou-se em um banquinho improvisado e prosseguiu com lágrimas nos olhos. - Com o bebê a caminho, não posso simplesmente passar pelo portal, eu e o bebê morreríamos durante a travessia. - Poderíamos pedir ajuda para a tia Wilda, ela é muito poderosa, provavelmente, ela seria capaz de quebrar a magia dos portais. Sofia já havia pensado nessa possibilidade. Tinha plena consciência de que seria a única escolha que lhe restava.
Gisele de Assis (Entre o Amor e o Sacrifício)
1934: Jeg var nyss hjemkommen fra min annen to-års overvintring på Nordaustgrønland, og jeg satt framme i lugaren på m/s «Sælbarden» og tok en avskjedsdrink med noen venner. En gubbe kom stivbeint ned leideren, og det var en av de fløttmennene som jeg mintes fra tia før motorbåtene over Tromsøysundet. -Morn Andreas, hilste jeg. Han glante lenge: -Nei, ka ser æ! Mumlet han bestyrtet. Er ikkje du han der redaktøren, sønn til avdøde sakfører Giæver? Jeg måtte jo bekrefte det. -Herremingud, sukket han, ikkje hadde no æ trudd at mine gamle aua skulle få sjå sønn til sakføraren sitte i ruffen på ei ishavsskute og drikke i lag med mannskapet. Bra at far din er dau, for dette her hadde gjort ham ondt. Han betraktet meg en stund igjen, meget misbilligende: -Unnskyld at æ sir fy fan! Så langt æblet er fallen fra stammen! Men det er vel den nye tid. Det er nok så. Æ skjæmmes på dine vegne, gut!
John Giæver (Lys og skygger i Sjøgata)