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Quando me tiverem provado a sublimidade de nossa espécie, quando me tiverem demonstrado que ela é tão importante para a natureza que necessariamente suas leis se irritam com sua destruição, então eu poderei crer que essa destruição é um crime; mas quando o estudo mais ponderado da natureza me tiver provado que tudo o que vegeta sobre o globo, a mais imperfeita das suas obras, tem um preço igual aos seus olhos, jamais suporei que a mudança de um de seus seres em mil outros possa ofender suas leis; eu me direi: todos os homens, todas as plantas, todos os animais que crescem, vegetam, se destroem pelos mesmos meios, não recebendo jamais uma morte real, mas uma simples variação no que as modifica, tudo, digo, tudo se perseguindo, destruindo-se, procriando indiferentemente, aparece um instante sob uma forma e no instante seguinte sob uma outra, podem ao capricho do ser que quer ou que pode move-los, mudar milhares e milhares de vezes num dia sem que uma única lei da natureza possa ser afetada por instantes sequer.
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