“
O bordão cahira das mãos de Pedro ao solo; fixava a vista com pertinacia na frente; entre-abrira a bocca, e no rosto reflectia-se-lhe a estupefacção, a alegria, o arrobamento...
Ajoelhou com as mãos estendidas. E dos labios sahiu-lhe o brado;
- Christo! Christo!...
Prostrou-se com a cabeça no chão, como se beijasse pés invisiveis. Durante muito tempo reinou absoluto silencio. Depois resoou a voz do velho entrecortada de soluços:
- Quo vadis, Domine?...
(...)
- Visto abandonares o meu povo, vou a Roma... para que me crucifiquem outra vez.
O Apostolo permanecia deitado no caminho, com o rosto no pó, sem fazer um gesto, nem dizer uma palavra. Nazario começava a pensar que Pedro perdera os sentidos, ou que expirara. Mas por fim levantou-se, agarrou com as mãos trémulas o cajado de romeiro, e, sem falar, voltou-se e contemplou as sete collinas.
O rapazito repetiu então como um echo:
- Quo vadis, Domine?...
- A Roma, respondeu com doçura o Apostolo.
E voltou para Roma.
”
”