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Pingala pode ser definida como a energia dinâmica, ativa, masculina, positiva, yang, dentro de nossa personalidade. Ela tem um lado físico e mental. Suas qualidades materiais são luz, calor, solar, energia acumulando, criatividade, organização, focalizada (centrípeta) e contrativa. O lado mental positivo, dinâmico, dentro do sistema de Freud é o Eros, o princípio do prazer, e no sistema de Jung é a personalidade consciente, o lado racional e discriminativo. Podemos dizer que pingala é a energia psicossomática, aparentemente dirigida, a mente agindo sobre o corpo para motivar os órgãos da ação, os karmendriyas. Ela é a energia básica da vida.
Ida é a energia dentro da personalidade, o qual é passiva, receptiva, feminina, negativa, yin. A um nível físico, ela é escura, fria, lunar, energia de dissipação, desorganização, entrópica, expansiva (centrífuga) e relaxante. No plano mental que Freud chamou Tanatos, o instinto da morte, e Jung chamou de anima, o inconsciente, íntimo feminina, emocional, sentimento intuitivo e não discriminatório, o fundo sobre o qual as diferenças podem ser vistas e que podem ser unificadas. Este é o aspecto soma físico do homem, onde a energia é dirigida para dentro, e o corpo age sobre a mente. Ida controla os órgãos dos sentidos, ou gyanendriyas, e, portanto, nos dá conhecimento e consciência do mundo em que vivemos.
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Carl Jung expressou as visões tântricas quando descreveu a força motriz da auto-realização, a qual chamou de “individuação”, como uma interação dialética entre os opostos, iniciando com o conflito e culminando em síntese e integração. Quando o equilíbrio perfeito é alcançado, estabilizado e aperfeiçoado, um estado de paz dinâmico é alcançado, que é um paradoxo, uma união de opostos, a síntese de fazer e não fazer, uma maneira totalmente nova de perceber e experenciar a vida.
Poucos de nós realizam este terceiro estado espiritualizado, e muitos de nós oscilam de um estado a outro. A cada 90 a 180 minutos ida e pingala alternam sua posição dominante e somente por uns poucos segundos, ou minutos, sushumna entra em existência possível. É a meta de todas as técnicas de yoga balancear e equilibrar ida e pingala, força da vida e consciência, para que eles se unam em ajña chakra para criar a luz interna do conhecimento e bem-aventurança, e revelar a verdade.
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