Brilho Nos Olhos Quotes

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Examinando com cuidado, nos seus olhos havia um brilho particular e ela quase podia jurar que vira movimento nas íris, como se o cinzento se movesse. Havia Vento no seu sangue.
Jéssica Guerra dos Reis (Promessas de Sonhos)
Deixa-se cair para trás, como um peso morto. O cabelo vermelho solta-se do elástico e espalha-se na superfície colorida das almofadas, o corpo branco fica em contraste evidente, o brilho nos seus olhos avermelhados torna-se intenso e resplandece. A minha tia, assim deitada, parece uma deusa num orgasmo, só que, por dentro, ela está a sofrer. Fecho os olhos e inspiro profundamente. Está a acontecer-nos o mesmo, estamos a desaparecer. Penso na matéria dos nossos corpos, mutável, a extinguir-se nas partículas do ar, enquanto respiramos. Nesta sala, por todo o lado, estamos impressos nas paredes, no ar que se fixa nas coisas. Eu respiro e olho para ela. Estou preso nela.
Pat R (Os Homens Nunca Saberão Nada Disto)
A ideia de que ele poderia representar dois papéis tão distintos com duas pessoas diferentes intrigava-a de uma forma desconcertante. Seria ela o vício obsessivo de alguém que não conseguia lidar com a sua sexualidade? Seria ela a satisfação demente do desejo, a expressão do dissoluto? Seria ele um ator quase tão natural quanto ela? Quem é que estava ali a enganar quem? “Tenho a minha fala!” - pensou e, ainda que fosse descontextualizada e o som ininterrupto do telefone se fizesse ouvir, ela proferiu-a só para que fosse verbalizada, o drama da personagem que já não se deixava ouvir, a quem o tempo destruíra o protagonismo. - Encontro-te lá. Conduzida pelo magnetismo secreto dos seus olhos, olhou-se ao espelho e achou-se harmoniosa. Viu um brilho determinado nos olhos, que poderia ser só do gin, mas ela identificou-o e apercebeu-se, pela primeira vez, que todo o quarto cheirava a fumo de tabaco e que aquele não era um dia com muito sol, era um dia ideal para ficar deitada, a ler, a beber e a fumar. Sabia que não devia sair e que parte dela queria ficar mas, às vezes, no que toca ao amor, parece que não aprendemos nada com o passar dos anos.
Pat R
Era uma vez um pássaro. Adornado com um par de asas perfeitas e plumas reluzentes, coloridas e maravilhosas. Enfim, um animal feito para voar livre e solto no céu, e alegrar quem o observasse. Um dia, uma mulher viu o pássaro e apaixonou-se por ele. Ficou a olhar o seu voo com a boca aberta de espanto, o coração batendo mais rapidamente, os olhos brilhando de emoção. Convidou-o para voar com ela, e os dois viajaram pelo céu em completa harmonia. Ela admirava, venerava, celebrava o pássaro. Mas então pensou: talvez ele queira conhecer algumas montanhas distantes! E a mulher sentiu medo. Medo de nunca mais sentir aquilo com outro pássaro. E sentiu inveja, inveja da capacidade de voar do pássaro. E sentiu-se sozinha. E pensou: “vou montar uma armadilha. Da próxima vez que o pássaro surgir, ele não partirá mais.” O pássaro, que também estava apaixonado, voltou no dia seguinte, caiu na armadilha, e foi preso na gaiola. Todos os dias ela olhava o pássaro. Ali estava o objecto da sua paixão, e ela mostrava-o ás suas amigas, que comentavam: “Mas tu és uma pessoa que tem tudo.” Entretanto, uma estranha transformação começou a processar-se: como tinha o pássaro, e já não precisava de o conquistar, foi perdendo o interesse. O pássaro sem puder voar e exprimir o sentido da sua vida, foi definhando, perdendo o brilho, ficou feio – e a mulher já não lhe prestava atenção, apenas prestava atenção á maneira como o alimentava e como cuidava da sua gaiola. Um belo dia o pássaro morreu. Ela ficou profundamente triste, e passava a vida a pensar nele. Mas não se lembrava da gaiola, recordava apenas o dia em que o vira pela primeira vez, voando contente entre as nuvens. Se ela se observasse a si mesma, descobriria que aquilo que a emocionava tanto no pássaro era a sua liberdade, a energia das asas em movimento, não o seu corpo físico. Sem o pássaro a sua vida também perdeu o sentido, e a morte veio bater á sua porta. “Por que vieste?” perguntou á morte. “Para que possas voar de novo com ele nos céus”, respondeu a morte. “Se o tivesses deixado partir e voltar sempre, amá-lo-ias e admirá-lo-ias ainda mais; porém, agora precisas de mim para puderes encontrá-lo de novo.
Paulo Coelho (Eleven Minutes)
Poema - Uma triste história de amor Há Muito tempo nos confins do universo existia uma triste história de amor A Morte se apaixonou pela solidão e deste amor improvável nasceu uma triste criança A Solidão não suportava a sua tristeza e todas as noites ela era atormentada por sua terrível melancolia A Morte ao escutar aquela criança chorar seus olhos embargavam-se de sangue O Universo estava em crise os deuses questionavam a sua própria divindade e a presença daquela inocente criança faziam os diabos chorarem Como em um conto de fadas ou em uma poesia de amor aquela criança trouxe a aquele mundo fantástico sentimentos de dor Mas que culpa tinha a pobre criança? O brilho em seus olhos expressavam a morte das estrelas e as suas asas tão belas eram negras como o próprio universo A Solidão nunca foi capaz de amar o seu próprio filho E a sua paixão pela morte era como uma sinfonia perfeita A Morte não roubava a sua Solitude e a solidão não entregava a Morte sentimentos de dor A Sinfonia de um relacionamento perfeito deu origem a uma criança maldita Com o universo em desequilíbrio a solidão pegou o seu próprio filho em seus braços e para não sacrificar a sua solitude a arremessou no mundo dos homens Essa criança sou eu... A Minha alma foi aprisionada no corpo de uma criança humana eu cresci no lar de uma família que nunca foi capaz de me amar Caminhei sozinho durante noites solitárias e as únicas coisas que me atraiam eram as sinfonias das estrelas ao se apagarem Eu sou o filho bastardo da solidão e não há nada neste mundo capaz de preencher o vazio que existe em meu peito Se não fosse a música, o diabo que vive em mim já teria enlouquecido Eu passo noites de insônia acordado escutando as mais melancólicas sinfonias esperando que em uma bela manhã a morte venha me encontrar Deitado submerso em uma banheira repleta de água eu vejo o sangue dos meus punhos fundirem-se com a canção das estrelas A Solidão chorava por ter abandonado o seu próprio filho e aquela pobre criança que a muito tempo foi arremessada no mundo dos homens sorri pela primeira vez submersa em uma banheira de sangue
Gerson De Rodrigues
A Morte Devagar Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições. Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida. Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos. Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos. Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo. Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar. Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população. Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.
Martha Medeiros
Todo escritor é um sonhador (ou foi um dia). Alguns perdem o brilho nos olhos. Outros continuam lutando pelos ideais. Liberdade é um deles.
Ben Oliveira
Por isso somos caçadores incansáveis do que é sublime. Por isso escrevemos e pintamos e esculpimos e compomos para roubar ao Sol um pedacinho do seu fogo. Perseguimos satoris e amores desenfreados, para que o brilho do que é extraordinário cegue os nossos olhos e nos permita ignorar a escuridão.
Rosa Montero (El peligro de estar cuerda)
Eu afundaria todos os navios nesta noite, Lavínia. Incendiaria o porto. Só para ver o brilho das chamas refletido nos seus olhos escuros.
Marçal Aquino (Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios)
Bonecas podíamos destruir, mas não podíamos destruir a voz açucarada de pais e tias, a obediência nos outros dos nossos colegas, o brilho escorregadio nos olho dos nossos professores quando encontravam as Maureen Peals no mundo. Qual era o segredo? O que é que nós faltava? Por que era importante? E daí? Ingênuas e sem vaidade, ainda estávamos enamoradas de nós mesmas na época. Sentíamo-nos bem na nossa pele, saboreávamos as notícias que nossos sentidos nos transmitiam, admirávamos nossa sujeita, cultivávamos nossas cicatrizes e não conseguíamos compreender essa falta de valor. [...] E o tempo todo sabíamos que Mauren Peal não era o Inimigo, e não merecia ódio tão intenso. A 'Coisa' a se temer era a 'Coisa' que tornava bonita a ela e não a nós.
Toni Morrison (The Bluest Eye)
E pronto, ali estava ele segurando nas mãos uma coisinha quente, macia, enrolada num grande xaile. (...) Mas de repente sentiu um choque (...). Logo o seu coração começou a bater com força. (...) - Ó minha boa senhora, ora ponha aqui a mão! Parece que tenho o coração a bater de uma maneira esquisita... (...) A parteira já não sabia o que pensar. (...) - Pelo sim pelo não é melhor eu pegar na menina. Mas então o pai sentiu que não queria separar-se da filha e respondeu: - Não, deixe-a estar aqui. Nesse momento as mulheres viram-lhe com certeza nos olhos um brilho especial, notaram-lhe na voz uma inflexão que as divertiu, porque a parteira reprimiu um sorriso e as outras desataram a rir. - Então o senhor nunca tinha gostado de ninguém a ponto de sentir bater o coração?... - perguntou a parteira. - Não - respondeu Jan. E no mesmo momento ficou a saber o que lhe fizera palpitar o coração. E mais ainda: começou a compreender o que até ali lhe faltara na vida. Pois quem não sente bater o coração, nem de tristeza nem de alegria, não pode ser considerado um verdadeiro ser humano.
Selma Lagerlöf (The Emperor of Portugallia)