Vale Mas Quotes

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Ella no te necesita. Tiene tu recuerdo, que vale mas que tù.
Alejandro Casona
Mar Português Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quere passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
Na solidão da noite, quase conseguia sentir a finitude da vida e como ela era preciosa. Nós damo-la como garantida, mas ela é frágil, precária, incerta, susceptível de acabar a qualquer momento sem aviso. Lembrei-me daquilo que devia ser evidência mas nem sempre é: que vale a pena saborear cada dia, cada hora e cada minuto das nossas vidas.
John Grogan (Marley and Me: Life and Love With the World’s Worst Dog)
Mas o que é a loucura? O que vale a vida de uma pessoa? Porventura a tua tem mais valor que a minha ou a minha menos que a do teu amigo? - Será que tens mais direito à vida que o homem de que salvei?
Wolfgang Hohlbein (Der Vampyr (Die Chronik der Unsterblichen, #2))
LA VIDA NO ES LA QUE VIVIMOS. LA VIDA ES EL HONOR Y EL RECUERDO. POR ESO MAS VALE MORIR CON EL PUEBLO VIVO, Y NO VIVIR CON EL PUEBLO MUERTO. Life is not as it seems, Life is pride and personal history. Thus it is better that one die and that the people should live, rahter than one live and the people should die. ~Lopitos
Oscar Zeta Acosta (The Revolt of the Cockroach People)
GOOGLE VALE MAS QUE EL PIB DE BOLIVIA
Andrés Oppenheimer (¡Basta de historias!: La obsesión latinoamericana con el pasado y las 12 claves del futuro)
Comentou com seus pais e amigos sobre ir até lá. Mas todos só sabiam falar como era difícil chegar ao pico e como era mais confortável ficar no vale.ércitos do Inimigo como a espada da justiça.
Spencer Johnson
Onde é que dói na minha vida, para que eu me sinta tão mal? quem foi que me deixou ferida de ferimento tão mortal? Eu parei diante da paisagem: e levava uma flor na mão. Eu parei diante da paisagem procurando um nome de imagem para dar à minha canção. Nunca existiu sonho tão puro como o da minha timidez. Nunca existiu sonho tão puro, nem também destino tão duro como o que para mim se fez. Estou caída num vale aberto, entre serras que não têm fim. Estou caída num vale aberto: nunca ninguém passará perto, nem terá notícias de mim. Eu sinto que não tarda a morte, e só há por mim esta flor; eu sinto que não tarda a morte e não sei como é que suporte tanta solidão sem pavor. E sofro mais ouvindo um rio que ao longe canta pelo chão, que deve ser límpido e frio, mas sem dó nem recordação, como a voz cujo murmúrio morrerá com o meu coração...
Cecília Meireles
Se não puderes ser um pinheiro no topo de uma colina, Sê um arbusto no vale mas sê O melhor arbusto à margem do regato. Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore. Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva E dá alegria a algum caminho. Se não puderes ser uma estrada, Sê apenas uma senda, Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela. Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso... Mas sê o melhor no que quer que sejas.
Pablo Neruda
Escrito está: "Era no início o Verbo!" Começo apenas, e já me exacerbo! Como hei de ao verbo dar tão alto apreço? De outra interpretação careço; Se o espírito me deixa esclarecido, Escrito está: No início era o Sentido! Pesa a linha inicial com calma plena, Não se apressure a tua pena! É o sentido então, que tudo opera e cria? Deverá opor! No início era a energia! Mas, já, enquanto assim o retifico, Diz-me algo que tampouco nisso fico. Do espírito me vale a direção E escrevo em paz: Era no início a Ação!
Johann Wolfgang von Goethe (Faust, First Part)
Eu me faço acontecer mas não vale o meu tempo.
Filipe Russo (Caro Jovem Adulto)
Mas vale equivocarse en la esperanza que acertar en la desesperación
Amin Maalouf
porque ela não acreditava que o mundo fosse um vale de lágrimas, mas, ao contrário, uma pilhéria de deus, e, por isso, seria estupidez levá-lo a sério.
Isabel Allende (La casa de los espíritus I)
Sei que é patético desejar um lugar entre as outras pessoas e sei que vais dizer que mais vale estar só e ter razão do que no meio de uma multidão e estar errado, mas... Ainda sinto isso constantemente. Alguma vez o sentes?
Penelope Douglas (Punk 57)
Sei que é patético desejar um lugar entre as outras pessoas e sei que vais dizer que mais vale estar só e ter razão do que no meio de uma multidão e estar errado, mas... Ainda sinto isso constantemente. Alguma vez o sentes?
Penelope Douglas (Punk 57)
Não existe felicidade na igualdade e na monotonia. As famílias felizes terão de ser imperfeitas (ou seja, diferentes umas das outras), é impossível ser feliz sem dor, como diz a música, pergunte ao seu orixá, o amor só é bom se doer. A felicidade é um estado especial que só pode existir se incluir no seu seio uma certa dose de infelicidade, por muito paradoxal que possa parecer. Sem desequilíbrio nada se move.Um círculo está em constante desequilíbrio, É bom para fazer andar os carros. Os quadrados não têm essa possibilidade. (...) Mas a vida que vale a pena ser vivida precisa do desequilíbrio. De viajar. De abrir janelas. Os seres vivos são desequílibristas. (...)
Afonso Cruz (Princípio de Karenina (Geografias, #1))
Mas abre os olhos e vê o sol, E já não pode pensar em nada, Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos De todos os filósofos e de todos os poetas. A luz do sol não sabe o que faz E por isso não erra e é comum e boa.   Metafísica?
Fernando Pessoa (Fernando Pessoa - Poesia Completa de Alberto Caeiro (Portuguese Edition))
A partir do momento em que alguém especial para ti morre, passas a pensar em todos os momentos que passaste com ela e a desejar ter-lhe dito mais vezes o que ela significava ou ter passado mais tempo com essa pessoa. Mas já não vale a pena, ela já foi
Maria Capitão
Não existe o pequeno Nicholas sem Kimberly, e não existe Kimberly sem Nicholas. Vocês podem ser completamente opostos, mas são maravilhosos um para o outro. Brigas fazem parte de qualquer relação, resta vocês refletirem aqui dentro da cabecinha de vocês, se vale a pena passar uma data tão especial emburrados um com o outro
Enna Souza (Sem Segredos (Nossas Histórias #1))
Olavismo. 1. Estilo de pensamento filosófico muito peculiar, que substitui o argumento pelo xingamento e o conceito pelo palavrão. 2. Fruto da expansão dos meios tecnológicos de informação, que, utilizando selfies e vídeos autoproduzidos, deixam aparecer na rede pessoas como se fossem “professores” e “intelectuais”, posando nas telas ao terem no fundo estantes decoradas com livros mal lidos e mal compreendidos. 3. Nome de uma corrente de fake-pensamento. "4. Expressão oriunda da composição de “Olá” e “revanchismo”, combinando alguém que chega de repente para dar a ideia aos governantes sem ideias de en-direitar o país com rifles e rifas e quem se sentiu a vida toda complexado por nunca ter conseguido entender o que é uma ideia e muito menos uma filosofia. 5. Nome da corrente ideológica que seduz, encanta e lidera o bando de ressentidos do país. 6. Uma forma bem específica de saudosismo: saudades da era medieval, saudades da teocracia, saudades de D. Pedro, saudades dos bons costumes. 7. Modo borrágico de expressar opiniões que procuram, em tese, chocar o senso comum, mas que nada mais fazem além de corroborar o pior dos sensos (o qual, infelizmente, muitas vezes é comum e quase sempre predominou ao longo da história). 8. Movimento de desespero final de quem quer encontrar uma identidade para chamar de sua e um líder para chamar de seu. 9. Espécie de fanatismo religioso que cultua o ódio e a intolerância travestidos de intelectualismo. 10. Seita seguida por pessoas particularmente vulneráveis a uma retórica violenta e macabra, mas perigosamente sedutora. 11. Doutrina do ter-razão-em-tudo quando não se tem razão em nada. Atribuindo a base dessa doutrina do ter-razão-em-tudo ao filósofo alemão Arthur Schopenhauer, é fácil constatar como olavistas não possuem o menor conhecimento nem de alemão e nem de filosofia, tendo (mal) entendido o próprio nome de Schopenhauer como “chope raro”, que, bebido, gera mal-entendidos dos princípios básicos da erística e da dialética. Com bases em erros fundamentais, o olavismo derivado desse “chope raro” (confundido com Schopenhauer) desenvolveu uma errística dislética, que se vale de argumentos nefastos (do latim nefas que significa ilícito) para destruir as questões mais lícitas do pensamento, da sociedade e da cultura. 11. Tradução google para o português bolsonarista da tradução google para o inglês trumpista da tradução google russa do resumo dos clássicos da extrema direita europeia, assinada por Dugin, ideólogo de Putin.
Luisa Buarque (Desbolsonaro de Bolso)
vale-mas-que-en-ansias-de-volar-te-broten-alas-que-no-estes-en-tierra-con-tu-nico-paj aro-en-mano
Miguel de Unamuno
Surpresas são boas também, mas a sensação de ter controle sobre sua vida é simplesmente inacreditável.
Bel Pesce (A Menina do Vale: Como o empreendedorismo pode mudar sua vida (Portuguese Edition))
Naturalmente, muitos de nós tendemos a associar o conceito de criatividade exclusivamente com o cérebro humano, mas vale a pena lembrar que o próprio cérebro – de longe a invenção mais sofisticada da existência – é o produto da evolução. Por isso, talvez não seja surpresa que as tentativas de construir máquinas criativas muito frequentemente incorporam técnicas de programação genética.
Martin Ford (Rise of the Robots: Technology and the Threat of a Jobless Future)
Toquinho, em "À sombra de um Jatobá", cantou lindamente : "Poucas coisas valem a pena, o importante é ter prazer... longe do amor de quem nos finge amar..." Preste atenção à sua volta. Você não precisa de bajuladores, de um milhão de amigos que reafirmem quem você é. O importante é ter poucos e bons afetos, aquela turminha que sabe do seu sabor, de suas lutas diárias e vitórias merecidas. Gosto de gente sem agrotóxico. Que não tem vergonha de sua casca "mais ou menos" e se perdoa pelas pragas. Que não tem medo de expôr suas fragilidades do mesmo modo que se vangloria de suas virtudes. Gente que não se infla para parecer maior do que é. Gente que se humaniza e se aproxima de mim. Que não faz alarde de sua felicidade, mas valoriza o que vale a pena _ como a sombra de um Jatobá...
Fabíola Simões
Um príncipe deve ter o extremo cuidado de nunca deixar que saia de sua boca nada que não esteja repleto das cinco qualidades supracitadas [piedade, fé, integridade, humanidade e religião]; e que ele pareça, ao ser visto e ouvido, todo piedade, todo fé, todo integridade, todo humanidade, todo religião - de resto, parecer possuir esta última qualidade é o que há de mais necessário. Os homens em geral julgam mais com os olhos que com as mãos; porque todos são capazes de ver, mas poucos, de sentir; todos veem aquilo que você parece, poucos tocam aquilo que você é; e estes poucos não ousam opor-se à opinião de muitos, que contam com a majestade do Estado para defendê-los; enfim, nas ações de todos os homens, especialmente nas dos príncipes, quando não há juiz a quem apelar, o que vale é o resultado final.
Niccolò Machiavelli (The Prince)
Não basta apenas ensinar ao homem uma especialidade. Porque se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser compreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos profissionais, mais a um cão ensinado do que a uma criatura harmoniosamente desenvolvida.
Albert Einstein (The World As I See It)
Segundo certo mito, cada qual procura no amor a outra metade que lhe falta. Assim é. Somente essa metade, no amor como em tudo o que se procura, é sempre inalcançável. Ter o que se procura está por vezes ao nosso alcance. O que não está nunca ao nosso alcance é ter o que se procura, depois de se alcançar. Mas só o que procura depois de se ter é que vale a pena. O resto é derrota de todas as vitórias. Só que a vitória que não se alcança é uma derrota a dobrar.
Vergílio Ferreira
Desechásteme, ¡oh ingrata!, por quien tiene más, no por quien vale más que yo; mas si la virtud fuera riqueza que se estimara, no envidiara yo dichas ajenas ni llorara desdichas propias. Lo que levantó tu hermosura han derribado tus obras; por ella entendí que eras ángel, y por ellas conozco que eres mujer. Quédate en paz, causadora de mi guerra, y haga el cielo que los engaños de tu esposo estén siempre encubiertos, porque tú no quedes arrepentida de lo que hiciste y yo no tome venganza de lo que no deseo.
Miguel de Cervantes Saavedra (Don Quijote de la Mancha (Spanish Edition))
Se eu for sentir a dor do outro, então não posso estar presente, pois será a minha dor. Se eu sinto a dor, estou em mim e não no outro. Quando tenho compaixão pela dor do outro, respeito essa dor, mas sei que ela não me pertence. Se estou sentindo a dor, estou paralisada.
Ana Cláudia Quintana Arantes (A Morte É Um Dia Que Vale a Pena Viver)
A moral é de modo geral uma expressão da história e da geografia. Qualquer coisa vale, mas não em toda parte. Os hindus não podem beber, mas têm várias mulheres, os cristãos podem se embriagar quantas vezes quiserem, mas estão presos, como disse Saki, "ao costume ocidental de uma mulher e quase nenhuma amante". Nos EUA, em 1933 era errado brindar o aniversário de Washington, mas em 1934 era um gesto patriótico. Nas ilhas Fiji, na década de 1830, até o canibalismo era socialmente aceitável, separando-se o cérebro, como um petisco, para as mulheres.
Richard Gordon (The Alarming History of Medicine: Amusing Anecdotes from Hippocrates to Heart Transplants)
Tinha então pouco mais de dezessete... Aqui devia ser o meio do livro, mas a inexperiência fez-me ir atrás da pena, e chego quase ao fim do papel, com o melhor da narração por dizer. Agora não há mais que levá-la a grandes pernadas, capítulo sobre capítulo, pouca emenda, pouca reflexão, tudo em resumo. Já esta página vale por meses, outras valerão por anos, e assim chegaremos ao fim. Um dos sacrifícios que faço a esta dura necessidade é a análise das minhas emoções dos dezessete anos. Não sei se alguma vez tiveste dezessete anos. Se sim, deves saber que é a idade em que a metade do homem e a metade do menino formam um só curioso. Eu era um curiosíssimo, diria o meu agregado José Dias, e não diria mal. O que essa qualidade superlativa me rendeu não poderia nunca dizê-lo aqui, sem cair no erro que acabo de condenar; a análise das minhas emoções daquele tempo é que entrava no meu plano. Posto que filho do seminário e de minha mãe, sentia já, debaixo do recolhimento casto, uns assomos de petulância e de atrevimento; eram do sangue, mas eram também das moças que na rua ou da janela não me deixavam viver sossegado. Achavam-me lindo, e diziam-mo; algumas queriam mirar de mais perto a minha beleza, e a vaidade é um princípio de corrupção.
Machado de Assis (Dom Casmurro)
O socialismo, tal como apresentado agora, não é atraente sobretudo porque parece, pelo menos visto de fora, um brinquedo de malucos excêntricos, doutrinários, bolcheviques de salão, e assim por diante. Mas vale a pena lembrar que isso só é assim porque os malucos excêntricos, doutrinários etc. tiveram permissão de chegar lá primeiro; se o movimento fosse invadido por gente com um cérebro melhor e com mais senso de decência comum, os tipos questionáveis cessariam de dominá-lo. No momento, tudo o que podemos fazer é cerrar os dentes e ignorá-los; eles vão parecer muito menores depois que o movimento tiver sido humanizado.
George Orwell (The Road to Wigan Pier)
Nada.., que a tuga até num vale a pena…! Mambo que às vezes penso – epá, vais rir, eu sei, mas é o rabo das tugas… Meu, tábua d’engomar, a xoetice toda? Rabo foi aonde então, Nzambi lhes castigou assim porquê?, nossa observação que nós fazíamos, antigas missões na tuga e noutras europas mais, comissão disto e daquilo que dava é pra tirarmos comissões no nosso bolso, e nós ali no bar, fim de tarde, sem as palavras – os olhares só: uma tuga, duas tugas, muitas tugas, mas agora pra encontrar inda um rabo de acender mesmo as vistas? Passas mal. Uí, falo isso por causa da maka das culturas, diferenças só, que eu fico mesmo a pensar que a cultura está mesmo até nos nossos olhos de pessoas, tás a rir?, gala só então: um gajo é daqui, fica a pôr riso na dança dos tugas e outros europeus, ancas desarranjadas e não dão semba, tão a falar é malcriado, mambos dos brasileiros, carnaval só. Afinal? Mas depois, considera só: eles também a nos verem dançar e vestir e pôr cu duro, num vão falar dança dos bêbados?, a dar bungula puramente e pôr açúcar e as kabetulas todas, num vão dizer estamos a ficar parecidos com os macacos?, xinguilamentos musicais? Olhos deles, muadiê, tou ta pôr, e os nossos olhos todos de cada um: culturas!, num enormes plural e final das contas.
Ondjaki (Quantas Madrugadas Tem a Noite)
Não há encanto maior do que a ternura", pensou consigo mesma mais tarde. "Não há nada que se compare. O calor e a ternura de um coração, somados a um temperamento aberto e carinhoso, valem mais e são mais atraentes do que qualquer mente privilegiada. Tenho certeza disso. [...] Harriet é superior a mim pelo encanto e pela felicidade que irradia... minha querida Harriet! Eu não a trocaria pela mulher mais inteligente, mais ajuizada, e de maior senso de justiça deste mundo. Oh! A racionalidade de Jane Fairfax! Harriet vale cem vezes mais do que Jane. E para ser esposa, esposa de um homem justo, é algo muito valoroso. Não mencionarei nomes, mas feliz do homem que troca Emma por Harriet!
Jane Austen (Emma)
Insensivelmente, sem disso me aperceber, deixei usarem-se e romperem-se todos os laços que me ligavam a uma companheira que amei, que é bonita e que vale muito mais que a grande maioria das mulheres. Perdemos a pouco e pouco o hábito da intimidade e das palavras ternas. Hoje, vejo o mal que sem maldade fiz: a minha companheira há vinte de cinco anos que está sozinha. Mas é demasiado tarde. Gostava de lhe dizer que penso dela imensamente bem; e é-me impossível. Os gestos afectuosos de antigamente seriam de tal maneira insólitos, de tal maneira novos, que a timidez paralisa-me. E depois, o meu dever de marido é talvez apenas, no meu espírito, uma noção moral. Debaixo da cinza, os fogos acabam por se extinguir.
Henri Roorda (Mi suicidio)
Libertado da angústia do amor rechaçado, da vaidade recriminada e de todos os outros ferrões e espinhos com que as urtigas da vida o haviam ferido quando ambicionava a fama, mas que não podiam molestar quem desdenhava da glória, ele abriu os olhos, que tinham se mantido abertos o tempo todo mas só haviam visto pensamentos, e avistou sua casa, aninhada lá embaixo no vale.
Virginia Woolf (Orlando)
Alguém faminto por poder cria uma nova regra em seu ambiente de trabalho. Ela é desnecessária. É contraproducente. E irritante. Ela remove um pouco do prazer e do significado do seu trabalho. Mas você diz a si mesmo que está tudo bem. Não vale a pena reclamar. Depois, isso acontece novamente. Você já se treinou para permitir isso ao não conseguir reagir na primeira vez. Fica um pouco menos corajoso. O seu oponente, sem oposição alguma, fica um pouco mais forte. A instituição fica um pouco mais corrupta. O processo de estagnação e opressão burocrática está em andamento, e você contribuiu com ele ao fingir que estava tudo bem. Por que não reclamar? Por que não tomar uma posição? Se você fizer isso, outras pessoas, que também têm medo de se fazerem ouvir, podem ir em sua defesa. E se não forem — talvez seja a hora de uma revolução.
Jordan B. Peterson (12 Regras para a Vida: Um antídoto para o caos (Portuguese Edition))
Pascal disse que o coração tem razões que a razão desconhece. Se é que o interpretei bem, ele queria dizer que, quando a paixão se apodera de um coração, este inventa, para provar que por amor todo sacrifício é pouco, razões não somente plausíveis, mas conclusivas. Ficamos convencidos de que vale a pena aceitar a desonra, e que a vergonha não é preço exagerado para se pagar por ele. A paixão é destruidora. Destruiu Antônio e Cleópatra, Tristão e Isolda, Parnell e Kitty O’Shea. E, quando não destrói, morre. É possível que então a pessoa se veja na amarga contingência de reconhecer que desperdiçou anos de vida, que se desgraçou inutilmente, que sofreu a tortura do ciúme, engoliu toda espécie de humilhações, tendo dado a sua ternura, as riquezas da sua alma a um ser insignificante, idiota, uma estaca onde dependurou seus sonhos, e que não valia dois tostões de mel coado.
W. Somerset Maugham (The Razor’s Edge)
Uma coisa que custa trabalho a entender é que o arquiduque maximiliano tenha decidido fazer a viagem de regresso nesta época do ano, mas a história assim o deixou registado como facto incontroverso e documentado, avalizado pelos historiadores e confirmado pelo romancista, a quem haverá que perdoar certas liberdades em nome, não só do seu direito a inventar, mas também da necessidade de preencher os vazios para que não viesse a perder-se de todo a sagrada coerência do relato. No fundo, há que reconhecer que a história não é apenas selectiva, é também discriminatória, só colhe da vida o que lhe interessa como material socialmente tido por histórico e despreza todo o resto, precisamente onde talvez poderia ser encontrada a verdadeira explicação dos factos, das coisas, da puta realidade. Em verdade vos direi, em verdade vos digo que mais vale ser romancista, ficcionista, mentiroso.
José Saramago (A Viagem do Elefante)
Agora deveria reescrever todo o artigo tornando bem claro que os clássicos servem para compreender quem somos e aonde chegámos e por isso os italianos são indispensáveis precisamente para os compararmos com os estrangeiros, e os estrangeiros são indispensáveis precisamente para os compararmos com os italianos. Depois deveria reescrevê-lo mais uma vez para não se pensar que os clássicos devem ser lidos porque “servem” para alguma coisa. A única razão que se pode aduzir é que ler os clássicos é melhor que não ler os clássicos. E se alguém objetar que não vale a pena ter tanto trabalho, citarei Cioran (não é um clássico, pelo menos por agora, mas sim um pensador contemporâneo que só neste momento se começa a traduzir em Itália): “Enquanto lhe preparavam a cicuta, Sócrates pôs-se a aprender uma ária na flauta. “Para que te servirá?” perguntaram-lhe. “Para saber esta ária antes de morrer””.
Italo Calvino (Why Read the Classics?)
Deus permite o sofrimento na vida dos seus filhos, para que eles se lembrem que o céu não é aqui. O céu não é aqui. Aqui é aquilo que Davi descreve no salmo 23, o vale da sombra da morte. Aqui é o mar de tristeza, dor e sofrimento. Estamos de passagem por aqui, mas aqui não é o nosso lar. O que acontece, às vezes, é que acostumamos com este mundo passageiro, com este século. Queremos construir nossas barracas aqui, armar as nossas tendas, elevar as nossas casas, fazer os nossos negócios, como se fôssemos viver para sempre aqui. É por isso que Deus tira essas coisas, por isso ele abala a nossa confiança nessas coisas. É para nos lembrar que somos peregrinos, que andam em tendas e não fazem casas permanentes, que caminham para a mansão celestial. O sofrimento serve para nos lembrar que não chegamos ainda. Estamos a caminho. Deus nunca prometeu uma viagem tranquila, mas ele prometeu uma chegada certa!
Augustus Nicodemus (E Se Deus for Contra Nós ?)
Para mais - e é aqui que bate o ponto -, ninguém tem o menor respeito pelo trabalho de escrita. As pessoas coíbem-se de interromper quando um carpinteiro, de fita em riste e língua apertada entre os lábios, vai tirando as suas medidas. Respeitam o mecânico ou o canalisador que está estirado no chão. Acautelam-se quando o empregado do supermercado começa a contar os iogurtes. Até vão ao ponto de respeitar um advogado quando este maneja carrancudamente os seus túrgidos códigos. Eles estão a trabalhar. Mas quando alguém se encontra sentado a uma mesa a escrever coisas de literatura, toda a gente se sente com o direito à interrupção. Conta-se que a velha criada de Alexandre Herculano, quando um jornalista curioso lhe perguntou o que fazia o mestre desterrado em Vale de Lobos, respondeu: «Não faz nada. Nadinha. Passa os dias a ler e a escrever.» Este preconceito popular de que escrever não é trabalhar encontra-se muito disseminado e chega a contaminar atitudes supostamente mais sofisticadas.
Mário de Carvalho
Mestre, meu mestre querido! Coração do meu corpo intelectual e inteiro! Vida da origem da minha inspiração! Mestre, que é feito de ti nesta forma de vida? Não cuidaste se morrerias, se viverias, nem de ti nem de nada, Alma abstrata e visual até aos ossos, Atenção maravilhosa ao mundo exterior sempre múltiplo, Refúgio das saudades de todos os deuses antigos, Espírito humano da terra materna, Flor acima do dilúvio da inteligência subjetiva... Mestre, meu mestre! Na angústia sensacionista de todos os dias sentidos, Na mágoa quotidiana das matemáticas de ser, Eu, escravo de tudo como um pó de todos os ventos, Ergo as mãos para ti, que estás longe, tão longe de mim! Meu mestre e meu guia! A quem nenhuma coisa feriu, nem doeu, nem perturbou, Seguro como um sol fazendo o seu dia involuntariamente, Natural como um dia mostrando tudo, Meu mestre, meu coração não aprendeu a tua serenidade. Meu coração não aprendeu nada. Meu coração não é nada, Meu coração está perdido. Mestre, só seria como tu se tivesse sido tu. Que triste a grande hora alegre em que primeiro te ouvi! Depois tudo é cansaço neste mundo subjetivado, Tudo é esforço neste mundo onde se querem coisas, Tudo é mentira neste mundo onde se pensam coisas, Tudo é outra coisa neste mundo onde tudo se sente. Depois, tenho sido como um mendigo deixado ao relento Pela indiferença de toda a vila. Depois, tenho sido como as ervas arrancadas, Deixadas aos molhos em alinhamentos sem sentido. Depois, tenho sido eu, sim eu, por minha desgraça, E eu, por minha desgraça, não sou eu nem outro nem ninguém. Depois, mas por que é que ensinaste a clareza da vista, Se não me podias ensinar a ter a alma com que a ver clara? Por que é que me chamaste para o alto dos montes Se eu, criança das cidades do vale, não sabia respirar? Por que é que me deste a tua alma se eu não sabia que fazer dela Como quem está carregado de ouro num deserto, Ou canta com voz divina entre ruínas? Por que é que me acordaste para a sensação e a nova alma, Se eu não saberei sentir, se a minha alma é de sempre a minha? Prouvera ao Deus ignoto que eu ficasse sempre aquele Poeta decadente, estupidamente pretensioso, Que poderia ao menos vir a agradar, E não surgisse em mim a pavorosa ciência de ver. Para que me tornaste eu? Deixasses-me ser humano! Feliz o homem marçano Que tem a sua tarefa quotidiana normal, tão leve ainda que pesada, Que tem a sua vida usual, Para quem o prazer é prazer e o recreio é recreio, Que dorme sono, Que come comida, Que bebe bebida, e por isso tem alegria. A calma que tinhas, deste-ma, e foi-me inquietação. Libertaste-me, mas o destino humano é ser escravo. Acordaste-me, mas o sentido de ser humano é dormir.
Fernando Pessoa (Poemas de Álvaro de Campos (Obra Poética IV))
Tu luz emana desde tu esencia, por eso la importancia de conocerte bien, si eres amoroso abraza, besa, consuela, sé un regalo para los demás, si eres autentico no te reinventes para agradar a nadie, deja que brille tu autenticidad, si eres libre y debes partir cuando el viento cambie bríndate a todos como si fuera el ultimo día, si eres apasionado haz lo que más te guste y lo harás muy bien,  si eres responsable brillará tu integridad y si eres honesto lo hará tu verdad, desarrollar y mostrar tu verdadera forma de ser  te abrirá grandes caminos hacia la felicidad.
Alfredo Miranda IV (VOLVERÍA PARA MATARLA (divorcio inminente): SI TE QUIERES DIVORCIAR, YA LO HICISTE O ESTAS A PUNTO DE HACERLO ¡MAS TE VALE LEER ESTO! LA NOVELA MAS VENDIDA ENTRE PAREJAS (Spanish Edition))
Conheci que Madalena era boa em demasia, mas não conheci tudo de uma vez. Ela se revelou pouco a pouco, e nunca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste. E, falando assim, compreendo que perco o tempo. Com efeito, se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forçado a escrever. Quando os grilos cantam, sento-me aqui à mesa da sala de jantar, bebo café, acendo o cachimbo. Às vezes as idéias não vêm, ou vêm muito numerosas e a folha permanece meio escrita, como estava na véspera. Releio algumas linhas, que me desagradam. Não vale a pena tentar corrigi-las. Afasto o papel. Emoções indefiníveis me agitam inquietação terrível, desejo doido de voltar, tagarelar novamente com Madalena, como fazíamos todos os dias, a esta hora. Saudade? Não, não é isto: é desespero, raiva, um peso enorme no coração. Procuro recordar o que dizíamos. Impossível. As minhas palavras eram apenas palavras, reprodução imperfeita de fatos exteriores, e as dela tinham alguma coisa que não consigo exprimir. Para senti-las melhor, eu apagava as luzes, deixava que a sombra nos envolvesse até ficarmos dois vultos indistintos na escuridão.
Graciliano Ramos (São Bernardo)
De todas las criaturas que tienen mente y alma no hay especie más mísera que la de las mujeres. Primero han de acopiar dinero con que compren un marido que en amo se torne de sus cuerpos, lo cual es ya la cosa más dolorosa que hay. Y en ello es capital el hecho de que sea buena o mala la compra, porque honroso el divorcio no es para las mujeres ni el rehuir al cónyuge. Llega una, pues, a nuevas leyes y usos y debe trocarse en adivina, pues nada de soltera aprendió sobre cómo con su esposo portarse. Si, tras tantos esfuerzos, se aviene el hombre y no protesta contra el yugo, vida envidiable es ésta; pero, si tal no ocurre, morirse vale más. El varón, si se aburre de estar con la familia, en la calle al hastío de su humor pone fin; nosotras nadie más a quien mirar tenemos. Y dicen que vivimos en casa una existencia segura mientras ellos con la lanza combaten, mas sin razón: tres veces formar con el escudo preferiría yo antes que parir una sola. Pero el mismo lenguaje no me cuadra que a ti: tienes esta ciudad, la casa de tus padres, los goces de la vida, trato con los amigos, y en cambio yo el ultraje padezco de mi esposo, que de mi tierra bárbara me raptó, abandonada, sin patria, madre, hermanos, parientes en los cuales pudiera echar el ancla frente a tal infortunio.
Euripides (Medea)
Dizia-me: vale a pena viver para morrer? Gozar para quê ? O trabalho é mais vão que a poeira alevantada por um cavalo a galope! Amigo, morrerás! Este morrerás revestia no meu espírito a significação exacta dum prazo. Não era a noção vaga «morrer», mas antes o juízo determinado «não viver». Não viver podia alongar-se no tempo e, todavia, não era amanhã, era já hoje. Nele se me sentenciava à vida a ablação, por inútil, de tudo o que ela representava, no espaço, de gozo, de posse, de sentimento de mim mesmo - via-me a entrar para a antecâmara do meu próprio celário. Mas se este pensamento se encarniçava particularmente na esfera do eu, às vezes batia asas para abranger o universo em suas finalidades. E proclamava: tu; os outros; todos; esta cidade; o reino; a terra. Daqui a cem anos terão passado, em matéria, os que te amam e cercam; mais uns séculos e a memória deles será mais fugaz que a mente dum recém-nascido. Conta mais uns séculos, e onde estará o teu país ? E se teu entendimento pode apreender no relógio do tempo o ponteiro salvar os milénios, este planeta, em que ensaiais edificar o imortal, não será mais que cinza semeada no oceano sidéreo. Vale a pena existir? Da Vénus de Milo, a jucunda e gloriosa, não ficará uma sombra, nem da Bíblia sapiente um eco; da ciência não se salvará uma lei. Tudo o que saiu da boca do infinito acaba na boca do infinito, sem que ele caduque, o monstro! Mors de mor sus.
Aquilino Ribeiro (A Via Sinuosa)
A história de uma família parece mais com um mapa topográfico do que com um romance, e uma biografia é a soma de todas as eras geológicas que você atravessou. Escrever-se a si mesma significa lembrar que você nasceu com raiva e que foi um despejo de lava denso e contínuo, antes que sua crosta endurecesse e rachasse para deixar aflorar uma espécie de amor, ou que a força inútil do perdão viesse polir e achatar qualquer formação de um vale em você. Reler-se a si mesma significa inventar aquilo pelo que você passou, detectar cada estrato de que está composta: os cristais de júbilo ou de solidão no fundo, as consequências de uma lembrança que evaporou, tudo o que foi escavado e depois inundado, apenas para se dar conta de que não é verdade que o tempo cura — há uma fratura que jamais será preenchida. A única coisa que o tempo faz é carregar consigo o pó e ervas daninhas, de modo que aquela fissura seja coberta até se transformar numa paisagem distinta, distante, quase de fábula, na qual se fala um idioma que não se conhece mais, tão verossímil quanto o élfico. Paisagens sobre as ruinas da sua família, e você se dá conta de que algumas palavras foram apagadas, mas outras salvas, algumas desapareceram, enquanto outras farão sempre parte da sua reverberação, e então finalmente se chega à margem do seu pai e da sua mãe, depois de anos acreditando que morrer ou enlouquecer fosse o único jeito de estar à altura deles. É lá então que você entende que tudo no seu sangue é uma chamada e você é somente eco de uma mitologia pregressa.
Claudia Durastanti (La straniera)
A natureza observadora e emocionalmente determinada do espírito lunar é designada em alemão pelas palavras pertencentes à raiz Sinn, que significa meditar, ter em mente, ponderar, considerar e ser contemplativo; e também contemplação, inclinação mental, assim, como sentidos e sensual; por último, mas não menos importante, o Eigen-Sinn (vontade própria, obstinação) que os homens em geral atribuem às mulheres. A consciência matriarcal age através da circum-ambulação e da meditação. Falta-lhe o propósito do pensamento dirigido, da conclusão lógica e do juízo. Sua Ação característica é um movimento em torno de um círculo, uma contemplação (Betrachtung, uma vez interpretada por Jung como trachtigmachen, engravidar) . Não tem o objetivo direto da consciência masculina, nem o fio aguçado de sua análise. Interessa-se mais pelo significativo do que por fatos e datas, e é orientada teleologicamente mais ao crescimento orgânico do que à causalidade mecânica ou lógica. Uma vez que o processo de cognição nessa “consciência lunar“ é uma gravidez e seu produto um nascimento, um processo em que toda a personalidade participa, seu “conhecimento “não pode ser partilhado, relatado ou provado. É uma posse interior, realizada e assimilada pela personalidade, mas não facilmente discutida, porque a experiência interna que está por trás dela não se presta a uma exploração verbal adequada, e dificilmente pode ser transmitida a alguém que não tenha passado pela mesma experiência. Por essa razão, uma consciência masculina pura e simples considera o “conhecimento” da consciência matriarcal não verificável, caprichoso e místico por excelência. Esse é, de fato, no sentido positivo, o cerne da questão. É a mesma espécie de conhecimento revelado nos mistérios e no misticismo. Consiste não de verdades partilhadas mas de transformações experimentadas, portanto necessariamente só tem validade para as pessoas que passaram pela mesma experiência. Para estas, o conselho de Goethe ainda vale: Sagt es niemand, nur den Weisen, Weil die Menge gleich verhohnet (Não conte a ninguém, apenas aos sábios, porque a multidão não tarda em zombar) Isto quer dizer que as percepções de consciência matriarcal são condicionadas pela personalidade que as realiza. Não são abstratas nem desemocionalizadas, pois a consciência matriarcal conserva o vínculo com o reino do inconsciente do qual seu conhecimento brota. Suas descobertas interiores, estão, em conseqüência, em oposição direta às da consciência masculina, que consiste idealmente de conteúdos conscientes abstratos, livres de emocionalismo e possuidores de uma validade universal não afetada por fatores pessoais.
Erich Neumann (The Fear of the Feminine and Other Essays on Feminine Psychology)
Conheci que Madalena era boa em demasia, mas não conheci tudo de uma vez. Ela se revelou pouco a pouco, e nunca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste. E, falando assim, compreendo que perco o tempo. Com efeito, se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forçado a escrever. Quando os grilos cantam, sento-me aqui à mesa da sala de jantar, bebo café, acendo o cachimbo. Às vezes as idéias não vêm, ou vêm muito numerosas e a folha permanece meio escrita, como estava na véspera. Releio algumas linhas, que me desagradam. Não vale a pena tentar corrigi-las. Afasto o papel. Emoções indefiníveis me agitam inquietação terrível, desejo doido de voltar, tagarelar novamente com Madalena, como fazíamos todos os dias, a esta hora. Saudade? Não, não é isto: é desespero, raiva, um peso enorme no coração. Procuro recordar o que dizíamos. Impossível. As minhas palavras eram apenas palavras, reprodução imperfeita de fatos exteriores, e as dela tinham alguma coisa que não consigo exprimir. Para senti-las melhor, eu apagava as luzes, deixava que a sombra nos envolvesse até ficarmos dois vultos indistintos na escuridão. Lá fora os sapos arengavam, o vento gemia, as árvores do pomar tornavam-se massas negras. - Casimiro! (...) A figura de Casimiro Lopes aparece à janela, os sapos gritam, o vento sacode as árvores, apenas visíveis na treva. Maria das Dores entra e vai abrir o comutador. Detenho-a: não quero luz. O tique-taque do relógio diminui, os grilos começam a cantar. E Madalena surge no lado de lá da mesa. Digo baixinho: - Madalena! A voz dela me chega aos ouvidos. Não, não é aos ouvidos. Também já não a vejo com os olhos. Estou encostado à mesa, as mãos cruzadas. Os objetos fundiram-se, e não enxergo sequer a toalha branca. - Madalena... A voz de Madalena continua a acariciar-me. Que diz ela? Pede-me naturalmente que mande algum dinheiro a Mestre Caetano. Isto me irrita, mas a irritação é diferente das outras, é uma irritação antiga, que me deixa inteiramente calmo. Loucura estar uma pessoa ao mesmo tempo zangada e tranqüila. Mas estou assim. Irritado contra quem? Contra Mestre Caetano. Não obstante ele ter morrido, acho bom que vá trabalhar. Mandrião! A toalha reaparece, mas não sei se é esta toalha sobre que tenho as mãos cruzadas ou a que estava aqui há cinco anos. (...) Agitam-se em mim sentimentos inconciliáveis, colerizo-me e enterneço-me; bato na mesa e tenho vontade de chorar. Aparentemente estou sossegado: as mãos continuam cruzadas sobre a toalha e os dedos parecem de pedra. Entretanto ameaço Madalena com o punho. Esquisito. Distingo no ramerrão da fazenda as mais insignificantes minudências. Maria das Dores, na cozinha, dá lições ao papagaio. Tubarão rosna acolá no jardim. O gado muge no estábulo. O salão fica longe: para irmos lá temos de atravessar um corredor comprido. Apesar disso a palestra de Seu Ribeiro e Dona Glória é bastante clara. A dificuldade seria reproduzir o que eles dizem. É preciso admitir que estão conversando sem palavras. Padilha assobia no alpendre. Onde andará Padilha? Se eu convencesse Madalena de que ela não tem razão... Se lhe explicasse que é necessário vivermos em paz... Não me entende. Não nos entendemos. O que vai acontecer será muito diferente do que esperamos. Absurdo. Há um grande silêncio. Estamos em julho. O nordeste não sopra e os sapos dormem. (...) Repito que tudo isso continua a azucrinar-me. O que não percebo é o tique-taque do relógio. Que horas são? Não posso ver o mostrador assim às escuras. Quando me sentei aqui, ouviam-se as pancadas do pêndulo, ouviam-se muito bem. Seria conveniente dar corda ao relógio, mas não consigo mexer-me.
Graciliano Ramos (São Bernardo)
MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO (1890-1916) Atque in perpetuum, frater, ave atque vale! CAT . Morre jovem o que os Deuses amam, é um preceito da sabedoria antiga. E por certo a imaginação, que figura novos mundos, e a arte, que em obras os finge, são os sinais notáveis desse amor divino. Não concedem os Deuses esses dons para que sejamos felizes, senão para que sejamos seus pares. Quem ama, ama só a igual, porque o faz igual com amá-lo. Como porém o homem não pode ser igual dos Deuses, pois o Destino os separou, não corre homem nem se alteia deus pelo amor divino; estagna só deus fingido, doente da sua ficção. Não morrem jovens todos a que os Deuses amam, senão entendendo-se por morte o acabamento do que constitui a vida. E como à vida, além da mesma vida, a constitui o instinto natural com que se a vive, os Deuses, aos que amam, matam jovens ou na vida, ou no instinto natural com que vivê-la. Uns morrem; aos outros, tirado o instinto com que vivam, pesa a vida como morte, vivem morte, morrem a vida em ela mesma. E é na juventude, quando neles desabrocha a flor fatal e única, que começam a sua morte vivida. No herói, no santo e no génio os Deuses se lembram dos homens. O herói é um homem como todos, a quem coube por sorte o auxílio divino; não está nele a luz que lhe estreia a fronte, sol da glória ou luar da morte, e lhe separa o rosto dos de seus pares. O santo é um homem bom a que os Deuses, por misericórdia, cegaram, para que não sofresse; cego, pode crer no bem, em si, e em deuses melhores, pois não vê, na alma que cuida própria e nas coisas incertas que o cercam, a operação irremediável do capricho dos Deuses, o jugo superior do Destino. Os Deuses são amigos do herói, compadecem-se do santo; só ao génio, porém, é que verdadeiramente amam. Mas o amor dos Deuses, como por destino não é humano, revela-se em aquilo em que humanamente se não revelara amor. Se só ao génio, amando-o, tornam seu igual, só ao génio dão, sem que queiram, a maldição fatal do abraço de fogo com que tal o afagam. Se a quem deram a beleza, só seu atributo, castigam com a consciência da mortalidade dela; se a quem deram a ciência, seu atributo também, punem com o conhecimento do que nela há de eterna limitação; que angústias não farão pesar sobre aqueles, génios do pensamento ou da arte, a quem, tornando-os criadores, deram a sua mesma essência? Assim ao génio caberá, além da dor da morte da beleza alheia, e da mágoa de conhecer a universal ignorância, o sofrimento próprio, de se sentir par dos Deuses sendo homem, par dos homens sendo deus, êxul ao mesmo tempo em duas terras. Génio na arte, não teve Sá-Carneiro nem alegria nem felicidade nesta vida. Só a arte, que fez ou que sentiu, por instantes o turbou de consolação. São assim os que os Deuses fadaram seus. Nem o amor os quer, nem a esperança os busca, nem a glória os acolhe. Ou morrem jovens, ou a si mesmos sobrevivem, íncolas da incompreensão ou da indiferença. Este morreu jovem, porque os Deuses lhe tiveram muito amor. Mas para Sá-Carneiro, génio não só da arte mas da inovação nela, juntou-se, à indiferença que circunda os génios, o escárnio que persegue os inovadores, profetas, como Cassandra, de verdades que todos têm por mentira. In qua scribebat, barbara terrafuit. Mas, se a terra fora outra, não variara o destino. Hoje, mais que em outro tempo, qualquer privilégio é um castigo. Hoje, mais que nunca, se sofre a própria grandeza. As plebes de todas as classes cobrem, como uma maré morta, as ruínas do que foi grande e os alicerces desertos do que poderia sê-lo. O circo, mais que em Roma que morria, é hoje a vida de todos; porém alargou os seus muros até os confins da terra. A glória é dos gladiadores e dos mimos. Decide supremo qualquer soldado bárbaro, que a guarda impôs imperador. Nada nasce de grande que não nasça maldito, nem cresce de nobre que se não definhe, crescendo. Se assim é, assim seja! Os Deuses o quiseram assim. Fernando Pessoa, 1924.
Fernando Pessoa (Loucura...)
Não gosto de ter opiniões, quanto mais de as escrever, porque fixar uma determinação é enfraquecê-la. Detesto convencer alguém de alguma coisa, porque já estive convencido de coisas opostas. Mas abomino o relativismo do vale tudo, o egoísmo do não ter nada que ver com isso, a injustiça mesmo quando provém da simples ignorância
Anonymous
Da até pra impressionar, mas chega de pressionar! Deixe os seus problemas pra depois ja que a gente sempre tem nós dois. Nao vale a pena se enfrentar, Nos de uma chance de tentar. Não vale se enfeitar do velho e achar que tudo é um espelho... De que vale se enfeiar com o que veio e reclamar no anseio do que ja foi feio? Sopra um sambinha... Ou um enredo! É só pra nos dois mesmo...que medo!
Ana Claudia Antunes (Do Nada (Portuguese Edition))
(...) no fundo, não se saber o que se deve querer é normal: Nunca se pode saber o eu se deve querer porque só se tem uma vida que não pode ser comparada com vida anteriores nem retificada em vidas posteriores. É melhor ficar com Tereza ou ficar sozinho? Não há forma nenhuma de se verificar qual das decisões é melhor porque não há comparação possível. Tudo se vive imediatamente pela primeira vez sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que vale a vida se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É o que faz com que a vida pareça sempre um esquisso. Mas nem mesmo "esquisso" é a palavra certa, porque um esquisso é sempre o esboço de alguma coisa, a preparação de um quadro, enquanto o esquisso que a nossa vida é, não é esquisso de nada, é um esboço sem quadro.
Milan Kundera (The Unbearable Lightness of Being)
Era como se, tendo confiado a alguém a importância de uma dívida para levá-la ao credor, o portador guardasse o dinheiro consigo e não levasse nada. Na vida comum, o ato de terceiro não desobriga o contratante; mas a vantagem de contratar com o Céu é que intenção vale dinheiro. Hás de ter tido conflitos parecidos com esse, e, se és religioso, haverás buscado alguma vez conciliar o Céu e a Terra, por modo idêntico ou análogo. O Céu e a Terra acabam conciliando-se; eles são quase irmãos gêmeos, tendo o Céu sido feito no segundo dia e a Terra no terceiro.
Machado de Assis (Dom Casmurro)
Todas as vezes que olho para a estrada percorrida, onde já ficou muito sangue, suor e lágrimas que a vida nos reserva, recordo certo trecho de um romance de Erico Veríssimo: um rapaz e uma rapariga transpõe a cerca da Universidade; acabam de lhes entregar o diploma de médicos, e com ele, um futuro de surpresas e euforias. Cá fora, no largo, onde a sombra altiva de uma estátua se levanta no céu estrelado, Olívia espalha pelo chão o ramo de flores que lhe haviam oferecido, enrola o diploma e por ele espreita, irreverente, os astros enigmáticos - um óculo mágico a desvendar o amanhã. O companheiro, com essa melancolia desiludida que vem depois das esperanças realizadas, espreme as mãos vazias; a vida abre-se de súbito a seus pés, inesperada, insondável como um abismo. Ele tem atrás de si durezas e humilhações e pressente que não pode haver outra coisa a aguardá-lo. Olívia, por seu lado, atende o futuro apenas com uma maravilhosa interrogação: o seu alvoroço tem o sabor salgado e excitante da luta; o que virá, será bom e terrível - mas sempre qualquer coisa imprevisível que vale a pena ser vivida.
Fernando Namora (Retalhos Da Vida De Um Médico)
Tudo o que é importante na vida, tudo o que vale a pena, só pode acontecer mediante um pedido, uma oração. Mas “uma ordem” não tem o mesmo valor. Se você pede algo com devoção, tem que esperar. Uma ordem pode ser atendida imediatamente, no mesmo instante.
Osho (Silêncio: A voz do ser interior (Portuguese Edition))
Vida é o que existe entre o nascimento e a morte. O que acontece no meio é o que importa. No meio, a gente descobre que sexo sem amor também vale a pena, mas é ginástica, não tem transcendência nenhuma. Que tudo o que faz você voltar pra casa de mãos abanando (sem uma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz, uma ideia) foi perda de tempo. Que a primeira metade da vida é muito boa, mas da metade pro fim pode ser ainda melhor, se a gente aprendeu alguma coisa com os tropeços lá do início. Que o pensamento é uma aventura sem igual. Que é preciso abrir a nossa caixa preta de vez em quando, apesar do medo do que vamos encontrar lá dentro. Que maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos. No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as que acontecem de fato. Que amar é lapidação, e não destruição. Que certos riscos compensam – o difícil é saber previamente quais. Que subir na vida é algo para se fazer sem pressa. Que é preciso dar uma colher de chá para o acaso. Que tudo que é muito rápido pode ser bem frustrante. Que Veneza, Mykonos, Bali e Patagônia são lugares excitantes, mas que incrível mesmo é se sentir feliz dentro da própria casa. Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase? Ora, é sempre mais forte. No meio, a gente descobre que reconhecer um problema é o primeiro passo para resolvê-lo. Que é muito narcisista ficar se consumindo consigo próprio. Que todas as escolhas geram dúvida, todas. Que depois de lutar pelo direito de ser diferente, chega a bendita hora de se permitir a indiferença. Que adultos se divertem muito mais do que os adolescentes. Que uma perda, qualquer perda, é um aperitivo da morte – mas não é a morte, que essa só acontece no fim, e ainda estamos falando do meio. No meio, a gente descobre que precisa guardar a senha não apenas do banco e da caixa postal, mas a senha que nos revela a nós mesmos. Que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável. Que as mesmas coisas que nos exibem também nos escondem (escrever, por exemplo). Que tocar na dor do outro exige delicadeza. Que ser feliz pode ser uma decisão, não apenas uma contingência. Que não é preciso se estressar tanto em busca do orgasmo, há outras coisas que também levam ao clímax: um poema, um gol, um show, um beijo. No meio, a gente descobre que fazer a coisa certa é sempre um ato revolucionário. Que é mais produtivo agir do que reagir. Que a vida não oferece opção: ou você segue, ou você segue. Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais. Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade. E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda, esse meio todo.
Martha Medeiros
Cada ferramenta psiquiátrica, psicológica e sociológica que Marco Polo lhes ensinava era treinada em grupo ou individualmente, por uma ou duas semanas consecutivas. Nos últimos meses, além de treiná-los no “poder de ser resiliente”, em “estar convicto de que minha paz vale ouro, o resto é lixo”, em “conquistar o que o dinheiro não pode comprar”, “pacificar conflitos” e “colecionar amigos”, treinou-os também para superarem a penetrante glossofobia, o medo de falar em público, que atinge 75% da população e um percentual ainda maior entre os jovens. Para isso, propôs aos alunos substituírem algum professor da sua classe, mas sem aviso prévio aos demais alunos. Imagine alunos como Peter, Chang, Jasmine, Michael e Sam, que todos consideravam irresponsáveis e alienados, escórias da universidade, chegarem 15 minutos antes do professor e apresentarem com brilhantismo o resumo
Augusto Cury (O médico da emoção)
O ser humano é a única espécie na Terra que é definida por um verbo. Vaca é vaca, boi é boi, borboleta é borboleta, mas ser humano, só nós. Nascemos animais, mamíferos pensantes e conscientes, mas só nos tornamos humanos à medida que aprendemos a ser humanos. No
Ana Cláudia Quintana Arantes (A Morte é um Dia Que Vale a Pena Viver)
As verdades que você busca, as tais essências, tão importantes para a sua vida, não estão perambulando pelo mundo. Mas já se encontram em você. Na lembrança de sua alma. Desde sempre.
Clóvis de Barros Filho (A vida que vale a pena ser vivida (Portuguese Edition))
Sócrates – Mas se te tornares sábio, meu filho, todos serão teus amigos e teus parentes: serás útil e bom. Se não, nem os estranhos, nem teu pai, nem tua mãe, nem os teus familiares serão teus amigos. Como é possível ter pensamentos de arrogância sobre assuntos em que nem sequer se sabe pensar ainda? (PLATÃO. Lísias).
Clóvis de Barros Filho (A vida que vale a pena ser vivida (Portuguese Edition))
Em segundo lugar, vale a pena lutar e morrer contra a perda da liberdade e da dignidade? Para muitos de nós, liberdade e dignidade são mais importantes que uma vida longa ou fugir do sofrimento físico. De qualquer forma, todos temos que morrer algum dia e pode ser melhor morrer lutando por uma vida plena, ou por uma causa, do que viver uma vida longa mas vazia e carente de sentido.
Theodore John Kaczynski
Fiz um ótimo negócio ao comprar um imóvel há cinco anos, já que hoje ele vale o dobro. Gosto de comprar imóveis na planta, já que a valorização de cerca de 25% é praticamente certa durante os dois anos de construção.   Poucos investimentos criam uma sensação de enriquecimento tão falsa quanto os imóveis. Como os movimentos são bem mais lentos no mercado de imóveis do que nos mercados financeiros, as pessoas se habituaram a esperar alguns anos para avaliar se esse tipo de investimento é rentável ou não. Mas, na prática, a quase totalidade dos investidores se recusa a reconhecer seus erros e pontos fracos e costuma superestimar os ganhos. A inflação é o maior vilão dessa história. Se seu imóvel se valorizou 100% e a inflação no período foi, digamos, de 30,82%,6 a valorização real de seu imóvel foi de apenas 52,88%, praticamente metade do que os números brutos mostram. A conta feita envolve o simples raciocínio da conhecida regra de três: se hoje eu pago o preço de R$ 130,82 para comprar o que há cinco anos custava R$ 100,00, então R$ 200,00 (o dobro de R$ 100,00) de hoje equivalem a que valor de cinco anos atrás?
Gustavo Cerbasi (Adeus, aposentadoria: Como garantir seu futuro sem depender dos outros (Portuguese Edition))
Era um ato de devoção. Um pouco como escrever ou amar alguém — nem sempre achamos que vale a pena, mas, de alguma forma, não desistir disso faz um sentido inesperado depois de um tempo.
Miranda July
A minha vida durante esses vinte e tal anos foi rio correndo, saltando, descendo montanhas, se espraiando nos vales, o rio rindo de si, da sua vida errante, do seu andar vagueante, o rio rindo farto, caudaloso, riomando, às vezes se apoucando nas suas miudezas, um fiozinho riando, riachando, o quase nonada, a se anular no seu corpo franzino, assim, corregando, a minha vida foi isso mesmo, o muito e pouco, a tempestade e a bonança, a vida não é o constante zizuezaguear? Mas, meu amigo, agora te conto esse rio correndo que sou eu, essas águas que não se cansam de parar, esse sempre em movimento em que vivo. Eu vou te contar meu vaguear com as minhas palavras , pensadas por mim mesmo, cavadas no chão movediço da memória.
Boaventura Cardoso
Mas vale solo que mal acompañado
Molly McDonnell (Balmy in Barna: Bobbi)
HÉLIO SCHWARTSMAN Fórmula da corrupção SÃO PAULO - C=M+D-A. A equação, desenvolvida pelo economista Robert Klitgaard, descreve a corrupção. Traduzindo-a em palavras, temos que a corrupção (C) é dada pelo grau de monopólio (M) existente no serviço público, mais o poder discricionário (D) que as autoridades têm para tomar decisões, menos a responsabilização (A, de "accountability"), que é basicamente a existência de mecanismos de controle. Outras versões da fórmula acrescentam ao A uma dimensão moral, que também funcionaria como barreira contra a cultura da corrupção. A leitura dos jornais, que trazem diariamente novos detalhes sobre as operações Lava Jato, Zelotes, Origens etc., pode nos dar a impressão de que A tende a zero, mas eu não seria tão pessimista. Na verdade, esse é um campo em que as coisas vêm melhorando na escala das décadas. Nunca imaginei que veria ex-ministros condenados pelo STF e empreiteiros presos, mas isso aconteceu, eu vi. Não estou, evidentemente, comprando a lorota petista de que os governos do partido acabaram com a impunidade. Eu diria que as instituições avançaram, apesar do governo, como é o ritmo natural das democracias. É interessante notar, porém, que nossos tímidos avanços ocorreram principalmente do lado negativo da equação e muito menos foi feito na parte positiva. A crer nos trabalhos de Klitgaard, mudanças no M e no D podem trazer bons resultados. O objetivo central seria reduzir o número de instâncias em que uma única repartição ou funcionário têm o monopólio da decisão. É fácil visualizar o princípio imaginando que você, cidadão, precisa de um carimbo da prefeitura. Se só um agente puder emiti-lo, você estará nas mãos dele. Mas, se a mesma licença puder ser concedida por diferentes secretarias, com diferentes grupos de servidores, a matemática pertinente sugere que os bons funcionários prevaleceriam. É um caminho que vale tentar.
Anonymous
Los miserables (Colección Sepan Cuantos: 077) (Spanish Edition) (Hugo, Victor) - Tu subrayado en la posición 1388-1391 | Añadido el domingo, 7 de diciembre de 2014 23:49:36 “El hombre tiene sobre sí la carne, que es a la vez su carga y su tentación. La lleva, y cede a ella. ”Debe vigilarla, contenerla, reprimirla, mas si a pesar de sus esfuerzos cae, la falta así cometida es venial. Es una caída; pero caída sobre las rodillas, que puede transformarse y acabar en oración”. ========== Los miserables (Colección Sepan Cuantos: 077) (Spanish Edition) (Hugo, Victor) - Tu subrayado en la posición 1397-1399 | Añadido el domingo, 7 de diciembre de 2014 23:50:36 —A los ignorantes enseñadles las más cosas que podáis: la sociedad es culpada de no dar instrucción gratis: ella es responsable de la oscuridad que con esto produce: Si una alma sumida en las tinieblas comete un pecado, el culpable no es en realidad el que peca, sino el que no disipa las tinieblas. ========== Los miserables (Colección Sepan Cuantos: 077) (Spanish Edition) (Hugo, Victor) - Tu subrayado en la posición 1459-1460 | Añadido el domingo, 7 de diciembre de 2014 23:58:19 No trataba de borrar el dolor con el olvido, sino de agrandarlo y dignificarlo por la esperanza. ========== Los miserables (Colección Sepan Cuantos: 077) (Spanish Edition) (Hugo, Victor) - Tu subrayado en la posición 1584-1585 | Añadido el martes, 9 de diciembre de 2014 02:43:59 lo bello vale tanto como lo útil. Y añadió después de una pausa: Tal vez más. ========== Los miserables (Colección Sepan Cuantos: 077) (Spanish Edition) (Hugo, Victor) - Tu subrayado en la posición 1603-1604 | Añadido el martes, 9 de diciembre de 2014 02:46:13 “No preguntéis su nombre a quien os pide asilo. Precisamente quien más necesidad tiene de asilo es el que tiene más dificultad en decir su nombre”. ========== Los miserables (Colección Sepan Cuantos: 077) (Spanish Edition) (Hugo, Victor) - Tu subrayado en la posición 1663-1665 | Añadido el martes, 9 de diciembre de 2014 02:52:33 —No temamos nunca ni a los ladrones ni a los asesinos: esos son los peligros exteriores, los pequeños peligros. Temámonos a nosotros mismos. Las preocupaciones, esas son los ladrones: los vicios, esos son los asesinos. Los grandes peligros existen dentro de nosotros. ¿Qué importa lo que amenaza a nuestra cabeza o a nuestra bolsa? Pensemos con preferencia en lo que amenaza a nuestra alma. ========== Los miserables (Colección Sepan Cuantos: 077) (Spanish Edition) (Hugo, Victor) - Tu subrayado en la posición 1823-1824 | Añadido el domingo, 14 de diciembre de 2014 17:08:08 ¿la sarna del cordero debe alejar al pastor? No.
Anonymous
Acredito que a sociedade brasileira também se vê fragmentada, não apenas tripartida, mas multipartida em diferentes fragmentos, entre os quais vale destacar o povo, os intelectuais, a classe dirigente, os religiosos e os behavionistas.
Luís Alexandre Ribeiro Branco (O Pessimismo Nacional "à la mode brésilianne")
poema é como que a ponta de um iceberg, não apenas da poesia que o poeta contém dentro de si, mas de toda a poesia. O poema é, ao mesmo tempo, um disfarce do poeta: ele parece falar de alguma coisa (aparente) mas, na verdade, está a tocar em um tema bem mais profundo e certo. A poesia, por seu lado, é um encantamento: o poeta se vale de palavras como fórmulas mágicas, criando uma atmosfera que desvela/revela o mundo, produzindo o que poderíamos denominar de enobrecimento do cotidiano. Sendo a poesia irredutível, ela se constitui na invenção da verdade, a partir de um procedimento fundamental: a indagação.
Anonymous
O mundo não é feito de vítimas. Todo mundo negocia. Alguns negociam bem, outros mal. Mas cada um sabe, o mínimo que seja, quanto vale aquilo que quer. E sabe até onde vai para conseguir o que quer.
Gabriela Leite (Filha, Mãe, Avó e Puta)
O conflito é uma característica intrínseca ao Ego (falso Centro). Identificados com ele, inevitavelmente viveremos em conflito. Ego é conflito. E é pelo conflito que, assustados, buscamos "ajuda". Recorremos ao fora, seja ele qual for. Neste exato momento, deixamos nossa capacidade de auto-análise para aderir a algo ou alguém fora de nós. E também é neste exato momento que surgem as "figuras de autoridade", como definia Krishnamurti. " Alguém lá fora deve saber o que está acontecendo comigo", pensamos. Acontece que o de fora só vale a pena se for apenas uma seta apontando para você mesmo. Ninguém pode "investigar" a seu respeito melhor que você mesmo. Porque adentrar ao seu Ser é um processo solitário, que transcende qualquer idéia, teoria, técnica, estratégia. Os de fora podem ter uma vaga idéia a seu respeito, mas a única pessoa que pode sentir e saber é você.
Nina Zobarzo//Jiddu Krishnamurti
vale ressaltar o papel primordial que Nelson atribui às mulheres e sua força, numa sociedade de tradição patriarcal e patrícia como a nossa.
Nelson Rodrigues (Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária (Portuguese Edition))
Como podes saber que és incapaz de amar se nunca amaste? como podes saber que te apetece estrangular os demónios com a tua loucura se nunca foste são? Então para ser louco é preciso ter sido são? Claro, só assim podes gozar a tua loucura. Mas ser louco é não saber nada disso. Pelo contrário, é saber tudo. Só se escolhe a loucura quando se sabe que não vale a pena ser são.
Victor Eustáquio (O Carrossel de Lúcifer)
EDUCAÇÃO EM VISTA DE UM PENSAMENTO LIVRE Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos profissionais, mais a um cão ensinado do que a uma criatura harmoniosamente desenvolvida. Deve aprender a compreender as motivações dos homens, suas quimeras e suas angústias para determinar com exatidão seu lugar exato em relação a seus próximos e à comunidade. Estas reflexões essenciais, comunicadas à jovem geração graças aos contactos vivos com os professores, de forma alguma se encontram escritas nos manuais. É assim que se expressa e se forma de início toda a cultura. Quando aconselho com ardor “As Humanidades”, quero recomendar esta cultura viva, e não um saber fossilizado, sobretudo em história e filosofia. Os excessos do sistema de competição e de especialização prematura, sob o falacioso pretexto de eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida cultural e chegam a suprimir os progressos nas ciências do futuro. É preciso, enfim, tendo em vista a realização de uma educação perfeita, desenvolver o espírito crítico na inteligência do jovem. Ora, a sobrecarga do espírito pelo sistema de notas entrava e necessariamente transforma a pesquisa em superficialidade e falta de cultura. O ensino deveria ser assim: quem o receba o recolha como um dom inestimável, mas nunca como uma obrigação penosa.
Anonymous
Mas, por entre todo o ambiente monocromático daquele canto, havia cor. Havia você. E eu sou boa nisso, em discernir o que vale à pena, e o que preciso passar batido. Não passei batido por você.
Nina Spim (Sutilmente)
Escrever, para um escritor, é como respirar. Ele não se imagina fazendo nada além de escrever. Se você é assim, então vale a pena. Mas por que escrever? Nós escrevemos porque precisamos contar histórias. É mais do que uma maneira de comunicar ideias, para algumas pessoas é uma oportunidade para se conectar com seus interiores, criar histórias e levantar questões sobre a vida.
Ben Oliveira
Argumentar com religiosos é sempre complicado. Como discutimos nesse livro, eles maximizam o que querem ver, e minimizam o que querem negar. Uma única observação que confirma o que querem acreditar vale mais do que mil que nega. Estatística não usa somente um caso, usa vários para achar padrões. Na estatística, largamente usada, temos duas opções: ou aceitamos a hipótese nula, ou negamos ela. Eles revertem a lógica. Suas crenças são verdades, que desafiam o mundo real, nossas percepções de realidade, de mundo, e prove o contrário, mas não vale usar a lógica científica. Menos ainda vale usar evidências, fatos históricos, nem dizer que 2+2=4. Ficamos somente com um jogo de empurra-empurra: minha palavra contra a sua. Como eu tenho uma penca de pessoas que pensa como eu penso, eu ganho! Eles negam nossas teorias, mas não possuem uma alternativa. A alternativa para o Big Bang é uma figura mágica que criou o mundo, a alternativa para a evolução é um transplante de costelas bem-sucedido.
Jorge Guerra Pires (Ciência para não cientistas: como ser mais racional em um mundo cada vez mais irracional (Vol. II: Religião) (Inteligência Artificial, Democracia, e Pensamento Crítico) (Portuguese Edition))
Física e metafísica. Onde termina a física, começa a metafísica, meta-efetividade. É a ocasião para o físico ceder lugar ao metafísico. Dizendo de outro modo: se as ciências fracassam em sua tentativa de atingir a essência das coisas, cabe agora procurar o originário do mundo não pelo exterior, mas a partir de nós mesmos, do interior. Com isso, descortina-se uma metafísica da natureza, na qual o papel de protagonista não caberá à experiência externa, mas sim à interna, isto é, ao íntimo do corpo como via de acesso ao mais real do mundo. Em verdade, com o corpo, o autor indica uma espécie de cruzamento entre experiência externa e interna, uma região do conhecimento que não é mais regida pelo saber discursivo, mas pelo sentimento a nos abrir o panorama para uma forma de intelecção que refere a relação que uma representação intuitiva, o corpo mesmo, tem com aquilo que de modo algum é representação, mas algo em gênero inteiro diferente dela: a Vontade. O exame da consciência, o inteligir de seu núcleo, revela uma identidade do corpo com a Vontade, indicada pelo neologismo “objetidade” (Objektität). Quer dizer, não somos uma “cabeça de anjo alada”, mas possuímos um interior essencialmente volitivo, raiz de nossa existência. Somos essencialmente seres que querem, não importa o quê: somos desejo infinito, finitamente corporificado. Todo ato da Vontade é ação do corpo: ambos são uma única e mesma coisa, dados de duas maneiras diferentes, uma vez imediatamente, outra na intuição do entendimento. Todo ato verdadeiro e imediato da Vontade é num só lance ação do corpo, e toda ação sobre o corpo é num só lance abalo da Vontade. Eis por que o corpo pode ser denominado concreção do querer. Querer e corpo são unos ou, ademais de ser representação, o corpo é Vontade. Ora, se isso vale para nós, é possível que também valha para os outros corpos. É preciso, pois, investigar os outros corpos do mundo, no sentido de saber se eles do mesmo modo possuem um núcleo volitivo.
Jair Barboza (Schopenhauer (PAP - Filosofia) (Portuguese Edition))
O Andaime O tempo que eu hei sonhado Quantos anos foi de vida! Ah, quanto do meu passado Foi só a vida mentida De um futuro imaginado! Aqui à beira do rio Sossego sem ter razão. Este seu correr vazio Figura, anónimo e frio, A vida vivida em vão. A esperança que pouco alcança! Que desejo vale o ensejo? E uma bola de criança Sobe mais que a minha esperança. Rola mais que o meu desejo. Ondas do rio, tão leves Que não sois ondas sequer, Horas, dias, anos, breves Passam — verduras ou neves Que o mesmo sol faz morrer. Gastei tudo que não tinha Sou mais velho do que sou. A ilusão, que me mantinha, Só no palco era rainha; Despiu-se, e o reino acabou. Leve som das águas lentas, Gulosas da margem ida, Que lembranças sonolentas De esperanças nevoentas! Que sonhos o sonho e a vida! Que fiz de mim? Encontrei-me Quando estava já perdido. Impaciente deixei-me Como a um louco que teime No que lhe foi desmentido. Som morto das águas mansas Que correm por ter que ser, Leva não só as lembranças, Mas as mortas esperanças — Mortas, porque hão-de morrer. Sou já o morto futuro. Só um sonho me liga a mim — O sonho atrasado e obscuro Do que eu devera ser — muro Do meu deserto jardim. Ondas passadas, levai-me Para o olvido do mar! Ao que não serei legai-me, Que cerquei com um andaime A casa por fabricar.
Fernando Pessoa (Poems of Fernando Pessoa)
Você finalmente encontrou o caminho para seu crescimento, para sua evolução. É uma estrada longa, mas vale a pena ser trilhada, com calma, com alegria, um dia de cada vez, sem medo ou ansiedade. Deixando fluir o amor em sua vida, aprenderá a superar todos os obstáculos do caminho. Ao invés de temer as dificuldades, aprenderá com elas, para se tornar mais forte, para crescer e continuar se aperfeiçoando. É um movimento constante e infinito de aprendizado e crescimento. Não precisa pensar no amanhã, no depois, apenar seguir em frente, ajudando, aprendendo, servindo e amando.
Sandra Carneiro (Todas as flores que eu ganhei (Portuguese Edition))
I. você vai passar em meio às pessoas que simplesmente não podem esperar para ver você fracassar. II. existirão muitas vezes nas quais você fracassará (miseravelmente). III. mas suas derrotas são apenas o que aconteceu... elas não têm que ser quem você é. IV. tudo o que você pode fazer é pegar aqueles erros & usá-los como fertilizantes que ajudem você a crescer. V. você tem que continuar indo em frente não importa o que as vozes delas digam. – a vida ainda vale ser vivida.
Amanda Lovelace (The Princess Saves Herself in This One (Women Are Some Kind of Magic, #1))
— Quer saber por que o seu pai não fica por perto? As lágrimas fazem meu nariz arder, mas assinto. Essa é a pergunta que eu nunca deixei de me fazer, por mais que doa. — Porque você vê como ele é — diz Miles. — E o seu pai não consegue suportar isso. E o Peter é a mesma merda com figurino diferente, tão entediado com ele mesmo que se convenceu de que estar com alguém como a Petra iria transformar ele em outra pessoa, sem precisar, sei lá, ter coragem pra tentar tomar ácido. — Ele ficou entediado comigo, Miles — retruco. — Se tivesse a ver com você — insiste ele —, o Peter poderia ter terminado o noivado. Em vez de mudar a vida toda. O que aconteceu tem a ver com ele. Eu já fui esse cara várias vezes, com várias pessoas que eu não merecia. É fácil ser amado por quem nunca viu você ferrar com tudo. Com quem você nunca tem que se desculpar, e que ainda acha que todos as suas “loucuras” são um charme. Miles faz uma pausa antes de continuar. — É fácil estar perto de pessoas que não te conhecem. E, assim que alguém começa a te decifrar, assim que você deixa de ser perfeito, é mais fácil fugir, passar para a próxima pessoa. Encontrar alguém novo com quem você possa ser descolado, divertido, descontraído. — Então é isso? — Minha voz sai embargada. — Eu faço as pessoas se sentirem na pior versão delas. — Daphne, não. — Miles me puxa para junto dele e enfia o rosto no meu pescoço. — Meu Deus, não. — Quando ele recua, vejo covinhas de tensão marcando o maxilar com a barba por fazer. — Escuta. Eu sempre quis ser essa pessoa divertida, fácil de lidar, sem bagagem, mesmo com a Petra. Mas depois de um tempo alguém finalmente vê a gente como a gente é, ou não vê, e as duas possibilidades são uma merda. Porque, se a pessoa vê a gente de verdade e não somos o que ela esperava, ela cai fora. E, se ela nunca vê a gente de verdade... é pior. Porque aí estamos completamente sozinhos. Uma nova pausa. — E eu amava a Petra — continua então —, mas no fundo sabia que, assim que as coisas parassem de ser divertidas, ela iria embora. E ela foi. Encontrou alguma coisa mais romântica, mais perfeita, só mais. Acho que você é a primeira pessoa que me vê de verdade. Que vai além do que eu quero que as pessoas vejam. Miles fica em silêncio por mais um instante. — Você faz as pessoas de quem você gosta se sentirem como... — Ele faz uma pausa. — Como se você quisesse tudo delas. Não só as partes boas. E isso é assustador pra alguém que passou a vida inteira evitando essas outras partes de si mesmo. — Eu não quero fazer as pessoas fugirem de mim apavoradas — digo, a garganta doendo. Miles balança a cabeça. — Vale a pena ficar assustado. Acredita em mim. Por você, vale a pena.
Emily Henry (Funny Story)
Não me deixe rezar por proteção contra os perigos, mas pelo destemor em enfrentá-los. Não me deixe implorar pelo alívio da dor, mas pela coragem de vencê-la. Não me deixe procurar aliados na batalha da vida, mas a minha própria força. Não me deixe suplicar com temor aflito para ser salvo, mas esperar paciência para merecer a liberdade. Não me permita ser covarde, sentindo sua clemência apenas no meu êxito, mas me deixe sentir a força de sua mão quando eu cair.” Rabindranath Tagore
Ana Cláudia Quintana Arantes (A Morte é um Dia Que Vale a Pena Viver)
Que venga ya la muerte: estoy cansado de ver hecho un mendigo al que más vale, y que el don nadie vista con boato, y al cándido lo engañe el miserable, y que el honor recaiga en el indigno, y que el perfecto sufra la desdicha, y la doncella se hunda en el lubridio, y al fuerte lo invaliden las intrigas, y que la autoridad censure el arte, y la locura cure lo sensato, y tachen de simpleza a las verdades, y viva el bien cautivo de lo malo. Mas en la muerte no hallaré reposo si, muerto yo, mi amor se queda solo.
William Shakespeare
Se que lo nuestro esta jodido, ¿vale? Yo soy impulsivo, tengo mal carácter y tú me calas mas hondo que cualquiera. Actúas como si me odiaras y al minuto siguiente me necesitaras. Nunca hago nada bien, y no te merezco..., pero estoy jodidamente enamorado de ti, Abby. Te quiero mas de lo que he querido a nadie o a nada jamás. Cuando estoy contigo no necesito beber, ni dinero, ni pelear, ni los líos de una noche..., solo te necesito a ti. No pienso en nada más. No sueño con nada mas. Eres todo lo que quiero.
Jamie McGuire (Beautiful Disaster (Beautiful, #1))
Tenho um cachorro temporário, todo torto, com os pelos eriçados e o rabinho trêmulo. Exploramos juntos as ruas, vamos ao parque correr; conhecemos os outros cães, mastins desanimados, labradores festivos, cavalier kings charles spaniels tímidos e os milhares de cruzamentos imprevisíveis dos nascidos de amores clandestinos enquanto os donos, que nunca sabem de nada, olham para o outro lado. O mundo nunca me pareceu tão vasto. Aproveitamos o dia e eu não trocaria esta nova vida pela de mais ninguém. Não poderia invejar ninguém; a vida que estou vivendo, agora que examinei os mínimos detalhes, agora que não tento fazê-la parecida com algum tipo de ideal inatingível, é tão minha que não posso cotejá-la com nenhuma outra, em nenhuma régua de comparação. Infinitas são as coisas que não tenho, infinitas também as que não conheço; mas desde que perdi minhas velhas certezas e aprendi a me sujeitar às regras das escolas antigas, reencontrei um prazer perdido há muito tempo. O de aprender, de tentar, de virar meus pensamentos do avesso, de descobrir que estava errando e que só o fato de descobrir isso é uma oportunidade para tentar fazer um pouco melhor. Perdi muito, e entre as coisas perdidas há também aquelas que eu pensava controlar, possuir, saber: mas isso pelo menos me dá a chance de continuar a procurar, a demandar, a estudar, a espiar a vida de todos os ângulos. Vivo buscando algo que não sei; talvez apenas a felicidade de continuar a buscar. Penso nas palavras de Sócrates: uma vida sem busca não é digna de ser vivida. Caminho com o Cão pelas ruas do bairro, não tenho nada de meu, sou feliz. Quem sabe eu tenha aprendido a viver um pouco a partir dos filósofos antigos; e talvez seja isso, afinal, o que vale a pena contar.
Ilaria Gaspari (Lezioni di felicità: Esercizi filosofici per il buon uso della vita)
Torna-se preciso sentir. Entender o que sua sensibilidade deseja, o que sua alma precisa, para direcionar suas escolhas em qualquer setor de sua vida. Esse caminho você terá de percorrer sozinho. Ninguém terá capacidade para sentir o que seria bom na sua vida. Em sua busca pessoal, você pode colher informações, dicas de experiências de pessoas vencedoras, ler bons livros, inspirar-se, tudo isso pode somar, ajudar, mas o fator determinante de suas escolhas deve ser sempre o que você sente, o que faz sentido para o seu espírito. Porque só você tem capacidade para explorar o seu mundo interior, só você tem o dom de aprofundar-se no mar, nem sempre calmo, de suas necessidades íntimas e descobrir o ponto de equilíbrio. Trabalhar para essa conquista vale a pena. Trata-se da conquista da sua paz, do seu progresso, da sua felicidade. Pode haver alguma coisa mais importante em sua vida? Olhe
Zíbia Gasparetto (Vá em frente!)
A experiência do tempo pode passar despercebida, mas também podemos viver um momento que dure cinco minutos e que seja tão incrível, tão especial que se tornará eterno em nossa lembrança.
Ana Cláudia Quintana Arantes (A Morte É Um Dia Que Vale a Pena Viver)
Há uma diferença, atenção, entre uma coisa que é cara e uma coisa que tem um preço alto. Caro é aquilo que não vale. Há coisas na nossa vida cujo custo é alto, mas que não são caras. Há várias coisas que você e eu gostamos de ter cujo preço é mais alto, porém não são caras. Caro é aquilo cujo preço é muito superior ao que vale, é quando você diz: “Isto não vale tudo isso”.
Mario Sergio Cortella (Felicidade: Modos de Usar)
Como também ocorre com os índios e os negros, a mulher é inferior, mas ameaça. "É preferível a maldade do homem à bondade da mulher", advertia o Eclesiastes (42,14). E Ulisses sabia muito bem que precisava prevenir-se do canto das sereias, que cativam e desgraçam os homens. Não há tradição cultural que não justifique o monopólio masculino das armas e da palavra, nem há tradição popular que não perpetue o desprestígio da mulher ou que não a aponte como um perigo. Ensinam os provérbios, transmitidos por herança, que a mulher e a mentira nasceram no mesmo dia e que palavra de mulher não vale um alfinete, e na mitologia rural latino-americana são quase sempre fantasmas de mulheres, as temíveis almas penadas, que por vingança assustam os viajantes nos caminhos. No sono e na vigília, manifesta-se o pânico masculino diante da possível invasão dos territórios proibidos do prazer e do poder. E assim sempre foi pelos séculos dos séculos.
Eduardo Galeano (Mujeres)
O Jogo Do Xadrez Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia Tinha não sei qual guerra, Quando a invasão ardia na Cidade E as mulheres gritavam, Dois jogadores de xadrez jogavam O seu jogo contínuo ... Ardiam casas, saqueadas eram As arcas e as paredes, Violadas, as mulheres eram postas Contra os muros caídos, Traspassadas de lanças, as crianças Eram sangue nas ruas... Mas onde estavam, perto da cidade, E longe do seu ruído, Os jogadores de xadrez jogavam O jogo do xadrez. Inda que nas mensagens do ermo vento Lhes viessem os gritos, E, ao reflectir, soubessem desde a alma Que por certo as mulheres E as tenras filhas violadas eram Nessa distância próxima, Inda que, no momento que o pensavam, Uma sombra ligeira Lhes passasse na fronte alheada e vaga, Breve seus olhos calmos Volviam sua atenta confiança Ao tabuleiro velho. Quando o rei de marfim está em perigo, Que importa a carne e o osso Das irmãs e das mães e das crianças? . Quando a torre não cobre A retirada da rainha branca, O saque pouco importa. E quando a mão confiada leva o xeque Ao rei do adversário, Pouco pesa na alma que lá longe Estejam morrendo filhos. Caiam cidades, sofram povos, cesse A liberdade e a vida, Os haveres tranquilos e avitos Ardem e que se arranquem, Mas quando a guerra os jogos interrompa, Esteja o rei sem xeque, E o de marfim peão mais avançado Pronto a comprar a torre. O que levamos desta vida inútil Tanto vale se é A glória; a fama, o amor, a ciência, a vida, Como se fosse apenas A memória de um jogo bem jogado E uma partida ganha A um jogador melhor. A glória pesa como um fardo rico, A fama como a febre, O amor cansa, porque é a sério e busca, A ciência nunca encontra, E a vida passa e dói porque o conhece... O jogo do xadrez Prende a alma toda, mas, perdido, pouco Pesa, pois não é nada. Ah! sob as sombras que sem querer nos amam, Com um púcaro de vinho Ao lado, e atentos só à inútil faina Do jogo do xadrez, Mesmo que o jogo seja apenas sonho E não haja parceiro, Imitemos os persas desta história, E, enquanto lá por fora, Ou perto ou longe, a guerra e a pátria e a vida Chamam por nós, deixemos Que em vão nos chamem, cada um de nós Sob as sombras amigas Sonhando, ele os parceiros, e o xadrez A sua indiferença. -Ricardo Reis
Fernando Pessoa (Poems of Fernando Pessoa)
Um paciente de 32 anos procurou o terapeuta Richard Crowley: — Não consigo parar de chupar o dedo — disse. — Não ligue para isso — respondeu Crowley. — Mas chupe um dedo diferente a cada dia da semana. A partir deste momento o paciente — toda vez que levava a mão à boca — era instintivamente obrigado a escolher o dedo que devia ser objeto de sua atenção naquele dia. Antes que a semana terminasse, estava curado. — Quando o mal torna-se um hábito, fica difícil lidar com ele — conta Richard Crowley. — Mas, quando ele passa a nos exigir atitudes novas, decisões, escolhas, então temos consciência de que não vale tanto esforço.
Paulo Coelho (Maktub)
Digo isso sem o menor constrangimento. Qualquer homem respeitável de nosso tempo é e deve ser covarde e escravo. Essa é sua condição normal. Disso, estou profundamente convencido. Ele é feito assim e é projetado para isso. E não só no presente, por força de circunstâncias acidentais, mas sim em geral, em todos os tempos, o homem respeitável tem de ser covarde e escravo. É uma lei da natureza de todas as pessoas respeitáveis do mundo. E se acontecer de algum deles bancar o valente com alguma coisa, nem isso vai servir de consolo ou fonte de entusiasmo: de um jeito ou de outro, ele vai acabar se acovardando diante de outras coisas. Essa é a única e eterna conclusão. Só os burros e suas crias aberrantes bancam os valentes, mas mesmo eles só fazem isso até topar com o já mencionado muro. Não vale a pena dar atenção a eles, porque não significam rigorosamente nada.
Fyodor Dostoevsky (Memórias do subsolo (Portuguese Edition))
[...]Dou-vos ainda este outro [livro], de que gosto muito mais, A Grande Obra dos Filósofos, que foi composto por um dos mais fortes espíritos do Sol. Nele, o autor prova que todas as coisas são verdadeiras e mostra a maneira de unir fisicamente as verdades de cada oposição, como, por exemplo, que o branco é preto e o preto é branco; que se pode ser e não ser ao mesmo tempo; que pode haver uma montanha sem vale; que o nada é alguma coisa e que todas as coisas que existem não existem. Mas observai que ele prova esses inauditos paradoxos sem nenhuma razão capciosa nem fraudulenta.[...]
Cyrano de Bergerac (Voyage dans la Lune)
Pero ¿para qué sirven todas estas cosas inútiles que los hombres hemos creado, sino para tormento de nosotros mismos? ¿Vale acaso realmente el estado en que sa encuentra una mujer antes del matrimonio? ¿Por qué seremos tan estúpidos que creemos que la honra de una mujer, y, a veces, de una familia radica en una frágil membrana? ¿Vale aquella tanto como creemos? No, no vale, esa es la verdad. Lo que importa es la comprensión, la armonía, la fidelidad. Una perdida prostituta, levantada del fango, puede ser mas fiel y hacer más feliz a su marido que la más inmaculada de las mujeres que van íntegras al matrimonio... Una mujer golpeada por la vida puede resultar mejor que una niña... Si me tocara casarme nuevamente, tal vez lo mismo me daría tomar por esposa a una doncella que a una mujer del arroyo, purificada a través del sufrimiento…
Nelson Estupiñán Bass (Cuando los guayacanes florecían)
A estrepolia extrapola: misériadiscórdia! Saicaco de cadaboca. Um cisne maquina o último canto, uma fênix fez das suas. Aviso. Extremamente única, a avis rara — exemplário, o inexistente modelar. Partes fudendas, partes infidelium: artes fidelitatum! Já não vi tudo. Hoje é assim. Antes assim fosse. Alguém pensou aqui. Já pensou nisso? Dedico-me. Parece mais verdadeiro, conforme confere. Percorre um discurso, me perco já já. Oponha a memória, inaugure a máscara: risquezas desargonizantes. Per capítulo de porco! Intendência, atendo aqui. Só eu sei dizer, nem sei fazer: faz-se. Não mudei em nada, não toquei em coisa alguma, não alterei nenhuma identidade. Já melhorou o filósofo ilustre em trevas. Lauto juntar. Somos assim: nemo id negat. Laetare aleluia: alegria de quem pensa vendo tudo passando dos limites. Boas novas, estrelas várias desesclarilham, vem vindo aqui. Experímetro: ruminar o rumor, o motor movendo. A verdade vem saindo mais ampla que convinha. Tudo já era passado, não sei se me afobo. A todo preoculpado, o seu cuidado: tortura, torturado! Meu nome é este, não diga outro. Nada esperem de mim os desesperados. Bem feito para o caracolega, sem jeito para morrer. Atortormentava os fantasmas que habitam os mármores e marfins da lógica, fazendo tudo dar certo: leva tempo mas chega. Vale a penúria? Ave et valéria! Penso desbragadamente: chega de dar na estica. Aceito o seu mau jeito: não vai dar para saber. Alguma novidade? Uma ova. Agora é que são elas, distraio-me fazendo. A verdade é o que há de eterno na notícia. Línguas antigas falam na lógica. Super re tam abhorrenti a fide, o real — assíduo no desverdadeiro, ou é outro desses truques malabares? Que é que estão esperando? Dubitatores, quem cochicha — conhece, um quiproqual sofístico.
Paulo Leminski (Catatau (Portuguese Edition))
A entropia refere-se ao nível de desordem de um sistema. É um conceito da física termodinâmica, mas que se usa frequentemente como recurso metafórico para descrever o comportamento natural de um sistema. Sistemas não se organizam de forma espontânea. É preciso injetar energia que se contraponha a sua inclinação natural rumo à desordem. Como elementos do sistema, as pessoas precisam se auto-organizar em torno dos resultados desejados. Isso se dá por meio de mecanismos táticos coordenados que as próprias pessoas criam. Elas o fazem com o intuito de reduzir a discrepância de propósito do sistema ao longo do tempo.
Alisson Vale (A Fórmula da Eficácia (Portuguese Edition))
El sentimiento te coloniza. Todo se convierte en un dato que analizar, es algo ostensible de ser desmenuzado en busca de la menor esperanza que aliente el desasosiego porque, por mas inquieta que te notes cualquier detalle se convertirá en fuente de animo: hará que sientas que vale la pena, que no estas loca, que no tienes porque abandonar.
Elizabeth Benavent