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Contudo, dois anos após a morte de Marco Polo, em 1329, algo aconteceu nas estepes para onde ele viajara, e no vale do rio Amarelo chinês, que fez com que tudo mudasse.
Uma estranha epidemia estava a dizimar vastos números de pessoas. Em 1345, chegara à costa chinesa. Em 1346, estava na Crimeia, onde o pai e o tio de Marco haviam negociado e iniciado a sua viagem épica. No ano seguinte, a Peste Negra, transportada em navios e provavelmente por ratos, propagou-se ao Mediterrâneo. Em Março de 1348, os venezianos morriam à razão de seiscentos por dia. Barcaças seguiam para as ilhas remotas carregadas de cadáveres para serem sepultados. A maioria dos médicos já morrera também. Esse mesmo intercâmbio de mercadorias, gente e histórias que possibilitara a ascensão da impiedosa república marítima estava agora a cobrar vingança. Estima-se que tenham morrido três quintos de todos os venezianos e que cinquenta das suas famílias aristocratas se tenham extinguido para sempre.
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Andrew Marr (História do Mundo (Vol. 3))