Mulher Forte Quotes

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quem soube de mim em outros tempos já não sabe de mim agora pois quando me quebraram meus pedaços foram arrumando novos lugares mais lindos e mais fortes pra se encaixar nessa mulher que hoje escreve com punhos firmes e nenhuma culpa de existir como bem quer
Ryane Leão (Tudo nela brilha e queima)
Quem é esta mulher? De cabelo cor de fogo Olhos sábios como os de uma coruja Mãos fortes como as de um guerreiro Delicadas como as de uma mãe, Toda ela é guerra por fora E bondade por dentro Segue o seu rumo O seu nome é Blackthorn" "Quem é este homem? Força nas mãos Verdade nos olhos Amor no coração Honra no seu espírito O nome dele é Grim
Juliet Marillier (Den of Wolves (Blackthorn & Grim, #3))
Mulheres são como saquinhos de chá: você nunca sabe o quanto elas são fortes, até colocá-las na água quente.
Eleanor Roosevelt
Algumas das pessoas mais fortes que eu conheço são mulheres.
Nora Sakavic (The Raven King (All for the Game, #2))
Algumas mulheres são fortes o bastante para acreditarem nelas mesmas, mas eu precisei da sua ajuda para acreditar em mim. Talvez eu tenha resistido a uma grande tentação, mas foram as pequenas que acabaram me derrubando.
Edith Wharton (A Casa da Alegria)
eu as encaro, sou verdadeiramente grata por essas mulheres em minha vida. Elas são tão diferentes de mim, mas eu não gostaria que elas fossem iguais. Eu as amo por todas as suas esquisitices e por todos os seus pontos fortes.
Krista Ritchie (Some Kind of Perfect (Calloway Sisters, #5))
(...) pois nas mulheres, e em particular nas do nosso tipo, por melhor que seja a disposição dos nossos corações, há sempre uma parte rainha que se autogoverna e que tem suas próprias razões de Estado, e dentre estas a mais forte é a que manda jamais se confundir a vontade com o ato.
John Cleland (Fanny Hill, or Memoirs of a Woman of Pleasure)
Você deve ser forte, desejei convencê-lo. Deve pensar mais como eu. Ela é real, sim, mas também é uma invenção, um desejo derivado de sua própria necessidade. Em sua solidão, você se apegou ao primeiro rosto que chamou sua atenção. Poderia ter sido qualquer uma, você sabe. Afinal, é um homem, meu caro. Ela é apenas uma mulher e existem milhares iguais espalhadas por esta grande cidade.
Mitch Cullin (Sr. Holmes (Portuguese Edition))
Então", concluiu certa manhã, "essa gente não é o que parece ser." "De jeito nenhum, na maioria das vezes são excelentes em seus trabalhos. Mas quanto ao resto são ávidos, sentem prazer em fazer mal, estão do lado dos mais fortes e se encarniçam contra os fracos, formam bandos para combater outros bandos, tratam as mulheres como cadelinhas de passeio, assim que podem lhes dizem obscenidades e lhes metem a mão, exatamente como em nossos ônibus daqui.
Elena Ferrante (The Story of the Lost Child (Neapolitan Novels, #4))
Nos seus tempos de estudante, afirmava que, se as únicas alternativas que restavam a uma mulher eram morrer de fome, prostituir-se ou atirar-se de uma ponte, então por certo a prostituta, que manifesta o instinto de sobrevivência mais obstinado, devia ser considerada mais forte e sã de espírito do que as suas irmãs mais frágeis e já falecidas. Era preciso decidir, sublinhara ele: se as mulheres são seduzidas e abandonadas, parte-se do príncipio de que enlouquecem, mas se sobrevivem, e seduzem por sua vez, então é porque já eram loucas à partida.
Margaret Atwood (Alias Grace)
Ah! Quantos males nos afligem hoje! O povo todo foi contagiado e já não pode a mente imaginar recurso algum capaz de nos valer! Não crescem mais os frutos bons da terra; mulheres grávidas não dão à luz, aliviando-se de suas dores; sem pausa, como pássaros velozes, mais rápidas que o fogo impetuoso as vítimas se precipitam céleres rumo à mansão do deus crepuscular. Tebas perece com seus habitantes e sem cuidados, sem serem chorados, ficam no chão, aos montes, os cadáveres, expostos, provocando novas mortes. Esposas, mães com seus cabelos brancos, choram junto aos altares, nos degraus onde gemendo imploram compungidas o fim de tão amargas provações. E o hino triste repercute forte ao misturar-se às vozes lamentosas.
Sophocles (Oedipus Rex (The Theban Plays, #1))
- Então Guinevere quebrou o juramento do matrimônio - disse Nimue. - Você acha que ela foi a primeira? Ou acha que isso a torna uma prostituta? Nesse caso a Britânia está cheia de prostitutas até a borda. Ela não é prostituta, Derfel. Ela é uma mulher forte que nasceu com mente rápida e boa aparência, e Artur amou a aparência e não quis usar a mente dela. Não a deixou torná-lo rei, por isso ela se voltou para aquela religião ridícula. E tudo que Artur fazia era dizer como ela seria feliz quando ele pudesse pendurar Excalibur e começar a criar gado! - Nimue riu da ideia. - E como nunca ocorreu a Artur ser infiel, ele jamais suspeitou de Guinevere. O resto de nós suspeitava, mas não Artur. Ele vivia se dizendo que o casamento era perfeito, e o tempo todo estava a quilômetros de distância e a boa aparência de Guinevere atraía homens como a carniça atrai moscas. E eram homens bonitos, homens inteligentes, homens bem-humorados, homens que queriam o poder, e um era um homem bonito que queria todo o poder que conseguisse agarrar, por isso Guinevere decidiu ajudá-lo. Artur queria um curral de vacas, mas Lancelot quer ser Grande Rei da Britânia, e Guinevere acha esse um desafio mais interessante do que criar vacas ou limpar a merda dos bebês. E aquela religião idiota a encorajou. Árbitra dos tronos! - Ela cuspiu. - Guinevere não estava dormindo com Lancelot porque era uma prostituta, seu grande idiota, estava dormindo com ele pra fazer de seu homem o Grande Rei.
Bernard Cornwell (Enemy of God (The Warlord Chronicles, #2))
Aproximávamo-nos agora da floresta enquanto a estrada ia descrevendo uma volta quando demos pelas pegadas de um homem. Depois de outro homem que trazia botas. As marcas mostravam ligeiros sinais de chuva e parámos o carro para ver melhor a pé. - Tu e eu – disse a Ngui. - Sim – disse ele com um sorriso – Um deles tem pés grandes e caminha como se estivesse cansado. - Um está descalço e anda como se a espingarda fosse pesada demais para ele. Pára o carro – disse a Mthuka. Descemos. - Olha – disse Ngui. – Um anda como se fosse muito velho e mal pudesse ver. O que está calçado. - Olha – disse eu – O que está descalço anda como quem tem cinco mulheres e vinte vacas. Gastou uma fortuna em cerveja. - Não vão chegar a lado nenhum – disse Ngui – Olha, o que vai calçado anda como se fosse morrer de um momento para o outro. Vai a cambalear com o peso da espingarda. - Que achas que andam a fazer por estes lados? - Como é que hei-de saber? Olha, o dos sapatos agora está mais forte. - Está a pensar na shamba – disse Ngui. - Kwenda na shamba. - Ndio – confirmou Ngui – Que idade dás tu ao mais velho, o dos sapatos? - Não tens nada com isso – disse eu. Dirigimo-nos para o carro e quando ele se aproximou subimos e eu indiquei a Mthuka a orla da floresta. O condutor ria-se e abanava a cabeça. - Que é que andavam os dois ali a fazer a seguir as vossas pegadas? – disse Miss Mary – Já sei que era muito engraçado porque todos se estavam a rir. Mas pareceu-me bastante parvo
Ernest Hemingway (True at First Light)
guia, Sra. Saeki, tem cerca de 45 anos e é magra. É também alta em comparação às demais mulheres da sua geração. Usa vestido verde com um cardigã creme claro jogado sobre os ombros. Seu porte é elegante. Seus cabelos, longos, estão arrebanhados frouxamente na nuca. O rosto é delicado e inteligente. Tem olhos bonitos. E também um sorriso suave como uma sombra brincando sempre em seus lábios. Um sorriso que não sei descrever direito, mas que me parece conclusivo. Lembra uma pequena e ensolarada poça de luz, de formato único e que só se encontra em lugares secretos. No jardim de minha casa em Nogata, havia um cantinho e uma poça semelhantes, e desde muito pequeno sempre os amei. A Sra. Saeki desperta em mim uma sensação forte, mas, ao mesmo tempo, de comovente nostalgia. Como seria bom se ela fosse minha mãe, penso eu. O mesmo pensamento me ocorre toda vez que vejo uma mulher bonita (ou apenas simpática) de meia-idade. Como seria bom se ela fosse minha mãe… Mas nem é preciso dizer, a chance da Sra. Saeki ser minha mãe é praticamente nula. Mas do ponto de vista teórico a possibilidade existe, embora mínima. Afinal, não conheço nem o rosto nem o nome da minha mãe. Em outras palavras, não existe nenhuma razão para ela não ser minha mãe. Da visita guiada participamos apenas eu e um casal de meia-idade proveniente de Osaka. A mulher é rechonchuda e usa óculos de grau forte. O marido é magro e seu cabelo, duro, parece ter sido deitado à força com cerdas de ferro. Os olhos finos e as maçãs de rosto largas trazem à mente certas figuras esculpidas de ilhas meridionais, sempre a fitar o horizonte com intensa ferocidade. A mulher assume a maior parte do diálogo; o marido apenas murmura respostas automáticas. Além disso, acena a cabeça em concordância, emite exclamações admiradas e vez ou outra resmunga palavras soltas, ininteligíveis. O vestuário de ambos é mais apropriado para escalar montanhas do que para visitar bibliotecas: colete impermeável cheio de bolsos, sapatos de meio-cano fechados
Haruki Murakami (Kafka à Beira-Mar)
- O quê? - fez indignado Flores, erguendo-se, num só e rápido movimento, da cadeira, e deixando a xícara sobre a mesa. - Pois tu não sabes quem sou eu, quem é Leonardo Flores? Pois tu não sabes que a poesia para mim é a minha dor e é a minha alegria, é a minha própria vida? Pois tu não sabes que tenho sofrido tudo, dores, humilhações, vexames, para atingir o meu ideal? Pois tu não sabes que abandonei todas as honrarias da vida, não dei o conforto que minha mulher merecia, não eduquei convenientemente meus filhos, unicamente para não desviar dos meus propósitos artísticos? Nasci pobre, nasci mulato, tive uma instrução rudimentar, sozinho completei-a conforme pude; dia e noite lia e relia versos e autores; dia e noite procurava na rudeza aparente das coisas achar a ordem oculta que as ligava, o pensamento que as unia; o perfume à cor, o som aos anseios de mudez de minha alma; a luz à alegoria dos pássaros pela manhã; o crepúsculo ao cicio melancólico das cigarras - tudo isto eu fiz com sacrifício de coisas mais proveitosas, não pensando em fortuna, em posição, em respeitabilidade. Humilharam-me, ridicularizaram-me, e eu, que sou homem de combate, tudo sofri resignadamente. Meu nome afinal soou, correu todo este Brasil ingrato e mesquinho; e eu fiquei cada vez mais pobre, a viver de uma aposentadoria miserável, com a cabeça cheia de imagens de ouro e a alma iluminada pela luz imaterial dos espaços celestes. O fulgor do meu ideal me cegou; a vida, quando não me fosse traduzida em poesia, aborrecia-me. Pairei sempre no ideal; e se este me rebaixou aos olhos dos homens, por não compreender certos atos desarticulados da minha existência; entretanto, elevou-me aos meus próprios, perante a minha consciência, porque cumpri o meu dever, executei a minha missão: fui poeta! Para isto, fiz todo o sacrifício. A Arte só ama a quem a ama inteiramente, só e unicamente; e eu precisava amá-la, porque ela representava, não só a minha Redenção, mas toda a dos meus irmãos, na mesma dor. Louco?! Haverá cabeça cujo maquinismo impunemente possa resistir a tão inesperados embates, a tão fortes conflitos, a colisões com o meio tão bruscas e imprevistas? Haverá?
Lima Barreto (Clara dos Anjos)
Pois o que sentira por sua mulher e a ela o cingia, via bem, agora que ela se fora, que se lhe chegou a confundir com o rotineiro da vida diária, que o respirara nas mil insignificâncias do viver doméstico, que lhe foi como o ar que se respira e pelo qual não se dá, mas sim nos momentos de angústia asfixia quando nos falta. (...) Aí compreendeu como o amor é mais forte que a vida e que a morte e domina o antagonismo destes; como o amor faz morrer a vida e viver a morte; como ele vivia agora a morte de sua Rosa e morria na sua própria vida.
Miguel de Unamuno (La tía Tula)
- Serão todas as mulheres mais fortes e melhores do que eu? - Sim - respondeu ele.
Christopher Moore (Lamb: The Gospel According to Biff, Christ’s Childhood Pal)
Quando recolhíamos ao quarto, alumiados pelo Gonçalves, passou por nós, bruscamente, no corredor, uma senhora, grande e branca, com um rumor forte de sedas claras, espalhando um aroma de almíscar. Era a inglesa do senhor barão. No meu leito de ferro, desperto pelo barulho das seges, eu pensava nela, rezando Ave-Marias. Nunca roçara corpo tão belo, de um perfume tão penetrante; ela era cheia de graça, O Senhor estava com ela, e passava, bendita entre as mulheres, com um rumor de sedas claras. . .
Eça de Queirós (A Relíquia)
todas nós seguimos em frente quando percebemos como são fortes e admiráveis as mulheres à nossa volta
Rupi Kaur (milk and honey)
Era disso que sua família precisava, uma mulher forte para colocar as coisas nos eixos e não permitir que todos caíssem em desgraça.
Glau Kemp (Quando o mal tem um nome)
a construção da mulher negra como inerentemente forte era desumana, Somos fortes porque o Estado é omisso, porque precisamos enfrentar uma realidade violenta. Internalizar a guerreira, na verdade, pode ser mais uma forma de morrer. Reconhecer fragilidades, dores e saber pedir ajuda são formas de restituir as humanidades negadas. Nem subalternizada nem guerreira natural: humana.
Djamila Ribeiro (Quem Tem Medo do Feminismo Negro?)
Então, de uma forma literal, os homens governam o mundo. Isso fazia sentido há mil anos. Os seres humanos viviam num mundo onde a força física era o atributo mais importante para a sobrevivência; quanto mais forte a pessoa, mais chances ela tinha de liderar. E os homens, de uma maneira geral, são fisicamente mais fortes. Hoje, vivemos num mundo completamente diferente. A pessoa mais qualificada para liderar não é a pessoa fisicamente mais forte. É a mais inteligente, a mais culta, a mais criativa, a mais inovadora. E não existem hormônios para esses atributos. Tanto um homem como uma mulher podem ser inteligentes, inovadores, criativos. Nós evoluímos. Mas nossas ideias de gênero ainda deixam a desejar.
Chimamanda Ngozi Adichie (We Should All Be Feminists)
Tem um lado mau – o mais forte e o que predominava embora eu tenha tentado esconder por causa de você – nesse lado forte eu sou uma vaca, sou uma cavala livre e que pateia no chão, sou mulher da rua, sou vagabunda – e não uma ‘letrada’. Sei que sou inteligente e que às vezes escondo isso para não ofender os outros com minha inteligência, eu que sou uma subconsciente.
Clarice Lispector (As Palavras)
Especialmente os adolescentes e os jovens, que sentem impelente a chamada do amor dentro de si, têm necessidade de ser libertados do preconceito difundido de que o cristianismo, com os seus mandamentos e as suas proibições, coloca demasiados obstáculos à alegria do amor, e sobretudo que impede que se aprecie plenamente aquela felicidade que o homem e a mulher encontram no seu amor recíproco. Pelo contrário, a fé e a ética cristãs não querem sufocar o amor, mas torná-lo sadio, forte e verdadeiramente livre: é precisamente este o sentido dos Dez Mandamentos, que não são uma série de "nãos", mas um grande "sim" ao amor e à vida.
Bento XVI
Mulheres são os melhores juízes de mulheres. Disseram filósofos e moralistas, uns grandes santos como S. Paulo, e outros grandes ateus como Voltaire, que a mulher é um ser exuberante de sensibilidade, e apoucado de raciocínio. Daí vem o denegarem-lhe acesso às ciências abstractas, às políticas, aos parlamentos, ao magistério, às regiões intelectivas do maquinismo social, e mandaremnas cuidar dos filhos, e fiar na roca. Se o absurdo vinga, se, por alvitre grosseiro do mais forte, a mulher é um ente inepto para exercitar a razão, com que direito as julgamos e sentenciamos, segundo a razão, sendo as suas culpas demasias de sentimento. A injustiça é flagrante e odiosa. Privam-nas de razão para as excluírem das funções que a requerem; sentenciamnas pela razão, se o sentimento, seu dom essencial, as desvia do piso demarcado por ela. Isto é uma tirania, uma inquisição, uma crueza turca. A mulher não pode ser julgada por nós. Somos os senhores feudais da razão. A nossa alçada respira a prepotência do braço e cutelo. Estamos em insurreição permanente contra o santíssimo apostolado de Jesus, que baixou seu divino braço por igual sobre o homem e mulher. Não podemos superintender no foro do coração, porque a nossa jurisprudência é toda de cabeça, e o nosso código em pleitos de alma é estúpido ou hipócrita. Quem é o juiz da mulher? O homem que a despenha do abismo, onde a lançou o amor, ao abismo do opróbrio. É o homem, que lhe entalha o ferrete da ignomínia na face onde imprimira o beijo da perdição. O altar onde se adora uma mulher é ao mesmo tempo a asa onde ela se dá em holocausto. Pecadora por muito sentir e chorar, amar e crer, quando nos abre céus e céus de alegria e glória, abrimos-lhes nós o inferno dos desenganos, e o suplício extremo do descrédito. O mundo não as exija, mas afronta-as; o coração não as incrimina, mas agoniza na horrível soledade para onde a razão o desterra. E somos nós os juízes, porque entramos numa herança usurpada pela força primeiro, e legalizada depois pelo sofisma escrito. A mulher foi escrava do braço, antes de o ser da superioridade moral. Quando o homem chamou a ciência a dar um testemunho falso da sua primazia, a mulher, quebrantada pela escravidão do braço, não pôde remir-se com as forças do espírito. Ainda assim, o tirano, receoso da emancipação, fez em redor da escrava as trevas da ignorância, para que a razão da mulher não pudesse conceber da luz o germe que a reabilitasse. Pegou da formosa flor, cercou-a de estevas, cobriu-a de sombras por onde o sol não podia coar uma réstia reanimadora. Esta maquinação arteira sobreviveu a todas as borrascas sociais. Os fautores, e ainda os mártires da igualdade perante Deus e perante a lei, nunca proferiram uma palavra, nem verteram gota de sangue para o resgate moral da mulher. O Filho de Maria disse que a mulher era igual ao homem, e levou para o céu o segredo da sua emancipação. Ficámos nós cá, os açambarcadores do entendimento escrevendo livros, que sacrilegamente denominamos de moral derivada do Evangelho, e neles demarcamos a 47 profunda raia que estrema RAZÃO de SENTIMENTO. A razão para nós, o sentimento para elas. Se, todavia, o sentimento claudica nos preceitos da razão pautada e insofrida, condenamos a mulher pela culpa de se deixar perder na obscuridade, à míngua duma lâmpada que lhe negáramos.
Camilo Castelo Branco (O Que Fazem Mulheres)
Os dois professores que esperávamos entraram logo depois, e fomos os quatro juntos para a salinha do jantar, onde encontramos o jovem de quem já me falara. Fizeram-lhe rasgados cumprimentos e o trataram com um respeito tão profundo quanto o de um escravo ao seu senhor; perguntei a causa a meu gênio, que me respondeu que era por sua idade, porque naquele mundo os velhos rendiam toda espécie de honra e deferência aos jovens; mais ainda, que os pais obedeciam a seus filhos tão logo que, na opinião do Senado dos filósofos, tivessem atingido a idade da razão. “Espantai-vos”, continuou ele, “com um hábito tão contrário ao de vosso país? Todavia ele não repugna à sã razão, pois, em consciência, dizeime, quando um homem jovem e ardente possui a força de imaginar, julgar e executar, não é mais capaz de cuidar de uma família do que um fraco sexagenário? Este pobre embotado, cuja neve dos sessenta invernos enregelou a imaginação, guia-se pelo exemplo dos felizes resultados e todavia foi a sorte que os tornou possíveis contra todas as regras e toda a administração da prudência humana. Quanto ao julgamento, ele também é pouco, embora o comum dos homens em vosso mundo faça dele um apanágio da velhice; e para tirá-lo do engano, ele precisa saber que o que se chama prudência num velho não é mais do que um temor pânico, um medo horrível, que o obseda de empreender alguma coisa. Assim, meu filho, quando não enfrentou um perigo no qual um jovem se lançou, não é porque tivesse prejulgado a catástrofe, mas porque não possuía fogo suficiente para acender esses nobres impulsos que nos fazem ousar, e a audácia naquele jovem era como um penhor da vitória de seu desígnio, porque aquele ardor que faz a prontidão e a facilidade de uma execução era a que o impelia a empreendê-la. Quanto ao fato de executar, eu faria injustiça a vosso espírito se me esforçasse por convencê-lo com provas. Sabeis somente que a juventude é própria para a ação; e se não estais totalmente persuadido disso, dizei-me, peço-vos, quando respeitais um homem corajoso, não será porque ele pode vingar-vos de vossos inimigos ou de vossos opressores? Por que então ter-lhe ainda consideração senão pelo hábito, quando um batalhão de setenta janeiros tiver gelado seu sangue e o frio todos os nobres entusiasmos que animam as pessoas jovens diante da justiça? Quando tendes consideração pelo forte, não será para que vos seja agradecido por uma vitória de que não poderíeis disputar-lhe? Por que então submeter-vos a ele quando a preguiça tiver abatido seus músculos, debilitado suas artérias, evaporado seus espíritos e sugado a medula dos seus ossos! Se adorásseis uma mulher, não seria pela sua beleza? Por que então continuar as vossas genuflexões depois que a velhice fez dela um fantasma a ameaçar de morte os que estão vivos? Enfim, quando honráveis um homem de espírito, era porque com a vivacidade de seu gênio compreendia uma questão complicada e a esclarecia, porque distraía com sua fala elegante uma assembléia de elite, porque ordenava as ciências com um só pensamento, e porque nunca uma bela alma teve mais violentos desejos de a ele se assemelhar. E, contudo, continuais a homenageá-lo, quando seus órgãos gastos tornam sua cabeça imbecil e pesada e quando, em meio a um grupo, parecia mais, pelo seu silêncio, a estatueta de um Deus lar do que um homem capaz de pensar.
Cyrano de Bergerac (Voyage dans la Lune)
Estou habituada a homens fortes, mas de coração frio. Há pouco carinho. Há pouco interesse. Há pouca ousadia e há pouco tempo para romantismo. Sentimo-nos seguras, mas não nos sentimos bem. E é esse o vosso maior encanto: é esperarmos que, por trás do vosso olhar quente, exista um coração igualmente fogoso. Lembra-te sempre das mulheres do leste; não pelo que tiveram, mas pelo que esperaram de ti.
Gonçalo S. Neves
[…] Depois de algum tempo, de ter perguntado pelo Tô Manel a várias pessoas, lembrei-me de ir tentar a sorte no ponto de encontro. Meti-me na bicha e fui escutando os apelos que as pessoas iam fazendo em busca dos seus familiares: “me chamo Fololinda Gouveia, estou a precurar meu filho que desapareceu em oitenta e nove, nome dele mais conhecido é Joãozinho Gouveia, peço só nas pessoas que estão a me ouvir favor só de lhe falarem que mãe dele está lhe precurar, moro no Cazenga”; “Meu nome é André Sapanjo, estou a precurar minha mulher que fugiu com outro homem em noventa e dois, uma grande cabra!, perdão!, não era isso que queria dizer, faz só favor de cortar nesta parte, cabra era no antigamente, agora que estou com a palavra do Senhor no coração não lhe posso chamar nem de cabra nem de puta, ai! ai! ai!, corta, corta, corta só também nesta palavra de puta que é muito feia, já cortou?, hã, ok…, nome dela da minha santinha é Madalena, quero que ela volta, volta só mana Lena, minha fofinha, agora estou bem na vida, mijo forte, tenho carros nas lundas, aqui em Luanda tenho várias lojas e carros, vou te dar cama e mesa, vais ver só no amor que vou te dar, moro na Mabor!”; “Meu nome que me pusseram com ele no baptismo é Mana Maria Teresinha do Menino Jesus, diga?, juro mesmo é esse nome que me pusseram com ele!, me chamam também mana Teté, estou só a precurar no pai das crianças que ele me deixou quando quando foi na tropa em oitenta e nove, o nome dele?, o nome dele mesmo é Zeca, Zeca quê?, Zeca só!, o outro nome dele nunca lhe perguntei, mas está aqui foto dele, peço só para me falarem onde é que ele está, vivo ou morto!, Zeca vem só na casa, as crianças estão te chorar todos dias!, moro no Golfe perto da paragem dos autocarros.” Uma velha, de panos, falando umbundo, olhava atentamente para cãmera da TPA que fazia o registo dos apelos e gesticula como se estivesse a ver a imagem da pessoa que procurava reflectida no olhp da câmera: “ Onde é que andas meu Neto?, desde que foste na tropa não voltaste mais porquê?, te mataram nos bandidos ou quê?, fala só meu neto, fala, não faz mais sofrer na tua mãe e na tua avó, ouviste? Vem só na casa, estamos a morar na mesma casa aqui em Luanda, ele me ouviu né?, só logo a noite no Nação Coragem?, não faz mal, mas tenho certeza que está hora ele já me viu falar”. Quando chegou a minha vez exibi foto dele que dona Marília me tinha enviado com a carta, era uma foto muito antiga tirada nos anos sessenta que, talvez por isso, era capaz de não ajudar nada, o Tô hoje deve ter mais ou menos a minha idade, mas pronto, deixei a foto e a filiação dele, e acrescentei que ele devia de estar na província da Huíla, e a única forma de eu puder ser contactodo caso alguém soubesse do Tô era só memso na portária da Rádio. Pessoas que estvam por perto ainda se admiraram por um preto vir procurar paradeiro de um branco, por isso me olharam só dessas – as dúvidas. Sei que a foto dele passou várias vezes no Nação Coragem e depois, cerca de quarenta dias após minha ida no Ponto de Encontro, a Rádio pela mesma via mandou-me chamar: o Tô manel tinha morrido naufragado ao largo sudoeste da africano.[…] — Noites de Vigília, de Boaventura Cardoso
Noites de Vigília, de Boaventura Cardoso
Oliver Quiteculo > My Quotes (showing 1-2 of 2) sort by Remove this quote from your collection “[…] Depois de algum tempo, de ter perguntado pelo Tô Manel a várias pessoas, lembrei-me de ir tentar a sorte no ponto de encontro. Meti-me na bicha e fui escutando os apelos que as pessoas iam fazendo em busca dos seus familiares: “me chamo Fololinda Gouveia, estou a precurar meu filho que desapareceu em oitenta e nove, nome dele mais conhecido é Joãozinho Gouveia, peço só nas pessoas que estão a me ouvir favor só de lhe falarem que mãe dele está lhe precurar, moro no Cazenga”; “Meu nome é André Sapanjo, estou a precurar minha mulher que fugiu com outro homem em noventa e dois, uma grande cabra!, perdão!, não era isso que queria dizer, faz só favor de cortar nesta parte, cabra era no antigamente, agora que estou com a palavra do Senhor no coração não lhe posso chamar nem de cabra nem de puta, ai! ai! ai!, corta, corta, corta só também nesta palavra de puta que é muito feia, já cortou?, hã, ok…, nome dela da minha santinha é Madalena, quero que ela volta, volta só mana Lena, minha fofinha, agora estou bem na vida, mijo forte, tenho carros nas lundas, aqui em Luanda tenho várias lojas e carros, vou te dar cama e mesa, vais ver só no amor que vou te dar, moro na Mabor!”; “Meu nome que me pusseram com ele no baptismo é Mana Maria Teresinha do Menino Jesus, diga?, juro mesmo é esse nome que me pusseram com ele!, me chamam também mana Teté, estou só a precurar no pai das crianças que ele me deixou quando quando foi na tropa em oitenta e nove, o nome dele?, o nome dele mesmo é Zeca, Zeca quê?, Zeca só!, o outro nome dele nunca lhe perguntei, mas está aqui foto dele, peço só para me falarem onde é que ele está, vivo ou morto!, Zeca vem só na casa, as crianças estão te chorar todos dias!, moro no Golfe perto da paragem dos autocarros.” Uma velha, de panos, falando umbundo, olhava atentamente para cãmera da TPA que fazia o registo dos apelos e gesticula como se estivesse a ver a imagem da pessoa que procurava reflectida no olhp da câmera: “ Onde é que andas meu Neto?, desde que foste na tropa não voltaste mais porquê?, te mataram nos bandidos ou quê?, fala só meu neto, fala, não faz mais sofrer na tua mãe e na tua avó, ouviste? Vem só na casa, estamos a morar na mesma casa aqui em Luanda, ele me ouviu né?, só logo a noite no Nação Coragem?, não faz mal, mas tenho certeza que está hora ele já me viu falar”. Quando chegou a minha vez exibi foto dele que dona Marília me tinha enviado com a carta, era uma foto muito antiga tirada nos anos sessenta que, talvez por isso, era capaz de não ajudar nada, o Tô hoje deve ter mais ou menos a minha idade, mas pronto, deixei a foto e a filiação dele, e acrescentei que ele devia de estar na província da Huíla, e a única forma de eu puder ser contactodo caso alguém soubesse do Tô era só memso na portária da Rádio. Pessoas que estvam por perto ainda se admiraram por um preto vir procurar paradeiro de um branco, por isso me olharam só dessas – as dúvidas. Sei que a foto dele passou várias vezes no Nação Coragem e depois, cerca de quarenta dias após minha ida no Ponto de Encontro, a Rádio pela mesma via mandou-me chamar: o Tô manel tinha morrido naufragado ao largo sudoeste da africano.[…]
Boaventura Cardoso
Tudo nele é negro como a asa de um corvo. Não consigo ver mais nada que o possa distinguir melhor... mas, depois de o ter visto uma só vez empregando a sua força na batalha, creio que o reconheceria entre um milhar de guerreiros. Corre para a refrega como se o chamassem para um banquete. Há nele mais do que mera força, parece que o corpo e a alma se entregam em cada golpe que vibra ao inimigo. Que Deus o purifique do crime de derramamento de sangue! É terrível, mas magnífico, observar a maneira como o braço e o coração de um homem podem triunfar sobre centenas de outros homens. — Rebeca, descreveu um herói. Certamente, apenas descansam para refrescarem as forças ou descobrir um meio de atravessarem o fosso. Sob um chefe, tal como o descreveu, não há lugar para temores, nem para demoras amedrontadas, nem para hesitações num generoso empreendimento, uma vez que as dificuldades que o tomam árduo, tornam-no também glorioso. Juro, pela honra da minha casa; juro, pelo nome da minha bela amada, que suportaria de bom grado dez anos de cativeiro, para poder lutar um dia ao lado de tão grande cavaleiro numa refrega como esta! — Infelizmente — respondeu Rebeca, deixando o seu posto junto da janela e aproximando-se da cama do cavaleiro ferido — esse impaciente desejo de ação... essa luta e esse rancor contra a sua presente debilidade, não deixarão de ter efeitos prejudiciais sobre a sua combalida saúde. Como pode desejar infligir ferimentos a outrem, sem ver ainda curados os que recebeu? — Rebeca — volveu ele — não sabe como é impossível, para alguém treinado nas ações de cavalaria, permanecer passivo, como um padre ou como uma mulher, quando à sua volta se desenrolam feitos de honra! O amor da batalha é o alimento do qual vivemos... o pó da ‘mêlée’ é a respiração das nossas narinas! Não vivemos... não desejamos viver senão enquanto formos vitoriosos e afamados. Estas são as leis da Cavalaria, juradas por nós e às quais sacrificamos tudo o que nos é querido. — E o que é isso, valente cavaleiro, senão oferecer um sacrifício ao demónio da vaidade, e transformar-se em Moloch através do fogo! Que lhe resta como prémio de todo o sangue que derramou... De todos os trabalhos e dores que suportou... De todas as lágrimas que os seus feitos causaram, quando a morte quebra a espada do homem forte e ultrapassa a ligeireza do cavalo? — O que resta? — gritou Ivanhoe. — Glória! mulher, glória! Que doura o nosso sepulcro e perpetua o nosso nome. — Glória? — insistiu Rebeca. — Ai! A cota enferrujada pendurada como um brasão sobre o túmulo escuro, e desfazendo-se em pó... os caracteres desfigurados da inscrição que o ignorantemonge mal sabe ler ao curioso peregrino... Serão suficientes recompensas para o sacrifício de todos os generosos afetos, para uma vida miseravelmente passada a tornar os outros também miseráveis? Ou haverá alguma virtude nas rudes rimas de um bardo errante para que o amor caseiro, o quente afeto, a paz e a felicidade, sejam ferozmente afastados, para se tornar no herói dessas baladas que os menestréis vagabundos cantam à noite a rústicos bêbedos nadando em cerveja?
Walter Scott
Em Efésios 5.28, Paulo introduz no texto outra metáfora. Diz que o marido deve amar a mulher como ama o próprio corpo. Ele está se referindo ao fato de que sua saúde é fundamental para todas as outras coisas que você faz. O que acontecerá se você resolver que ganhar muito dinheiro lhe trará felicidade e, por isso, colocar o trabalho à frente da saúde? Você trabalhará tanto que não terá tempo para se exercitar ou dormir bem, não comerá direito e se colocará sob forte tensão. É verdade que você ganhará muito dinheiro, mas o ataque cardíaco que resultará desse estilo de vida o impedirá de aproveitar sua riqueza. Em outras palavras, se você pensa que pode colocar sua “felicidade” à frente de sua saúde, no fim das contas não será nada feliz. Boa saúde, portanto, é mais essencial para a felicidade do que grande riqueza, como a maioria das pessoas ricas lhe dirá depois de perder a saúde.
Timothy J. Keller (O significado do casamento (Portuguese Edition))
É preciso força para perdoar. Quando te apaixonas por uma mulher forte e fazes asneira, ela irá perdoar-te...depois de dar cabo de ti.
Vi Keeland (The Naked Truth)
Minha avó enfrentou vinte e um anos de um sistema ditatorial. Já eu vou superar os meses (ou anos, quem sabe) ameaçados por uma doença chamada Covid-19. E, sem dúvida, daqui três décadas os desafios que minha filha enfrentará terão nomes e motivos desconhecidos. Mas, ao olhar para trás e ver as batalhas vencidas pelas mulheres da família, ela terá a certeza de que não está sozinha e de que é forte o suficiente para sair vitoriosa de qualquer batalha.
Paola Aleksandra (Reflexos do passado (Portuguese Edition))
você é forte, dona de si, tem tudo para seguir sua vida sozinha, sem mais depender de Leônidas. Não é uma mulher que precise ser tratada dessa maneira tão grosseira e vulgar como ele a trata. Ponha-se, definitivamente, em primeiro lugar. Vou lhe ensinar um truque ótimo.
Marcelo Cezar (Tudo tem um porquê (Portuguese Edition))
[...] um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! o que eu disser soará fatal e inteiro!
Clarice Lispector (Near to the Wild Heart)
O riso une os homens desinteressadamente entre si, e entre si as mulheres, e o que estabelece entre mulheres e homens pode ser um vínculo ainda mais forte e retesado, uma união mais profunda, complexa e mais perigosa por mais duradoura ou com maior aspiração de durabilidade. O duradouro desinteressado acaba por se rarefazer, às vezes por se tornar feio e difícil de tolerar, alguém tem de estar em dívida a longo prazo e só assim as coisas marcham, um ou outro um pouco mais, e a entrega e a abnegação e o mérito podem ser um caminho seguro para tomar posse do lugar do credor. Assim me ri com Luisa em oportunidades sem fim, breve e inesperadamente, vendo a graça os dois no mesmo sem acordo prévio, os dois brevemente ao mesmo tempo. Também com outras mulheres, a primeira a minha irmã; e umas poucas mais. A qualidade desse riso, a sua espontaneidade (a sua simultaneidade com o meu, talvez), fizeram-me saber e aproximar-me ou então descartar de imediato, e algumas mulheres vi-as aí na sua totalidade antes de as conhecer, quase sem falar, sem ser olhado e quase sem olhar. Uma leve dilação, em contrapartida, ou a suspeita de mimetismo, de complacente res- posta ao meu estímulo ou à minha indicação, a percepção de um riso educado ou oferecido para lisonjear, o que não é de todo desinteressado e é acicatado pela vontade, o que não tanto ri como quer rir ou se presta ou anseia ou ainda condescende em rir, desse afastei-me muito depressa ou atribuí-lhe um lugar secundário, só de acompanhamento, ou até de cortejo em épocas minhas de debilidade. Ao passo que a esse outro riso, ao de Luisa, ao que se adianta quase, ao da minha irmã, ao que nos envolve, ao da jovem Pérez Nuix, ao que se confunde com o nosso próprio e nada tem de deliberação mas de esquecimento de nós dois (mas em contrapartida todo de desprendimento e gratuitidade e de nivelamento), a esse dei-lhe habitualmente um lugar principal que depois se revelou ser duradouro ou não, perigoso às vezes, e a longo prazo (quando o houve longo) difícil de tolerar sem que aparecesse ou se interpusesse uma pequena dívida simbólica ou real. Mas suportam-se ainda menos a ausência ou a diminuição desse riso, e isso por sua vez trá-lo sempre, um ou o outro, no dia em que calha endividar-se um pouco mais, um dos dois um pouco mais. (...) quando alguém no-lo retira é sinal de que não há mais nada a fazer. Esse riso desarma. Desarma com as mulheres, e de modo diferente com os homens também. Desejei mulheres tão-somente por causa do seu riso, intensamente, habitualmente elas viram-no. E às vezes soube quem era alguém só por o ouvir ou por nunca o ouvir, o riso inesperado e breve, e até o que ia acontecer ou haver entre esse alguém e eu, se amizade ou conflito ou aborrecimento ou nada, não me enganei muito, pode ter tardado mas acabou por acontecer, e aliás está-se sempre a tempo enquanto não se morra ou não morramos esse alguém nem eu.
Javier Marías (Tu rostro mañana)
Nada no mundo é tão forte quanto uma mulher cansada de fazer papel de trouxa.
Lyssa Kay Adams (Clube do livro dos homens (Clube do livro dos homens, #1))
Sim, eu sonho com mulheres. Porque eu sou lésbica.
Elayne Baeta (O Amor Não é Óbvio (Duologia Laranja-Forte, #1))
Sororidade é justamente entender que juntas somos mais fortes, juntas conseguimos mudar as coisas e alcançar objetivos em comum. E se tem um objetivo que todas as mulheres deveriam ter em comum é o de acabar com o patriarcado. Derrubar e extinguir esse sistema que nos oprime e nos faz acreditar que somos menos, inferiores, e que a culpa disso tudo é nossa.
Alexandra Gurgel (Pare de se odiar: Porque amar o próprio corpo é um ato revolucionário (Portuguese Edition))
quero pedir desculpa a todas as mulheres que descrevi como bonitas antes de dizer inteligentes ou corajosas fico triste por ter falado como se algo tão simples como aquilo que nasceu com você fosse seu maior orgulho quando seu espírito já despedaçou montanhas de agora em diante vou dizer coisas como você é forte ou você é incrível não porque eu não te ache bonita mas porque você é muito mais do que isso
Rupi Kaur (milk and honey)
A cidade bondosa limpa a parte suja que o inferno deixou. Certos corações foram atravessados por um metal claro, amaldiçoados com aquilo que na guerra não é inútil: a matéria densa e incompatível com a vida. O morto confunde-se com uma parte do Outono, três homens roucos ou de voz baixa levantam a massa morta com os dedos fundamentais da higiene; entre as folhas leves castanhas o corpo também castanho, mas pesado. A cidade é eficaz. No céu há um outro mundo impávido. No entanto fragmentos de alegria mantêm-se e crescem. Uma mulher vende flores, o cão fareja com o focinho erguido como se as aves transportassem cheiros fortes, ou as nuvens. Mas o céu não é farejável a não ser depois da chuva espessa, o céu cheira após três horas de água, e não há nos diferentes dias cheiro mais humano. A cidade respira. Fala-se em vindimas longínquas, os frutos prosseguem vindos de todas as direções: crescendo das árvores, invadindo as propriedades dos homens. A natureza ignora pressupostos mecânicos, euforias de hélices de helicópteros ávidas por demonstrar habilidades mortais. E os homens, como um todos, são inacessíveis. É uma espécie que se prolonga por todos os buracos do mundo (...) Tudo mente. É domingo, e a cidade tem mercearias abertas ao domingo. Ainda há pêras espantosas, e a presença física de um grupo de maçãs num caixote surpreende quem já viu a violência de militares exercida sobre quem treme e é fraco.[...]Grande parte da cidade foi conquistada por esse exército neutro que não é exército: a indiferença. Se queres sobreviver colocas a tua coragem num saco de plástico e aguardas. Os restaurantes funcionam. Joseph Walser sai por vezes aos domingos com a mulher e almoça. Eis tudo.[...] Um homem que comeu uma tangerina e bebe vinho elabora uma narrativa complexa para justificar certos acontecimentos mais recentes. Vários cidadãos atentos escutam o percurso bem protegido da narrativa e convencem-se de que a vida prossegue inalterável, enquanto estar vivo, hoje, tiver uma única semelhança com o facto de se ter estado vivo, ontem. As qualidades essenciais da vida permanecem. E que qualidades são essas? Eis algumas: existe a água e o ar livre, podes mexer os dedos dos pés mesmo estando imóvel. A vida tem certas qualidades esquizofrénicas, vê esta. Repara: a cidade mantém-se curiosa, muitos cidadãos querem aumentar os seus conhecimentos laterais enquanto outros são fuzilados em praças evidentes e nada escondidas. Um vizinho de Joseph Walser inscreveu-se ontem numa escola de línguas. Homens adultos aprendem docemente sentados em cadeiras correctas as primeiras sílabas de uma língua desconhecida. E até pode não ser a língua de quem vence; por vezes aprendizagens escolares são obscenamente inúteis: uma mulher que vive numa rua da cidade começou a aprender uma língua distante, de um país com poucos habitantes e com reduzida força. Se questionarem essa mulher, ela dirá : curiosidade. Mulheres e homens mantêm a curiosidade intacta, o que é quase magnífico, uma preciosidade em tempo de guerra, como uma jarra que não se parte a curiosidade não se quebrou; não a direccionada para acontecimentos fundamentais e urgentes, mas a direccionada para os cantos obscuros; mais do que uma mulher se inscreveu ontem num curso sobre o significado do movimento dos astros. Aviões guerreiros tornam-se assim, para certas vidas, obstáculos no campo de visão, partículas de poeira ruidosa que não deixam ver o que sucede no dia-a-dia dos astros. Quando se tem vergonha daquilo que não se faz as notícias sobre factos próximos são escutadas por ouvidos afastados; toda a capacidade auditiva é ocupada por técnicas cínicas, fingindo interesse. Não há fórmulas para a indiferença, pois há diversas maneiras de sobreviver e a neutralidade é uma delas. (...) Enquanto a sombra repetir no chão o teu corpo inteiro eis que te encontras vivo e completo.
Gonçalo M. Tavares (A Máquina de Joseph Walser)
Dezessete milhões, em trinta e um milhões de eleitores, levaram exultantes Hitler ao poder em março de 1933. Aqueles que observavam os acontecimentos com os olhos abertos sabiam que as multidões se sentiam desamparadas e incapazes de assumir a responsabilidade da solução dos problemas sociais caóticos, dentro da antiga estrutura política e do antigo sistema de pensamento. O führer podia fazê-lo, e o faria, por elas. Hitler prometeu eliminar a discussão democrática de opiniões. Milhões de pessoas congregaram-se em torno dele. Estavam cansadas dessas discussões porque essas discussões haviam sempre ignorado as suas necessidades pessoais diárias, isto é, aquilo que era subjetivamente importante. Não queriam discussões a respeito do "orçamento" ou dos "altos interesses partidários". O que queriam era um conhecimento verdadeiro e concreto a respeito da vida. Não podendo consegui-lo atiraram-se às mãos de um guia autoritário, e à ilusória proteção que se lhes prometia. Hitler prometeu liquidar a liberdade individual e estabelecer a "liberdade nacional". Milhões de pessoas trocaram entusiasticamente a possibilidade da liberdade individual por uma liberdade ilusória, isto é, uma liberdade através da identificação com uma ideia. Essa liberdade ilusória livrava-as de toda responsabilidade individual. Suspiravam por uma "liberdade" que o führer ia conquistar e garantir para elas: a liberdade de gritar; a liberdade de fugir da verdade para as mentiras de um princípio político; a liberdade de serem sádicos; a liberdade de jactar-se — a despeito da própria nulidade — de serem membros de uma raça superior; a liberdade de atrair as mulheres com os seus uniformes, em vez de fazê-lo por um sentimento forte de humanidade; a liberdade de sacrificar-se por alvos imperialistas, em vez de sacrificar-se pela luta concreta por uma vida melhor, etc. O fato de que milhões de pessoas foram sempre ensinadas a reconhecer uma autoridade política tradicional, em vez de uma autoridade baseada no conhecimento dos fatos, constituiu a base sobre a qual a exigência fascista de obediência pôde agir. Por isso, o fascismo não era uma nova filosofia de vida, como os seus amigos e muitos dos seus inimigos queriam fazer o POVO acreditar; ainda menos tinha qualquer coisa que ver com uma revolução racional contra condições sociais intoleráveis. O fascismo é meramente a extrema conseqüência reacionária de todas as anteriores formas não democráticas de liderança dentro da estrutura do mecanismo social. Mesmo a teoria racial não era nada nova; era apenas a continuação lógica e brutal das velhas teorias da hereditariedade, e da degeneração. Por isso, foram precisamente os psiquiatras orientados para a hereditariedade e os eugenicistas da velha escola que se mostraram tão acessíveis à ditadura. O que era novo no movimento fascista das massas era o fato de que a extrema reação política conseguiu usar os profundos desejos de liberdade das multidões. Um anseio intenso de liberdade por parte das massas mais o medo à responsabilidade que a liberdade acarreta produzem a mentalidade fascista, quer esse desejo e esse medo se encontrem em um fascista, ou em um democrata. Novo no fascismo era que as massas populares asseguraram e completaram a sua própria submissão. A necessidade de uma autoridade provou que era mais forte que a vontade de ser livre.
Wilhelm Reich (The Function of the Orgasm (Discovery of the Orgone #1))
Hitler prometeu a supremacia do homem. As mulheres seriam relegadas para o plano da casa e da cozinha; ser-lhes-ia negada a possibilidade de independência econômica e seriam excluídas do processo de formação da vida social. As mulheres, cuja liberdade pessoal havia sido esmagada durante séculos, que haviam desenvolvido um medo especialmente forte de levar uma existência independente, foram as primeiras a aclamá-lo. Hitler prometeu a destruição das organizações democráticas socialistas e burguesas. Milhões de pessoas, democratas, socialistas e burguesas, congregaram-se em torno dele porque, embora as suas organizações falassem muito a respeito de liberdade, nunca haviam sequer mencionado o difícil problema da ânsia humana de autoridade e do desamparo das massas na prática política. As massas populares haviam sido desapontadas pela atitude irresoluta das velhas instituições democráticas. O desapontamento por parte de milhões de pessoas quanto às organizações liberais mais a crise econômica mais um irresistível desejo de liberdade produzem a mentalidade fascista, i.e., o desejo de entregar-se a uma figura autoritária de pai.
Wilhelm Reich (The Function of the Orgasm (Discovery of the Orgone #1))
Meu nome é Kvothe, com pronúncia semelhante à de "Kuoth". Os nomes são importantes, porque dizem muito sobre as pessoas. Já tive mais nomes do que alguém tem o direito de possuir. Os ademrianos me chamam de Maedre, o que, dependendo de como é falado, pode significar "A Chama", "O Trovão" ou "A Árvore Partida". "A Chama" é óbvio, se algum dia você já me viu. Tenho o cabelo ruivo, vermelho vivo. Se tivesse nascido há uns 200 anos, é provável que tivessem me queimado na fogueira como demônio. Eu o mantenho curto, mas ele é rebelde. Deixado ao natural, fica espetado e faz com que eu pareça estar pegando fogo. "O Trovão" é um nome que atribuo à voz forte de barítono e a uma longa formação no palco, em idade precoce. Nunca pensei em "A Árvore Partida" como muito significativo. Mas, em retrospectiva, suponho que poderia ser considerado ao menos parcialmente profético. Meu primeiro mentor me chamava de E'lir, porque eu era inteligente e sabia disso. Minha primeira amada de verdade me chamava de Duleitor, porque gostava desse som. Já fui chamado de Umbroso, Dedo-Leve e Seis-Cordas. Já fui chamado de Kvothe, o Sem-Sangue; Kvothe, o Arcano; e Kvothe, o Matador do Rei. Mereci esses nomes. Comprei e paguei por eles. Fui chamado de muitas outras coisas, é claro. Grosseiras, na maioria, embora pouquíssimas não tenham sido merecidas. Já resgatei princesas de reis adormecidos em sepulcros. Incendiei a cidade de Trebon. Passei a noite com Feluriana e saí com minha sanidade e minha vida. Fui expulso da Universidade com menos idade do que a maioria das pessoas consegue ingressar nela. Caminhei à luz do luar por trilhas de que outros temem falar durante o dia. Conversei com deuses, amei mulheres e escrevi canções que fazem os menestréis chorar. Vocês devem ter ouvido falar de mim.
Patrick Rothfuss
Coma arroz tenha fé nas mulheres O que eu não sei Eu ainda posso aprender Se estou sozinha agora Estarei com elas mais tarde Se estou fraca agora Posso me tornar forte Lentamente, lentamente Se aprender, posso ensinar as outras Se as outras aprenderem antes Eu devo acreditar Que elas voltarão e me ensinarão Elas não vão embora do país com seu conhecimento E me enviarão uma carta em algum momento Devemos estudar todas as nossas vidas Mulheres vindas de mulheres Indo para mulheres Tentando fazer tudo que pudermos Com as palavras Em seguida, tentar trabalhar com ferramentas Ou com nossos corpos Tentando ficar o tempo que for preciso Lendo livros quando não há professores Ou quando eles estão muito distantes Ensinando a nós mesmas Imaginando outras lutando Devo acreditar que nós estaremos juntas E construir confiança o suficiente Para que quando eu precise lutar sozinha Eu saiba que há irmãs que Ajudariam se soubessem Irmãs que viriam Para me apoiar mais tarde Mulheres exigindo liberdade Cada uma com suas necessidades Nossa vida completamente dilacerada Pela velha sociedade Nunca nos dando o amor ou o trabalho Ou a força ou a segurança ou a informação Que nos poderia ser útil Nunca ajudadas pelas Instituições Que nos aprisionam Quando precisamos de cuidados médicos Somos abatidas Quando precisamos da polícia Somos insultadas e ignoradas Quando precisamos de pais e mães Encontramos robôs Treinados para nos manter em nossos lugares Quando precisamos de trabalho Nos dizem para nos tornarmos parte do sistema que nos destrói Alimento que nutre Medicina que cura Canções que nos lembram de nós mesmas E nos fazem querer continuar com o que importa para nós Vamos sair de novo Encontrando as mulheres que saem pela primeira vez Sabendo que esse amor faz uma boa diferença em nós Afirmando uma vida contínua com mulheres Devemos ser amantes médicas soldadas Artistas mecânicas agricultoras Todas em nossas vidas Ondas de mulheres Tremendo de amor e raiva Cantando, nós devemos enfurecer Beijando, virar e quebrar a velha sociedade Sem nos tornarmos os nomes que elogiam As mentes que pagam Coma arroz tenha fé nas mulheres O que eu não sei agora Ainda posso aprender Lentamente, lentamente Seu eu aprender posso ensinar as outras Se as outras aprendem antes Eu devo acreditar Que elas voltarão e me ensinarão fran winant – Tradução por Marcella
Fran Winant
Uma maneira cómoda de travar conhecimento com uma cidade é descobrir como lá se trabalha, como se ama e como se morre. Na nossa pequena cidade, talvez por efeito do clima, tudo se faz ao mesmo tempo, com o mesmo ar frenético e distante. Ou seja, as pessoas aborrecem-se e aplicam-se a criar hábitos. Os nossos concidadãos trabalham muito, mas apenas para enriquecerem. Interessam-se principalmente pelo comércio e ocupam-se, em primeiro lugar, segundo a sua própria expressão, em fazer negócios. Naturalmente, têm gosto pelos prazeres simples, gostam das mulheres, do cinema e dos banhos de mar. Porém, muito sensatamente, reservam os prazeres para os domingos e os sábados à noite, procurando nos outros dias da semana ganhar muito dinheiro. À tarde, quando saem dos escritórios, reúnem-se a uma hora fixa nos cafés, passeiam na mesma avenida ou põem-se às varandas. Os desejos dos mais novos são violentos e breves, enquanto os vícios dos mais velhos não vão além das associações de bolómanos, os banquetes das amicales e as assembleias onde se joga forte sobre a sorte das cartas. Dir-se-á que nada disso é peculiar à nossa cidade e que, em suma, todos os nossos contemporâneos são assim. Sem dúvida, nada há de mais natural, hoje em dia, do que ver as pessoas trabalharem de manhã à noite e perderem em seguida, a jogar às cartas, no café, ou a dar à língua, o tempo que lhes resta para viverem. Mas há cidades e países onde as pessoas têm, de tempos a tempos, a suspeita de que existe mais alguma coisa. Isso, em geral, não lhes modifica a vida. Simplesmente houve essa suspeita, e sempre é um ganho. Orão, pelo contrário, é uma cidade sem suspeitas, ou seja, uma cidade inteiramente moderna. Não é, pois, necessário precisar a maneira como se ama entre nós. Os homens e as mulheres ou se devoram rapidamente no chamado ato do amor ou se entregam a um longo hábito entre dois. Também isso não é original. Em Orão, como no resto do mundo, por falta de tempo e de reflexão, é-se obrigado a amar sem o saber. O que é mais original na nossa cidade é a dificuldade que lá se encontra em morrer. Dificuldade, aliás não é o termo exato: seria mais justo falar em desconforto. Nunca é agradável estar doente, mas há cidades e países onde nos amparam na doença e onde se pode, de certo modo, deixar correr. Um doente precisa de ternura, gosta de se sentir apoiado em qualquer coisa, o que é bastante natural. Em Orão, porém, os excessos do clima, a importância dos negócios que lá se tratam, a insignificância da paisagem, a rapidez do crepúsculo e a qualidade dos prazeres, tudo exige boa saúde. Um doente, lá, encontra-se muito só. Como pensar então naquele que vai morrer, apanhado na armadilha por detrás das paredes crepitantes do calor, enquanto no mesmo minuto toda uma população, ao telefone ou nos cafés, fala de letras de câmbio, de mercadorias recebidas ou de descontos? Compreender-se-á o que há de desconfortável na morte, mesmo moderna, quando ela sobrevém num lugar tão árido.
Albert Camus (The Plague)
O livro — que era surpreendentemente interessante — era sobre uma espécie de luta pela sobrevivência. Afirmava que as mulheres não escolhiam os homens por amor. Segundo o livro, a fêmea da espécie sempre escolheria o macho mais forte para aumentar as chances de sobrevivência da prole. Ela não tinha culpa. É a natureza. Como eu era antes de você
Jojo Moyes
É imprescindível voltar para as experiências da menina indefesa do passado, mas com o propósito de curar a mulher do presente.
Roberta Sara (Mais forte que a sua dor (Versão digital) (Portuguese Edition))