Feliz Dia Quotes

We've searched our database for all the quotes and captions related to Feliz Dia. Here they are! All 100 of them:

Um dia feliz tem mais poder que a tristeza de uma vida inteira. Nele moram as reviravoltas
Carla Madeira (Tudo é rio)
Tu és forte e vais conseguir encontrar alguém que cuide de ti e te faça feliz. E um dia isto vai parecer apenas um pesadelo.
L.C. Lavado (Inverno de Sombras)
Podia-se desejar uma tarde feliz, uma noite feliz, um dia inteiro feliz, no máximo. Mas um ano?
Lygia Fagundes Telles (Ciranda de Pedra)
Os caminhos são mais longos - disse um dia Elahi - para quem está sozinho. (...) Os dias esticam e ficam mais longos, o relógio diz que não, mas, com licença, o que sabem os relógios da alma humana? Não sabem nada, Alá me perdoe. O tempo demora mais a passar, muito mais, é assim que se sofre. Quando se está feliz, esse mesmo tempo passar a correr, parece que vai atrasado para uma festa, mas, se vê uma lágrima, para e fica a ver o acidente, dá voltas à nossa desgraça e não anda para a frente como os relógios dizem que ele faz. (...) Disse Ali: Não é a falta de pessoas à nossa volta que faz a solidão. São as pessoas erradas.
Afonso Cruz (Para Onde Vão Os Guarda-Chuvas)
Se eu pudesse trincar a terra toda E sentir-lhe um paladar, Seria mais feliz um momento ... Mas eu nem sempre quero ser feliz. É preciso ser de vez em quando infeliz Para se poder ser natural... Nem tudo é dias de sol, E a chuva, quando falta muito, pede-se. Por isso tomo a infelicidade com a felicidade Naturalmente, como quem não estranha Que haja montanhas e planícies E que haja rochedos e erva ... O que é preciso é ser-se natural e calmo Na felicidade ou na infelicidade, Sentir como quem olha, Pensar como quem anda, E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre, E que o poente é belo e é bela a noite que fica... Assim é e assim seja ...
Alberto Caeiro (The Keeper of Sheep)
Tu precisas-te entreter... Para isso escrever; isto é, trabalhar. Mas, meu caro, «entreter» significa passar tempo. Ora o tempo passa acelerado em demasia; não necessita de impulsos. Os homens deviam procurar «entreter» o tempo, e não entreterem-se a si... Eu é isso que faço... Penso no passado, revivo os dias que passaram... Assim, levanto uma barreira entre o passado e o futuro. O futuro é porém um óptimo saltador... salta todas as barreiras, vai-se tornando no presente e eu pouco resultado alcanço... Escreves para não te aborreceres... Ah! como seria feliz se me conseguisse aborrecer!...
Mário de Sá-Carneiro (Loucura...)
Ruth era Oxum, Maria e Madalena. O feminino pleno, sempre foi assim. Orgulho do pai, espelho da mãe, uma mulher para casar. Seria feliz em qualquer tempo, era ou lugar. Serviria ao burguês e ao guerreiro, era Afrodite encarnada, o feminino em pessoa. Futura esposa exemplar, despertou para a vida no apogeu final dos anos 50, embalada pela elegância de Tom e Vinicius. Amar estava na ordem do dia. Os adultos tomavam porres de dor de cotovelo e Ruth ansiava pelo seu dia de fossa. Prenda rara, e ciente da prenda rara que era, guardava-se para o ideal. Alimentava um romantismo pueril, se bem que cumprisse as exigências da nova era.
Fernanda Torres (Fim)
E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.
Miguel Sousa Tavares (Não Te Deixarei Morrer, David Crockett)
Até o mais ateu dos noivos do dia do seu casamento acalenta algum tipo de fé.
Tiago Cavaco (Felizes para sempre e outros equívocos acerca do casamento)
até o dia fatal de cerrarmos os olhos não devemos dizer que um mortal foi feliz de verdade antes de ele cruzar as fronteiras da vida inconstante sem jamais ter provado o sabor de qualquer sofrimento!
Sophocles (Édipo rei)
Há dias iluminados por pequenas coisas, pequeninos nadas que nos tornam incrivelmente felizes; uma tarde a comprar antiguidades, um brinquedo antigo que encontramos no ferro-velho, uma mão que agarra a nossa mão, um telefonema de que não estávamos à espera, uma palavra doce, o filho que nos abraça sem pedir outra coisa senão um momento de amor. Há dias iluminados por pequenos instantes de graça, um cheiro que nos enche a alma de alegria, um raio de sol que entra pela janela , o barulho de uma chuvada quando ainda estamos na cama, ou a chegada da Primavera e dos seus primeiros rebentos.
Marc Levy (Le premier jour)
Mais tarde, também eu arrancarei o coração do peito para o secar como um trapo e usar limpando apenas as coisas mais estúpidas. Quando empedernir, esquecido de toda a humanidade da vida, ficará entre as loiças, como inútil souvenir ou peça de mesa para uma festa que nunca acontecerá. Terei sempre pena dele. Estará como um animal antigo que perdeu a qualidade dos novos dias. Sem visitas. Será apenas a humilhação entristecedora de todos os afectos. Poderei, nas arrumações, preparando alguma partida, aligeirando os fardos, deixá-lo no lixo para que a natureza o recicle com as suas ganas aturadas de recomeçar tudo. Até lá, a minha coragem assume apenas a evidência de que somos matéria morrendo. Começarei morrendo pelo coração. Gostarei sempre dele, como se gosta do que está extinto, sejam os dragões, os anjos ou as distâncias. Histórias de coisas que não voltam. O meu coração sem visitas perderá a memória e, quando nos separarmos de vez, certamente será mais feliz. Se me perguntarem, direi que nasci sem ele. Jurarei e mentirei sempre.
Valter Hugo Mãe (A Desumanização)
Y aunque se que hace tiempo no te digo lo que siento hoy lo intentaré... Es imposible imaginar mi vida ya sin ti, pues cada día es más hermoso desde que descubrí como sabe en tu boca el amor... Que con tomarte de la mano ya me siento feliz, pero un beso apasionado, no te quiero decir... Y un te amo de tus labios, vale más que el mundo entero para mí.
Dulce María
Hoy fue un dia feliz. Solo rutina
Mario Benedetti (La tregua)
Não se preocupe com o topo. O certo é se preocupar com o degrau acima. Roma não foi feita em um dia.
Barbara Delinsky (Uma Chance de Ser Feliz \ Segunda Chance)
Para não fazeres ofensas E teres dias felizes, Não digas tudo o que pensas Mas pensa tudo o que dizes.
António Aleixo (Este Livro que Vos Deixo - Volume 1)
(...)Volta sempr ao lugar onde foste feliz, Gonçalo. Mas à procura de outros tipos de felicidade, que aconteçam a outras horas do dia.
Gonçalo Cadilhe (1 KM de Cada Vez)
Vivam pois e sejam felizes, filhos do meu coração, e nunca esqueçam que até ao dia em que Deus se dignar desvendar o futuro ao homem, toda a sabedoria humana residirá nestas palavras: Esperar e ter esperança.
Alexandre Dumas (The Count of Monte Cristo)
Foi então que tudo vacilou. O mar trouxe um sopro espesso e ardente. Pareceu-me que o céu se abria em toda a sua extensão, deixando chover fogo. Todo o meu ser se retesou e crispei a mão sobre o revólver. O gatilho cedeu, toquei o ventre polido da coronha e foi aí, no barulho ao mesmo tempo seco e ensurdecedor, que tudo começou. Sacudi o suor e o sol. Compreendi que destruíra o equilíbrio do dia, o silêncio excepcional de uma praia onde havia sido feliz. Então atirei quatro vezes ainda num corpo inerte em que as balas se enterravam sem que se desse por isso. E era como se desse quatro batidas secas na porta da desgraça.
Albert Camus (The Stranger)
Vede bem, habitantes de Tebas, meus concidadãos! Este é Édipo, decifrador dos enigmas famosos; ele foi um senhor poderoso e por certo o invejastes em seus dias passados de prosperidade invulgar. Em que abismos de imensa desdita ele agora caiu! Sendo assim, até o dia fatal de cerrarmos os olhos não devemos dizer que um mortal foi feliz de verdade antes dele cruzar as fronteiras da vida inconstante sem jamais ter provado o sabor de qualquer sofrimento!
Sophocles (Oedipus Rex (The Theban Plays, #1))
Como se esta grande cólera me tivesse purificado do mal, esvaziado de esperança, diante desta noite carregada de sinais e de estrelas eu me abria pela primeira vez à terna indiferença do mundo. Por senti-lo tão parecido comigo, tão fraternal, enfim, senti que tinha sido feliz e que ainda o era. Para que tudo se consumasse, para que me sentisse menos só, faltava-me desejar que houvesse muitos espectadores no dia da minha execução e que me recebessem com gritos de ódio.
Albert Camus (The Stranger)
É esta a mais grandiosa história dos homens, a de tudo o que estremece, sonha, espera e tenta, sob a carapaça da sua consciência, sob a pele, sob os nervos, sob os dias felizes e monótonos, os desejos concretos, a banalidade que escorre das suas vidas, os seus crimes e as suas redenções, as suas vítimas e os seus algozes, a concordância dos seus sentidos com a sua moral. Tudo o que vivemos nos faz inimigos, estranhos, incapazes de fraternidade. Mas o que fica irrealizado, sombrio, vencido, dentro da alma mais mesquinha e apagada, é o bastante para irmanar esta semente humana cujos triunfos mais maravilhosos jamais se igualam com o que, em nós mesmos, ficará para sempre renúncia, desespero e vaga vibração. O mais veemente dos vencedores e o mendigo que se apoia num raio de sol, para viver um dia mais, equivalem-se, não como valores de aptidões ou de razão, não talvez como sentido metafísico ou direito abstrato, mas pelo que em si é a atormentada continuidade do homem, o que, sem impulso, fica sob o coração, quase esperança sem nome.
Agustina Bessa-Luís (A Sibila)
Aquele portão além serve para fingir que não existimos. Lá dentro, as crianças correm felizes e aprendem a partilhar o que têm com os seus amigos, ignorando que cá fora estes velhos vagabundos também têm um coração e acabarão por morrer tristes e sozinhos, um dia.
Luís Oliveira (Shadders - O Servo das Sombras (Shadders, #1))
Mestre, meu mestre querido! Coração do meu corpo intelectual e inteiro! Vida da origem da minha inspiração! Mestre, que é feito de ti nesta forma de vida? Não cuidaste se morrerias, se viverias, nem de ti nem de nada, Alma abstrata e visual até aos ossos, Atenção maravilhosa ao mundo exterior sempre múltiplo, Refúgio das saudades de todos os deuses antigos, Espírito humano da terra materna, Flor acima do dilúvio da inteligência subjetiva... Mestre, meu mestre! Na angústia sensacionista de todos os dias sentidos, Na mágoa quotidiana das matemáticas de ser, Eu, escravo de tudo como um pó de todos os ventos, Ergo as mãos para ti, que estás longe, tão longe de mim! Meu mestre e meu guia! A quem nenhuma coisa feriu, nem doeu, nem perturbou, Seguro como um sol fazendo o seu dia involuntariamente, Natural como um dia mostrando tudo, Meu mestre, meu coração não aprendeu a tua serenidade. Meu coração não aprendeu nada. Meu coração não é nada, Meu coração está perdido. Mestre, só seria como tu se tivesse sido tu. Que triste a grande hora alegre em que primeiro te ouvi! Depois tudo é cansaço neste mundo subjetivado, Tudo é esforço neste mundo onde se querem coisas, Tudo é mentira neste mundo onde se pensam coisas, Tudo é outra coisa neste mundo onde tudo se sente. Depois, tenho sido como um mendigo deixado ao relento Pela indiferença de toda a vila. Depois, tenho sido como as ervas arrancadas, Deixadas aos molhos em alinhamentos sem sentido. Depois, tenho sido eu, sim eu, por minha desgraça, E eu, por minha desgraça, não sou eu nem outro nem ninguém. Depois, mas por que é que ensinaste a clareza da vista, Se não me podias ensinar a ter a alma com que a ver clara? Por que é que me chamaste para o alto dos montes Se eu, criança das cidades do vale, não sabia respirar? Por que é que me deste a tua alma se eu não sabia que fazer dela Como quem está carregado de ouro num deserto, Ou canta com voz divina entre ruínas? Por que é que me acordaste para a sensação e a nova alma, Se eu não saberei sentir, se a minha alma é de sempre a minha? Prouvera ao Deus ignoto que eu ficasse sempre aquele Poeta decadente, estupidamente pretensioso, Que poderia ao menos vir a agradar, E não surgisse em mim a pavorosa ciência de ver. Para que me tornaste eu? Deixasses-me ser humano! Feliz o homem marçano Que tem a sua tarefa quotidiana normal, tão leve ainda que pesada, Que tem a sua vida usual, Para quem o prazer é prazer e o recreio é recreio, Que dorme sono, Que come comida, Que bebe bebida, e por isso tem alegria. A calma que tinhas, deste-ma, e foi-me inquietação. Libertaste-me, mas o destino humano é ser escravo. Acordaste-me, mas o sentido de ser humano é dormir.
Fernando Pessoa (Poemas de Álvaro de Campos (Obra Poética IV))
Como é triste falar sobre as coisas, tentar se explicar, tentar se expressar. É só dar nome às coisas que elas morrem. Será que ele entendia? Será que a perdoava? Será que está tudo bem? Ele diz que não perdoa mas entende e está tudo bem, que ela saberá onde encontrá-lo se quiser e que espera que ela seja muito feliz. Não vê nenhum propósito em contar que passou uns dez dias sofrendo como se sua vida tivesse perdido toda e qualquer possibilidade de alegria e encanto, bebendo até apagar e correndo e nadando até sentir câimbras, mas que depois disso tudo voltou ao normal e na verdade ele já não sentia muito sua falta, que seu rosto tinha sumido da sua memória quinze minutos depois de deixá-la dormindo naquela última manhã que acordaram juntos e jamais retornaria a não ser que ela enviasse um retrato, o que ele gostaria muito que ela fizesse, por sinal, e que pra ser sincero já a tinha esquecido no outro sentido também, o sentido que o faria sofrer agora, mas acaba contando de qualquer modo e ela emudece por uns instantes e diz Viu? Tu nem me amava tanto assim.
Daniel Galera (Barba ensopada de sangue)
Cada prazer da vida se funda no retorno regular das coisas externas. A alternância do dia e da noite, das estações, das flores e dos frutos, e cada coisa que nos vem ao encontro periodicamente, porque nós podemos e devemos apreciá-las, estes são os verdadeiros estímulos da vida terrena. Quanto mais abertos estamos a tais fruições, tanto mais nos sentimos felizes' Goethe
Hugo von Hofmannsthal (Il libro degli amici)
Deve-se neste momento - relacionando-a com certas informações do dicionário - formular ainda a pergunta: o que são afinal os bens da vida humana? Quem nos diz que um determinado bem é superior ou inferior? Há lacunas desagradáveis nos dicionários, até nos mais conhecidos. Pode-se demonstrar que há pessoas para quem DM 2,5 são um bem muito superior a qualquer outra vida humana, com excepção da deles, e há até outros que, por amor a um bocado de chouriço de sangue, que conseguem ou não apanhar, arriscam sem hesitação os bens das mulheres e dos filhos, como, por exemplo: uma vida familiar alegre e a presença de um pai ao menos uma vez radiante. E que significado tem esse bem, que louvamos sob o nome de F.(Felicidade)? Que diabo, este está bem perto da F., se consegue juntar as três ou quatro beatas que chegam para ele fazer outro cigarro ou se pode beber o resto de Vermute de uma garrafa que se deitou fora, aquele precisa para ser feliz durante cerca de dez minutos - pelo menos segundo o costume ocidental de amor a ritmo acelerado-, mais precisamente: para estar ràpidamente com a pessoa que naquele momento deseja, precisa de um avião a jacto particular, no qual voa entre o pequeno-almoço e o chá da tarde, sem que a pessoa que legal e religiosamente é a sua E.(Esperança) dê por isso, até Roma ou Estocolmo ou (neste caso precisa do tempo até ao pequeno-almoço do dia seguinte) até Acapulco - para ter relações com a ou o desejado - homem-com-homem, mulher-com-mulher ou simplesmente homem-com-mulher.
Heinrich Böll (Group Portrait with Lady)
Depois da ventura de ter encontrado você, senti que tudo ficou diferente em minha vida. Deus colocou em minha vida uma pessoa maravilhosa, você veio para acabar com a indisfarçável carência que me acompanhava até então. A partir desse dia eu realmente me transformei numa pessoa alegre e feliz que não sente mais nenhum complexo... te quero e junto de você me sinto completamente realizada. Te amo tanto e esse amor faz de mim uma mulher que agora esta conhecendo a verdadeira felicidade. Você sim foi o responsável por toda essa transformação e não canso de dizer que você é uma pessoa linda, que corresponde satisfatoriamente ao meu amor. Agora que eu sinto toda a alegria que a sua presença traz a minha vida, espero poder estar com você para celebrar consigo a existência do nosso amor, e toda felicidade que você me proporciona.
Desconhecido
Somos maduros quando decidimos viver uma vida a só para não magoar a ninguém. Somos maduros ao assumir-mos que não seriamos capazes de fazer alguém feliz. Pois só amou aquele que realmente nunca consegiu entender amor. So amou aquele que nunca pretendeu magoar alguém, porque um dia mais tarde descobrimos que o verdadeiro amor e aquele sentimos por nos mesmos. Autor: Sergio Correia. Warrington, 20/08/2012 Portuguese
Sergio Figueira Correia
E se ao menos essa ilusão da Cidade tornasse feliz a totalidade dos seres que a mantêm... Mas não! Só uma estreita e reluzente casta goza na Cidade os gozos especiais que ela cria. O resto, a escura, imensa plebe, só nela sofre, e com sofrimentos especiais que só nela existem! Deste terraço, junto a esta rica Basílica consagrada ao Coração que amou o Pobre e por ele sangrou, bem avistamos nós o lôbrego casario onde a plebe se curva sob esse antigo opróbrio de que nem Religiões, nem Filosofias, nem Morais, nem a sua própria força brutal a poderão jamais libertar! Aí jaz, espalhada pela Cidade, como esterco vil que fecunda a Cidade. Os séculos rolam; e sempre imutáveis farrapos lhe cobrem o corpo, e sempre debaixo deles, através do longo dia, os homens labutarão e as mulheres chorarão. E com este labor e este pranto dos pobres, meu Príncipe, se edifica a abundância da Cidade! Ei-la agora coberta de muradas em que eles se não abrigam; armazenada de estofos, com que eles se não agasalham; abarrotada de alimentos, com que eles se não saciam! Para eles só a neve, quando a neve cai, e entorpece e sepulta as criancinhas aninhadas pelos bancos das praças ou sob os arcos das pontes de Paris... A neve cai, muda e branca na treva; as criancinhas gelam nos seus trapos; e a polícia, em torno, ronda atenta para que não seja perturbado o tépido sono daqueles que amam a neve, para patinar nos lagos do Bosque de Bolonha com peliças de três mil francos. Mas quê, meu Jacinto! A tua Civilização reclama insaciavelmente regalos e pompas, que só obterá, nesta amarga desarmonia social, se o Capital der ao Trabalho, por cada arquejante esforço, uma migalha ratinhada. Irremediável, é, pois, que incessantemente a plebe sirva, a plebe pene! A sua esfalfada miséria é a condição do “esplendor sereno da Cidade. Se nas suas tigelas fumegasse a justa ração de caldo – não poderia aparecer nas baixelas de prata a luxuosa porção de foie gras e túbaras que são o orgulho da Civilização. Há andrajos em trapeiras – para que as belas Madames d’Oriol, resplandecentes de sedas e rendas, subam, em doce ondulação, a escadaria da Ópera. Há mãos regeladas que se estendem, e beiços sumidos que agradecem o dom magnânimo de um sou – para que os Efrains tenham dez milhões no Banco de França, se aqueçam à chama rica da lenha aromática, e surtam de colares de safiras as suas concubinas, netas dos duques de Atenas. E um povo chora de fome, e da fome dos seus pequeninos – para que os Jacintos, em janeiro, debiquem, bocejando, sobre pratos de Saxe, morangos gelados em champanhe e avivados de um fio de éter! – E eu comi dos teus morangos, Jacinto! Miseráveis, tu e eu! Ele murmurou, desolado: – É horrível, comemos desses morangos...
Eça de Queirós (A Cidade e as Serras)
Não há felicidade nem infelicidade no mundo; há apenas a comparação de um estado com o outro, nada mais. Aquele que sentiu a dor mais profunda é quem melhor pode apreciar a suprema felicidade. É preciso ter querido morrer para saber quanto é bom viver. Vivam, pois, e sejam felizes, amados filhos do meu coração, e nunca se esqueçam de que, até ao dia que Deus se dignar revelar o futuro ao homem, toda a sabedoria humana se resume nestas palavras: Aguardar e ter esperança!
Alexandre Dumas
- Por sorte, esquisitos como ela são raros. Sabemos como podar a maioria deles quando ainda são brotos, no começo. Não se pode construir uma casa sem pregos e madeira. Se você não quiser que se construa uma casa, esconda os pregos e a madeira. Se não quiser um homem politicamente infeliz, não lhe dê os dois lados de uma questão para resolver; dê-lhe apenas um. Melhor ainda, não lhe dê nenhum. Deixe que ele se esqueça de que há uma coisa como a guerra. Se o governo é ineficiente, despótico e ávido por impostos, melhor que ele seja tudo isso do que as pessoas se preocuparem com isso. Paz, Montag. Promova concursos em que vençam as pessoas que se lembrarem da letra das canções mais populares ou dos nomes das capitais dos estados ou de quanto foi a safra de milho do ano anterior. Encha as pessoas com dados incombustíveis, entupa-as tanto com "fatos" que elas se sintam empanzinadas, mas absolutamente "brilhantes" quanto a informações. Assim, elas imaginarão que estão pensando, terão uma sensação de movimento sem sair do lugar. E ficarão felizes, porque fatos dessa ordem não mudam. Não as coloque em terreno movediço, como filosofia ou sociologia, com que comparar suas experiências. Aí reside a melancolia. Todo homem capaz de desmontar um telão de tevê e montá-lo novamente, e a maioria consegue, hoje em dia está mais feliz do que qualquer homem que tenta usar a régua de cálculo, medir e comparar o universo, que simplesmente não será medido ou comparado sem que o homem se sinta bestial e solitário. Eu sei porque já tentei. Para o inferno com isso! Portanto, que venham seus clubes e festas, seus acrobatas e mágicos, seus heróis, carros a jato, motogiroplanos, seu sexo e heroína, tudo o que tenha a ver com reflexo condicionado. Se a peça for ruim, se o filme não disser nada, estimulem-me com o teremim, com muito barulho. Pensarei que estou reagindo à peça, quando se trata apenas de uma reação tátil à vibração. Mas não me importo. Tudo que peço é um passatempo sólido.
Ray Bradbury (Fahrenheit 451)
A morte não tem necessariamente a ver com a vida que o morto levou. As pessoas felizes e as pessoas tristes morrem da mesma maneira. Para atacar, a morte não escolhe estado de espírito nem disposição. É essa a ironia. Um dia você está muito felizinho andando pela praia. Sentindo-se bem, fazendo uma caminhada do Leme até o Leblon. E, de repente, sente-se como se tivesse levado um choque no meio do peito. A dor paralisa o pescoço. Depois, paralisa o coração. Aí, você apaga. Você morreu. Você estava feliz, mas, mesmo assim, você morreu
Alexandre Vidal Porto
Se tudo no mundo é relativo, nada tão relativo como a felicidade humana. Eu abandonava-me enfim ao meu cansaço, ao meu desgosto, ao meu desânimo, - quer isto dizer que os gozava. Daí estes dias correrem-me quase felizes. Há uma "sagesse" para os infelizes que substitui a felicidade; e que provém de se fazer uma voluptuosidade da própria dor, de se utilizar a dor como conducente a uma felicidade supra-terrena, ou de se chegar a considerar a dor estado normal, tendo por inesperados favores dos deuses quaisquer pequeninos prazeres sobrevindos...
José Régio (Jogo da Cabra Cega)
Todos nós temos necessidade de ser olhados. Podemos ser classificados em quatro categorias, segundo o tipo de olhar sob o qual queremos viver. A primeira procura um olhar de um número infinito de olhos anônimos, em outras palavras, o olhar do público.(...) Na segunda categoria, estão aqueles que não podem viver sem o olhar de numerosos olhos famliares. São os organizadores incansáveis de coquetéis e jantares. São mais felizes que os da primeira categoria, que, quando perdem o seu público, imaginam que a luz se apagou na sala de suas vidas. É o que acontece a todos, mais dia, menos dia. As pessoas da segunda categoria, pelo contrário, sempre conseguem arrumar quem as olhe. (...) Em seguida, vem a terceira categoria, as dos que têm necessidade de viver sob o olhar do ser amado. A situação deles é tão perigosa quanto a daqueles do primeiro grupo. Basta que os olhos do ser amado se fechem para que a sala fique mergulhada na escuridão.(...) Por fim, existe a quarta categoria, a mais rara, a dos que vivem sob os olhares imaginários dos ausentes. São os sonhadores. Por exemplo, Franz. Se ele chegou até a fronteira do Camboja, foi unicamente por causa de Sabina. O ônibus chacoalha na estrada da Tailândia e ele sente que os olhos de Sabina estão pousados sob ele.
Milan Kundera
São os muros que fazem os ladrões. A coragem não é contagiosa; o medo, sim. A literatura é a maneira que um verdadeiro mentiroso tem para se fazer aceitar socialmente. A verdade é uma superstição. Deus deu-nos sonhos para que possamos espreitar o outro lado. A realidade é dolorosa e imperfeita, é essa a sua natureza e por isso a distinguimos dos sonhos. (...) A realidade fere, mesmo quando, por instantes, nos parece um sonho. Nos livros está tudo o que existe, muitas vezes em cores mais autênticas, e sem a dor verídica de tudo o que realmente existe. Entre a vida e os livros, meu filho, escolhe os livros. Imaginem um rapaz correndo de moto numa estrada secundária. O vento bate-lhe no rosto. O rapaz fecha os olhos e abre os braços, como nos filmes, sentindo-se vivo e em plena comunhão com o universo. Não vê o caminhão irromper do cruzamento. Morre feliz. A felicidade é quase sempre uma irresponsabilidade. Somos felizes durante os breves instantes em que fechamos os olhos. Existem pessoas que revelam, desde muito cedo, um enorme talento para a desventura. A infelicidade atinge-os como uma pedrada, dia sim, dia não, e eles recebem-na com um suspiro conformado. Outras há, pelo contrário, com uma estranha propensão para a felicidade. Estas são atraídas pelo azul, aquelas pela embriaguez dos abismos. A memória é uma paisagem contemplada de um comboio em movimento.
José Eduardo Agualusa
Raciocinai assim com a vida: Se te perco, perco uma coisa que somente os loucos querem conservar. Não passas de um sopro, exposto a todas as influências do ar e que, hora após hora, deterioram esta habitação em que moras. És meramente o joquete da morte, pois procuras sempre evitá-la pela fuga e, apesar disto, corres sempre em direção a ela. Não és nobre, porque todas as voluptuosidades, que são teu patrimônio, são acalentadas pelas baixezas. Estás longe de ser valente, pois temes o aguilhão terno e brando de um verme. O que tens de melhor em ti é o sono e que tantas vezes provocas; entretanto, temes grosseiramente a morte que não passa de um sono. Tu não és tu mesmo, pois tua existência é o resultado de milhares de grãos que saem do pó. Não és feliz, porque o que tu não tens, tu te esforças para adquirir e o que possuis, tu esqueces. Não és constante, pois tua natureza, segundo as fases da Lua, sofre estranhas alterações. Se és rico, és pobre; pois, semelhante a um asno cujo lombo está vergado ao peso de lingotes, só carregas as tuas riquezas um único dia e a morte te livra delas. Não tens amigos, pois o fruto de tuas próprias entranhas que te chama de ''pai'', o mais puro de teu sangue saído de teus próprios rins, maldiz a gota, a lepra e o catarro, que não te acabam bem depressa. Não tens juventude nem velhice, e, por assim dizer, não passas de um sesta depois do jantar que sonha um pouco com as duas idades; pois toda tua feliz juventude é passada fazendo-se velha e solicitando esmolas da paralítica velhice. Quando, no fim, fores velho e rico, já não terás calor, sentimento, força, nem beleza, para tornares agradáveis tuas riquezas. Que te sobra ainda nisto que traz o nome de Vida? Outras mil formas de morte ainda estão ocultas nesta vida e, contudo tememos a morte que nivela todas estas misérias.
William Shakespeare (Measure for Measure)
CAPÍTULO C   “TU SERÁS FELIZ, BENTINHO”   No quarto, desfazendo a mala e tirando a carta de bacharel de dentro da lata, ia pensando na felicidade e na glória. Via o casamento e a carreira ilustre, enquanto José Dias me ajudava calado e zeloso. Uma fada invisível desceu ali, e me disse em voz igualmente macia e cálida: “Tu serás feliz, Bentinho; tu vais ser feliz.” – E por que não seria feliz? perguntou José Dias, endireitando o tronco e fitando-me. – Você ouviu? – perguntei eu erguendo-me também, espantado. – Ouviu o quê? – Ouviu uma voz que dizia que eu serei feliz? – É boa! Você mesmo é que está dizendo... Ainda agora sou capaz de jurar que a voz era da fada; naturalmente as fadas, expulsas dos contos e dos versos, meteram-se no coração da gente e falam de dentro para fora. Esta, por exemplo, muita vez a ouvi clara e distinta. Há de ser prima das feiticeiras da Escócia: “Tu serás rei, Macbeth!” – “Tu serás feliz, Bentinho!” Ao cabo, é a mesma predição, pela mesma toada universal e eterna.
Machado de Assis (Dom Casmurro)
Que significava aquele imenso e eterno espetáculo, sempre renovado e que o atraíra sempre, desde a mais longínqua infância, mas no qual jamais pudera tomar parte? Cada manhã o mesmo sol deslumbrante! Todos os dias o mesmo arco-íris como um diadema sobre a cascata! Todas as tardes a geleira fulgurando envolta em púrpura ao fundo do horizonte! "Cada diminuta mosca que zunia ao redor dele no ardente raio do sol tinha a sua parte no coro, sabia o seu lugar, gostava e era feliz!" Cada folha de relva cresce e é feliz. Tudo tem sua trajetória, cada coisa sabe que possui um itinerário e por ele adiante envereda por entre hosanas! Não há quem não saia de manhã com uma canção e não volte ao crepúsculo, cantando... Só ele não sabe nada, não compreende nada, nem homens, nem sons. Não comparticipa de nada, é um banido. Oh! Naturalmente não dissera servindo-se de palavras, sua interrogação tendo sido apenas mental. Era um sofrimento mudo de quem não atina com um enigma; mas agora lhe parecia que havia dito tudo aquilo com as mesmas palavras de Ippolít, a ponto de a frase relativa à mosca parecer sua, Ippolít o havendo plagiado, tomando-a das suas lágrimas e dos pensamentos de então. Tamanha certeza teve disso que enquanto refletia, o seu coração acelerava o ritmo.
Fyodor Dostoevsky (The Idiot)
«Sabe, meu amor, que te amo. E que te amarei até morrer. É por isso que todo o resto me parece tão pouco, um nada imenso de nenhum valor. Sabe que te choro e te venero, e sobretudo que te espero. E sabe que te vejo, com olhos de quem vê, e que te conheço, como só conhece um livro quem o lê. Sabe que à amargura dos dias subtraí a doçura de te ter. Sim, o cintilar da vida, ao meu redor, por te ter. Por saber-te nunca muito longe, embora raramente aqui. por saber que, nos teus olhos - laivos de mel e coisas mais profundas, lucidez e racionalidade - leio que também me lês. Deslizemos agora para o silêncio, perfeição. Não vejo já necessidade de prender a tua mão, pois que sinto que te prendi. Ao teu olhar, que se enreda no meu. que estranhas asas povoam as minhas entranhas, murmuram a meus ouvidos. que grande és, que tola sou. Sabe, meu amor, que tenho plena consciência das nossas dimensões. Basta-me ter-te assim, como te tenho, para seguir pela vida a sorrir. Em mim não se apagarão mais luzes, em mim, à noite, acendem-se as estrelas. Fosse eu firmamento, e tu o cimento com que se constrói o mundo. Sem nós, nada. Reservatório de tudo. Conheço-te, milagre maior, e tenho-te, não podia ter-te melhor. Porque caminhas a meu lado, não acorrentado a mim. Porque me beijas a testa e porque te louvo as mãos. Homem honesto. Amor maior. Porque me guias na escuridão das ingenuidades - resquícios da infância - e porque não me apontas caminhos, descreves-me paisagens. Sim e não, talvez e também. Veremos o que dali vem. E eu, a teu lado, que tola sou, pequena e feliz, que feliz é quem amou assim um grande amor. Ecos de palavras, distantes. Que importa se não somos amantes? Se nunca o seremos? Sei que te amo e, nalguma linguagem, sei que me amas também. Se é na matemática dos racionais, se na pureza dos amigos, se no secretismo dos poetas, isso não sei. Sei que te carrego em mim e que, se fechar os olhos, me sorris. Estás comigo a todo o instante. Não te guardo em caixas, fotografias ou objectos. Caberias lá tu em caixas, mundo, permanecerias lá tu imóvel, como os objectos, vida. Quanto muito, vejo-te às vezes num livro cá por casa. Mas sei-te, e sei-te quase de cor. Não quero saber-te, na totalidade ou de cor. Não o poderia, é inalcançável. Tão grande és tu, que não acabas. Em mim nunca acabarás. A felicidade que a tua volta me trouxe. E sabe que vou chorar, «a cada ausência tua eu vou chorar». Mas não lágrimas; é paixão, fogo, urgência. Coisa física, átomos de energia em colisão. Ainda assim, ter-te-ei aqui, para seguir pela vida a sorrir. A cada vez que afastar os lençóis, pedir-te-ei que te chegues para lá. E ainda que a tua boca nunca sobre a minha pouse, e ainda que nunca venhas a sorrir enquanto te beijo, sabe, meu amor, que te amo, e que te amarei até morrer. Com a certeza de quem quer viver, de quem quer seguir, a vida inteira, com a alma enredada na tua. Que o teu chá seja fervido da minha chaleira, e que os teus livros disputem com os meus o espaço da prateleira. Meu amor, sabe que te amarei a vida inteira.»
Célia Correia Loureiro (Os Pássaros)
Como se me afiguravam felizes e satisfeitos todos aqueles homens que eu encontrava no meu caminho! A vida, na verdade, era para eles como uma imensa sala de baile. Nem a sombra de uma preocupação nos seus olhares nem a mais leve aparência de cansaço nos seus gestos! Nunca, talvez, um pensamento inquietante, uma angústia misteriosa lhes teria perturbado as almas! E ao lado desta humanidade que se cruzava comigo, eu, jovem, quase virgem de experiência, já esquecera o que era felicidade! Lutei com este pensamento até me persuadir de que se cometia comigo uma cruel injustiça. Por que tinham sido os últimos meses tão terrivelmente duros para mim? Nem já me reconhecia tão pertinaz caíra sobre mim todo o gênero de inesperadas preocupações! Não me era possível sentar-me num banco, ir a qualquer parte, fosse onde fosse, sem ser vítima de imprevistas casualidades, de angustiosas humilhações que me obcecavam a imaginação e dispersavam aos quatro ventos as minhas resoluções. (...) Continuando a analisar a minha vida, acabei por me convencer de que o fato de ter sido eu o eleito para expiar as faltas comuns da Humanidade constituía um ato arbitrário de Deus Nosso Senhor. Mesmo depois de ter encontrado um banco e de me sentar, ainda me obcecavam as sugestões desse pensamento, a ponto de me impedirem qualquer outra reflexão. Desde aquele dia de maio, em que haviam começado as minhas adversidades, era-me impossível seguir facilmente o rasto das minhas progressivas fraquezas. Empalideci subitamente e as minhas forças dificilmente continuaram concordando com os meus desejos, era como se um enxame de insetos mordedores e teimosos tivessem feito ninho no meu espírito.
Knut Hamsun (Hunger)
Tal é a nossa civilização e a nossa educação: levar as massas a dependerem inteiramente do dinheiro que possam gastar, e o dinheiro desaparece. As minas estão a trabalhar dois, dois dias e meio por semana, e não se vislumbram melhorias, nem mesmo para o Inverno. Isto significa que um homem tem de sustentar uma família com vinte e cinco, trinta xelins. As mulheres são quem mais se enfurece. Mas a verdade é que são também, hoje em dia, quem mais tem a fúria de gastar. Se fosse possível dizer-lhes que viver e gastar são coisas diferentes! Mas não adianta. Se ao menos fossem educados para viver em vez de ganhar e gastar, poderiam viver felizes com vinte e cinco xelins. Se os homens usassem calças escarlates, como eu dizia, não pensariam tanto em dinheiro; se pudessem dançar, saltar e pular, bailar e ser insolentes e belos, aguentar-se-iam com pouco dinheiro. E poderiam divertir as próprias mulheres e divertirem-se com elas. Deviam aprender a ser nus e belos, a dançar entre todos, a dançar as velhas danças de grupo, a talhar os bancos em que se sentam, a bordar os seus próprios emblemas. Então não precisariam de dinheiro. E é a única forma de solucionar o problema industrial: treinar as pessoas para que possam ser capazes de viver, e viver da beleza, sem necessidade de gastar. Mas não é possível fazê-lo. Hoje as pessoas têm, todas elas, as mentes limitadas, uma vez que a massa das pessoas não tenta sequer pensar, porque não o consegue fazer. Deviam ser vivos e brincalhões, e reconhecer o grande deus Pã. É, definitivamente, o único deus adequado às massas. A elite pode ter cultos superiores, se assim o desejar, possam as massas ser, para sempre, pagãs.
D.H. Lawrence (Lady Chatterley's Lover)
O verdadeiro barômetro da inteligência é uma vida produtiva, feliz, vivida a cada dia e cada momento presente de todo dia.
Wayne W. Dyer (Your Erroneous Zones)
Não existe vantagem alguma em fazer as coisas do dia para a noite, porque para fazer direito precisamos de planejamento.
Barbara Delinsky (Uma Chance de Ser Feliz \ Segunda Chance)
Mamãe diz que todos nós temos um véu que nos separa do restante do mundo, como o que as noivas usam no dia do casamento. Só que esse é invisível. Andamos felizes com um véu invisível no rosto. O mundo fica um pouco borrado, mas gostamos dele assim. Às vezes, porém, nosso véu é tirado por alguns instantes, como se um vento o soprasse para longe. E quando ele levanta, podemos ver tudo como realmente é, por apenas aqueles poucos segundos antes que o véu volte a seu lugar. Enxergamos toda a beleza, a crueldade, a tristeza e o amor.
Anonymous
Não confunda bens materiais com sucesso O tipo de carro que você tem, o tamanho da sua casa ou a rentabilidade dos seus investimentos não fazem de você uma pessoa melhor ou pior. Lembre-se daquilo que realmente importa na vida. ☺ ☺ ☺ Imagine que hoje é o seu último dia na Terra. Agora, faça uma lista mental de todas as coisas que conseguiu, todas as coisas de que se orgulha e todas as coisas que deixaram você realmente feliz.
Anonymous
Deus, dai-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar, coragem para mudar as coisas que eu possa, e sabedoria para que eu saiba a diferença: vivendo um dia de cada vez, aproveitando um momento de cada vez; aceitando as dificuldades como um caminho para a paz; indagando, como fez Jesus, este mundo pecador, não como eu teria feito; aceitando que o Senhor tornaria tudo correto se eu me submetesse à sua vontade, para que eu seja razoavelmente feliz nesta vida e extremamente feliz com o Senhor para sempre no futuro. Amém.
Marcelo Rossi (Philia (Em Portugues do Brasil))
Quem comanda o conto não é a voz, é o ouvido." p.139 "Mesmo em Raisam, cidade triste, corre um fio invisível que liga um ser vivo a outro por um instante e a seguir se desfaz, e depois torna a estender-se entre pontos em movimento desenhando novas rápidas figuras de modo que a cada segundo a cidade infeliz contém uma cidade feliz que nem sequer sabe que existe." p.151 "E Polo: - O inferno dos vivos não é uma coisa que virá a existir; se houver um, é o que já está aqui, o inferno que habitamos todos os dias, que nós formamos aos estarmos juntos. Há dois modos para não o sofrermos. O primeiro torna-se fácil para muita gente: aceitar o inferno e fazer parte dele a ponto de já não o vermos. O segundo é arriscado e exige uma atenção e uma aprendizagem contínuas: tentar e saber reconhecer, no meio do inferno, quem e o que não é inferno, e fazê-lo viver, e dar-lhe lugar." p.166
Italo Calvino
E no final das contas é tudo escuro, é sempre noite, e quase tudo é bobagem. A gente fica sozinho, bebe demais, lembra demais, pensa demais, bate em portas estranhas, há uma festa, a festa termina, não há final feliz ou infeliz, não há final, o dia amanhece, a chuva para, se aconteceu alguma coisa ou nada aconteceu, não faz diferença. Aos poucos a gente acostuma e se enxerga.
Martha Medeiros (Noite em Claro)
Deje menos vida lívida en tus dias, y más vívidos dias en tu vida.
Ana Claudia Antunes (El DAO Workbook Ilustrado (Spanish Edition))
Não devemos considerar como acontecimentos felizes apenas as coisas de grande importância. As mais pequenas na aparência são, muitas vezes, as que mais influem sobre nosso destino. O homem esquece facilmente o bem e se lembra mais daquilo que o aflige. Se registrássemos, dia a dia, os benefícios que recebemos sem tê-los pedido, ficaríamos espantados de ter recebido tanto e em tanta quantidade que até os esquecemos, e nos sentiríamos envergonhados com a nossa ingratidão. A cada noite, ao elevar nossa alma a Deus, devemos nos lembrar dos
Allan Kardec (Coletânea de preces espíritas)
Surpreende-me que os pais consintam. Ao que se diz, é um casamento de amor. - De amor! - exclamou a embaixatriz. - Onde foram arranjar ideias tão antediluvianas?Quem fala de paixão nos nossos dias? - Que quer, minha senhora - disse Vronski -, essa velha moda, tão ridícula, continua a não querer ceder o lugar. - Tanto pior para os que a mantêm! Em matéria de casamentos felizes, só conheço os casamentos de conveniência. - Seja! Mas não acontece, muitas vezes, que esses casamentos caem desfeitos em pó à aparição dessa paixão que era tratada como intrusa? - Dê-me licença: por casamento de conveniência, entendo aquele que se faz quando de ambas as partes se passou já pelas loucuras da juventude. O amor é como a escarlatina, é preciso apanhá-lo. - Nesse caso, devia-se arranjar um processo de o inocular, como as bexigas. - Durante a minha juventude, estive apaixonada por um sacristão - declarou a princesa Miagki. - Gostava bem de saber se o remédio operou. - Pondo de parte brincadeiras - disse Betsy - , creio que para conhecer o amor é preciso, primeiro enganar-se, depois reparar o erro. - Mesmo depois do casamento? - perguntou, rindo, a embaixatriz. - Nunca é tarde para o arrependimento - disse o diplomata, citando um provérbio inglês. - Exactamente - aprovou Betsy. - Cometer um erro, repará-lo depois, eis o que importa. Que pensa disto, minha querida? - perguntou a Ana , que escutava a conversa sem falar, com um meio sorriso nos lábios. - Creio - respondeu Ana, brincando com a luva - que, se há tantas opiniões quantas cabeças, há também tantas maneiras de amar quantos os corações. (...) Durante toda essa Primavera, não foi ele próprio e conheceu minutos trágicos. "Não posso viver sem saber o que sou e com que fim fui posto no mundo", dizia consigo. "E uma vez que não posso alcançar esse conhecimento, torna-se-me impossivel viver." "No infinito do tempo, da matéria, do espaço, uma bolha-organismo se forma, se mantém um momento, depois rebenta...Essa bolha sou eu!" Este sofisma doloroso era o único, o supremo resultado do raciocínio humano durante séculos; era a crença final que se encontrava na base de quase todos os ramos da actividade científica; era a convicção reinante, e, sem dúvida porque lhe parecia ser a mais clara, Levine penetrara-se involuntariamente dela. Mas esta conclusão parecia-lhe mais que um sofisma; via nela a obra cruelmente irrisória de uma força inimiga a que importava subtrair-se. O meio de libertar-se estava ao alcance de cada um...E a tentação do suicídio perseguiu tão frequentemente este homem saudável, este feliz pai de família, que ele afastava das suas mãos todas as cordas e não se atrevia a sair com a espingarda. No entanto, em vez de queimar os miolos, continuou simplesmente a viver.
Liev Tolstói (Anna Karenina)
Surpreende-me que os pais consintam. Ao que se diz, é um casamento de amor. - De amor! - exclamou a embaixatriz. - Onde foram arranjar ideias tão antediluvianas?Quem fala de paixão nos nossos dias? - Que quer, minha senhora - disse Vronski -, essa velha moda, tão ridícula, continua a não querer ceder o lugar. - Tanto pior para os que a mantêm! Em matéria de casamentos felizes, só conheço os casamentos de conveniência. - Seja! Mas não acontece, muitas vezes, que esses casamentos caem desfeitos em pó à aparição dessa paixão que era tratada como intrusa? - Dê-me licença: por casamento de conveniência, entendo aquele que se faz quando de ambas as partes se passou já pelas loucuras da juventude. O amor é como a escarlatina, é preciso apanhá-lo. - Nesse caso, devia-se arranjar um processo de o inocular, como as bexigas. - Durante a minha juventude, estive apaixonada por um sacristão - declarou a princesa Miagki. - Gostava bem de saber se o remédio operou. - Pondo de parte brincadeiras - disse Betsy - , creio que para conhecer o amor é preciso, primeiro enganar-se, depois reparar o erro. - Mesmo depois do casamento? - perguntou, rindo, a embaixatriz. - Nunca é tarde para o arrependimento - disse o diplomata, citando um provérbio inglês. - Exactamente - aprovou Betsy. - Cometer um erro, repará-lo depois, eis o que importa. Que pensa disto, minha querida? - perguntou a Ana , que escutava a conversa sem falar, com um meio sorriso nos lábios. - Creio - respondeu Ana, brincando com a luva - que, se há tantas opiniões quantas cabeças, há também tantas maneiras de amar quantos os corações. (...) Durante toda essa Primavera, não foi ele próprio e conheceu minutos trágicos. "Não posso viver sem saber o que sou e com que fim fui posto no mundo", dizia consigo. "E uma vez que não posso alcançar esse conhecimento, torna-se-me impossivel viver." "No infinito do tempo, da matéria, do espaço, uma bolha-organismo se forma, se mantém um momento, depois rebenta...Essa bolha sou eu!" Este sofisma doloroso era o único, o supremo resultado do raciocínio humano durante séculos; era a crença final que se encontrava na base de quase todos os ramos da actividade científica; era a convicção reinante, e, sem dúvida porque lhe parecia ser a mais clara, Levine penetrara-se involuntariamente dela. Mas esta conclusão parecia-lhe mais que um sofisma; via nela a obra cruelmente irrisória de uma força inimiga a que importava subtrair-se. O meio de libertar-se estava ao alcance de cada um...E a tentação do suicídio perseguiu tão frequentemente este homem saudável, este feliz pai de família, que ele afastava das suas mãos todas as cordas e não se atrevia a sair com a espingarda. No entanto, em vez de queimar os miolos, continuou simplesmente a viver.
Leo Tolstoy (Anna Karenina)
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos, E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
Álvaro de Campos
Os clientes de fim de semana são vistos universalmente com uma certa suspeita, mesmo desprezo, tanto pelos cozinheiros como pelos empregados; são os parolos, os tansos, os provincianos, os comedores sôfregos, os que dão más gorjetas, os suburbanos a caminho do teatro, chegados à cidade para ver o Cats ou Les Misérables e nunca mais voltar. Por outro lado, os clientes dos dias úteis da semana são a equipa da casa – potenciais clientes regulares, a quem todos os envolvidos querem fazer felizes.
Anthony Bourdain (Kitchen Confidential: Adventures in the Culinary Underbelly)
Accepta el dia com a límit per ser feliç
Albert Espinosa (Los secretos que jamás te contaron: Para vivir en este mundo y ser feliz cada día)
— Não chores... Para esta hora nos temos preparado desde a tua infância. Não sei em que dia o relógio da eternidade terá marcado meu derradeiro alento neste corpo, mas nós ambas estamos cientes de que a veste carnal é também uma ilusão. Estou certa de que Jesus me restituirá a companhia de Cirilo, para sempre. Cercar-te-emos, então, do nosso afeto e te esperaremos num mundo mais feliz, onde não haja lágrimas nem morte. Se pudesse, ficaria contigo, a fim de partirmos juntas, mas algo me diz que não poderei realizar este desejo.
Francisco Cândido Xavier (Renúncia (Série Romances de Emmanuel) (Portuguese Edition))
Dia feliz ou triste, um sorriso que nada custa para mudar o mundo e alegrar o coração do desconhecido.
Modeste Herlic (AVENTURAS? Por que não?: Conversas sobre espiritualidade. (Portuguese Edition))
(carta ao cabrão insensível) Meu grandessíssimo cabrão: Escrevo-te para te dizer que és um idiota da pior espécie. Um burgesso. Um monte de bosta. Um pedaço de asno. Poderia, por isso, ficar por aqui nesta missiva – até porque o mais importante já está dito. Mas prefiro explicar-te, pacientemente, porquê. Quando gostares de alguém não tenhas medo. Não sejas cobarde. Não sejas poucochinho. Não te escondas em semi-palavras, em semi-actos. Quando gostares de alguém, vai com tudo, vai contigo todo, com tudo o que és, com tudo o que sentes, com tudo o que tens para dar. Sê romântico, sê piroso, sê incansável, sê sonhador e faz sonhar. Sê utópico – porque não? Faz planos em conjunto, imagina em conjunto. Faz como nos livros, faz como nos filmes: não acredites na treta do impossível, na treta do improvável. Não acredites na treta de que o amor é treta. Essa é a mentira que os toscos inventaram para poderem ser toscos. Vai com quem amas até ao fim do mundo todos os dias. Até à última gota não é uma forma de vida; é a única forma de vida. O resto é merda. Diz que amas se amas. Mostra que amas se amas. “Sim: eu amo” – qual é dificuldade de dizer isto? “Sim: eu quero-te” – qual é a dificuldade de dizer isto? “Sim: eu preciso de ti” – qual é a dificuldade de dizer isto? É tão simples ser feliz por dentro do amor. Tão simples. Basta amar e não temer amar. Amar só dói quando não se ama – qual é a dificuldade de entender isto? Não te escondas de todos os lados de ti. Não vás na cantiga do macho latino, do macho que não está habilitado a sentir – e que por isso tem de ser, por fora, intocável, sempre sólido. Sólidos são os calhaus. Sólidos são os cubos de gelo – e até esses, quando começam a aquecer, se derretem todos. Não queiras ser um bruto só porque te impingiram que tens de ser um bruto. Os brutos tendem a sofrer brutalidades – e a fazer sofrer brutalidades. Os brutos não fazem falta nenhuma ao mundo de ninguém. Os brutos não fazem falta nenhuma ao mundo todo. Se sentes, vai. Se queres, tenta. Se te apetece, inventa. Se um livro te faz chorar: chora. Chora porque és gente, porque és pessoa, porque tens muito mais do que um corpo. Se um abraço te emociona, leva-te nessa emoção, contagia-te e contagia, vai até ao final dos ossos, até ao começo das veias. Se és homem sente – qual é a dificuldade de entender isto? Só não sente quem nem sequer é gente. Esquece os preconceitos. Esquece as frases que te inculcaram como se fossem leis universais. A sociedade que vá dar banho ao cão se por causa dela perdes o que tanto queres. Entre a tua saúde e a saúde da sociedade não hesites: escolhe a tua. A sociedade adapta-se. A sociedade adapta-se sempre. É isso a História da Humanidade, nada mais: as pessoas a escolherem a sua própria sanidade, a escolherem a sua própria felicidade – e a sociedade, diligente, a correr atrás. Não corras atrás dela; deixa que ela corra atrás de ti. E é se quer. Se não quiser deixa-a ficar e vai à tua vida. Vai à tua vida: eis o segredo, eis a fórmula. Vai à tua vida. Quatro palavras, quatro simples palavras, e está tudo dito. Vai à tua vida. Vai sempre à tua vida. É ela que te importa. É sobretudo ela que tem de te importar. A tua vida e a vida de todos aqueles eleitos que fazem parte dela. Trata dela. Trata deles. Concentra-te no que importa. Guarda as forças para o que importa. O resto é merda. Tudo isto para te dizer, talvez já te tenhas esquecido, que és um idiota da pior espécie. Um burgesso. Um monte de bosta. Um pedaço de asno. Creio que já percebeste porquê, certo? Não mereces, por isso, um único pedacinho do meu amor. Mas já o tens todo.
Pedro Chagas Freitas (Prometo Perder)
E de sempre me mostrar feliz, é-me agora difícil esconder a tristeza. Parece que a força desaparece e desce em mim um súbito desinteresse em camuflar o meu abatimento. Há vezes em que até se me desperta a vontade de desnudar, deixar claro e visível que nem tudo, quase nada, corre bem. Talvez pela ausência de preocupação do sujeito que em mim estimula tanto sentimento- imagine-se uma avalanche, um tsunami, que ironicamente para o meu ser, desenvolvem sempre uma catástrofe. Talvez porque simplesmente já não sinta necessidade de disfarçar, embora evite perguntas que levariam muito tempo a responder. É um mar cheio de peixes com as mesmas dúvidas. Por aqui ficam nadando até ao dia em que são pescados. Como e porque seria eu a ter as decifrações para todos os enigmas que me vão atormentando?
Ana Casa Branca
Quase Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
Sarah Westphal
E como poderia eu aperceber-me de que os dias felizes são aqueles que nunca questionamos, que existem com tantas certezas que lhes desvalorizamos a importância? Que são quase sempre dias banais e não catalogados, em que passeamos pelos bosques com quem amamos, desfrutando secretamente do mundo? Que são aqueles em que ficamos em silêncio olhando os montes, admirando-os sem saber? Sim, como poderia eu saber que o coração gosta de dias cheios de nada?
Rui Conceição Silva (Quando o Sol Brilha)
[...] Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas e a aurora indecisa demore não posso adiar para outro século a minha vida nem o meu amor nem o meu grito de libertação Não posso adiar o coração ::: A noite trocou-me os sonhos e as mãos dispersou-me os amigos tenho o coração confundido e a rua é estreita estreita em cada passo as casas engolem-nos sumimo-nos estou num quarto só num quarto só com os sonhos trocados com toda a vida às avessas a arder num quarto só Sou um funcionário apagado um funcionário triste a minha alma não acompanha a minha mão Débito e Crédito Débito e Crédito a minha alma não dança com os números tento escondê-la envergonhado o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente e debitou-me na minha conta de empregado Sou um funcionário cansado dum dia exemplar Porque não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever? Porque me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço? Soletro velhas palavras generosas Flor rapariga amigo menino irmão beijo namorada mãe estrela música São as palavras cruzadas do meu sonho palavras soterradas na prisão da minha vida isso todas as noites do mundo uma noite só comprida num quarto só ::: [...] Esse suor dizia mais sobre a verdade que todas as palavras As palavras mais nuas as mais tristes. As palavras mais pobres as que dormem na sombra dos meus olhos. Que alegria elas sonham, que outro dia, para que rostos brilham? Procurei sempre um lugar onde não respondessem, onde as bocas falassem num murmúrio quase feliz, as palavras nuas que o silêncio veste. [...]
António Ramos Rosa (Viagem através duma nebulosa)
O girassol é uma flor que representa equilíbrio, força e também o caminho para uma vida feliz. Você já ouviu a expressão “quando não há sol, ele se vira para outro girassol”? Significa que nem sempre a flor seguirá os raios solares, porque em dias nublados e tristes, elas se viram umas para as outras, buscando a energia delas. Eu e Nick somos assim, sabemos que nem sempre a vida vai ser como queremos, mas só temos certeza de uma coisa: estaremos sempre ali um pelo outro, compartilhando nossa vibração
Enna Souza (Sem Segredos (Nossas Histórias #1))
Meus pais dançaram juntos, mamãe com a cabeça no peito dele. Ambos tinham os olhos fechados. Pareciam perfeitamente felizes. Quem consegue encontrar alguém assim, alguém a quem abraçar e com quem fechar os olhos para o mundo, é uma pessoa de sorte. Mesmo que dure apenas um minuto, ou um dia. A imagem deles balançando suavemente ao som da música é como visualizo mentalmente o amor, mesmo decorridos tantos anos.
Patrick Rothfuss (The Name of the Wind (The Kingkiller Chronicle, #1))
Felizes são aqueles que não se deixam levar pelos conselhos dos maus, que não seguem o exemplo dos que não querem saber de Deus e que não se juntam com os que zombam de tudo o que é sagrado! 2 Pelo contrário, o prazer deles está na lei do SENHOR, e nessa lei eles meditam dia e noite. 3 Essas pessoas são como árvores que crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo certo, e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o que essas pessoas fazem dá certo.1 1 1.3 Jr 17.8 4 O mesmo não acontece com os maus; eles são como a palha que o vento leva. 5 No Dia do Juízo eles serão condenados e ficarão separados dos que obedecem a Deus. 6 Pois o SENHOR dirige e abençoa a vida daqueles que lhe obedecem, porém o fim dos maus são a desgraça e a morte.
Sociedade Bíblica do Brasil (Bíblia do Semeador: Nova Tradução na Linguagem de Hoje (Portuguese Edition))
Nos dias seguintes me senti realmente bem. Saboreei a sorte de ser há setenta e quatro anos uma transmutação feliz de substância sideral que borbulha nas fornalhas do universo, um fragmento de matéria viva e pensante sem muitas indisposições e por puro acaso com uma escassa experiência de infortúnios.
Domenico Starnone (Lacci)
As pessoas mais bem-sucedidas fazem exatamente o contrário. Em vez de se voltarem para dentro de si, elas se aproximam ainda mais de sua rede social de apoio. Em vez de não investir nela, as pessoas de sucesso recorrem a ela. Essas pessoas não apenas são mais felizes como também são mais produtivas, envolvidas, energizadas e resilientes. Elas sabem que seus relacionamentos sociais constituem o maior investimento que elas podem fazer para se favorecer do Benefício da Felicidade. INVISTA NA SUA FELICIDADE Um dos estudos psicológicos mais longos de todos os tempos – o estudo dos Homens de Harvard –, acompanhou 268 homens desde a entrada na faculdade no final dos anos 1930 até os dias de hoje.1 Com base no enorme volume de dados resultante, os cientistas conseguiram identificar as circunstâncias na
Shawn Achor (O Jeito Harvard de Ser Feliz)
Aquele negócio de autorrealização era difícil de mais, pensou ela. Nina mal estava conseguindo ler uma única palavra, e isso foi a gota d'água. Lennox até podia ter arruinado a vida sexual dela, sua paz de espírito, suas esperanças de ser feliz algum dia, seu ganha-pão. Mas NINGUÉM iria arruinar sua leitura.
Jenny Colgan (The Little Shop of Happily Ever)
Tenho um cachorro temporário, todo torto, com os pelos eriçados e o rabinho trêmulo. Exploramos juntos as ruas, vamos ao parque correr; conhecemos os outros cães, mastins desanimados, labradores festivos, cavalier kings charles spaniels tímidos e os milhares de cruzamentos imprevisíveis dos nascidos de amores clandestinos enquanto os donos, que nunca sabem de nada, olham para o outro lado. O mundo nunca me pareceu tão vasto. Aproveitamos o dia e eu não trocaria esta nova vida pela de mais ninguém. Não poderia invejar ninguém; a vida que estou vivendo, agora que examinei os mínimos detalhes, agora que não tento fazê-la parecida com algum tipo de ideal inatingível, é tão minha que não posso cotejá-la com nenhuma outra, em nenhuma régua de comparação. Infinitas são as coisas que não tenho, infinitas também as que não conheço; mas desde que perdi minhas velhas certezas e aprendi a me sujeitar às regras das escolas antigas, reencontrei um prazer perdido há muito tempo. O de aprender, de tentar, de virar meus pensamentos do avesso, de descobrir que estava errando e que só o fato de descobrir isso é uma oportunidade para tentar fazer um pouco melhor. Perdi muito, e entre as coisas perdidas há também aquelas que eu pensava controlar, possuir, saber: mas isso pelo menos me dá a chance de continuar a procurar, a demandar, a estudar, a espiar a vida de todos os ângulos. Vivo buscando algo que não sei; talvez apenas a felicidade de continuar a buscar. Penso nas palavras de Sócrates: uma vida sem busca não é digna de ser vivida. Caminho com o Cão pelas ruas do bairro, não tenho nada de meu, sou feliz. Quem sabe eu tenha aprendido a viver um pouco a partir dos filósofos antigos; e talvez seja isso, afinal, o que vale a pena contar.
Ilaria Gaspari (Lezioni di felicità: Esercizi filosofici per il buon uso della vita)
Em um coral no pequeno pub, Helena e Gerald cantavam músicas que os piratas ensinavam e puxavam em coro. As vozes eram desafinadas, sim, mas pareciam tão felizes e animadas que, apesar do que pensavam em outros vilarejos, a Morte e os dias de todos os santos eram celebrados em Sterulia com grande animação, como se nesses dias a Morte os presenteasse com a volta de seus familiares perdidos. Gerald desceu da mesa e observou Helena por minutos que poderiam ser eternos. Segurando a barra do vestido em uma mão e a caneca de cerveja na outra, ela sorria e cantava como quem celebrava todas as vidas que tinha e todas aquelas presentes no pub.
Tainah de Paula (Portal Para O Submundo)
Sei, sem sombra de dúvida que vamos ter muitos bons momentos. Não importa o que a vida apronte conosco, vamos criar memórias lindas juntos, Quinn. Isso é certo. Mas também vamos ter dias ruins e dias tristes que testarão nossa determinação. É nesses dias que quero que sinta todo o peso do meu amor por você. Prometo que vou amá-la mais durante as tempestades do que vou amá-la nos dias perfeitos. Prometo amá-la mais quando estiver magoada do que quando se sentir feliz. Prometo amá-la mais quando formos pobres do que quando estivermos nadando em dinheiro. Prometo amá-la mais quando você chorar do que quando sorrir. Prometo amá-la mas quando estiver doente do que quando estiver saudável. Prometo amá-la mais quando me odiar do que quando me amar. E prometo... Juro... que vou amá-la mais quando você ler esta carta do que a amei quando a escrevi. Mal posso esperar para passar o resto da vida com você. Mas posso esperar para iluminar todas as suas qualidades.
Colleen Hoover (All Your Perfects)
Um dia feliz tem mais poder que a tristeza de uma vida inteira
Carla Madeira (Tudo é Rio)
Um dia feliz tem mais poder que a tristeza de uma vida inteira.
Carla Madeira (Tudo é Rio)
A vida é feita disto. Um dia feliz, um dia triste.
Francisco da Costa Oliveira
As árvores sabem que a única razão da sua vida é viver. Vivem para viver. Viver é bom. Raízes mergulhadas na terra, não fazem planos de viagem. Estão felizes onde estão. Enfrentam seca e chuva, noite e dia, chuva e calor, com silenciosa tranquilidade, sem acusar, sem lamentar. E morrem também tranquilas, sem medo. Ah! Como as pessoas seriam mais belas e felizes se fossem como as árvores.
Rubem Alves (O Amor que acende a lua)
Um dia um aluno do profeta Lebioda disse-lhe: "Ensine-me, mestre, como agir. Pois um próximo meu desejou ficar com o meu cão preferido. Se eu lhe entregar meu cão favorito, meu coração arrebentará de tristeza. E não o amo nem um pouco." Então o profeta Lebiosa disse: "Pegue esse gato que apronta e lhe dá constantes prejuízos e entregue-o ao seu próximo. Você terá satisfação em dobro. Você se livrará do gato e fará seu próximo feliz. Pois na maioria dos casos o próximo não quero presente, ele quer ser presenteado.
Andrzej Sapkowski (The Tower of the Swallow (The Witcher, #4))
«Tómate más tiempo y abarca menos terreno.» THOMAS MERTON
Daniel Klein (Mis viajes con Epicuro: Una Guia Poco Comun Para Llegar A Viejo... y Ser Feliz Hasta el Ultimo Dia (Crecimiento personal) (Spanish Edition))
Si quieres vivir una vida feliz, asóciala a una meta y no a personas u objetos” – Albert Einstein
Frank Mullani (HABITOS POSITIVOS Para Un Mundo Negativo: 69 Habitos Super Efectivos Para Cambiar su Vida de Negativo a Positivo en 30 Dias (pensamiento positivo nº 4) (Spanish Edition))
Ámese a sí mismo. Sienta verdadero regocijo por ser quien es y por haber llegado a este maravilloso mundo. Reconozca que usted es único e irrepetible y que usted es un verdadero milagro que merece todo su amor propio. Todo lo que usted necesita para ser feliz está aquí mismo dentro de su propio ser ahora mismo en este momento, no mañana, no algún día, no después.
Frank Mullani (HABITOS POSITIVOS Para Un Mundo Negativo: 69 Habitos Super Efectivos Para Cambiar su Vida de Negativo a Positivo en 30 Dias (pensamiento positivo nº 4) (Spanish Edition))
Todos os dias são novos começos, por isso, não importa o que te esteja a magoar, respira fundo e começa outra vez. Verás que, no fim de tudo, nenhuma dor te irá impedir de ser feliz.
Catarina A. C. Magalhães (Nem Todos Os Espelhos Refletem)
Voy a ser feliz ahora, mi momento para estar positivo es hoy, las penas las voy a dejar para el futuro en donde muy probablemente se desvanezcan gracias a mi actitud ganadora y positiva”. El momento para estar felices y llenos de positivismo es ahora, el ayer ya no regresará jamás y no sabemos lo que nos pueda pasar en un futuro.
Frank Mullani (HABITOS POSITIVOS Para Un Mundo Negativo: 69 Habitos Super Efectivos Para Cambiar su Vida de Negativo a Positivo en 30 Dias (pensamiento positivo nº 4) (Spanish Edition))
Se eu Pudesse Se eu pudesse trincar a terra toda E sentir-lhe um paladar, Seria mais feliz um momento... Mas eu nem sempre quero ser feliz. É preciso ser de vez em quando infeliz Para se poder ser natural... Nem tudo é dias de sol, E a chuva, quando falta muito, pede-se. Por isso tomo a infelicidade com a felicidade Naturalmente, como quem não estranha Que haja montanhas e planícies E que haja rochedos e erva... O que é preciso é ser-se natural e calmo Na felicidade ou na infelicidade, Sentir como quem olha, Pensar como quem anda, E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre, E que o poente é belo e é bela a noite que fica... Assim é e assim seja... Como quem num dia de verão abre a porta de casa Como quem num dia de Verão abre a porta de casa E espreita para o calor dos campos com a cara toda, Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa Na cara dos meus sentidos, E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Fernando Pessoa (Fernando Pessoa - Poesia Completa de Alberto Caeiro (Portuguese Edition))
Um dia feliz tem mais poder que a tristeza de uma vida inteira. Nele moram as reviravoltas.
Carla Madeira (Tudo é rio)
A felicidade plena é o resultado de fazer escolhas que tenham sentido em nossa caminhada, aprendendo a abrir mão do que deixou de fazer sentido, a mudar e se adaptar, sempre que necessário, sem apego ao que passou. Felicidade está ligada à ideia de aprendermos que a vida é cíclica e que ciclos se abrem e outros se fecham e que aceitar isso é parte essencial para conquistar a paz interior. Trata-se de aprendermos a viver passo a passo, saboreando cada dia, cada instante, à medida que trabalhamos para alcançar nossos objetivos. É compreender que ganhar e perder, viver e morrer, lucrar e ter prejuízo, ter sucesso ou fracasso, na verdade são faces da mesma moeda. E quem realmente é feliz aprende a lidar com cada dor e alegria, cada prazer e cada agonia que podem surgir no decorrer de nossos dias, sempre sem se deixar afetar mais que o necessário.
Ricardo Melo (As leis invisíveis do dinheiro: O método comprovado de investimentos para quem deseja ter muito dinheiro e felicidade plena (Portuguese Edition))
Não atinou que a frase do discurso não era propriamente do filho; não era de ninguém. Alguém a proferiu um dia, em discurso ou conversa, em gazeta ou em viagem de terra ou de mar. Outrem a repetiu, até que muita gente a fez sua. Era nova, era enérgica, era expressiva, ficou sendo patrimônio comum. Há frases assim felizes. Nascem modestamente, como a gente pobre; quando menos pensam, estão governando o mundo, à semelhança das ideias. As próprias ideias nem sempre conservam o nome do pai; muitas aparecem órfãs, nascidas de nada e de ninguém. Cada um pega delas, verteas como pode, e vai levá-las à feira, onde todos as têm por suas.
Machado de Assis (Esau and Jacob)
Já estava acostumado aos amputados, às vitimas do agente laranja, aos famintos, pobres, garotos de rua de seis anos de idade que você encontra às três da madrugada gritando "Feliz ano novo! Olá! Bye-Bye!" em inglês, e depois aponta para suas bocas e faz "bum bum?". Estou ficando quase indiferente aos garotos famintos, sem pernas, sem braços, cobertos de cicatrizes, desesperançados, dormindo no chão, em triciclos, na beirada do rio. Mas não estava preparado para o homem sem camisa, com um corte de cabelo a la forma de pudim, que me detém na saída do mercado, estendendo a mão. No passado ele sofreu queimaduras e tornou-se uma figura humana quase irreconhecível, a pele transformada numa imensa cicatriz sob a coroa de cabelos pretos. Da cintura para cima (e sabe Deus até onde), a pele é uma cicatriz só; ele não tem lábios, nem nariz, nem sobrancelha. Suas orelhas são como betume, como se tivesse mergulhado e moldado num alto-forno, sendo retirado pouco antes de derreter por completo. Mexe seus dentes como uma abóbora de Halloween, mas não emite um único som através do que foi um dia, uma boca. Sinto um murro no estômago. Minha animação exuberante dos dias e horas anteriores desmorona. Fico paralisado, piscando e pensando na palavra napalm, que oprime cada batida do meu coração. De repente nada mais é divertido. Sinto vergonha. Como pude vir até esta cidade, até este país por razões tão fúteis, cheio de entusiasmo por algo tão...sem sentido, como sabores, texturas, culinária? A famíla daquele homem deve ter sido pulverizada, ele mesmo transformado num boneco desgraçado, como um modelo de cera de madame Tussaud, a pele escorrendo como vela pingando. O que estou fazendo aqui? Escrevendo um livro de merda? Sobre comida? Fazendo um programinha leve e inútil de tevê, um showzinho de bosta? A ficha caiu de uma vez e fiquei me desprezando, odiando o que faço e o fato de estar ali. Imobilizado, piscando nervosamente e suando frio, sinto que todo mundo na rua está me observando, que irradio culpa e desconforto, que qualquer passante vai associar os ferimentos daquele homem a mim e ao meu país. Dou uma espiada nos outros turistas ocidentais que vagueiam por ali com suas bermudas da Banana Republic e suas camisas pólo da Land´s End, suas confortáveis sandálias Weejun e Bierkenstock, e sinto um desejo irracional de assassiná-los. Parecem malignos, comedores de carniça. O Zippo com a inscrição pesa no meu bolso, deixou de ser engraçado, virou uma coisa tão pouco divertida quanto a cabeça encolhida de um amigo morto. Tudo o que comer terá gosto de cinzas daqui pra frente. Fodam-se os livros. Foda-se a televisão. Nem mesmo consigo dar algum dinheiro ao coitado. Tenho as mãos trêmulas, estou inutilizado, tomado pela paranoia, Volto correndo ao quarto refrigerado do New World Hotel, me enrosco na cama ainda desfeita, fico olhando para o teto com os olhos cheios de lágrimas, incapaz de digerir ou entender o que presenciei e impotente para fazer qualquer coisa a respeito. Não saio nem como nada pelas 24 horas seguintes. A equipe de tevê acha que estou tendo um colapso nervoso. Saigon...Ainda em Saigon. O que vim fazer no Vietnã?
Anthony Bourdain (A Cook's Tour: Global Adventures in Extreme Cuisines)
É neste dia que acaba o meu romance com meu marido. O antigo sentimento ficou com aquelas queridas recordações para as quais não havia mais que apelar e um sentimento de um novo amor por meus filhos e pelo pai de meus filhos inaugurou o início de uma outra existência, feliz de um outro modo, e que ainda não esgotei na hora presente, convencida de que a realidade da felicidade está no lar e nas puras alegrias de família.
Leo Tolstoy (A Felicidade Conjugal [com índice ativo] (Portuguese Edition))
É a sensação de rodar, rodar, rodar, sem saber exatamente pra onde estava indo ou como se já estivesse no céu. Por que acredito totalmente que é pra lá que eu vou quando isso for decidido, quando for o momento. Eu não sabia o que estava acontecendo, porque eu não sabia como começou acontecer. Uma tarde de domingo, linda, maravilhosa, um sol belo, azul, 17h. Eu, ahn, ao contrário do que os homens pensam, eu dirijo muito bem. Porque pra dirigir Rio, São Paulo, Porto Alegre, precisa dirigir muito bem. Não tinha movimento e era incrível, era Domingo, era pra estar lotado de carros vindo da praia. Era verão. Dia 19 de dezembro de 1999, exatamente no dia que minha mãe se tivesse viva, estaria de aniversário. E eu vinha muito feliz, e eu estava indo muito feliz pra Santa Isabel, aonde esses amigos maravilhosos numa turnê que eu fiz com terapia sexual e que eles se tornaram amigos íntimos. Estávamos indo eu e a minha empresária, minha amiga querida, que hoje é minha amiga querida e não mais empresária, Berenice Lamônica, quando tudo começou a girar, girar, girar, girar e eu disse: "Berenice, segura, nós vamos bater". Nada mais me lembro! Nada mais me lembro! Apenas sei que foram horas e horas e horas e horas de resgate porque pensavam que eu estava realmente morta! (...) Eu tive sete vértebras realmente feridas, não pude nem mais fazer a novela, não pude mais nem...Eu tive que...Era natal, tive que ir com aquelas macas da Varig e tal, e realmente foi uma coisa terrível e foram meses e meses na cama de recuperação, foi uma coisa terrível. (...) Ah, eu tenho certeza absoluta que foi ele que me salvou! Aliás, a minha vida, eu digo: é uma antes do acidente e outra pós-acidente (...) A oração, sobretudo, a oração é que te recupera. E ali começou uma nova Leila, uma nova Leila! É esse Deus que me tirou dali, são esses anjos, esse Jesus Cristo meu irmão que me tirou dali. E um bom carro também, né, se pode falar! Se eu tivesse de um fusquinha que tem que empurrar - me desculpe os fusquinhas, acho ótimo - eu não estaria lá, com certeza. Não estaria mais aqui, eu seria também um anjo, tenho certeza. Porque tudo que eu faço na minha vida, sem pieguice, é tentar ser boa!
Leila Lopes
É a sensação de rodar, rodar, rodar sem saber exatamente para onde estava indo ou como se já estivesse no céu. Por que eu acredito totalmente que é pra lá que eu vou quando isso for decidido, quando for o momento. Eu não sabia o que estava acontecendo, porque eu não sabia como começou acontecer. Uma tarde de domingo, linda, maravilhosa, um sol belo, azul, 17h. Eu, ahn, ao contrário do que os homens pensam, dirijo muito bem. Porque pra dirigir Rio, São Paulo, Porto Alegre, precisa dirigir muito bem. Não tinha movimento e era incrível, era Domingo, era pra estar lotado de carros vindo da praia. Era verão. Dia 19 de dezembro de 1999, exatamente no dia que minha mãe se tivesse viva, estaria de aniversário. E eu estava muito feliz indo para Santa Isabel, aonde esses amigos maravilhosos numa turnê que eu fiz com terapia sexual e que eles se tornaram amigos íntimos. Estávamos indo eu e minha empresária, minha amiga querida, que hoje é minha amiga querida e não mais empresária, Berenice Lamonica, quando tudo começou a girar, girar, girar e eu disse: "Berenice, segura, nós vamos bater". Nada mais me lembro! Nada mais me lembro! Apenas que sei foram horas e horas e horas e horas de resgate porque pensaram que eu estava realmente morta.
Leila Gomes Lopes
Até então eu nunca fora dona de meus poderes - poderes que eu não entendia nem queria entender, mas a vida em mim os havia retido para que um dia enfim desabrochasse essa matéria desconhecida e feliz e inconsciente que era finalmente: eu! eu, o que quer que seja.
Clarice Lispector (The Passion According to G.H.)
Todo professor íntegro leciona por paixão. Paixão pelo quê? Por ganhar pouco, correr o dia inteiro, ficar para lá e para cá? Não, claro que não. Temos paixão por aquela ideia de que gente foi feita para ser feliz.
Mario Sergio Cortella (Pensatas pedagógicas)
O Joker tinha-se efetivamente tornado um rei e vivia numa casa dourada no céu. Os cidadãos procuravam clichés e faziam por recordar que ainda havia pássaros nas árvores e o céu não tinha desabado e ainda era, muitas vezes, azul. A cidade continuava de pé. E no rádio e nas aplicações de música que soavam nos auscultadores Bluetooth dos jovens descuidados, a vida continuava. Os Yankees continuavam a estar preocupados com a sua rotação de lançamento, os Mets continuavam a fazer fraca figura e os knicks continuavam a estar condenados pela maldição de serem os knicks. A Internet continuava cheia de mentiras e o negócio da verdade estava falido. Os melhores tinham perdido toda a convicção e os piores estavam repletos de uma intensidade apaixonada e a fraqueza dos justos era revelada pela ira dos injustos. Mas a República conservava-se mais ou menos intacta. Permitam-me que o deixe aqui expresso, porque era uma afirmação muitas vezes feita para consolar aqueles de nós que não eram fáceis de consolar. De certo modo é uma ficção, mas eu repito-a. Sei que depois da tempestade vinha outra tempestade, e outra ainda. Sei que o mau tempo vai estar nas previsões meteorológicas para sempre e que os dias felizes não estão de volta e que a intolerância é o que está na moda e o sistema está na realidade viciado, mas não como o palhaço maligno nos tentou fazer crer. Às vezes os maus ganham, e que se faz quando o mundo em que se acredita se revela uma lua de papel e surge um planeta escuro que diz “Não. O mundo sou eu.” Como vivemos no seio dos nossos compatriotas quando não sabemos quais deles se contam entre os mais de sessenta milhões que puseram o horror no poder, quando não podemos distinguir quem figura entre os noventa milhões que encolheram os ombros e ficaram em casa, ou quando os nossos concidadãos nos dizem que saber coisas é elitista e detestam as elites, e tudo aquilo que sempre tivemos é a nossa mente e fomos criados na crença do encanto do conhecimento, não aquele disparate do conhecimento-é-poder, mas sim o conhecimento é beleza, e depois tudo isso, a educação, a arte, a música, os filmes, se torna uma razão para ser abominado, e a criatura surgida do Spiritus Mundi se ergue e avança indolentemente em direção a Washington, DC, para nascer. O que fiz foi recolher-me à vida privada- agarrar-me à vida como a conhecera, ao seu quotidiano e à sua força, e insistir na capacidade do universo moral dos Jardins de sobreviver até ao mais feroz dos ataques. E agora, por conseguinte, deixem a minha história ter os seus momentos derradeiros, no meio do macrolixo que possa haver à volta de lerem isto, seja a manufactrovérsia, qualquer que seja o horror ou a estupidez ou fealdade ou vergonha. Deixem-me convidar o gigantesco rei do cabelo verde de banda desenhada vitorioso, com os seus direitos cinematográficos de um bilião de dólares, a sentar-se no banco traseiro e deixar que sejam as pessoas reais a conduzir o autocarro. As nossas pequenas vidas são talvez a única coisa que logramos compreender...
Salman Rushdie (The Golden House)
Porque a vida de um homem não pode resumir-se ao que tem em determinado momento, mas também àquilo que viveu, àquilo que o fez feliz em determinados instantes da sua vida. Às montanhas que escalou. Aos rios que navegou. Aos sorrisos que trocou. Aos abraços de pai e mãe, que o confortaram nos dias tristes. Às palavras amigas. Aos braços de amor. Às pequenas coisas que o resgataram da solidão.
Rui Conceição Silva (Dei o Teu Nome Às Estrelas)
Já foi dito, com muita sabedoria: “Você quer ser feliz por um instante? Vingue-se. Você quer ser feliz para sempre? Perdoe.
Alberto R. Timm (Meditações Diárias 2018 - Um Dia Inesquecível (Portuguese Edition))
A longo prazo, terminar uma maratona nos deixa mais felizes do que comer um bolo de chocolate. Criar um filho nos deixa mais felizes do que ganhar uma partida de videogame. Abrir uma pequena empresa com amigos e vencer dificuldades financeiras nos deixa mais felizes do que comprar um computador novo. São atividades estressantes, árduas e muitas vezes desagradáveis, além de trazer consigo inúmeros problemas, mas, ao mesmo tempo, são as que nos proporcionam os momentos mais marcantes e constituem nossas maiores alegrias. Atividades como essas envolvem dor, cansaço, raiva e até desespero — mas, depois de concluídas, olhamos para trás emocionados. É o que contaremos aos nossos netos. É como Freud disse: “Um dia, quando olhar para trás, os anos de luta lhe parecerão os mais bonitos.” Isso explica por que não devemos pautar nossa existência em valores escrotos — prazer, sucesso material, estar sempre certo e otimismo implacável. Alguns dos melhores momentos da vida não são prazerosos, não são grandiosos, não são reconhecidos e não são positivos.
Mark Manson (A sutil arte de ligar o f*da-se: Uma estratégia inusitada para uma vida melhor (Portuguese Edition))
Não consigo encontrar motivos para a existência sendo a existência minha maior inimiga. Por que viver? Pergunto-me todos os dias; Enquanto procuro motivações em livros empoeirados cuja importância só cabe inteiramente a mim, leio de Platão a Schopenhauer e convenço a mim mesmo que estou fazendo algo de útil, o “conhecimento’’ digo a mim mesmo, é importante, “o intelecto’’ repito a mim mesmo é o que vai me elevar ao Übermensch; E para quê? Morrer como Übermensch! Assim como o tolo que morre como um crente! Não há diferenças entre o tolo e o gênio debaixo de sete palmos, então aonde escondo meu último suspiro de esperança? Aonde encontrei motivações? Grito por toda a casa Quebro todos meus pertences GRITO COMO UM LOUCO!!! POR QUE EXISTO??? Sento-me nos cantos escuros daquela casa abandonada cuja única ‘alma’ é um ninguém! Alguém cuja vida deveria ser tomada a facadas e tiros, da forma mais cruel possível para que no momento de dor e agonia lembre-se que enquanto vivo não valorizou a vida! E Valorizar o que? Talvez mesmo diante da morte, eu lamente a inútil existência que me foi concebida contra minha maldita vontade! Quanto mais elevado o homem, menos motivos ele vê para existir, reflito sobre o universo e logo qualquer motivo que eu encontre para existir me parece desgraçado! Sim desgraçado! Desgraçado somos todos nós presos neste planeta enquanto buscamos motivos para existir e morrer, sem ao menos conhecer 1% de toda a existência. E Poderia ser mais cruel? A tal existência? Às vezes fico pensando a respeito da evolução das espécies, de todas as características possíveis que a seleção natural poderia conceber a uma espécie, nós desenvolvemos a pior delas! A consciência de nós mesmo, a capacidade de pensar, que castigo... Embora a maioria dos primatas não tenha a mínima ideia de sua inutilidade existencial. Talvez não exista um problema na evolução de nossa espécie – e sim em alguns homens – os pensadores são eles o problema! Olhem para todos esses macacos, dançando, rezando, cuidando da vida uns dos outros, discutindo sobre assuntos que pouco conhecem E claro sorrindo, com suas bocas cheias de dente e cérebros fúteis como a merda suja de cachorro! Felizes... Progredindo.... Evoluindo... Procriando... Enquanto nós pensadores afundamos nossas cabeças em livros empoeirados, escrevemos poemas, e refletimos sobre nossas estupida existência. Para que? Para que outros pensadores leiam nossos livros, e no futuro se tornem escritores e produzam mais livros (..) Quantos filósofos não existiram antes de mim? E quantos outros não existirão depois de mim? Nos fechamos em nosso mundo melancólico e convencemos a nós mesmo que somos melhores que eles, os chamamos de macacos e nos intitulamos Übermensch (...) Nós não somos melhores do que eles, não existem vencedores.... No final somos todos macacos. Não existem Übermensch, não existem pensadores, o que existe são macacos, copiando macacos, influenciando macacos Alguns macacos se chamam Nietzsche Outros morrem sem ter seus nomes mencionados em algum lugar. Nietzsche, ou qualquer outro macaco que já tenha existido neste podre planetinha – hoje se encontra morto. E quando nossa espécie deixar de existir.... Ninguém vai lembrar do que realizamos, pois nossas realizações não passam de brincadeira de macacos no zoológico.
Gerson De Rodrigues (Aforismos de um Niilista)
La perspectiva de leer a filósofos griegos de la antigüedad rodeado del paisaje pedregoso y soleado donde habían florecido sus ideas me pareció genial.
Daniel Klein (Mis viajes con Epicuro: Una Guia Poco Comun Para Llegar A Viejo... y Ser Feliz Hasta el Ultimo Dia (Crecimiento personal) (Spanish Edition))
É que a minha paixão foi sempre a terra., doutor… O dia mais feliz da minha vida foi aquele em que despi a toga para envergar uma andaina de lavrador, herdada de meu pai. Digo-lho como quem se confessa. Digo-lho para alívio do meu tormento, que é insuportável. […] Oh! Não se ria do meu amor à terra. É amor como qualquer outro. A terra é feminina. Confundi-a com minha mãe, seria capaz de a confundir com mulher por quem me apaixonasse. Portanto, doutor, não se ria…
João de Araújo Correia (Montes Pintados)
As pessoas de maior sucesso, aquelas que possuem a vantagem competitiva, não consideram a felicidade como sendo alguma recompensa distante pelo empenho, nem passam os dias com uma postura neutra ou negativa; elas capitalizam os aspectos positivos e seguem colhendo as recompensas.
Shawn Achor (O Jeito Harvard de Ser Feliz)