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A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança.
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José Saramago
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[...]Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem.
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José Saramago (Blindness)
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O medo cega, disse a rapariga dos óculos escuros, São palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos
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José Saramago (Blindness)
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Não é só a voz do sangue que não precisa de olhos, o amor, que dizem ser cego, também tem a sua palavra a dizer
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José Saramago (Blindness)
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Ontem vimos, hoje não vemos, amanhã veremos, com uma ligeira entoação interrogativa no terço final da frase, como se a prudência, no último instante, tivesse decidido, pelo sim, pelo não, acrescentar a reticência de uma dúvida à esperançadora conclusão.
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José Saramago (Blindness)
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Al final de cuentas, no es tan grande la diferencia entre ayudar a un ciego para robarle luego y cuidar de un viejo caduco y baboso con el ojo puesto en la herencia.
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José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
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Se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar.
Os bons e os maus resultados dos nosso ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratular-nos ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é a imortalidade de que tanto se fala.
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José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
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Gostaria de ser recordado como o escritor que criou a personagem do cão das lágrimas, no "Ensaio sobre a cegueira". É um dos momentos mais belos que fiz até hoje como escritor. Se no futuro puder ser recordado como "aquele tipo que fez aquela coisa do cão que bebeu as lágrimas da mulher" ficarei contente.
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José Saramago
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Em palavras não tão cerimoniosas, estes homens e estas mulheres, diante do espelho da sua vida, cospem todos os dias na cara do que foram o escarro do que são.
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José Saramago (Ensaio sobre a lucidez (Ensaio sobre a cegueira, #2))
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A paixão não nos cega. Priva-nos, apenas, de qualquer visão periférica.
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José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
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Folguem portanto as mulheres das camaratas da ala direita, com o mal das minhas vizinhas posso eu bem, palavras que nenhuma disse, mas que todas pensaram, na verdade ainda está por nascer o primeiro ser humano desprovido daquela segunda pele a que chamamos egoísmo, bem mais dura que a outra, que por qualquer coisa sangra.
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José Saramago (Blindness)
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Merda, onde é que se mija nesta casa
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José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness) (Vietnamese Edition))
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Sen hiçbir zaman bu kadar güzel olmamıştın, dedi ilk körün karısı. Kelimeler böyledir işte, fazla gizlerler kendilerini, birbirinin peşine takılırlar, nereye gittiklerini bilmez görünürler ve ansızın, ikisinin, üçünün, veyahut dördünün birden, kolayca ortaya çıkmasıyla, bir kişi zamiri, bir zarf, bir fiil, bir sıfatla, karşı konulamayan bir heyecan tenimize ve gözlerimize yükselir, duygularımızın sükuneti bozulur, bazen de sinirlerimiz dayanamaz buna, çok tahammül etmişlerdir, sanki bir zırh kuşanmış gibi her şeye katlanmışlardır.
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José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
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A consciência moral, que tantos insensatos têm ofendido e muitos mais renegado, é coisa que existe e existiu sempre, não foi uma invenção dos filósofos do Quaternário, quando a alma mal passava ainda de um projeto confuso.
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José Saramago (Ensaio sobre a cegueira)
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Não há bem que sempre dure, nem mal que ature, ou, em versão literária, Assim como não há bem que dure sempre, também não há mal que sempre dure, máximas supremas de quem teve tempo para aprender com os baldões da vida e da fortuna,
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José Saramago (Ensaio sobre a cegueira)
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Na verdade, a um relógio tanto lhe faz, vai da uma às doze, o mais são ideias dos humanos.
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José Saramago (ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA - portuguese)
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(...)acabaremos, uma vez mais, por ter de chegar à conclusão de que mesmo nos males piores é possível achar-se uma porção de bem suficiente para que os levemos, aos disto males, com paciência(...)
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José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
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O certo e o errado são apenas modos diferentes de entender a nossa relação com os outros, não a que temos com nós próprios.
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José Saramago
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É um velho costume da humanidade, esse de passar ao lado dos mortos e não os ver.
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José Saramago
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entonces la mujer del médico comprendió que no tenía ningún sentido, si es que lo había tenido alguna vez, seguir fingiendo que está ciega, está visto que aquí nadie puede salvarse, la ceguera también es esto, vivir en un mundo donde se ha acabado la esperanza.
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José Saramago (Ensaio sobre a Cegueira)
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Y ahora, vámonos a dormir, que mañana es otra vida.
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José Saramago (Ensaio sobre a Cegueira)
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Saíram dois hóspedes, um casal idoso, ela passou para dentro, premiu o botão do terceiro andar, trezentos e doze era o número que a esperava, é aqui, bateu discretamente à porta, dez minutos depois estava nua, aos quinze gemia, aos dezoito sussurrava palavras de amor que já não tinha necessidade de fingir, aos vinte começava a perder a cabeça, aos vinte e um sentiu que o corpo se lhe despedaçava de prazer, aos vinte e dois gritou, Agora, agora, e quando recuperou a consciência disse, exausta e feliz, Ainda vejo tudo branco." Capítulo 2. Ensaio Sobre a Cegueira
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José Saramago (Blindness)