“
Don't diss me, Danvers. I'm warning you.'
'I'm not dissing you,' Claire sighed. 'I'm ignoring you. There's a difference. Dissing you implies I think you're actually important.
”
”
Rachel Caine (Ghost Town (The Morganville Vampires, #9))
“
Quando acordaram de manhã, na mesma cama, ela disse-lhe que queria ter um passado com ele. Não era um futuro, que é uma coisa incerta, mas um passado, que é isso que têm dois velhos depois de passarem uma vida juntos. Quando disse que queria ter um passado com alguém, queria dizer tudo. Não desejava uma incerteza, mas a História, a verdade.
”
”
Afonso Cruz (Jesus Cristo Bebia Cerveja)
“
Dio promette la vita eterna” disse Eldritch. “Io posso fare di meglio; posso metterla in commercio.
”
”
Philip K. Dick (The Three Stigmata of Palmer Eldritch)
“
Marc to Gabe: "What do you know about the lemon stuff? You weren't in desert combat. You were a park ranger. I'm not dissing that. It's an important job. Someone has to keep the chipmunks in line. I've watched Chip and Dale. I know how sneaky those little bastards can be.
”
”
Pamela Clare (Breaking Point (I-Team, #5))
“
Na terra há tristeza dentro das coisas bonitas. 'Isso é por causa da saudade', disse o rapaz. 'Mas o que é saudade?', perguntou a Menina do Mar. 'A saudade é a tristeza que fica em nós quando as coisas de que gostamos se vão embora'.
”
”
Sophia de Mello Breyner Andresen
“
Tu eri morto – disse – e non c'era più niente di bello, al mondo.
”
”
Alessandro Baricco (Silk)
“
Devia ser sábado, passava da meia-noite.
Ele sorriu para mim. E perguntou:
- Você vai para a Liberdade?
- Não, eu vou para o Paraíso.
Ele sentou-se ao meu lado. E disse.
- Então eu vou com você.
”
”
Caio Fernando Abreu (Onde Andará Dulce Veiga?: Um Romance B)
“
— não me importo — eu disse pra ele — que seja breve o nosso encontro.
porque no tempo da minha memória
somos pra sempre. não existe morrer dentro, é como uma canção.
as canções não morrem nunca porque elas moram dentro das pessoas que gostam delas.
”
”
Aline Bei (O Peso do Pássaro Morto)
“
Amor. Amor. Amor, gostava de dizer esta palavra até gastá-la ainda mais. Amor, gostava de dizer esta palavra até perder ainda mais o seu sentido. Amor. Amor. Amor, até ser uma palavra que não significa nem sequer uma ilusão, uma mentira. Amor, amor, amor, nem sequer uma mentira, nem sequer um sentimento vago e incompreensível. Amor amor amor, até ser nem sequer uma palavra banal, nem sequer a palavra mais vulgar, nem sequer uma palavra. Amoramoramor, até ao momento em que alguém diz amor e ninguém vira a cabeça para ouvir, alguém diz amor e ninguém ouve, alguém diz amor e não disse nada. Sozinho, diante da campa. O amor é a solidão.
”
”
José Luís Peixoto (Uma Casa na Escuridão)
“
O Crisóstomo disse ao Camilo: todos nascemos filhos de mil pais e de mais mil mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qualquer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. Como se os nossos mil pais e mais as nossas mil mães coincidissem em parte, como se fôssemos por aí irmãos, irmãos uns dos outros. Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.
”
”
Valter Hugo Mãe (O Filho de Mil Homens)
“
Que tudo se foda, disse ela, e se fodeu toda.
”
”
Paulo Leminski (Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século)
“
A me m'ha sempre colpito questa faccenda dei quadri. Stanno su per anni, poi senza che accada nulla, ma nulla dico, fran, giù, cadono. Stanno lì attaccati al chiodo, nessuno gli fa niente, ma loro a un certo punto, fran, cadono giù, come sassi. Nel silenzio più assoluto, con tutto immobile intorno, non una mosca che vola, e loro, fran. Non c'è una ragione. Perché proprio in quell'istante? Non si sa. Fran. Cos'è che succede a un chiodo per farlo decidere che non ne può più? C'ha un'anima, anche lui, poveretto? Prende delle decisioni? Ne ha discusso a lungo col quadro, erano incerti sul da farsi, ne parlavano tutte le sere, da anni, poi hanno deciso una data, un'ora, un minuto, un istante, è quello, fran. O lo sapevano già dall'inizio, i due, era già tutto combinato, guarda io mollo tutto tra sette anni, per me va bene, okay allora intesi per il 13 maggio, okay, verso le sei, facciamo sei meno un quarto, d'accordo, allora buonanotte, 'notte. Sette anni dopo, 13 maggio, sei meno un quarto, fran.
Non si capisce. È una di quelle cose che è meglio che non ci pensi, se no ci esci matto. Quando cade un quadro. Quando ti svegli un mattino, e non la ami più. Quando apri il giornale e leggi che è scoppiata la guerra. Quando vedi un treno e pensi io devo andarmene da qui. Quando ti guardi allo specchio e ti accorgi che sei vecchio. Quando, in mezzo all'Oceano, Novecento alzò lo sguardo dal piatto e mi disse: "A New York, fra tre giorni, io scenderò da questa nave". Ci rimasi secco. Fran.
”
”
Alessandro Baricco (Novecento. Un monologo)
“
In my neighborhood, gossip is a competitive sport that’s been raised to Olympic standard, and I never diss gossip; I revere it with all my heart.
”
”
Tana French (Faithful Place (Dublin Murder Squad, #3))
“
La vigilia di Natale, Harry andò a letto pregustando le leccornie e i divertimenti dell'indomani, ma senza aspettarsi nessun regalo. Ma al suo risveglio, il mattino seguente di buon'ora, la prima cosa che vide ai piedi del suo letto fu un un mucchio di pacchetti.
"Buon natale" gli fece Ron ancora assonnato, mentre Harry si buttava giù dal letto e si infilava la vestaglia.
"Anche a te" gli rispose "Ma... Hai visto che roba? Ho ricevuto dei regali!"
"E che cosa ti aspettavi, un mazzo di rape?" disse Ron.
”
”
J.K. Rowling (Harry Potter and the Sorcerer's Stone (Harry Potter, #1))
“
Samuel Beckett já disse: "Toda palavra é uma mancha desnecessária no silêncio e no vazio". Por outro lado, ele DISSE isso.
”
”
Art Spiegelman (Maus II: A Survivor's Tale: And Here My Troubles Began (Maus, #2))
“
O medo cega, disse a rapariga dos óculos escuros, São palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos
”
”
José Saramago (Blindness)
“
Jasper Gwyn mi ha insegnato che non siamo personaggi, siamo storie, disse Rebecca. Ci fermiamo all'idea di essere un personaggio impegnato in chissà quale avventura, anche semplicissima, ma quel che dovremmo capire è che noi siamo tutta la storia, non solo quel personaggio. Siamo il bosco dove cammina, il cattivo che lo frega, il casino che c'è attorno, tutta la gente che passa, il colore delle cose, i rumori.
”
”
Alessandro Baricco (Mr Gwyn)
“
As crianças, disse Caim, aquelas crianças estavam inocentes, Meu deus, murmurou
Abraão e a sua voz foi como um gemido, Sim, será o teu deus, mas não foi o delas.
”
”
José Saramago (Caim)
“
Ma perché questo, Efix, dimmi, tu che hai girato il mondo: è da per tutto così? Perché la sorte ci stronca così, come canne?
– Sì, – egli disse allora, – siamo proprio come le canne al vento, donna Ester mia. Ecco perché! Siamo canne, e la sorte è il vento.
”
”
Grazia Deledda (Reeds in the Wind)
“
Eu disse que ler é como caminhar dentro de mim mesmo. E é verdade. Quando lemos estamos a percorrer o nosso próprio interior.
”
”
Valter Hugo Mãe (Contos de Cães e Maus Lobos)
“
ma, già, ogni cosa ha i suoi difetti, come disse quel tale quando gli morì la suocera e dovette pagare le spese dei funerali.
”
”
Jerome K. Jerome (Three Men in a Boat (To Say Nothing of the Dog) - Tre uomini in barca (senza contare il cane))
“
Monica looked even more confused. Nobody ever turned down being part of the queenbee's inner circle. After that second of vulnerability, though, her face hardened. "Don't diss me,Danvers. I'm warning you."
"I'm not dissing you." Claire sighed. "I'm ignoring you. There's a difference. Dissing you implies I think you're actually important.
”
”
Rachel Caine (Ghost Town (The Morganville Vampires, #9))
“
culture comes into play at precisely the point where biological individuals become subjects, and that what lies between the two is not some automatically constituted ‘natural’ process of socialization but much more complex processes of formation
”
”
Stuart Hall (Visual Culture: The Reader (Published in association with The Open University))
“
«Sei fortunata a non essere mia» mi disse, in tono basso e sibilante e inquietante. «O avrei appena mandato a puttane la mia vendetta personale, conficcandoti un pugnale in gola seduta stante per la tua patetica minaccia».
”
”
Chiara Cilli (Soffocami (Blood Bonds, #1))
“
I'm not dissing you, I'm ignoring you there's a difference. Dissing you implies I actually think you're important." Claire - Ghost Town
”
”
Rachel Caine
“
A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.
”
”
José Saramago
“
Ouve, meu filho, disse o demónio pondo-me a mão na cabeça...
”
”
Edgar Allan Poe
“
That is sacrilegious. You just totally dissed man code. If we don’t have man code, the world will fall apart."
Kip Paxton
”
”
Sasha Marshall (Guitar Face (Guitar Face, #1))
“
E então a duquesa disse: A moral disso é, tome conta do sentido e os sons tomarão conta de si mesmos.
”
”
Lewis Carroll (Alice in Wonderland)
“
La cosa, si disse, sarebbe passata perché nella vita le cose passano sempre, come in un fiume. Anche quelle difficili che ti sembra impossibile superare, le superi, e in un attimo te le trovi alle spalle. Devi andare avanti. Ti aspettano cose nuove.
”
”
Niccolò Ammaniti (I'll Steal You Away)
“
Se eu voltar a ter olhos, olharei verdadeiramente os olhos dos outros, como se estivesse a ver-lhes a alma, A alma, perguntou o velho da venda preta, Ou o espírito, o nome pouco importa, foi então que, surpreendentemente, se tivermos em conta que se trata de pessoa que não passou por estudos adiantados, a rapariga dos óculos escuros disse, Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.
”
”
José Saramago (Blindness)
“
- Non sei mica fascista? - mi disse.
Era seria e rideva. Le presi la mano e sbuffai.
- Lo siamo tutti, cara Cate, - dissi piano. - Se non lo fossimo, dovremmo rivoltarci, tirare bombe, rischiare la pelle. Chi lascia fare e s'accontenta, è già un fascista
”
”
Cesare Pavese (La casa in collina)
“
- Queres ser feliz?
- Sim. Não. Não sei. Que tipo de pergunta é essa?
- Apenas uma simples - disse ela - queres ser feliz?
- Eu não... acho que não sei como.
- Só tu podes aprender. - disse ela.
”
”
Elizabeth Scott
“
Olharei a tua sombra se não quiseres que te olhe a ti, disse-lhe, e ele respondeu, Quero estar onde minha sombra estiver, se lá é que estiverem os teus olhos. Amavam-se e diziam palavras como estas, não apenas por serem belas ou verdadeiras, se é possível ser-se o mesmo ao mesmo tempo, mas porque pressentiam que o tempo das sombras estava chegando na sua hora, e era preciso que começassem a acostumar-se, ainda juntos, à escuridão da ausência definitiva.
”
”
José Saramago (The Gospel According to Jesus Christ)
“
O Crisóstomo então levantou-se, atravessou o quarto, saiu, foi ver o Camilo deitado e beijá-lo para dormir e disse-lhe: nunca limites o amor, filho, nunca por preconceito algum limites o amor. O miúdo perguntou: por que dizes isso, pai. O pescador respondeu: porque é o único modo de também tu, um dia, te sentires o dobro do que és.
”
”
Valter Hugo Mãe (O Filho de Mil Homens)
“
«Signore», disse Morton. «Il primo chiodo della vostra bara».
«Spero sia di oro massiccio, l’ultima volta che li ho ordinati me li hanno consegnati in un’assurda lega a cui non voglio nemmeno pensare».
Bryce Vandemberg, che stava esaminando un certo numero di elaborati vasi di marmo, si voltò verso la soglia dove Sophia, poco dietro Morton, gli rivolse un inchino compito.
«Oh, ma si riferisce a te», Bryce inarcò un sopracciglio. «Deve essere arrivata la fine del mondo se Morton si è messo a fare dell’umorismo».
”
”
Virginia De Winter (L'ordine della penna (Black Friars, #2))
“
Your wit never ceases to underwhelm me.
”
”
A. Kirk (Midnight Poison (The Paranormal Poisons Saga, #1))
“
Foi por ti que num sonho de ventura
A flor da mocidade consumi...
E às primaveras disse adeus tão cedo
E na idade do amor envelheci!
”
”
Álvares de Azevedo (Lira Dos Vinte Anos)
“
Time spent with Trump on the campaign plane was often an epic dissing experience: everybody around him was an idiot.
”
”
Michael Wolff (Fire and Fury: Inside the Trump White House)
“
Esqueça tudo que eu disse e guarde apenas o que vou te dizer agora: não saber nem sempre é o pior lugar.
”
”
Carla Madeira (A natureza da mordida)
“
Fu Alec a parlare per primo. "Cos'è?" chiese guardando Clary.
"E' una ragazza" disse Jace. "Sicuramente ti sarà già capitato di vederne qualcuna, Alec. Tua sorella Isabelle, ad esempio
”
”
Cassandra Clare (City of Bones (The Mortal Instruments, #1))
“
André si fermò a meno di un metro da me, lo sguardo così freddo da gelarmi come una bufera di neve. «La prossima volta» disse con calma inquietante «te lo lascerò fare. Ti concederò un vantaggio. E poi ti prenderò. E ti ucciderò».
”
”
Chiara Cilli (Soffocami (Blood Bonds, #1))
“
É curioso: tenho notado que as pessoas em geral simpatizam comigo à primeira vista. No entanto, sou um tipo arisco e distante. Não que eu queira mal aos homens ou que os tema a ponto de procurar fugir-lhes ao contato. Alguém já disse que na minha atitude para com o mundo há muito de orgulho. Engano. Não tenho atitude nem orgulho. Uma paisagem bela tem a força de me comover até as lágrimas. Mas a paisagem humana é a que mais me interessa. O mistério das almas me seduz. Esta vaga sensação de desconfiança que me envolve quando estou em companhia dos homens vai por conta de velhas decepções.
”
”
Erico Verissimo
“
Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.
E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...
”
”
Mario Quintana
“
In Norwegian that would be 'hun ma dra. Kanskje er hun gravid.'" Astley sttempts to smile.
i can't help teasing him. "Which? Asking to go to the bathroom or dissing me because I'm pregnant."
"you are with child?" his eyes open wid, all mock terrified.
"No! Shut up. You know I'm not." I punch him in the arm and then lead him into the stairwell, shutting the door behind us. "Okay. Seriously, Astley, what happened to you? Why is your head bleeding?
”
”
Carrie Jones (Entice (Need, #3))
“
Vamos lá, tornou a dizer o velho da venda preta, vamos ao que estava decidido, ou é isso, ou ficamos condenados a uma morte lenta, Alguns morrerão mais depressa se formos, disse o primeiro cego, Quem vai morrer, está já morto e nao o sabe, Que temos de morrer, sabemo-lo desde que nascemos, Por isso, de uma certa maneira, é como se já tivéssemos nascido mortos.
”
”
José Saramago (Blindness)
“
Ouça, querida”, disse Otávia certa vez, “não fique assim com essa mentalidade de donzela folhetinesca, não separe com tanta precisão os heróis dos vilões, cada qual de um lado, tudo muito bonitinho como nas experiências de química. Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível. O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa.
”
”
Lygia Fagundes Telles (Ciranda de Pedra)
“
Ele disse que, com o poder de imaginação que tenho e meu hábito de inventar histórias, uma debilidade dos nervos como a minha só pode resultar em fantasias exaltadas, e que devo usar minha força de vontade e meu bom senso para controlar essa propensão.
”
”
Charlotte Perkins Gilman (O papel de parede amarelo e outras histórias)
“
I am sorry," said Monty. "I cannot respond to you in any way. I am just not sufficiently interested in anything you have to say.
”
”
Iris Murdoch (The Sacred and Profane Love Machine)
“
-Per favore. Come ti chiami?- domandò al gatto. -Senti, io mi chiamo Coraline. Okay?
Il gatto sbadigliò lentamente e con attenzione, rivelando una bocca e una lingua di un rosa sorprendente. - I gatti non hanno nome - disse.
- No?
- No - disse il gatto. - Voi persone avete il nome. E questo perché non sapete chi siete. Noi sappiamo chi siamo, perciò il nome non ci serve.
”
”
Neil Gaiman (Coraline)
“
- (...) As coisas da terra são esquisitas. São diferentes das coisas do mar. No mar há monstros e perigos, mas as coisas bonitas são alegres. Na terra há tristeza dentro das coisas bonitas.
- Isso é por causa da saudade - disse o rapaz.
- Mas o que é a saudade? - perguntou a Menina do Mar.
- A saudade é a tristeza que fica em nós quando as coisas de que gostamos se vão embora.
”
”
Sophia de Mello Breyner Andresen (A Menina do Mar)
“
Ma allora cos'è che ti conforta?"
"La certezza della mia libertà interiore" disse lui dopo aver riflettuto "questo bene prezioso, inalterabile, e che dipende sola da me perdere o conservare. la convinzione che le passioni spinte al parossismo come capita come capita ora finiscono poi per placarsi. Che tutto ciò che ha un inizio avrà una fine. In poche parole, che le catastrofi passano e che bisogna cercare di non andarsene prima di loro, ecco tutto. Perciò, prima di tutto vivere: Primum vivere. Giorno per giorno. Resistere, attendere, sperare.
”
”
Irène Némirovsky
“
Stupid Chinese," muttered Bryce, "can't they make anything simple?"
"Don't diss the Chinese just because they are smarter than you. It's unbecoming," Caedan said with a laugh.
Bryce mimicked his brother in a high-pitched voice. "Don't be an ass, how about that?" he grumbled.
”
”
Micalea Smeltzer (Outsider (Outsider, #1))
“
Estava eu a dizer ao António que o cão não passa este inverno - declarou meu pai
- para ele era uma sorte se morresse.
- Não morre! - disse eu, aflito.
Mas Tomás aproximara-se também:
Que é que tu esperas do cão? Viveu, tem de morrer.
Não havia ali, porém, uma acusação. Havia só o reconhecimento de uma evidência
serena. Mas justamente para mim o que era evidente não era a morte, era a vida.
Como podia o cão morrer? Como podia morrer a sua pessoa?
”
”
Vergílio Ferreira (Aparição)
“
Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo. Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos. Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso. Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos. Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem. Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram. Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir. Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi. Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto. Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir. Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam. Já tive crises de riso quando não podia. Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva. Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse. Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
”
”
Renato Dieckson
“
Ora, a solidão, ainda vai ter de aprender muito para saber o que isso é, Sempre vivi só, Também eu, mas a solidão não é viver só, a solidão é não sermos capazes de fazer companhia a alguém ou a alguma coisa que está dentro de nós, a solidão não é uma árvore no meio duma planície onde só ela esteja, é a distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz, Você está a tresvariar, tudo quanto menciona está ligado entre si, aí não há nenhuma solidão, Deixemos a árvore, olhe para dentro de si e veja a solidão, Como disse o outro, solitário andar por entre a gente, Pior do que isso, solitário estar onde nem nós próprios estamos.
”
”
José Saramago (The Year of the Death of Ricardo Reis)
“
Il futuro di un fiume è alla sorgente
”
”
Erri De Luca (E disse)
“
Os caminhos são mais longos - disse um dia Elahi - para quem está sozinho. (...) Os dias esticam e ficam mais longos, o relógio diz que não, mas, com licença, o que sabem os relógios da alma humana? Não sabem nada, Alá me perdoe. O tempo demora mais a passar, muito mais, é assim que se sofre. Quando se está feliz, esse mesmo tempo passar a correr, parece que vai atrasado para uma festa, mas, se vê uma lágrima, para e fica a ver o acidente, dá voltas à nossa desgraça e não anda para a frente como os relógios dizem que ele faz.
(...) Disse Ali: Não é a falta de pessoas à nossa volta que faz a solidão. São as pessoas erradas.
”
”
Afonso Cruz (Para Onde Vão Os Guarda-Chuvas)
“
«Sarò nel programma di protezione testimoni,» disse Jack.
«Avrò un nome diverso, non so dove vivrò…»
D arretrò e gli prese il volto tra le mani.
«Ti troverò. Mi hai sentito?»
Jack annuì, un groppo gli risaliva la gola.
«Ti troverò.»
«Fra… fra quanto?»
«Non lo so. Potrebbero volerci anni.»
Jack incontrò i suoi occhi.
«Aspetterò.»
”
”
Jane Seville
“
Now keep in mind that the typical Greek myth goes something like this: innocent shepherd boy is minding his own business, an overflying god spies him and gets a hard-on, swoops down and rapes him silly; while the victim is still staggering around in a daze, that god’s wife or lover, in a jealous rage, turns him–the helpless, innocent victim, that is–into let’s say an immortal turtle and e.g. power-staples him to a sheet of plywood with a dish of turtle food just out of his reach and leaves him out in the sun forever to be repeatedly disemboweled by army ants and stung by hornets or something. So if Arachne had dissed anyone else in the Pantheon, she would have been just a smoking hole in the ground before she knew what hit her.
”
”
Neal Stephenson (Cryptonomicon)
“
Poi tirò dalla borsa un paio di caramelle, erano rotonde, agli agrumi, e ne offrì una a Jasper Gwyn.
-Grazie, no, davvero, disse lui.
-Ma figuriamoci un po'!, disse lei.
Lui sorrise e prese la caramella.
-Il fatto che siano sparse nella borsa non vuol dire che facciano schifo, disse lei.
-No, certo.
-Ma ho notato che la gente è propensa a crederlo.
”
”
Alessandro Baricco (Mr Gwyn)
“
É necessário preservar o avesso, você me disse. Preservar aquilo que ninguém vê. Porque não demora muito e a cor da pele atravessa nosso corpo e determina nosso modo de estar no mundo. E por mais que sua vida seja medida pela cor, por mais que suas atitudes e modos de viver estejam sob esse domínio, você, de alguma forma, tem de preservar algo que não se encaixa nisso, entende?
Pois entre músculos, órgãos e veias existe um lugar só seu, isolado e único.
E é nesse lugar que estão os afetos. E são esses afetos que nos mantêm vivos.
”
”
Jeferson Tenório (O avesso da pele)
“
- Uma coisa é certa, disse Southman, vocês, daquele lado, e nós, deste lado, temos uma única luta, a afirmação dos negros...
- Irrita-me, senhor Benjamin, esse discurso da afirmação dos negros.
- Irrita-o porquê?
- O que diria você se encontrasse uns brancos proclamando o orgulho de serem brancos: não diria que eram nazis, racistas?
- Não pode comparar, meu amigo. São percursos diferentes...
- Ora, diferentes, diferentes... Por que somos tão complacentes connosco próprios?
- A verdade é só uma, afirmou Benjamin, nós, os negros, temos que nos unir...
- É o contrário.
- O contrário, como? Sugere que nos devemos desunir?
- Nós temos que lutar para deixarmos de ser pretos, para sermos simplesmente pessoas.
”
”
Mia Couto (O Outro Pé da Sereia)
“
«Non ero nessuno prima di conoscere te, e dopo che te ne sarai andato sarò di nuovo nessuno.»
Jack chiuse la bocca, ammutolito da quella inattesa confessione. Non riusciva a pensare cosa dire, quindi non disse nulla, allungò solo un braccio e lo strinse a sé, e le braccia di D ricambiarono all’ istante.
Premette il volto contro il collo di D. «Non sei mai stato nessuno,» mormorò. «Non per me, D.»
”
”
Jane Seville (Zero at the Bone (Zero at the Bone #1))
“
Úrsula se perguntava se não era preferível se deitar logo de uma vez na sepultura e lhe jogarem a terra por cima, e perguntava a Deus, sem medo, se realmente acreditava que as pessoas eram feitas de ferro para suportar tantas penas e mortificações. E perguntando e perguntando ia atiçando sua própria perturbação e sentia desejos irreprimíveis de se soltar e não ter papas na língua como um forasteiro e de se permitir afinal um instante de rebeldia, o instante tantas vezes desejado e tantas vezes adiado, para cortar a resignação pela raiz e cagar de uma vez para tudo e tirar do coração os infinitos montes de palavrões que tivera que engolir durante um século inteiro de conformismo.
– Porra! – gritou.
Amaranta, que começava a colocar a roupa no baú, pensou que ela tinha sido picada por um escorpião.
– Onde está? – perguntou alarmada.
– O quê?
– O animal! – esclareceu Amaranta.
Úrsula pôs o dedo no coração.
– Aqui – disse
”
”
Gabriel García Márquez (One Hundred Years of Solitude)
“
– Ti amo – le disse a voce bassa e ardente – Ti amo con tutto quello che sono, con tutto quello che sono stato e con tutto quello che spero di essere.
– Colin…
– Ti amo con il mio passato e ti amo per il mio futuro. – La baciò dolcemente sulle labbra – Ti amo per i figli che avremo e per gli anni che vivremo insieme. Ti amo con tutto me stesso e per ognuno dei miei sorrisi e, più ancora, per tutto ciò che sei e per ogni tuo sorriso.
”
”
Julia Quinn (Romancing Mister Bridgerton (Bridgertons, #4))
“
Deixa-me lhe dar um conselho, bastardo - Disse Lannister - Nunca se esqueça de quem é, porque é certo que o mundo não lembrará. Faça disso sua força. Assim, não poderá ser nunca a sua fraqueza. Arme-se com esta lembrança, e ela nunca poderá ser usada para magoá-lo (…) Lembre-se disso, rapaz. Todos os anões serão bastardos, mas nem todos os bastardos precisam ser anões -(…) e, só por um momento, Tyrion Lannister ergueu-se alto como um rei.
”
”
George R.R. Martin (A Game of Thrones (A Song of Ice and Fire, #1))
“
Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir ao céu.
Quando voltou contou que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.
- O mundo é isso - revelou - Um montão de gente, um mar de fogueirinhas.
Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo.
”
”
Eduardo Galeano (The Book of Embraces)
“
There are three ways to say, I love you, man.
The first one is an announcement, said at full volume and often accompanied by a swear word. It’s sort of Thank you, sort of You’re cool, with a little And damn, you make me look good thrown in. This is how kellen said it.
The second one is a diss, said with four and a half tons of sarcasm and most likely a reference to the father, son, or Holy Ghost. There’s no sort of about it. It means I hate you right now.
The third one comes wrapped in caution tape. It is said quietly and on its own, without any adjectives. There’s no ‘sort of’ to this one, either, because you mean it.
Like I did.
”
”
Sarah Tregay (Fan Art)
“
Have you heard about the demotion of the planet Pluto? I, for one, am incensed. How do you go your whole life being a planet and then, suddenly, you’re not a planet anymore. Correction: dwarf planet. What does that even mean? I see an idiom taking shape. Five, ten years from now, when someone gets dissed or demoted or loses his or her job, people will say, “He was plutoed.” “Are you plutoing me?” someone will say when witnessing a snub. “That was some pluto, wasn’t it?” Hmm, I’m not sure about the syntax of the last one, but I think you get the gist.
”
”
Lisa Lutz (How to Start a Fire)
“
Mi tese le labbra, si lisciò nuovamente i capelli, e uscimmo dalla stanza, Marguerite cantando, io quasi impazzito. Nel salotto mi disse a bassa voce, fermandosi: "Vi sarà sembrato strano che io vi abbia accettato subito: lo sapete da cosa dipende?
Dipende" riprese, prendendomi una mano ed appoggiandosela sul cuore, di cui sentii i battiti violenti e accelerati, "dal fatto che, dovendo vivere meno a lungo degli altri, mi sono ripromessa di vivere più in fretta.
”
”
Alexandre Dumas fils (La dame aux camélias)
“
«Perché quella piccola voce ostinata nella nostra testa ci tormenta così?» disse , guardandoci. «Forse perché ci ricorda che siamo vivi, che siamo mortali, che abbiamo anime autonome - che, dopotutto, siamo troppo pavidi per cedere, ma che pure ci procurano un grave malessere? È una cosa terribile imparare da bambini che si è un essere separato dal resto del mondo, che niente e nessuno soffre i nostri medesimi solori di scottature alla lingua o di sbucciature alle ginocchia: che ognuno è solo con i propri acciacchi e le proprie pene, Ancor più terribile, invecchiando, scoprire che nessuna persona - non importa quanto vicina - potrà mai capirci davvero. I nostri io sono ciò che ci rende più infelici, ed è per questo che bramiamo perderli, non credere?»
”
”
Donna Tartt (The Secret History)
“
Eu queria um dia escrever um livro. Eu não queria plantar uma árvore. Não queria um filho. Queria só um livro. Queria ler um livro que eu mesmo escrevesse. Um escritor disse uma coisa um dia. Eu não sei quem ele era. Só ouvi alguém dizer o que ele teria dito. Parecia arrogância, mas não era. Era auto-suficiência. Parece que perguntaram para ele o que ele lia, ou o quê ele estava lendo. “Quando quero ler um livro, eu mesmo o escrevo”. Eu queria ter dito isso. Eu queria poder escrever. Mas em mim só encontro o silêncio. E por isso, eu não sei escrever. Escrever, é claro que eu sei. Só não sei escrever um livro. Não consigo encontrar as palavras. Não consigo encontrar as palavras nas palavras. Só encontro minha voz, no que penso. Mas o que eu penso, ninguém ouve. O que eu penso é silêncio. Então eu me calo. O silêncio é minha voz.
O silencio é a voz que eu calo.
O silêncio é a voz que eu guardo.
O silêncio, é lá onde eu moro.
O silêncio sou eu.
”
”
Lourenço Mutarelli (O Cheiro do Ralo)
“
Francesco venne poi com’io fu’ morto,
(Francisco vino a buscarme, cuando estaba muerto,)
per me; ma un d’i neri cherubini
(pero uno de los querubines negros)
li disse: “Non portar: non mi far torto.
(le dijo: «No te lo lleves; no te equivoques».)
Venir se ne dee giù tra ‘ miei meschini
(Él debe quedarse aquí, entre mis servidores)
perché diede ‘l consiglio frodolente,
(porque dio un consejo fraudulento,)
dal quale in qua stato li sono a’ crini;
(desde ese momento, no lo he perdido de vista;)
ch’assolver non si può chi non si pente,
(porque no se puede absolver al que no se arrepiente,)
né pentere e volere insieme puossi
(y tampoco puede uno arrepentirse y seguir queriendo hacer lo mismo)
per la contradizion che nol consente.
(porque es una contradicción que no puede consentirse.)
”
”
Sylvain Reynard (Gabriel's Rapture (Gabriel's Inferno, #2))
“
— Quando a gente vai se encontrar outra vez?
Ela olha fixamente para o asfalto antes de erguer os olhos e me fitar. Suas pupilas dançam, inquietas, tenho a impressão de que seus lábios estão trêmulos. Então ela me apresenta um enigma com o qual ainda hei de quebrar muito a cabeça. Pergunta:
— Quanto tempo você consegue esperar?
Que diabo de resposta eu podia dar, Georg? Talvez fosse uma armadilha. Se dissesse "dois ou três dias", eu me mostraria impaciente demais. E se respondesse "a vida inteira" ela poderia pensar que eu não a amava tanto assim ou talvez que não fosse sincero. De modo que era preciso encontrar uma resposta intermediária. Eu disse:
— Agüento esperar até que o meu coração comece a sangrar de aflição.
Ela sorriu, insegura. Então roçou o dedo em meus lábios. E perguntou:
— E quanto tempo demora?
Desesperado sacudi a cabeça e resolvi dizer a verdade.
— Cinco minutos, talvez.
(A Garota das Laranjas)
”
”
Jostein Gaarder
“
Così il piccolo principe addomesticò la volpe. E quando l'ora della partenza fu vicina:
« Ah! » disse la volpe, « piangerò.»
« La colpa è tua », disse il piccolo principe,
« io non ti volevo far del male, ma tu hai voluto che ti addomesticassi...»
« E' vero », disse la volpe.
« Ma piangerai! » disse il piccolo principe.
« E' certo », disse la volpe.
« Ma allora che ci guadagni? »
« Ci guadagno », disse la volpe, « il colore del grano. »
«Da te, gli uomini», disse il piccolo principe,
«coltivano cinquemila rose
nello stesso giardino...
e non trovano quello
che cercano...»
«Non lo trovano», ripetei.
«E tuttavia quello che cercano potrebbe essere
trovato in una sola rosa o in un po' d'acqua...»
«Certo», confermai.
E il piccolo principe soggiunse:
«Ma gli occhi sono ciechi. Bisogna cercare col cuore.»
”
”
Antoine de Saint-Exupéry (Il piccolo principe)
“
Houve um poeta que me disse que o mundo, tal como está, pode matar. Não vou deixar que isso aconteça, sei bem que tenho uns ferros no coração e que de repente posso começar a escorregar para dentro de mim mesmo. Então não se consegue parar. Foi isso mesmo que o Zeca Afonso disse no ouvido da mulher quando estava a morrer: Não consigo parar. Sei perfeitamente o que ele queria dizer. Mas não vou deixar que o mundo, tal como está, dê cabo de mim. Tenho as minhas canas de pesca e as minhas espingardas. É sempre possível ir aos robalos, dar uns tiros. Ou então pegar na caneta e vir para aqui falar contigo. Um cão nunca abandona o dono. Mesmo que não te veja sei que estás aí: é quanto me chega. As minhas armas e eu. O meu cão e eu.
”
”
Manuel Alegre (Cão Como Nós)
“
Dal corridoio giunse una voce contrariata.
«Maledizione, l'ha ammazzato sul serio, adesso mi toccherà essere l'erede al trono al posto suo e indossare quel ridicolo mantello da cerimonia».
Bryce fece irruzione nello studio e considerò con un breve sguardo Alexis sulla poltrona e Axel fermo al centro della stanza con un bicchiere in pezzi ai piedi.
In faccia gli leggeva chiaramente che se fosse stato Alexis a tirarglielo dietro, avrebbe avuto tutta la sua comprensione.
«Arrivi a proposito», disse Axel, calmissimo.
«Ti spiacerebbe mandare qualcuno a chiamare Stephen Eldrige?».
«L'unica persona che manderò a chiamare è un esorcista», disse Bryce, esasperato. «Sperando che almeno lui possa fare qualcosa per te».
”
”
Virginia De Winter (L'ordine della penna (Black Friars, #2))
“
Most kids who don't feel enough love and nurturance carry around this kind of inner rage- a rage that often lasts throughout adulthood. The people who should have cared for them didn't. The lesson to take away: All people are shit. This is why troubled youth walk around with chips on their shoulders and why they are so hard to help.
Early on they learn that people can't be trusted. They often spend the rest of their lives embracing this damaging belief. Seeing the world through shit-coloured glasses, they are hypersensitive to every possible slight or judgement, and they believe anyone friendly or kind must have an ulterior motive.
Despite all this, wounded people desperately want and need love. But, terrified to trust, they constantly do thing to test and sabotage their relationships. This push-pull dance is well-known to anyone who's ever been close to a victim of abuse, neglect, or abandonment. Those who suffer from BPD are hypersensitive to perceived slights from others and can grow notoriously hostile when they feel dissed....
For survivors of abuse, who you trust is a matter of survival. Its black and white. There can be no apologies. There can be no gray. There are no exceptions.-Scared Selfless
”
”
Michelle Stevens
“
Olá , bom dia! - disse o principezinho.
- Olá , bom dia! - disse o vendedor.
Era um vendedor de comprimidos para tirar a sede. Toma-se um por semana e deixa-se de ter necessidade de beber.
- Porque é que andas a vender isso? - perguntou o principezinho.
- Porque é uma grande economia de tempo - respondeu o vendedor. - Os cálculos foram feitos por peritos. Poupam-se cinquenta e três minutos por semana.
- E o que se faz com esses cinquenta e três minutos?
- Faz-se o que se quiser...
"Eu", pensou o principezinho, "eu cá se tivesse cinquenta e três minutos para gastar, punha-me era a andar muito de mansinho à procura de uma fonte...
”
”
Antoine de Saint-Exupéry (The Little Prince)
“
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu conhecer a soma dos tormentos que já terão padecido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno. Este outro suplício escapou ao divino Dante; mas eu não estou aqui para emendar poetas. Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me definitivamente aos cabelos de Capitou, mas então com as mãos, e disse-lhe, – para dizer alguma cousa, – que era capaz de os pentear, se quisesse. – Você? – Eu mesmo. – Vai embaraçar-me o cabelo todo, isso sim. – Se embaraçar, você desembaraça depois. – Vamos ver.
”
”
Machado de Assis (Dom Casmurro)
“
«Mancano venti miglia a Limerick» disse, mostrandosi molto interessata al percorso.
«So leggere i cartelli, grazie» rispose lui, gelido.
Piera sbuffò. «Volevo solo rendermi utile, non mettere in dubbio le tue doti di maschio alfa!»
La frase le uscì male, provocatoria senza volerlo essere, e infatti, piccato, lui emise un ah! alquanto sarcastico e batté il pugno con violenza sul volante, facendo suonare il clacson.
Piera sussultò, sorpresa se non spaventata.
«Mi sento di tutto, ti assicuro, tranne che maschio, alfa, beta o delta che sia.»
Ecco, ci siamo.
«E per il quieto vivere» proseguì lui, «farò persino finta che la notte scorsa tu non mi abbia trattato come un sex-toy…»
Questa volta un ah! sarcastico uscì dalle labbra di Piera. «Un sex cosa? Scusa, non ho capito bene.»
«Un sex-toy.»
«Non so neppure cosa sia.»
«Non ne avevo il minimo dubbio.»
«Lo prendo come un complimento.»
«Prendilo come vuoi. Coniglietti, AH!»
«Cosa c’entrano i conigli, adesso?»
«Lascia perdere.»
«No, spiegati, per favore.»
«Una che dorme con dei conigli addosso non può certo sapere cosa sia un sex-toy.»
«Ohhh! La mia camicia da notte non è di tuo gusto? Va’ al diavolo, Jean!»
”
”
Viviana Giorgi (Vuoi vedere che è proprio amore?)
“
Nick looked for his coat on the rack.I snagged mine and shrugged it on without stopping.I swung open the front door of the restaurant.The frigid night wind blew snow into my eyes.
"Hayden," Nick called me.
"Close the door," hollered the couples in the booths nearest us.
I let go of the door handle, then turned to Nick in the warm room. When he just stood there,staring down at me,I walked back to him.
"On second thought,"he said, "I don't know about this."
I was not going to get dissed again.I said brightly, "Oh,don't be scared.It's easy!" I jerked his puffy parka down from the rack and held it open for him. "Try one arm at a time."
Glaring at me,he took the coat and shrugged it on. "Close the door!" shouted the couples around us as we walked outside.
”
”
Jennifer Echols (The Ex Games)
“
«Benvenuto nel Cimitero dei Libri Dimenticati, Daniel.
...
«Questo luogo è un mistero, Daniel, un santuario. Ogni libro, ogni volume che vedi possiede un'anima, l'anima di chi lo ha scritto e di coloro che lo hanno letto, di chi ha vissuto e di chi ha sognato grazie a esso. Ogni volta che un libro cambia proprietario, ogni volta che un nuovo sguardo ne sfiora le pagine, il suo spirito acquista forza. Molti anni fa, quando mio padre mi portò qui per la prima volta, questo luogo era già vecchio, quasi come la città. Nessuno sa con certezza da quanto tempo esista o chi l'abbia creato. Ti posso solo ripetere quello che mi disse mio padre: quando una biblioteca scompare, quando una libreria chiude i battenti, quando un libro viene cancellato dall'oblio, noi, i custodi di questo luogo, facciamo in modo che arrivi qui. E qui i libri che più nessuno ricorda, i libri perduti nel tempo, vivono per sempre, in attesa del giorno in cui potranno tornare nelle mani di un nuovo lettore, di un nuovo spirito. Noi li vendiamo e li compriamo, ma in realtà i libri non ci appartengono mai. Ognuno di questi libri è stato il miglior amico di qualcuno. Adesso hanno soltanto noi, Daniel. Pensi di poter mantenere il segreto?»
”
”
Carlos Ruiz Zafón
“
«Chi ti ha ferita?» mi domandò, esigente.
Non mi azzardai nemmeno a immaginare quello che mi avrebbe fatto se le avessi mentito. Dovevo dirle la verità. Mettere in pericolo la vita di André non doveva importarmi, maledizione, non doveva.
Perché lui aveva ridotto la mia a tutto questo.
Una lacrima mi scivolò lungo la tempia. «Lui», alitai.
La Regina rivolse il volto al soffitto con un sospiro grave e poi mi sospinse leggermente lontano da sé. «Qual è la prima regola, André?» disse, la voce stentorea.
Lo sentii inspirare forte dal naso, ma non ebbi la forza per guardarlo. «La sua merce deve rimanere inalterata.»
Lei abbassò gli occhi su di lui. «Esattamente.»
Un istante dopo gli incise il collo con l’unghia, nello stesso punto in cui André mi aveva tagliata.
”
”
Chiara Cilli (Per Addestrarti (Blood Bonds, #4))
“
X AGOSTO
San Lorenzo , io lo so perché tanto
di stelle per l'aria tranquilla
arde e cade, perché si gran pianto
nel concavo cielo sfavilla.
Ritornava una rondine al tetto:
l'uccisero: cadde tra i spini;
ella aveva nel becco un insetto:
la cena dei suoi rondinini.
Ora è là, come in croce, che tende
quel verme a quel cielo lontano;
e il suo nido è nell'ombra, che attende,
che pigola sempre più piano.
Anche un uomo tornava al suo nido:
l'uccisero: disse: Perdono;
e restò negli aperti occhi un grido:
portava due bambole in dono.
Ora là, nella casa romita,
lo aspettano, aspettano in vano:
egli immobile, attonito, addita
le bambole al cielo lontano.
E tu, Cielo, dall'alto dei mondi
sereni, infinito, immortale,
oh! d'un pianto di stelle lo inondi
quest'atomo opaco del Male!
”
”
Giovanni Pascoli (Myricae)
“
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
”
”
Eugénio de Andrade
“
«Voglio andarmene in qualche posto dove nessuno mi conosce e dove non ho nessuna macchia nera addosso prima di cominciare. Ma non so se ce la faccio».
«Perché?».
«La gente. La gente ti trascina giù».
«Chi?» chiesi io, pensando che si riferisse agli insegnanti, o a mostri adulti come Miss Simons, che aveva desiderato una gonna nuova, o magari a suo fratello Eyeball che se ne andava in giro con Ace e Billy e Charlie e gli altri, o magari a suo padre e a sua madre. Ma lui disse:
«I tuoi amici, loro ti trascinano giù, Gordie. Non lo sai?».
Indicò Vern e Teddy, che si erano fermati e aspettavano che li raggiungessimo. Stavano ridendo di qualcosa; Vern, anzi, era piegato in due dalle risate.
«I tuoi amici. Sono come quelli che ti annegano attaccandosi alle gambe. Non puoi salvarli. Puoi solo annegare con loro»
”
”
Stephen King (Different Seasons)
“
Passavamo sulla terra leggeri come acqua, disse Antonio Setzu, come acqua che scorre, salta, giù dalla conca piena della fonte, scivola e serpeggia fra muschi e felci, fino alle radici delle sughere e dei mandorli o scende scivolando sulle pietre, per i monti e i colli fino al piano, dai torrenti al fiume, a farsi lenta verso le paludi e il mare, chiamata in vapore dal sole a diventare nube dominata dai venti e pioggia benedetta.
A parte la follia di ucciderci l'un l'altro per motivi irrilevanti, eravamo felici. Le piante e le paludi erano fertili, i monti ricchi di pascolo e fonti. Il cibo non mancava neppure negli anni di carestia. Facevamo un vino colore del sangue, dolce al palato e portatore di sogni allegri. Nel settimo giorno del mese del vento che piega le querce incontravamo tutte le genti attorno alla fonte sacra e per sette giorni e sette notti mangiavamo, bevevamo, cantavamo e danzavamo in onore di Is. Cantare, suonare, danzare, coltivare, raccogliere, mungere, intagliare, fondere, uccidere, morire, cantare, suonare, danzare era la nostra vita. Eravamo felici, a parte la follia di ucciderci l'un l'altro per motivi irrilevanti.
(pag. 56)
”
”
Sergio Atzeni (Passavamo sulla terra leggeri)
“
Mas também acredito que a nossa era não deve ser fácil nem para as crianças. Nós, mulheres, como disse antes, somos obrigadas todos os dias a refletir sobre o nosso papel, sobre a nossa identidade. O mesmo não se pede aos homens. Vivem dentro da crisálida de um machismo vazio, infelizmente encontram fragmentos de violência, palavras e atitudes de gângster, mas são formas mortas, formas desabitadas. A masculinidade agora vive em um reino fantasma. Não sabem mais quem são. Não sabem mais se expressar, e muitas vezes o fazem com dor e agressividade. Seria bom, portanto, que o mesmo debate que tivemos com as mulheres estivesse agora sendo realizado com os homens. Em La Chimera tentei contar a história dessa gangue de homens que de alguma forma são prisioneiros de serem machistas a todo custo, que não sabem se dirigir às mulheres a não ser seduzindo ou atacando-as, que são extremamente solitários e desesperados, abandonados a si mesmos e aos fantasmas delirantes do passado. Pobres ladrões de tumbas! (tradução minha).
”
”
Alice Rohrwacher (Dopo il cinema: Le domande di una regista)
“
Project Princess
Teeny feet rock
layered double socks
Popping side piping of
many colored loose lace ups
Racing toe keeps up with fancy free gear
slick slide and just pressed recently weaved hair
Jeans oversized belie her hips, back, thighs
that have made guys sigh
for milleni year
Topped by an attractive jacket
her suit’s not for flacking, flunkies, junkies
or punk homies on the stroll.
Her hands mobile thrones of today’s urban goddess
Clinking rings link dragon fingers
no need to be modest.
One or two gap teeth coolin’
sport gold initials
Doubt you get to her name
just check from the side
please chill.
Multidimensional shrimp earrings
frame her cinnamon face
Crimson with a compliment if a
comment hits the right place
Don’t step to the plate
with datelines from ‘88
Spare your simple, fragile feelings
with the same sense that you came
Color woman variation reworks the french twist
with crinkle cut platinum frosted bangs
from a spray can’s mist
Never dissed, she insists:
“No you can’t touch this.”
And, if pissed, bedecked fists
stop boys who must persist.
She’s the one. Give her some. Under fire. Smoking
gun. Of which songs
are sung, raps are spun, bells are rung, rocked, pistols
cocked, unwanted
advances blocked, well stacked she’s jock. It’s all
about you girl. You go
on. Don’t you dare stop.
”
”
Tracie Morris (Intermission)
“
Alzò una mano e l’accostò al suo viso, chiedendogli tacitamente il permesso. Lui irrigidì le spalle e rimase immobile, nello sguardo aveva la stessa sfida e la stessa supplica.
Gli toccò il livido a lato dello zigomo, piano, con la punta di un dito e lui serrò le palpebre cosicché temette di avergli fatto male ed esitò a un soffio dalla sua pelle.
Gabriel aprì gli occhi incontrando i suoi e allora lei sentì la mano muoversi per volontà propria, posarsi con delicatezza sulla sua guancia, le dita sfiorargli i capelli morbidi dietro l’orecchio.
Aveva l’altra mano stretta a pugno talmente forte che le giunture le dolevano, il cuore sembrava sul punto di schiantarsi da un momento all'altro.
Gabriel con un sospirò distolse il capo, gli occhi di nuovo chiusi, un’esitazione nella piega delle labbra che lo rese, per un momento, molto vulnerabile.
«Per favore», le disse, turbato. «Allontanati».
Sophia si posò una mano sulla bocca per reprimere una parola disperata e si ritrasse.
«Perdonami, non sarei dovuta venire».
Lui si alzò. «Perché sei qui? Se non è per compiacerti del tuo potere o per goderti le percosse dei tuoi amici, perché sei venuta?»
Sophia scosse il capo. «Ho detto che mi dispiace».
Chinò il capo, ma lui le posò sue dita sotto il mento e la indusse a guardarlo di nuovo.
«È così, Sophia?», sussurrò. «Sei rimasta impigliata nella tua stessa rete?»
”
”
Virginia De Winter (L'ordine della penna (Black Friars, #2))
“
Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. (…) ‘Mas isso é amor, é amor de novo’, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e os dois leões se tinham amado. (…) Mas era primavera, e, apertando o punho no bolso do casaco, ela mataria aqueles macacos em levitação pela jaula, macacos felizes como ervas, macacos se entrepulando suaves, a macaca com olhar resignado de amor, e a outra macaca dando de mamar. (…) Ela mataria a nudez dos macacos. Um macaco também a olhou, o peito pelado exposto sem orgulho. Mas não era no peito que ela mataria, era entre aqueles olhos. De repente a mulher desviou o rosto, trancando entre os dentes um sentimento que ela não viera buscar, apressou os passos, ainda voltou a cabeça espantada para o macaco de braços abertos: ele continuava a olhar para a frente. ‘Oh não, não isso’, pensou. E enquanto fugia, disse: ‘Deus, me ensine somente a odiar’.
‘Eu te odeio’, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. ‘Eu te odeio’, disse muito apressada. (…) ‘Eu te amo’, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. ‘Eu te odeio’, disse, implorando amor.
”
”
Clarice Lispector
“
«Mettiti il casco. È tardi!» le ordinò senza guardarla in viso mentre le porgeva il copricapo.
Asia non disse una parola. Il sole era già scomparso ed era consapevole che con l’oscurità il Male avrebbe potuto fare capolino da un momento all’altro. Il cimitero del Wawel distava pochi minuti dal suo appartamento, ma lei conosceva bene il Venator e sapeva perché si spostava comunque in moto. Le sacche laterali della sua cavalcatura erano piene zeppe di armi, una vera e propria santa barbara sempre pronta all’uso.
Mentre si issava con accuratezza dietro di lui cercò di trattenere il respiro. L’idea di sfiorare di nuovo, dopo quasi due anni, il suo corpo la faceva sentire come una bambina il primo giorno di scuola: tensione a mille, ansia, batticuore e la sensazione che di lì a poco sarebbe morta di infarto. Ma quel momento magico fu bruscamente distrutto, e le acide parole inzuppate nel veleno che uscirono dalle labbra di Bor la scaraventarono con una forza dolorosa nella realtà di quel pomeriggio.
«Aggrappati alle manigliette laterali, non a me. E reggiti forte, non mi va di dovermi fermare a raccogliere i tuoi pezzetti.»
Asia si sentì morire ma mai, per nessuna ragione al mondo, gli avrebbe dato soddisfazione.
«Certo, non temere, non ti accorgerai nemmeno di me», disse a denti stretti mentre la bocca le si seccava per la delusione di essere stata respinta così in malo modo.
”
”
Eilan Moon
“
Ehi..Ehi..mi senti? Dì qualcosa" disse Midori, la testa ancora sepolta nel mio petto.
"che cosa?"
"quello che vuoi, purchè sia qualcosa che mi faccia sentire meglio."
"sei molto carina."
"Midori" suggerì lei "mettici anche il nome."
"sei molto carina, Midori" corressi.
"molto quanto?"
"tanto da far crollare le montagne e prosciugare i mari."
Lei sollevò la testa e mi guardò. - "sai che le espressioni che usi tu sono assolutamente uniche?" disse.
"solo tu mi capisci davvero" dissi ridendo.
"dimmi qualcosa di ancora più carino."
"Mi piaci tanto, Midori."
"Tanto quanto?"
"tanto quanto un orso in primavera."
"un orso in primavera?" chiese lei sollevando di nuovo la testa "come sarebbe un orso in primavera?".
"un orso in primavera.. allora, tu stai passeggiando da sola per i campi quando ad un tratto vedi arrivare nella tua direzione un orso adorabile dalla pelliccia vellutata e dagli occhi simpatici, che ti fa: 'senta signorina, non le andrebbe di rotolarsi un po' con me sull'erba?'. Tu e l'orsetto vi abbracciate e giocate a rotolare giù lungo il pendio tutto ricoperto di trifogli per ore e ore. Carino, no?"
"Carinissimo"
"Ecco, tu mi piaci tanto così.
”
”
Haruki Murakami
“
- Quando foi da sementeira, o patrão Arnaldo disse-me: «Ó Bailote, tu já não tens a mesma mão para semear.» Porque eu, senhor doutor, tive sempre uma mão funda, assim grande, como um cocho de cortiça. Eu metia a mão ao saco e vinha cheia de semente. Atirava-a à terra e semeava uma jeira num ar.
Conta, bom homem, conta o teu sonho perdido. Tinhas, pois, uma boa mão de semeador bíblico. Atiravas a semente e a vida nascia a teus pés. Eras senhor da criação e o universo cumpria-se no teu gesto. E, enquanto o homem falava, eu olhava-lhe a face escurecida dos séculos, os olhos doridos da sua divindade morta. Imaginava-o outrora dominando a planície com a sua mão poderosa. A terra abria-se à sua passagem como à passagem de um deus. A terra conhecia-o seu irmão como à chuva e ao sol […].
E mostrava a sua desgraçada mão, envelhecida, carbonizada de anos e soalheira. […]
- Olhe. Faça ginástica aos dedos. Assim.
E exemplificava. De olhos escorraçados, o homem lamentou-se:
- Tenho feito, senhor doutor. Mas o patrão Arnaldo diz que eu já não tenho mão. Veja, senhor doutor, então isto não será ainda uma mão de homem? […]
- Então que quer que eu lhe faça?
- Dê-me um remédio, senhor doutor. Um remédio que me ponha a mão como a tinha. Assim grande, assim funda, assim…
E moldava no ar a capacidade de uma mão de Jeová. Fios de sol escorriam de uma azinheira perto da estrada. Os campos repousavam no grande e plácido Outono. E pelo vasto céu azul, sem a mancha de uma nuvem, ecoava levemente a memória de Verão. Moura pôs o motor a trabalhar.
- Então passe muito bem – disse ao semeador.
E o carro arrancou, erguendo o pó do caminho.
Mas a visita à doente foi breve. […] Regressámos enfim pelo mesmo caminho. Quando, porém, chegámos ao monte do semeador, saltou-nos à frente um grupo de pessoas […]. Moura saiu do carro e o magote de gente seguiu-o. Fiquei só. Mas o médico regressava daí a pouco, pálido, transtornado.
- Que aconteceu?
Ele não respondeu logo, conduzindo o carro aos tropeções. E só quando o monte se não via já me declarou:
- O homem enforcou-se.
”
”
Vergílio Ferreira (Aparición)
“
Por que lê tanto ? (...)
- Olhe-me e diga o que vê.
O rapaz olhou-o com suspeita
- Isto é algum truque ? Vejo você. Tyrion Lannister
Tyrion suspirou.
- Você é notavelmente gentil para um bastardo, Snow. O que vê é um anão. Você tem o que ? Doze anos ?
- Catorze - disse o rapaz.
- Catorze, e é mais alto que alguma vez serei. Minhas pernas são curtas e tortas, e caminho com dificuldade. Necessito de uma sela especial para não cair do cavalo. Uma cela de minha própria concepção, talvez te interesse saber. Era isso ou montar um pônei. Meus braços são suficientemente fortes mas, uma vez mais, demasiado curtos. Nunca serei um espadachim. Se tivesse nascido camponês, provavelmente me teriam me expulsado para que morresse, ou vendido para a coleção de aberrações de algum negociante de escravos. Mas, ai de mim ! Nasci um Lannister de Rochedo Casterly, e as coleções de aberrações são das mais pobres. Esperam-se coisas de mim. Meu pai foi mão do rei durante vinte anos. Aconteceu que, mais tarde, meu irmão matou esse mesmo rei, mas minha vida está cheia dessas pequenas ironias. Minha irmã casou-se com o novo rei e o meu repugnante sobrinho será rei depois dele. Devo cumprir minha parte pela honra da minha casa, não concorda ? Mas como ? Bem, poderei ter as pernas pequenas demais para o corpo, mas minha cabeça é grande demais, embora eu prefira pensar que tem o tamanho certo para minha mente. Possuo um entendimento realista das minha forças e fraquezas. A mente é minha arma. Meu irmão tem a sua espada, O Rei Robert, o seu martelo de guerra, e eu tenho a minha mente... e uma mente necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita de uma pedra de amolar se quisermos que se mantenha afiada - Tyrion deu uma palmada na capa de coura do livro - É por isso que leio tanto, Jon Snow.
”
”
George R.R. Martin (A Game of Thrones (A Song of Ice and Fire, #1))
“
Você, Lord Byron, é inteligente também, mas uma inteligência fina, penetrante, como aço, como uma espada. Ao contrário de mim, você é mais capaz de se fazer amado do que de amar. Sua lógica é irresistível, mas impiedosa, irritante. É desses remédios que matam a doença e o doente. Você tem sentimento poético, e muito — no entanto é incapaz de escrever um verso que preste. Por quê? Sei lá. Há qualquer coisa que te contém, que te segura, como uma mão. Sua compreensão do mundo, da vida e das coisas é surpreendente, seu olho clínico é infalível, mas você é um homem refreado, bem comportado, bem educado, flor do asfalto, lírio de salão, um príncipe, o nosso Príncipe de Gales, como diz o Hugo. Tem uma aura de pureza não conspurcada, mas é ascético demais, aprimorado demais, debilitado por excesso de tratamento. Não se contamina nunca, e isso humilha a todo mundo. É esportivo, é atlético, é saudável, prevenido contra todas as doenças, mas, um dia, não vai resistir a um simples resfriado: há de cair de cama e afinal descobrir que para o vírus da gripe ainda não existe antibiótico. — Opinião de estudante de Medicina — e Eduardo pro- curava ocultar seu ressentimento com um sorriso. — Você, agora.
(...)
— E você, Eduardo. Você, o puro, o intocado, o que se preserva, como disse Mauro. Seu horror ao compromisso porque você se julga um comprometido, tem uma missão a cumprir, é um escritor. Você e sua simpatia, sua saúde... Bem sucedido em tudo, mas cheio de arestas que ferem sem querer. Seu ar de quem está sempre indo a um lugar que não é aqui, para se encontrar com alguém que não somos nós. Seu desprezo pelos fracos porque se julga forte, sua inteligência incômoda, sua explicação para tudo, seu senso prático — tudo orgulho. O orgulho de ser o primeiro — a vida, para você, é um campeonato de natação. Sua desenvoltura, sua excitação mental, sua fidelidade a um destino certo, tudo isso faz de você presa certa do demônio — mesmo sua vocação para o ascetismo, para a vida áspera, espartana. Você e seus escritores ingleses, você e sua chave que abre todas as portas. Orgulho: você e seu orgulho. De nós três, o de mais sorte, o escolhido, nosso amparo, nossa esperança. E de nós três, talvez, o mais miserável, talvez o mais desgraçado, porque condenado à incapacidade de amar, pelo orgulho, ou à solidão, pela renúncia. Hugo não disse mais nada. E os três, agora, não ousavam levantar a cabeça, para não mostrar que estavam chorando. O garçom veio saber se queriam mais chope, ninguém o atendeu. Alguém soltou uma gargalhada no fundo do bar. Lá fora, na rua, um bonde passou com estrépito.
”
”
Fernando Sabino (O Encontro Marcado)
“
Hoje é o último dia do ano. Em todo o mundo que este calendário rege andam as pessoas entretidas a debates consigo mesmas as boas ações que tencionam praticar no ano que entra, jurando que vão ser retas, justas e equânimes, que da sua emendada boca não voltará a sair uma palavra má, uma mentira, uma insidia, ainda que as merecesse o inimigo, claro que é das pessoas vulgar que estamos falando, as outras, as de exceção, as incomuns, regulam-se por razões suas próprias para serem e fazerem o contrário sempre que lhes apetece ou aproveite, essas são as que não se deixam iludir, chegam a rir-se de nós e das boas intenções que mostramos, mas, enfim, vamos aprendendo com a experiencia, logo nos primeiros dias de Janeiro teremos esquecido metade do que havíamos prometido, e, tendo esquecido tanto, não há realmente motivo para cumprir o resto, é como um castelo de cartas, se já lhe faltam as obras superiores, melhor é que caia tudo e se confundam os naipes. Por isso é duvidoso ter-se despedido Cristo da vida com as palavras da escritura, as de Mateus e Marcos, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste, ou as de Lucas, Pai, nas tuas mãos entrego o meu espirito, ou as de João, Tudo está cumprido, o que Cristo disse foi, palavra de honra, qualquer pessoa popular sabe que esta é a verdade, Adeus mundo, cada vez a pior. Mas os deuses de Ricardo Reis são outros, silenciosas entidades que nos olham indiferentes, para quem o mal e o bem são menos que palavras, por as não dizerem eles nunca, e como as diriam, se mesmo entre o bem e o mal não sabem distinguir, indo como nós vamos no rio das coisas, só ditamos. Esta lição nos foi dada para que não nos afadiguemos a jurar novas e melhores intenções para o ano que tem, por elas não nos julgarão os deuses, pelas obras, também não, só juízes humanos ousam julgar, os deuses nunca, porque se supõe saberem tudo, salvo se tudo isto é falso, se justamente não é sua ocupação única esquecerem em cada momento o que do cada momento lhes vão ensinando os atos dos homens, os bons como os maus, iguais derradeiramente para os deuses, porque inúteis lhes são. Não digamos Amanhã farei, porque o mais certo é estarmos cansados amanhã, digamos antes, Depois de amanhã, sempre teremos um dia de intervalo para mudar de opinião e projeto, porém ainda mais prudente seria dizer, Um dia decidirei quando será o dia de dizer depois de amanhã, e talvez nem seja preciso, se a morte definidora vier antes desobrigar-me do compromisso, liberdade que a nós próprios negamos.
”
”
José Saramago (The Year of the Death of Ricardo Reis)
“
«Le strade di Fantàsia», disse Graogramàn, «le puoi trovare solo grazie ai tuoi desideri. E ogni volta puoi procedere soltanto da un desiderio al successivo. Quello che non desideri ti rimane inaccessibile. Questo è ciò che qui significano le parole 'vicino' e 'lontano'. E non basta volere soltanto andar via da un luogo. Devi desiderarne un altro. Devi lasciarti guidare dai tuoi desideri.»
«Ma io non desidero affatto andarmene da qui», ribatté Bastiano.
«Dovrai trovare il tuo prossimo desiderio», replicò Graogramàn in tono quasi severo.
«E quando l'avrò trovato», fece Bastiano di rimando, «come potrò andarmene da qui?»
«Ascolta, mio signore», disse Graogramàn a voce bassa, «in Fantàsia c'è un luogo che conduce ovunque e al quale si può giungere da ogni parte. Viene chiamato il Tempio delle Mille Porte. Nessuno lo ha visto dall'esterno, perché non ha un esterno. Il suo interno consiste in un labirinto di porte. Chi lo vuole conoscere deve avere il coraggio di inoltrarsi in quel labirinto.»
«Ma come è possibile, se non ci si può avvicinare dall'esterno?»
«Ogni porta», continuò il leone, «ogni porta in tutta Fantàsia, persino una comunissima porta di cucina o di stalla, sicuro, persino l'anta di un armadio, può in un determinato momento diventare la porta d'ingresso al Tempio delle Mille Porte. Passato quell'attimo, torna a essere quello che era, una porta qualsiasi. Perciò nessuno
può passare per più di una volta dalla stessa porta. E nessuna delle mille porte riconduce là da dove si è venuti. Non esiste ritorno.»
«Ma una volta che si è dentro», domandò Bastiano, «si può uscirne?»
«Sicuro», rispose il leone, «però non è così facile come nei soliti edifici. Perché attraverso il labirinto delle Mille Porte ti può guidare solo un vero desiderio. Chi non lo ha è costretto a continuare a vagarci dentro fino a quando sa esattamente che cosa desidera. E questo talvolta richiede molto tempo.»
«E come si fa a trovare la porta d'ingresso?»
«Bisogna desiderarlo.»
Bastiano rifletté a lungo e poi disse:
«È strano che non si possa semplicemente desiderare quello che si vuole. Ma, per la verità, da dove ci vengono i desideri? E che cos'è un desiderio?»
Graogramàn guardò il ragazzo a occhi spalancati, ma non rispose.
Qualche giorno più tardi ebbero un altro colloquio molto importante.
Bastiano aveva mostrato al leone la scritta sul rovescio dell'amuleto. «Che cosa può significare?» domandò. «FA' CIO' CHE VUOI, questo vuol dire che posso fare tutto quello che mi pare, non credi?»
Il volto di Graogramàn assunse d'improvviso un'espressione di terribile serietà e i suoi occhi divennero fiammanti.
«No», esclamò con quella sua voce profonda e tonante, «vuol dire che devi fare quel che è la tua vera volontà. E nulla è più difficile.»
«La mia vera volontà?» ripeté Bastiano impressionato. «E che cosa sarebbe?»
«È il tuo più profondo segreto, quello che tu non conosci.»
«E come posso arrivare a conoscerlo?»
«Camminando nella strada dei desideri, dall'uno all'altro, e fino all'ultimo. L'ultimo ti condurrà alla tua vera volontà.»
«Ma questo non mi pare tanto difficile.»
«Di tutte le strade è la più pericolosa», replicò il leone.
«Perché?» domandò Bastiano. «Io non ho paura.»
«Non è di questo che si tratta», ruggì Graogramàn, «ciò richiede la massima sincerità e attenzione, perché non c'è altra strada su cui sia tanto facile perdersi definitivamente.»
”
”
Michael Ende