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A religião e a criação das bombas atômicas é um tema que precisa ser analisado com mais cuidado, e menos acusações. De fato, o Projeto Manhattan, que levou ao desenvolvimento das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945, envolveu muitos cientistas de diversas origens religiosas. Robert Oppenheimer, que liderou o projeto, era de origem judaica, e muitos outros cientistas envolvidos tinham diferentes crenças religiosas.
Albert Einstein, embora não tenha participado diretamente do Projeto Manhattan, foi um dos que alertaram sobre o potencial desenvolvimento de armas nucleares pela Alemanha nazista. Ele era um deísta, acreditando em um Deus não intervencionista, e enfrentou discriminação na Europa por suas crenças religiosas e sua origem judaica.
A questão da religião e da ciência é complexa e multifacetada. A ciência, como um método de investigação, é neutra em relação a crenças religiosas, mas os cientistas, como indivíduos, trazem suas próprias crenças e valores para o seu trabalho. A nova onda de ateísmo ganhou força nas últimas décadas, especialmente com o avanço da ciência e a secularização de muitas sociedades.
Então, não, usar a bomba atômica como forma de jogar a bola no terreno da ciência para defender religião não funciona. Menos ainda acusar o ateísmo de ser responsável por mortes em massa como no caso de Putin e Hitler.
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Jorge Guerra Pires (Seria a Bíblia um livro científico?: Por que a Bíblia Sagrada não deve ser levada a sério e como argumentar contra ela (Inteligência Artificial, Democracia, e Pensamento Crítico) (Portuguese Edition))