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Nenhum historiador profissional ignora que os homicĂdios em massa devidos a conflitos religiosos, por mais horror que nos inspirem, jamais produziram um nĂşmero de vĂtimas nem mesmo remotamente comparável ao dos modernos movimentos revolucionários inspirados em ideologias “cientĂficas”. O mais completo estudo quantitativo do assunto foi feito por R. J. Rummel, professor emĂ©rito de ciĂŞncia polĂtica na Universidade do HavaĂ. As conclusões de sua pesquisa de quatro dĂ©cadas sĂŁo apresentadas nos livros Understanding Conflict and War, 5 vols., Thousand Oaks (CA), Sage Publications, 1975-1981, e Death By Government, New Brunswick (NJ), Transaction Publications, 1994. Ampliando o conceito para alĂ©m da nuance racial implĂcita na palavra “genocĂdio”, o prof. Rummel propõe o termo “democĂdio” para descrever de maneira mais genĂ©rica as matanças de povos inteiros. O desenho que ele obtem do estudo dos homicĂdios em massa ao redor do mundo nĂŁo difere, em substância, do consenso usual dos historiadores, mas lhe acrescenta a precisĂŁo do mĂ©todo quantitativo e a nitidez das escalas comparativas. Em suma, o nĂşmero de seres humanos mortos em menos de oito dĂ©cadas pelas duas ideologias evolucionistas, nazismo e comunismo (140 milhões de pessoas), ultrapassa em dez milhões a taxa total de mortos dos homicĂdios em massa conhecidos no mundo desde 221 a.C. atĂ© o começo do sĂ©culo XX, dos quais os resultantes de motivos religiosos sĂŁo apenas uma fração, e a parte devida aos cristĂŁos uma fração da fração.
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