Cima Quotes

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E andando nel sole che abbaglia sentire con triste meraviglia com'è tutta la vita e il suo travaglio in questo seguitare una muraglia che ha in cima cocci aguzzi di bottiglia.
Eugenio Montale
um bom livro deve ter mais do que uma pele, deve ser um prédio de vários andares. O rés-do-chão não serve à literatura. está muito bem para a construção civil, é cómodo para quem não gosta de subir as escadas, útil para quem não pode subir as escadas, mas para a literatura há que haver andares empilhados uns em cima dos outros. Escadarias e escadarias, letras abaixo, letras acima.
Afonso Cruz (Os Livros Que Devoraram o Meu Pai)
Anche la lotta verso la cima basta a riempire il cuore di un uomo. Bisogna immaginare Sisifo felice.
Albert Camus (The Myth of Sisyphus)
Foi a morte que me ensinou. O tempo de sonhar é em cima da terra.
Socorro Acioli (A Cabeça do Santo)
- Dantes, eras uma visão. Sentia uma luz acender-se na pele e eras tu. Hoje, preparo e bebo venenos para que o brilho daquilo que já não és venha ao de cima, se solte do sangue e estremeça, cintile, e não se apague.
Al Berto (O Anjo Mudo)
Il tempo intanto correva, il suo battito silenzioso scandisce sempre più precipitoso la vita, non ci si può fermare neanche un attimo, neppure per un'occhiata indietro. "Ferma, ferma!" si vorrebbe gridare, ma si capisce ch'è inutile. Tutto quanto fugge via, gli uomini, le stagioni, le nubi; e non serve aggrapparsi alle pietre, resistere in cima a qualche scoglio, le dita stanche si aprono, le braccia si afflosciano inerti, si è trascinati ancora nel fiume, che pare lento ma non si ferma mai.
Dino Buzzati (The Tartar Steppe)
E por aí vão, metidos nessa batalha, testando forças e afirmando um ao outro que não discordam fundamentalmente mesmo quando há um abismo entre seus posicionamentos, ou ainda discutindo violentamente em cima de diferenças de ênfase mínimas e pedantes. Em outras palavras, estão agindo com o perfeitos estudantes de merda.
Irvine Welsh (Porno (Mark Renton, #3))
«Penso: talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo do céu mas em cima dele; talvez a gente veja as coisas ao contrário e a terra seja como um céu e quando a gente morre, quando a gente morre, talvez a gente caia e se afunde no céu.»
José Luís Peixoto (Nenhum Olhar)
O salto é grande mas o tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo, uma flor, um pássaro, uma dama, um castelo, um túmulo. Também se pode bordar nada. Nada em cima de invisível é a mais sutil obra deste mundo, e acaso do outro.
Machado de Assis
Acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus.
Chico Buarque
(...) é um fato corriqueiro, querida Ana, pelo qual sempre passamos feito sonâmbulos, mas que, silencioso, é ainda o maior e o mais antigo escândalo: a vida só se organiza se desmentindo, o que é bom para uns é muitas vezes a morte para outros, sendo que só os tolos, entre os que foram atirados com displicência ao fundo, tomam de empréstimo aos que estão por cima a régua que estes usam para medir o mundo.
Raduan Nassar (Lavoura Arcaica)
Ser menino é estar cheio de céu por cima.
Mia Couto (Pensageiro Frequente)
O pó em cima dos móveis as camas vazias de um asilo acidentes de automóvel pernas com varizes a Morte nos circunda de dentro pra fora e por todos os cantos, ainda assim, impressionantemente, o medo não é o nosso estado natural.
Aline Bei (Pequena Coreografia do Adeus)
Existe una raza de hombres inadaptados, de hombres que no pueden parar ni establecerse, hombres que destrozan el corazón de quien se acerque a ellos y que vagan por el mundo a la ventura... Recorren la tierra, remontan los ríos, escalan de la montaña las cimas más altas, llevan en sí la maldición de la sangre gitana y no saben lo que quiere decir descansar. Si no se movieran de una misma senda llegarían lejos: fuertes son, valientes y sinceros. Pero acaban cansándose siempre de todas las cosas y sólo adoran lo extraño y lo nuevo.
Truman Capote (In Cold Blood)
Esto es como una montaña rusa. Subo y subo hacia el invierno, pero si no llego a la cima, puedo resbalar.
Maggie Stiefvater (Shiver (The Wolves of Mercy Falls, #1))
Colocou os seus pés em cima dos dele, para ser tão alta quanto ele. Perdida no sorriso dele, será aí que a encontrarão, apaixonada.
Andreia Rosa (A Sonhadora)
Sou um universo em expansão, nadando para cima em um oceano silencioso.
Daniel Keyes (Flowers for Algernon)
...as palavras perdem muito do seu significado, tornam-se ocas, e vem ao de cima toda a banalidade que se esconde por detrás das coisas mais extraordinárias.
Jorge Candeias (Os Pés e a Cabeça)
Puertas se cerraban y otras se abrían... La vida era caer y levantarse, temer y no paralizarse. Escalar y escalar sin detenerse en ese momento tuvo sentido, la cima estaba ahí, bajo sus pies, y ambos ya estaban disfrutando de jamás retroceder, de no rendirse, de seguir, luchar y decidir avanzar pese a que dolió, a lo que implicó, pese a que todo a su alrededor en algún momento se extinguió y la luz era un sueño enterrado en los sentimientos de la aflicción pues comprendieron que vivir era una decisión.
Ana Coello (Tú, Nada Más)
Eu estava em uma escada rolante para baixo agora. Se eu ficasse parado, iria direto pra baixo, mas, se eu começasse a subir a escada, talvez conseguisse ao menos ficar no mesmo lugar. O importante era seguir me movendo pra cima independentemente do que acontecesse.
Daniel Keyes (Flowers for Algernon)
Mole. E enjoada comigo mesma como se me tivesse provado. Um pedaço de pão que depois de se mastigar durante muito tempo acabasse sabendo mal. Sabendo a mim própria, aos meus próprios sucos. Cuspi-me com desagrado para cima da cama e aqui fiquei líquida e espapaçada. É um estado de espírito entre calmo e desesperado com uma leve ansiedade à mistura. Por vezes sinto medo desta solidão maior do que nunca foi, imensa. Para onde quer que me volte só dou comigo mesma. Mas já me vi bastante e acabo de reparar que nada mais tenho a dizer-me. Nada mais.
Maria Judite de Carvalho (Tanta Gente, Mariana)
Ci sono uomini sapienti che ogni notte si arrampicano in cima a delle torri per osservare la luna con dei cannocchiali. Io guardo semplicemente sott’acqua.. E’ molto più bello. Così la luna non la guardi soltanto, ci nuoti anche un pochino dentro.
Simon van der Geest (Geel gras)
Úrsula se perguntava se não era preferível se deitar logo de uma vez na sepultura e lhe jogarem a terra por cima, e perguntava a Deus, sem medo, se realmente acreditava que as pessoas eram feitas de ferro para suportar tantas penas e mortificações. E perguntando e perguntando ia atiçando sua própria perturbação e sentia desejos irreprimíveis de se soltar e não ter papas na língua como um forasteiro e de se permitir afinal um instante de rebeldia, o instante tantas vezes desejado e tantas vezes adiado, para cortar a resignação pela raiz e cagar de uma vez para tudo e tirar do coração os infinitos montes de palavrões que tivera que engolir durante um século inteiro de conformismo. – Porra! – gritou. Amaranta, que começava a colocar a roupa no baú, pensou que ela tinha sido picada por um escorpião. – Onde está? – perguntou alarmada. – O quê? – O animal! – esclareceu Amaranta. Úrsula pôs o dedo no coração. – Aqui – disse
Gabriel García Márquez (One Hundred Years of Solitude)
Siempre ve a la cima. ¿Te lo había dicho? ¿No? Bueno ahora te lo estoy diciendo.
Emma Chase (Tangled (Tangled, #1))
Coração PRA CIMA escrito embaixo FRÁGIL
Paulo Leminski
Nella natura selvaggia non ci sono le fiabe, non c'è la storia della Cenerentola. Il lupo di rango inferiore che sembra salire in cima al branco in realtà era sempre stato un alfa.
Jodi Picoult (Lone Wolf)
Me pregunto qué debe sentirse al vivir siempre en la cima de la felicidad.
Alice Kellen (El día que dejó de nevar en Alaska)
As aves aproximavam-se por cima de nossas cabeças até que me dei conta do que se tratava. Eram imensos. — SANTO DARWIN! — não pude conter o espanto.
Tito Aureliano (Realidade Oculta)
La natura umana, temo, non è bellissima da cima a fondo.
Joseph Conrad (La linea d'ombra)
Jay fece un ampio sorriso, poi appoggiò il capo contro il mio petto. Gli passai le dita tra i capelli e gli diedi un bacio sulla cima della testa. Non avevo mai saputo cosa fosse la felicità, finché non lo avevo incontrato. Ma ora che lo sapevo, non l’avrei mai lasciato andare.
Teodora Kostova (Cookies (Cookies, #1))
Não terei medo. O medo mata a mente. O medo é a pequena morte que leva à aniquilação total. Enfrentarei meu medo. Permitirei que passe por cima e através de mim. E, quando tiver passado, voltarei o olho interior para ver seu rastro. Onde o medo não estiver mais, nada haverá. Somente eu restarei.
Frank Herbert (Duna (Dune Chronicles, #1))
E’ per questo che, in fondo al cuore, mi considero un fallito. Non che questo importi molto. Sub specie aeternitatis tutti noi, senza eccezioni, siamo dei falliti. Non ricordo più dove ho letto che “la morte intacca la nostra fiducia nella vita mostrandoci che in fin dei conti tutto è ugualmente futile se visto in rapporto alle tenebre che ci attendono.” Sì, “futile” è la parola esatta. Eppure non posso lamentarmi: ho più amici che nemici e ci sono momenti in cui sono quasi felice di essere al mondo – quando guardo il sole che tramonta e la luna che spunta, o vedo la neve sulla cima della montagna.
Fred Uhlman (L'amico ritrovato)
In cima alla via Guénégaud, venendo dalla strada lungo la Senna, si trova il passaggio del Ponte Nuovo, una specie di corridoio stretto e oscuro che va dalla via Mazarino alla via della Senna. Quel passaggio ha, al massimo, trenta passi di lunghezza e due di larghezza; è selciato di pietre giallastre, consunte, sconnesse, che trasudano sempre un'acre umidità; la vetrata che lo ricopre, tagliata ad angolo retto, è nera di sporcizia. Nei bei giorni d'estate, quando un ardente sole incendia le vie, un chiarore biancastro cade dai vetri sporchi e si trascina miseramente nel passaggio. Nei brutti giorni d'inverno, nelle mattinate di nebbia, i vetri gettano soltanto oscurità sulle pietre viscide, oscurità sporca e ignobile.
Émile Zola (Thérèse Raquin)
Negli ultimi tempi ho letto la Bibbia da cima a fondo. Non credo in Dio ma mi sembrava un libro importante da leggere, almeno per evitare che qualcun altro lo facesse al posto mio e pretendesse di spiegarmelo.
Paolo Cognetti (Sofia si veste sempre di nero)
Por que achei que apesar de tudo as coisas correriam normalmente? Acho que porque já estávamos ouvindo notícias como aquelas há muito tempo. Você não acredita que o céu está caindo até que um pedaço dele caia em cima de você.
Margaret Atwood (The Testaments (The Handmaid's Tale, #2))
Você não pode botar as expectativas em cima dessas conquistas. Eu acho que não existe uma chave que a gente vira e click, de repente vira adulto. Tem dias que a gente se sente mais adulto do que outros, e aí a gente só se acostuma com as coisas.
Vitor Martins (Escrito em algum lugar)
Em poucos minutos chegaram os socorristas ao seu destino, souberam-no quando ainda nem tinham tocado nos corpos, o sangue por cima do qual se iam arrastando era como um mensageiro que lhes tivesse vindo dizer Eu era a vida, atrás de mim já não há nada.
José Saramago (Blindness)
- Se a torre for um cubo vemos o mesmo, lá de cima, quer ela esteja na vertical ou na horizontal. E desenhou uma torre em forma de cubo, na horizontal. Depois desenhou uma torre em forma de cubo, na vertical. - É igual, vêem? E o senhor Valéry concluiu, dizendo num tom filosófico e profundo: - Se todas as coisas fossem cubos não haveria tantas discussões. E não existiria a dúvida.
Gonçalo M. Tavares (O Senhor Valéry)
Poiché una volta che il baco dei libri si è impadronito del sistema umano, lo indebolisce tanto che esso diventa una facile preda per quell'altro flagello, quello che si annida in fondo ai calamai e i cui germi pullulano in cima alla penna. La vittima incomincia a scrivere.
Virginia Woolf (Orlando: A Biography: Film Screenplay)
Mi sento come uno scalatore appeso alla parete rocciosa che vede solo ciò che ha davanti appiccicato al naso, e non riesce più a vedere la cima, la vetta, il motivo per cui sta scalando, e nemmeno cosa sta scalando. Forse ho bisogno di scendere un attimo e chiarirmi bene le idee.
Fabio Volo (Esco a fare due passi)
Os governos não sabem que as pessoas existem, de tão em cima que estão. Falam do povo, mas é uma entidade abstrata, tal como nós falamos de Deus. Ninguém, lá do alto da governação, sabe se o povo realmente existe, é uma questão de fé. Chega-se até a descrever as suas caraterísticas e a temê-lo, mas nunca ninguém o viu, senão uns místicos que chegaram ao nosso nível e que acabam descredibilizados e ridicularizados. O místico diz que o povo sofre e que é preciso mais justiça e que cada pessoa tem uma vida e não são uma Unidade, mas que são, isso sim, pessoas realmente separadas umas das outras, com existência própria. Ele, como um profeta do fim dos tempos, avisa os seus congéneres de que o povo pode ser perigoso e pode derrubar coisas muito altas. É preciso não esquecer, diz ele com o dedo esticado para baixo, que, por mais alta que seja uma árvore, o seu tronco mantém-se ao alcance de um machado. Mas ninguém dá ouvidos ao místico e a sua carreira política termina imediatamente e de forma ultrajante.
Afonso Cruz (O Pintor Debaixo do Lava-Loiças)
A diciotto anni anch'io credevo che avrei sposato il tizio con cui stavo, che gli amici con cui uscivo sarebbero stati i pilastri della mia vita, e che la piccola e casuale rete di rapporti in cui mi muovevo sarebbe stata la base inclusiva su cui innestare tutte le relazioni future. Non avrei perso nessuno, questo credevo, e non mi passava nemmeno per la testa che i nomi delle persone che in quel momento consideravo care sarebbero stati dimenticati, i loro volti confusi con altri e le loro esistenze così lontane dalla mia da non desiderarne più alcuna notizia. Se mi avessero detto che un giorno, in cima al cumulo dei miei cadaveri sociali, la sola cosa che avrei ricordato di quella gente sarebbero stati i riti che avevamo condiviso non ci avrei creduto.
Michela Murgia (Chirù)
Piazza San Marco non sembra far parte di una città, piuttosto è il salone delle danze di un qualche palazzo, il ponte coperto di un grande vascello, l'albero maestro è quel robusto campanile largo alla base e stretto in cima, e la torre con l'orologio è il cassero di prua (...) con i due ammiragli in cima pronti a suonare il campanone.
Luther Blissett (Q)
Segurava uma pena mas não escrevia. Parecia ocupado em fazer rolar um pensamento dentro da cabeça, para cima e para baixo, de um lado para o outro, até lhe dar uma forma ou impulso que lhe agradasse.
Virginia Woolf (Orlando)
Um dia alguém encontrou a morte caída, de ventre para cima, verdeazul e irreconhecível. Tentou sondá-la com os ouvidos no peito e não respirava, nem tinha coração. Foi levada ao hospital e estava morta.
Carlos Nejar (Riopampa: O Moinho das Tribulações)
Ser uno con todo, ésa es la vida de la divinidad, ése es el cielo del hombre. Ser uno con todo lo viviente, volver, en un feliz olvido de sí mismo, al todo de la naturaleza, ésta es la cima de los pensamientos y alegrías, ésta es la sagrada cumbre de la montaña, el lugar del reposo eterno donde el mediodía pierde su calor sofocante y el trueno su voz, y el hirviente mar se asemeja a los trigales ondulantes.
Friedrich Hölderlin (Hyperion oder Der Eremit in Griechenland)
Oh vana gloria de l'umane posse! com' poco verde insula cima dura, ... [Oh quanto é efêmera a glória humana! quão pouco tempo dura o verde na árvore, ... ] — Dante Alighieri, A Divina Comédia, Canto XI, 91-92
Dante Alighieri ([(The Divine Comedy)] [Author: Dante Alighieri] published on (June, 2003))
«Cualquier camino que se sigue con exactitud hasta el fin, conduce con la misma exactitud a ninguna parte. Escalad la montaña solo un poco para comprobar que es una montaña. Desde la cima, no podréis ver la montaña».
Frank Herbert (Dune (Dune, #1))
Se fazer fosse tão fácil como saber o que se deve fazer bem, as capelas teriam sido igrejas e as choupanas dos pobres, palácios principescos. Bom predicador é o que segue suas próprias instruções. Ume mais fácil ensinar a vinte pessoas como devem comportar-se, do que ser uma das vinte, para seguir a minha própria doutrina. 0 cérebro pode inventar leis para o sangue, mas os temperamentos ardentes saltam por cima de um decreto frio.
William Shakespeare (O Mercador de Veneza (Portuguese Edition))
Ninguém realmente começa algo novo, sra. Nemur. Todo mundo constrói em cima das falhas de outros homens. Não existe nada original de verdade na ciência. A contribuição de cada homem à soma de conhecimento é o que conta.
Daniel Keyes
La vita non è una montagna da scalare, un treno da non perdere, un obiettivo da centrare, ma è una piccola stanza da arredare con cura. Non è una cima da raggiungere a tutti i costi, è la scelta di un buon posto in cui fermarsi.
Matteo Bussola (Un buon posto in cui fermarsi)
...elas viviam um género de amor que parecia volumoso; exigia que falassem umas por cima das outras e que vivessem em cima umas das outras, e era uma força que parecia incluir tanto pessoas presentes como ausentes, vivas e mortas.
Ann Napolitano (Hello Beautiful)
Como vão esses amores, perguntou Marçal, Pobre Isaura, pobre pai, Por que dizes pobre Isaura, pobre pai, Porque está claro que ela o quer, mas não consegue passar por cima da barreira que ele levantou, E ele, Ele, ele é uma vez mais a história das duas metades, há uma que provavelmente não pensa senão nisso, E a outra, A outra tem sessenta e quatro anos, a outra tem medo, Realmente, as pessoas são muito complicadas, É verdade, mas se fôssemos simples não seríamos pessoas.
José Saramago (The Cave)
O anjo literário - anjo caído, talvez luciferino, mas anjo, no fim de contas - não tem horários fixos, nem momentos planificados. Voa por cima de um infeliz qualquer quando lhe apetece e ponto. Às vezes, esse anjo é perceptível. Às vezes, disfarça-se. Às vezes, o seu voo é tão fugaz e silencioso que nunca ninguém ficou a saber que passou por ali, espargindo palavras mágicas sobre uma qualquer vítima e deixando legiões de futuros leitores na perplexidade absoluta, porém, felizes.
Eduardo Halfon (O Anjo Literário)
Io mi diverto ad avere trent’anni, io me li bevo come un liquore i trent’anni: non li appassisco in una precoce vecchiaia ciclostilata su carta carbone. Ascoltami, Cernam, White, Bean, Armstrong, Gordon, Chaffee: sono stupendi i trent’anni, ed anche i trentuno, i trentadue, i trentatré, i trentaquattro, i trentacinque! Sono stupendi perché sono liberi, ribelli, fuorilegge, perchè è finita l’angoscia dell’attesa, non è incominciata la malinconia del declino, perché siamo lucidi, finalmente, a trent’anni! Se siamo religiosi, siamo religiosi convinti. Se siamo atei, siamo atei convinti. Se siamo dubbiosi, siamo dubbiosi senza vergogna. E non temiamo le beffe dei ragazzi perché anche noi siamo giovani, non temiamo i rimproveri degli adulti perchè anche noi siamo adulti. Non temiamo il peccato perché abbiamo capito che il peccato è un punto di vista, non temiamo la disubbidienza perché abbiamo scoperto che la disubbidienza è nobile. Non temiamo la punizione perché abbiamo concluso che non c’è nulla di male ad amarci se ci incontriamo, ad abbandonarci se ci perdiamo: i conti non dobbiamo più farli con la maestra di scuola e non dobbiamo ancora farli col prete dell’olio santo. Li facciamo con noi stessi e basta, col nostro dolore da grandi. Siamo un campo di grano maturo, a trent’anni, non più acerbi e non ancora secchi: la linfa scorre in noi con la pressione giusta, gonfia di vita. È viva ogni nostra gioia, è viva ogni nostra pena, si ride e si piange come non ci riuscirà mai più, si pensa e si capisce come non ci riuscirà mai più. Abbiamo raggiunto la cima della montagna e tutto è chiaro là in cima: la strada per cui siamo saliti, la strada per cui scenderemo. Un po’ ansimanti e tuttavia freschi, non succederà più di sederci nel mezzo a guardare indietro e in avanti, a meditare sulla nostra fortuna: e allora com’è che in voi non è così? Com’è che sembrate i miei padri schiacciati di paure, di tedio, di calvizie? Ma cosa v’hanno fatto, cosa vi siete fatti? A quale prezzo pagate la Luna? La Luna costa cara, lo so. Costa cara a ciascuno di noi: ma nessun prezzo vale quel campo di grano, nessun prezzo vale quella cima di monte. Se lo valesse, sarebbe inutile andar sulla Luna: tanto varrebbe restarcene qui. Svegliatevi dunque, smettetela d’essere così razionali, ubbidienti, rugosi! Smettetela di perder capelli, di intristire nella vostra uguaglianza! Stracciatela la carta carbone. Ridete, piangete, sbagliate. Prendetelo a pugni quel Burocrate che guarda il cronometro. Ve lo dico con umilità, con affetto, perché vi stimo, perché vi vedo migliori di me e vorrei che foste molto migliori di me. Molto: non così poco. O è ormai troppo tardi? O il Sistema vi ha già piegato, inghiottito? Sì, dev’esser così.
Oriana Fallaci
Due anni prima di andarsene di casa mio padre disse a mia madre che ero molto brutta. La frase fu pronunciata sottovoce, nell’appartamento che, appena sposati, i miei genitori avevano acquistato al Rione Alto, in cima a San Giacomo dei Capri. Tutto - gli spazi di Napoli, la luce blu di un febbraio gelido, quelle parole - è rimasto fermo. Io invece sono scivolata via e continuo a scivolare anche adesso, dentro queste righe che vogliono darmi una storia mentre in effetti non sono niente, niente di mio, niente che sia davvero cominciato o sia davvero arrivato a compimento: solo un garbuglio che nessuno, nemmeno chi in questo momento sta scrivendo, sa se contiene il filo giusto di un racconto o è soltanto un dolore arruffato, senza redenzione.
Elena Ferrante (La vita bugiarda degli adulti)
Ero lo scalatore di una parete a picco sul mare, che si trascinava con le mani insanguinate verso una cima che non avrebbe mai raggiunto e che, a volte, non era neppure interessato a raggiungere. Le cose di cui m’importava erano i chiodi che avevo piantato sulla superficie della roccia. La depressione li strappava via, uno a uno. La mia unica certezza era la caduta. Forse avrei dovuto dirglielo: non affidarmi nulla di prezioso. Ma desideravo troppo quello che mi aveva dato per non essere egoista.
Alexis Hall (Glitterland (Spires, #1))
Lo desconocido es el enemigo eterno del Homo Sapiens y su mayor amigo, que desafía constantemente la facilidad individual para la adaptación y la representación, que empuja constantemente a hombres y mujeres mayores profundidades y hacia cimas más altas.
Jordan B. Peterson (Maps of Meaning: The Architecture of Belief)
Os chapéus também servem para isso, para esconder o cabelo. Não só quando se trata de um penteado feio, porque o melhor é esconder o cabelo sempre, até com penteados que dizem ser bonitos. O cabelo é uma parte morta do corpo. Por exemplo: quando você corta o cabelo, não dói. E, se não dói, é porque está morto. Quando alguém o puxa sim que dói, mas o que dói não é o cabelo, mas o couro cabeludo da cabeça. Pesquisei isso nas pesquisas livres com Mazatzin. O cabelo é como um cadáver que você traz em cima da cabeça enquanto está vivo. Além do mais é um cadáver fulminante, que cresce sem parar, o que é muito sórdido. Talvez quando você se converte em cadáver o cabelo já não seja sórdido, mas antes sim. Isso é o melhor dos hipopótamos anões da Libéria, que eles são calvos.
Juan Pablo Villalobos (Festa no Covil)
—Es difícil asumir que hay gente que hace mejor que tú lo único que tú sabes hacer. —Pero las cifras no indican quién es mejor —rebato—. Los números cambian continuamente. Quien un día está en la cima al día siguiente puede caer hasta lo más profundo. No es duradero. Da igual quién sea el que más seguidores tiene, más visitas recibe o más comentarios genera. Lo importante no es eso, sino que no te olviden. Y eso no se consigue siendo el más famoso ni el número uno. —Lo miro directamente—. Se consigue siendo irremplazable. Y tú lo eres.
Inma Rubiales (Hasta que nos quedemos sin estrellas)
E Harvey, essendo tutt'altro che ottuso, cominciò ad apprezzare e a godere l'aspro coro delle onde, quando le loro creste si infrangono una dietro l'altra, in un incessante scroscio; la fretta del vento che liberava gli immensi spazi, ammassando le ombre azzurrine e purpuree delle nubi; la splendente aurora, quando il sole si leva in un'aureola di fiamma; le spirali delle nebbie mattutine e il loro lento dissolversi come muraglie che collino a una a una, sulla candida distesa; lo splendido e salmastro riverbero del meriggio; il bacio della pioggia su miglia e miglia di acqua morta e liscia; il frettoloso oscurarsi del mondo al calar della sera; l'infinito scintillare del mare sotto il chiaro di luna, quando il bompresso aguzzava, solenne, la cima verso lontane stelle, e Harvey scendeva dal cuoco per un dolce.
Rudyard Kipling (Captains Courageous)
Vos digo: servir desde baixo a cima é o sumo necessário, e limitar-se a um ofício é o melhor. Ao menos dotado é sempre caso de ofício, ao de maior talento uma arte, e ao melhor quando só faz uma coisa as faz todas; ou, p q seja menos paradoxal, no q bem faz vê td q é bem feito.
Johann Wolfgang von Goethe (Wilhelm Meister's Apprenticeship, a Novel)
Estou a olhar para ela, o sol brilha por cima de nós e, enquanto estou a pensar nestas coisas, os olhos dela ficam cada vez mais arregalados. É, nesse momento, que percebo outra coisa parva, outra coisa óbvia. Só porque eu não ouço nenhum Ruído vindo dela, não significa que ela não ouça cada palavra do meu.
Patrick Ness (The Knife of Never Letting Go (Chaos Walking, #1))
A ratos, cuando se volvía para sacudir la ceniza del cigarrillo en un platito, yo aprovechaba para mirar de soslayo las uñas rojas de sus pies, el brillo dorado de las pantorrillas afeitadas, el pronunciado empeine y, siempre, los senos turgentes y perfectamente redondeados. Me maravillaba que en este mundo hubiese hombres que habían tocado y besado aquellos senos mientras le hacían el amor. ¿Qué más se le podía pedir a la vida después de algo así? ¿Adónde se iba un hombre después de haber alcanzado la cima del mundo? Sólo con gran esfuerzo lograba apartar los ojos y posarlos en algún lugar seguro cuando ella se volvía de nuevo hacia mí.
Khaled Hosseini (And the Mountains Echoed)
Em dia de S. Miguel passou acaso voando por cima de nós um milhano, quo vinha de trás de um cabeço que a ilha fazia contra a parte do sul, e peneirando no ar com azas estendidas, lhe cahio das unhas um mugem fresco, de quasi um palmo do comprido, e dando junto d'onde estava Antonio de Faria, o fez ficar um pouco confuso e indeterminado,
Fernão Mendes Pinto (Peregrinação)
NUTRICE: dove corri,figlia, lontano dalla tua casa? Fermati, calmati, frena la tua furia. Come una menade, che, alla cieca, gà invasata da dio, si lancia e porta i suoi passi sulla cima del Pindo nevoso o sui gioghi di Nisa, così Medea corre qua e là con gesti selvaggi, mostrando in volto i segni di un furore delirante. Il suo viso è in fiamme, il respiro affannoso, grida, il pianto le sgorga dagli occhi, di colpo si mette a ridere. è in preda ad ogni emozione. Esita, minaccia, avvampa, si lamenta, singhiozza. Dove si volgerà l’empito del suo cuore? Dove spingerà le sue minacce? Dove andrà ad infrangersi questo vortice? Il suo furore trabocca. No, non è da poco, non è comune il delitto che medita tra sé. Supererà se stessa, Medea. Li conosco, io, i segni del suo antico furore. Qualcosa di inaudito sta sopra di noi, qualcosa di grande, selvaggio, empio: lo leggo nel suo volto delirante. O déi. fate che la mia paura sia vana. MEDEA: Vuoi sapere, povera te, sin dove può spingersi l’odio? Sin dove l’amore
Seneca (Medea)
Manuel Espada, que não tinha ali ninguém, ficou a olhar para Gracinda, estava ela abraçada ao pai, mais alta já do que ele, e ela olhou-o por cima do ombro, claro que se conheciam, não foi nenhum ver-te e amar-te, mas depois ela disse, Então Manuel, e ele respondeu, Então Gracinda, e pronto, quem julgar que é preciso muito mais, engana-se.
José Saramago (Levantado del suelo)
Mas ainda assim as pessoas dizem que a maior parte dos problemas que a Terra vem enfrentando é, mais ou menos, devido ao aquecimento global. Quando as vendas de roupas caem, quando toneladas de madeira flutuante param na praia, quando há inundações e secas, quando os preços ao consumidor vão lá em cima, a culpa é quase toda do aquecimento global.
Haruki Murakami (What I Talk About When I Talk About Running)
Ese derecho nos parece evidente porque somos nosotros los que nos encontramos en la cima de esa jerarquía. Pero bastaría con que entrara en el juego un tercero, por ejemplo un visitante de otro planeta al que Dios le hubiese dicho: 'Dominarás a los seres de todas las demás estrellas', y toda la evidencia del Génesis se volvería de pronto problemática.
Milan Kundera (The Unbearable Lightness of Being)
O paciente precisa aprender a distinguir o eu do não-eu, isto é, da psique coletiva. Assim, adquire o material com que vai ter que se haver daí em diante e por muito tempo ainda. A energia antes aplicada de forma inaproveitável, patológica, encontra seu campo apropriado! Para diferenciar o eu do não-eu é indispensável que o homem — na função de eu — se conserve em terra firme, isto é, cumpra seu dever em relação à vida e, em todos os sentidos, manifesta sua vitalidade como membro ativo da sociedade humana. Tudo quanto deixar de fazer nesse sentido cairá no inconsciente e reforçará a posição do mesmo. E ainda por cima ele se arrisca a ser engolido pelo inconsciente. Essa infração, porém, é severamente punida.
C.G. Jung (Psicologia do Inconsciente Vol. 7/1)
Comportamo-nos como se as pessoas de quem gostamos fossem durar para sempre. Em vida não fazemos nunca o esforço consciente de olhar para elas como quem se prepara para lembrá-las. Quando elas desaparecem, não temos delas a memória que nos chegue. Para as lembrar, que é como quem diz, prolongá-las. A memória é o sopro com que os mortos vivem através de nós. Devemos cuidar dela como da vida. Devemos tentar aprender de cor quem amamos. Tentar fixar. Armazená-las para o dia em que nos fizerem falta. São pobres as maneiras que temos para o fazer, é tão fraca a memória, que todo o esforço é pouco. Guardá-las é tão difícil. Eu tenho um pequeno truque. Quando estou com quem amo, quando tenho a sorte de estar à frente de quem adivinho a saudade de nunca mais a ver, faço de conta que ela morreu, mas voltou mais um único dia, para me dar uma última oportunidade de a rever, olhar de cima a baixo, fazer as perguntas que faltou fazer, reparar em tudo o que não vi; uma última oportunidade de a resguardar e de a reter. Funciona. Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa
Miguel Esteves Cardoso (As Minhas Aventuras na República Portuguesa)
Será verdade que sou um salafrário? A poltrona é verde, a corda parece uma alça, isso é indiscutível. Mas em relação às pessoas pode-se sempre discutir, tudo o que fazem pode ser explicado, por cima ou por baixo, como se queira. Recusei porque quero permanecer livre. É o que posso dizer. Mas posso dizer também: tive medo, prefiro minhas cortinas verdes, prefiro tomar ar à tare no meu balcão, e não desejaria que isso mudasse. Agrada-me indignar-me contra o capitalismo, mas não desejo que o suprimam, porque não teria mais motivos de indignação. Agrada-me sentir-me desdenhoso e solitário, agrada-me dizer 'não', sempre 'não', e teria medo que se tentasse construir para valer um mundo vivível porque teria que dizer 'sim' e fazer como os outros.Por cima ou por baixo: quem julgaria?
Jean-Paul Sartre
Aveva bisogno di qualcosa di più. E forse quel qualcosa era Daniel, ma Bel aveva paura. Quante altre notti avrebbe potuto passare con le braccia intorno a Daniel, prima che succedesse qualcosa. Prima che l’uomo migliorasse o peggiorasse? Prima che lui stesso decidesse cosa rappresentava per Daniel e viceversa? Non lo lascerò. Stava lentamente imparando a percepire cosa voleva dire prendere una posizione. Il peso che comportava diventare un emarginato nella propria città. E il modo migliore per alleviare la paura e la tensione era rafforzare il suo legame con Daniel. La gente si metteva insieme per una gran varietà di motivi, e molto di rado questo accadeva baciandosi sulla cima di una montagna al tramonto. Per lo più, le persone erano troppo codarde per affrontare il mondo da sole.
Lisa Henry (When All the World Sleeps)
Dentro da psique masculina, há uma criatura, um homem incólume, que acredita no bem, que não tem dúvidas acerca da vida, que não só é sábio, mas também não tem medo de morrer. Alguns a identificariam como o self guerreiro, mas não se trata disso. É um self do espírito, e de um espírito jovem ainda por cima, que continua a amar independente de ter sido atormentado, ferido e exilado, porque a seu próprio modo ele cura a si mesmo, recupera a si mesmo. As mulheres podem testemunhar ter visto essa criatura oculta num homem fora dos limites da sua própria percepção. A capacidade desse espírito jovem de fazer com que o poder da cura atue na sua própria psique é tamanha que chega a estarrecer. Sua confiança não depende de que sua parceira não o magoe. Ela é uma confiança na possibilidade da cura de qualquer ferimento que ele sofra, uma confiança na vida nova que se segue à antiga. Uma confiança na existência de um significado mais profundo em todas essas coisas, em que acontecimentos aparentemente ínfimos não são desprovidos de significado, em que todos os aspectos da vida — os ásperos, os recortados, os alegres e os sublimes —, todos podem ser aproveitados como energia da vida.
Clarissa Pinkola Estés (Women Who Run With the Wolves)
Tibetans say that obstacles in hard journey, such as hailstones, wind, and unrelenting rains, are the work of demons, anxious to test the sincerity of the pilgrims and eliminate the fainthearted among them.
Paolo Cognetti (Senza mai arrivare in cima: Viaggio in Himalaya)
SOU. Jacto de mim próprio, intimidade comigo, eu, pessoa que é em mim, absurda necessidade de ser, intensidade absoluta no limiar da minha aparição em mim, esta coisa, esta coisa que sou eu, esta individualidade que não quero apenas ver de fora como num espelho mas sentir, ver no seu próprio estar sendo, este irredutível e necessário absurdo clarão que sou eu iluminando e iluminando-me, esta categórica afirmação de ser que não consegue imaginar o ter nascido, porque o que eu sou não tem limites no puro acto de estar sendo, esta evidência que me aterra quando um raio da sua luz emerge da espessura que me cobre. E estas mãos, estes pés que são meus e não são meus, porque eu sou-os a eles, mas também estou neles, porque eu vivo-os, são a minha pessoa e todavia vejo-os também de cima, de fora, como a caneta com que vou escrevendo…
Vergílio Ferreira (Aparição)
Todos. Porque todos estão contra ela. E novamente cai em cima dela a imagem que ela rejeitaria com a máxima violência, a qual surge assim que relaxa a sua vigilância. (...) Somente ela é diferente; rejeitada; incapaz de viver; incapaz de amar. Com as duas mãos ela se agarra aos lençóis. Está chegando um daqueles momentos em que tudo desmorona; seu corpo é de pedra, ela queria urrar; mas a pedra não tem voz; não tem lágrimas.
Simone de Beauvoir (Les belles images)
Maria, deitada de costas, estava acordada e atenta, olhava fixamente um ponto em frente, e parecia esperar. Sem pronunciar palavra, José aproximou-se e afastou devagar o lençol que a cobria. Ela desviou os olhos, soergueu um pouco a parte inferior da túnica, mas só acabou de puxá-la mais para cima, à altura do ventre, quando ele já se vinha debruçando e procedia do mesmo modo com a sua própria túnica, e Maria, entretanto, abrira as pernas, ou as tinha aberto durante o sonho e desta maneira as deixara ficar, fosse por inusitada indolência matinal ou pressentimento de mulher casada que conhece os seus deveres. Deus, que está em toda a parte, estava ali, mas sendo aquilo que é, um puro espírito, não podia ver como a pele de um tocava a pele do outro, como a carne dele penetrou a carne dela, criadas uma e outra para isso mesmo, e, provavelmente, já nem lá se encontraria quando a semente sagrada de José se derramou no sagrado interior de Maria, sagrados ambos por serem a fonte e a taça da vida, em verdade há coisas que o próprio Deus não entende, embora as tivesse criado. Tendo pois saído para o pátio, Deus não pôde ouvir o som agónico, como um estertor, que saiu da boca do varão no instante da crise, e menos ainda o levíssimo gemido que a mulher não foi capaz de reprimir.
José Saramago (The Gospel According to Jesus Christ)
Eu disse para Kevin: - Você teve a chance de perguntar a Sophia sobre seu gato morto? - Eu fiz a pergunta por sarcasmo, mas Kevin, para minha surpresa, virou a cabeça e respondeu, sério: - Tive. - O que foi que ela disse? - perguntei. Inalando profundamente e segurando com força o voltante, Kevin respondeu: - Ela disse que MEU GATO MORTO... - Ele fez uma pausa e falou mais alto: - MEU GATO MORTO ERA BURRO. Eu tive que rir. David idem. Ninguém havia pensado em dar a Kevin essa resposta antes. O gato viu o carro e correu para cima dele, não o contrário; ele havia mergulhado direto na roda dianteira direita do carro, feito uma bola de boliche. - Ela disse - disse Kevin - que o universo possui regras muito definidas, e que essa espécie de gato, o tipo que corre e se joga de cabeça em carros em movimento, não existe mais. - Bem - eu disse -, falando de um modo pragmático, ela tem razão.
Philip K. Dick (VALIS)
Y tiene a sus pies, interpuestos, muchos montes que hay que subir pasando gradualmente de virtud en virtud. En la cima está el final de todo y la meta final de nuestro peregrinar. Alcanzarla es lo que quieren todos pero, como dice Ovidio: Y es que querer no es suficiente; para conseguir una cosa hay que desearla ardientemente. En tu caso, desde luego, a menos que en ello te engañes, como en tantas cosas, no sólo quieres, sino que deseas. ¿Qué te retiene entonces?
Francesco Petrarca (Die Besteigung des Mont Ventoux)
A mi derecha se sucedían los ventisqueros de forma innumerable y picos desdoblados, algunos de los cuales estaban coronados de un humo poco espeso. Las ondulaciones de aquellas montañas infinitas, cuyas capas de nieve parecían olas de espuma, me recordaba la superficie de un mar agitado. Si me volvía hacia el oeste, veía el océano, con toda su majestuosa extensión, como una continuación de aquellas cimas encrespadas. Mi vista apenas distinguía dónde acababa la tierra y dónde empezaban las olas.
Julio Verne (Viaje al centro de la tierra)
Fu un momento indimenticabile. Andammo verso via Caracciolo, sempre più vento, sempre più sole. Il Vesuvio era una forma delicata color pastello ai piedi della quale si ammucchiavano i ciottoli biancastri della città, il taglio color terra di Castel dell'Ovo, il mare. Ma che mare. Era agitatissimo, fragoroso, il vento toglieva il fiato, incollava i vestiti addosso e levava i capelli dalla fronte. Ci tenemmo dall'altro lato della strada insieme a una piccola folla che guardava lo spettacolo. Le onde ruzzolavano come tubi di metallo blu portando in cima la chiara d'uovo della spuma, poi si frangevano in mille schegge scintillanti e arrivavano fin sulla strada con un oh di meraviglia e timore da parte di tutti noi che guardavamo. Che peccato che non c'era Lila. Mi stenti stordita dalle raffiche potenti, dal rumore. Avevo l'impressione che, pur assorbendo molto di quello spettacolo, moltissime cose, troppe si spampanassero intorno senza lasciarsi afferrare. Mio padre mi strinse la mano come se temesse che sgusciassi via. Infatti avevo voglia di lasciarlo, correre, spostarmi, attraversare la strada, farmi investire dalle scaglie brillanti del mare. In quel momento così tremendo, pieno di luce e di clamore, mi finsi sola nel nuovo della città, nuova io stessa con tutta la vita davanti, esposta alla furia mobile delle cose ma sicuramente vincitrice: io, io e Lila, noi due con quella capacità che insieme - solo insieme - avevamo di prendere la massa di colori, di rumori, di cose e persone, e raccontarcela e darle forza".
Elena Ferrante (My Brilliant Friend (Neapolitan Novels, #1))
A memória é a costureira, e por sinal bastante imprevisível. A memória faz correr a agulha para dentro e para fora, para cima e para baixo, para cá e para lá. Não sabemos o que vem a seguir, ou o que virá depois. Assim, o mais banal movimento no mundo, tal como sentar-se a uma mesa e puxar para perto o tinteiro, pode agitar mil fragmentos díspares e desconexos, alguns brilhantes, outros obscuros, pendurados, balançando, mergulhando e tremulando como as roupas de baixo de uma família de catorze membros presas a uma corda durante forte ventania.
Virginia Woolf (Orlando)
¡Qué grande es que lo amen a uno! ¡Y qué cosa mucho mayor es amar! El corazón se vuelve heroico a fuerza de pasión. Ya no entra en su composición nada que no sea puro; ya no toma apoyo en nada que no sea elevado y grande. No puede ya germinar en él un pensamiento indigno como no puede germinar ortiga en un glaciar. El alma elevada y serena, inaccesible a las pasiones y a las emociones vulgares, más arriba de las nubes y de las almas de este mundo, de las locuras, de las mentiras, de los odios, de las vanidades, de las miserias, mora en el azul del cielo y no nota ya sino las conmociones profundas y subterráneas del destino, igual que la cima de las montañas nota los terremotos.
Victor Hugo (Les Misérables)
Parodiando Sancho Pança, tudo deve ter um início; e esse início deve estar ligado a algo que já existiu antes. Para os hindus o mundo é sustentado por um elefante, mas o elefante se acha apoiado em cima de uma tartaruga. Inventar, deve-se admitir humildemente, não consiste em criar algo do nada, mas sim do caos; em primeiro lugar, deve-se dispor dos materiais; pode-se dar forma à substância negra e informe, mas não se pode fazer aparecer a própria substância. Em tudo o que se refere às descobertas e às invenções, mesmo aquelas que pertencem à imaginação, lembramo-nos continuamente da história do ovo de Colombo. A invenção consiste na capacidade de julgar um objeto e no poder de moldar e arrumar as idéias sugeridas por ele.
Mary Wollstonecraft Shelley
Parodiando Sancho Pança, tudo deve ter um início; e esse início deve estar ligado a algo que já existiu antes. Para os hindus o mundo é sustentado por um elefante, mas o elefante se acha apoiado em cima de uma tartaruga. Inventar, deve-se admitir humildemente, não consiste em criar algo do nada, mas sim do caos; em primeiro lugar, deve-se dispor dos materiais; pode-se dar forma à substância negra e informe, mas não se pode fazer aparecer a própria substância. Em tudo o que se refere às descobertas e às invenções, mesmo aquelas que pertencem à imaginação, lembramo-nos continuamente da história do ovo de Colombo. A invenção consiste na capacidade de julgar um objeto e no poder de moldar e arrumar as idéias sugeridas por ele.
Mary Wollstonecraft Shelley (Frankenstein)
Cuando el que viaja por el norte de la región central de Massachusetts se equivoca de dirección al llegar al cruce de la carretera de Aylesbury nada más pasar Dean’s Corners, verá que se adentra en una extraña y apenas poblada comarca. El terreno se hace más escarpado y las paredes de piedra cubiertas de maleza van encajonando cada vez más el sinuoso camino de tierra. Los árboles de los bosques son allí de unas dimensiones excesivamente grandes, y la maleza, las zarzas y la hierba alcanzan una frondosidad rara vez vista en las regiones habitadas. Por el contrario, los campos cultivados son muy escasos y áridos, mientras que las pocas casas diseminadas a lo largo del camino presentan un sorprendente aspecto uniforme de decrepitud, suciedad y ruina. Sin saber exactamente por qué, uno no se atreve a preguntar nada a las arrugadas y solitarias figuras que, de cuando en cuando, se ve escrutar desde puertas medio derruidas o desde pendientes y rocosos prados. Esas gentes son tan silenciosas y hurañas que uno tiene la impresión de verse frente a un recóndito enigma del que más vale no intentar averiguar nada. Y ese sentimiento de extraño desasosiego se recrudece cuando, desde un alto del camino, se divisan las montañas que se alzan por encima de los tupidos bosques que cubren la comarca. Las cumbres tienen una forma demasiado ovalada y simétrica como para pensar en una naturaleza apacible y normal, y a veces pueden verse recortados con singular nitidez contra el cielo unos extraños círculos formados por altas columnas de piedra que coronan la mayoría de las cimas montañosas.
H.P. Lovecraft (The Dunwich Horror and Others)
Brianna olhou para seu relógio, ainda surpresa em vê-lo ali. Ainda faltava meia hora. Se pudessem evitar derramamento de sangue até... Um grito lancinante vindo de cima e ela fez uma careta. A ajudante, menos preparada, deixou cair sua prancheta de anotações com um gritinho. - MAMÃE! - Jem, em tom de queixa. - O QUE FOI? - ela rugiu em resposta. - Estou OCUPADA! -Mas mamãe! Mandy me BATEU! -veio o relato indignado do alto da escada. Erguendo os olhos, ela podia ver a parte de cima de sua cabeça, a luz da janela brilhando em seus cabelos. - É mesmo? Bem... - Com uma VARINHA! - Que tipo de... - De PROPÓSITO! - Bem, não acho... - E... - uma pausa antes do desfecho incriminador - ELA NÃO PEDIU DESCULPAS! O construtor e sua ajudante desistiram de procurar larvas de caruncho para acompanhar a emocionante narrativa, e agora ambos olhavam para Brianna, sem dúvida esperando algum decreto salomônico. Brianna fechou os olhos por um instante. - MANDY - ela berrou. - Peça desculpas! - Não! - veio uma recusa estridente de cima. - Sim, tem que pedir! - veio a voz de Jem, seguida de ruídos de luta. Brianna dirigiu-se às escadas, com um olhar assassino. Assim que botou o pé no degrau, Jem emitiu um grito agudo. - Ela me MORDEU! - Jeremiah Mackenzie, nem PENSE em devolver a mordida! - gritou. - Vocês dois, parem com isso agora mesmo! Jem enfiou uma cabeça desgrenhada pelo corrimão, os cabelos arrepiados. Usava uma brilhante sombra azul nos olhos e alguém aplicara batom cor-de-rosa em uma forma tosca de boca de uma orelha à outra. - Ela é uma pestinha - ele informou furiosamente aos fascinados espectadores embaixo. - Meu avô disse.
Diana Gabaldon (A Breath of Snow and Ashes (Outlander, #6))
O amor da minha vida partiu e não posso simplesmente telefonar-lhe e dizer-lhe que tenho muita pena e fazer com que ela volte. Ela foi-se para sempre. Portanto, sim, Monique, isso é algo de que me arrependo. Lamento cada segundo que não passei com ela. Arrependo-me de cada coisa estúpida que fiz que lhe causou um pingo de dor. Deveria tê-la perseguido pela rua no dia em que ela me deixou. Deveria ter-lhe implorado que ficasse. Deveria ter pedido desculpa e enviado rosas, e deveria ter ido para cima das letras do letreiro de Hollywood e gritar: Estou apaixonada pela Celia St. James! e deixá-los crucificar-me por isso. Isso era o que eu deveria ter feito. E agora que não a tenho e tenho mais dinheiro do que alguma vez poderia gastar nesta vida, e que o meu nome está cimentado na história de Hollywood, e que sei como tudo é oco, martirizo-me por cada segundo que escolhi isso em vez de amá-la com todo o orgulho.
Taylor Jenkins Reid (The Seven Husbands of Evelyn Hugo)
Lembro-me de estar destroçada, de te ter arrancado de dentro de mim a ferros e, ainda assim, um braço teu ficou para trás. Lembro-me de abrir o meu diário em papel, furiosa porque tinha jurado que não escreveria nem mais uma linha a teu propósito, e escrever «durante o dia, bano-te do meu pensamento, mas todas as noites, é a teu lado que me deito, e nos teus braços que adormeço, e é a minha mão que agarro, fingindo que é a tua». (… ) Mas não é de ontem, quando abro a cama, peço-te que te chegues para lá. Deito-me e imagino que estás lá, cansado, extenuado de um dia de trabalho, quase sinto a tua respiração na minha nuca. Imagino que me dizes tudo aquilo que eu queria ouvir, mas não me alongo nisso, é mais íntimo ainda, o que queres ouvir de alguém é mais do que o que esperas dessa pessoa: é o segredo de quem és, de como és e do que queres da vida, na sua voz (…) Encho o peito de ar, subo, subo, subo, amo-te amo-te amo-te, sei-o tão bem, sei até que é para sempre, embora faça figas para que não seja (…) Não posso não posso não posso imaginar que o ar me vai fugir outra vez, que a qualquer momento os meios de informação vão trazer até mim aquele género de notícia que quase me mata - foram ao cinema, saíram juntos, comeram-se, foderam-se, falaram-se - eu disse quase, porque não matou. É verdade que foram muitas lágrimas, muitas reformulações de planos de vida e castelos de cartas a vir por aí abaixo, o jogo virou, e eu perdi. Uma vez mais, e os escritos pararam: o meu diário ficou a branco, o espaço virtual onde nos escrevia acabou com uma nota lúgubre na qual anunciei a minha morte. Estive de luto por mim mesma, estive sim. Doía-me o peito como me dói agora, ao recordar, a falta de ar, o choro compulsivo, os pensamentos sombrios, desesperados, como se nunca mais o sol nascesse no oriente e eu nunca mais o provasse, o sentisse nas costas, como se o mundo tivesse acabado ali, pelo menos o meu tinha, o assombro, os sentimentos, todos baralhados, como se me devesses alguma coisa quando não devias, como se me tivesses dado motivos para te amar tanto quando não me deste, como se quisesses o meu amor e depois o tivesses rejeitado, quando nunca o quiseste. E eu fechei as portas do meu recinto, pus panos negros nas janelas, anunciei que não estava. As pessoas bateram-me à porta, esconderam-me verdades que teriam acabado comigo naquele momento, compraram-me chocolates, secaram-me lágrimas com rosas. morri ali, é a verdade. (…) Mas a fé, a minha maldita fé de quem não acredita em deus e canalizou toda a sua crença nas causas impossíveis, deu-me ar, e mais ar, e subi a montanha, talvez nunca a tivesse subido tanto, julguei que via tudo lá de cima, tudo: falavam em auras, ao nosso redor, falavam na nossa perfeição, enquanto dupla, diziam que «não podia ser de outra forma», que «não se pode estar assim tão enganado», que me amas, imagina só a dimensão da loucura geral, que me amas mas que não tens espaço para mim, e eu, com o peito de cheio de ar, cheguei ao topo e comecei a voar (…) Já sonhaste alguma vez que caías? Eu já, é uma dor na boca do estômago, como se tudo te fugisse, como se o teu corpo se desmantelasse, como se o mundo inteiro implodisse para dentro de ti e soubesses que ias rebentar, ao mínimo toque de um objecto, de um elemento que não o ar, vais rebentar. Estou à espera que venham as abelhas, as orquídeas, os pés descalços na terra húmida, um livro, uns óculos, um copo vazio na mesa-de-cabeceira, e me faça explodir. Entretanto (…) vou imaginar que não estou a cair, que tal? Ao invés (…) vou deitar-me na minha caminha quentinha e imaginar que as tuas pernas se entrelaçam nas minhas e me aquecem os pés gelados e a tua voz, sonolenta, diz: “boa noite, dorme bem”, para eu poder responder-te também – “dorme bem, meu amor”.»
Célia Correia Loureiro
y a los desechos humanos, aunque sean cualidades oscuras; si tejo en torno a ellos trágicas guirnaldas; si hasta el más triste, quizá el más abatido de todos se eleva a las cimas más altas; si toco el brazo de ese trabajador con un poco de luz etérea; si despliego un arco iris sobre su desolado crepúsculo; si hago todo eso, Tú, justo Espíritu de la Igualdad, confírmame en esa dignidad contra todos los críticos mortales: Tú, que has tendido sobre toda mi especie un manto real de humanidad. Confírmame en ella, Tú, gran Dios democrático que no rehusaste a Bunyan, el oscuro convicto, la pálida perla de la poesía; Tú, que cubriste con láminas del oro más fino dos veces batido el brazo manco y misérrimo del viejo Cervantes; Tú, que recogiste a Andrew Jackson de entre los guijarros, lo lanzaste en un corcel de guerra y lo subiste más alto que un trono. Tú, que en todos tus solemnes paseos por la tierra siempre eliges a tus mejores paladines entre el real común, ¡confírmame en ella, oh Dios!
Herman Melville (Moby Dick)
Pongámonos de acuerdo en qué es la igualdad, pues si la libertad es la cima, la igualdad es la base. La igualdad, ciudadanos, no es que toda la vegetación esté enrasada, una sociedad de hierbas largas y de robles bajos; un vecindario de envidias que se castren entre sí; es, en el ámbito civil, que todas las aptitudes tengan las mismas oportunidades; en el ámbito político, es que todos los votos valgan lo mismo; en el ámbito religioso, es que todas las conciencias tengan los mismos derechos. La Igualdad tiene un órgano: la instrucción gratuita y obligatoria. El derecho al alfabeto, por ahí es por donde hay que empezar. La escuela primaria obligatoria para todos; la escuela secundaria brindada a todos, ésa es la ley. De la escuela idéntica sale la sociedad igual. ¡La enseñanza, sí! ¡Luz! ¡Luz! Todo viene de la luz y todo va a la luz. Ciudadanos, el siglo XIX es grande, pero el siglo XX será feliz. Y ya no pasará nada que tenga que ver con la historia vieja; no tendremos ya que temer, como ahora, una conquista, una invasión, una usurpación, una rivalidad a mano armada de naciones, una interrupción de la civilización que dependa de un matrimonio de reyes, de un nacimiento en el seno de las tiranías hereditarias, de un reparto de pueblos obra de un congreso, de un desmembramiento porque se hunda una dinastía, de un combate entre dos religiones que choquen de frente como dos carneros del reino de la oscuridad, en el puente de lo infinito; no tendremos ya que temer la hambruna, ni la explotación, ni la prostitución fruto de la desesperación ni el desvalimiento, ni la miseria fruto del paro, ni el patíbulo, ni la espada, ni las batallas, ni todos los robos de salteador del azar en el bosque de los acontecimientos. Casi podríamos decir que ya no habrá acontecimientos. Los hombres serán felices. El género humano cumplirá su ley como cumple la suya el globo terrestre; se restablecerá la armonía entre el alma y el astro; el alma gravitará en torno a la verdad igual que el astro en torno a la luz.
Victor Hugo (Les Misérables)
In realtà, non si può fuggire sempre. Talvolta, ci si ritrova di fronte a dei problemi che non si possono nascondere in fondo a una scatola. Bisogna affrontarli, essere forti, attingere in se stessi per trovare i mezzi di affrontarli, di sormontarli. Non ci viene nemmeno data una scelta, ci piacerebbe ignorarli, fare come se non ci fossero perché è più semplice, ma no, loro sono lì, ben presenti e noi abbiamo il dovere di affrontarli. Tuttavia è nei nostri geni, nel nostro istinto scappare da quello che ci mette in pericolo. Ma il pericolo non è sempre quello che si crede che sia, e spesso lo si può solo affrontare. Faccio parte di quelle persone che pensano che bisogna confrontarsi con un problema, con una difficoltà, non si deve metterli in un angolo ma si deve esaminarli da cima a fondo, affrontarli come due gladiatori nell'arena per trovare la soluzione e sbarazzarsene per poter andare avanti. Ogni problema ha la sua soluzione, ogni difficoltà ha la sua semplificazione. Niente è troppo insormontabile e detesto quelle persone che fuggono di fronte alle avversità. Non riesco a comprenderle, anche se qualche volta mi sarebbe piaciuto. Quello che più mi fa arrabbiare questa sera, è il fatto di aver capito che Travis è un fifone che fugge quando si rende conto che è molto più impegnato di quanto non pensi nei confronti di un’altra persona, perché oggi ha capito chiaramente che c'era qualcosa tra noi. Lo sguardo che mi ha lanciato, il suono della sua voce quando mi ha fatto capire che il comportamento del cameriere non gli piaceva. Quando mi ha detto che era geloso sono rimasto di sasso. Mi aspettavo di dover leggere tra le righe e la sua franchezza, lì per lì, mi ha sconcertato. Il problema con Travis, è che appena si comincia a rompere un po’ il suo guscio e inizia ad aprirsi, scatta un meccanismo in lui che lo fa chiudere di nuovo: si apre, confessa delle cose che non ha mai confessato prima, e poi si mostra contraddittorio, si mura dietro il silenzio e infine fa delle scelte stupide. E, ieri sera ha fatto proprio una scelta stupida
Amheliie (Road)
Franz teve bruscamente a impressão de que a Grande Marcha estava a chegar ao fim. As fronteiras do silêncio voltavam a fechar-se sobre a Europa, e a Grande Marcha já não desfilava senão em cima de um pequeno estrado no centro do planeta. As multidões que outrora se acotovelavam ao pé do estrado tinham partido há muito e a Grande Marcha continuava sozinha e sem espectadores. Sim, pensava Franz, a Grande Marcha continua, apesar da indiferença do mundo, mas está a tornar-se nervosa, febril, ontem contra a ocupação do Vietname pelos americanos, hoje contra a ocupação do Camboja pelos vietnamitas, ontem para apoiar Israel, hoje pelos palestinianos, ontem para apoiar Cuba, amanhã contra Cuba, e sempre contra a América, sempre contra os massacres e sempre em apoio a outros massacres, continua a Europa sempre a desfilar, e para poder acompanhar o ritmo dos acontecimentos sem falhar um único acelera cada vez mais o passo, de modo que a Grande Marcha já só é um cortejo de gente apressada a desfilar a galope, e a cena cada vez se encolhe mais, até ao dia em que finalmente há-de tornar-se apenas um ponto sem dimensões.
Milan Kundera (The Unbearable Lightness of Being)
Les conhecia todas as histórias sobre as coisas que podiam acontecer na primeira vez, e agora ele está lá e não sente nada. Nada acontece. Todo mundo está lhe dizendo que vai ser bom, você vai conseguir segurar a barra, cada vez que você voltar vai ser um pouco melhor, até que um dia a gente leva você a Washington e você passa um lápis sobre um papel em cima do nome de Kenny, e isso vai ser realmente a cura espiritual — depois de tanta preparação, nada acontece. Nada. Swift ouviu o Muro chorar. Les não ouve nada. Não sente nada, não ouve nada, nem mesmo relembra nada. É como o dia em que ele viu os dois filhos mortos. Tanta expectativa, e nada. Ele, que tinha tanto medo de se emocionar demais, agora não sente nada, e isso é pior. Prova que apesar de tudo, apesar de Louie e das idas ao restaurante chinês, dos médicos, de ele ter largado a bebida, Les tinha razão desde o começo: ele já morreu. No restaurante chegou a sentir alguma coisa, e isso o enganou por um tempo. Mas agora ele não tem mais dúvida de que está morto, porque não consegue nem mesmo evocar a lembrança de Kenny. Antes essa lembrança o torturava, agora ele não consegue se ligar a ela de jeito nenhum.
Philip Roth (The Human Stain (The American Trilogy, #3))
Si por un instante Dios se olvidara de que soy una marioneta de trapo y me regalara un trozo de vida, aprovecharía ese tiempo lo más que pudiera posiblemente no diría todo lo que pienso, pero en definitiva pensaría todo lo que digo.
 Daría valor a las cosas, no por lo que valen, sino por lo que significan. Dormiría poco, soñaría más, entiendo que por cada minuto que cerramos los ojos, perdemos sesenta segundos de luz.
 Andaría cuando los demás se detienen, despertaría cuando los demás duermen. Si Dios me obsequiara un trozo de vida, vestiría sencillo,
me tiraría de bruces al sol, dejando descubierto,
no solamente mi cuerpo, sino mi alma. 
A los hombres les probaría cuán equivocados están al pensar que dejan de enamorarse cuando envejecen, sin saber que envejecen cuando dejan de enamorarse. 
A un niño le daría alas, pero le dejaría que él sólo aprendiese a volar. 
A los viejos les enseñaría que la muerte no llega con la vejez, sino con el olvido. Tantas cosas he aprendido de ustedes, los hombre. He aprendido que todo el mundo quiere vivir en la cima de la montaña, sin saber que la verdadera felicidad está en la forma de subir la escarpada. He aprendido que cuando un recién nacido aprieta con su pequeño puño, por primera vez, el dedo de su padre, lo tiene atrapado por siempre.
He aprendido que un hombre sólo tiene derecho a mirar a otro hacia abajo, cuando ha de ayudarle a levantarse. Son tantas cosas las que he podido aprender de ustedes, pero realmente de mucho no habrá de servir, porque cuando me guarden dentro de esa maleta, infelizmente me estaré muriendo. Trata de decir siempre lo que sientes y haz siempre lo que piensas en lo más profundo de tu corazón. Si supiera que hoy fuera la última vez que te voy a ver dormir, te abrazaría fuertemente y rezaría al Señor para poder ser el guardián de tu alma. Si supiera que estos son los últimos minutos que te veo, te diría “te quiero” y no asumiría, tontamente, que ya lo sabes. Siempre hay un mañana y la vida nos da siempre otra oportunidad para hacer las cosas bien, pero por si me equivoco y hoy es todo lo que nos queda, me gustaría decirte cuanto te quiero, que nunca te olvidaré. El mañana no le está asegurado a nadie, joven o viejo. Hoy puede ser la última vez que veas a los que amas. Por eso no esperes más, hazlo hoy, ya que si mañana nunca llega, seguramente lamentarás el día que no tomaste tiempo para una sonrisa, un abrazo, un beso y que estuviste muy ocupado para concederles un último deseo. Mantén a los que amas cerca de ti, diles al oído lo mucho que los necesitas, quiérelos y trátalos bien, toma tiempo para decirles, “lo siento,” “perdóname”, “por favor,” “gracias” y todas las palabras de amor que conoces. Nadie te recordará por tus nobles pensamientos secretos. Pide al Señor la fuerza y sabiduría para expresarlos. Finalmente, demuestra a tus amigos y seres queridos cuanto te importan.
Gabriel García Márquez
Ele aproxima-se dela. Pergunta-lhe de que descansa, que cansaço é aquele. Sem responder, sem mesmo olhar, ela levanta a mão e acaricia-lhe o rosto por cima dela, os lábios, o contorno dos lábios, ali onde gostaria de beijar; o rosto resiste, ela continua a acariciar, os dentes serram-se, o rosto recua. E a mão dela cai. Ele pergunta se é a esse contrato que ele fez da presença dela perto dele que ela chama sono. Ela hesita e diz que talvez, sim, que é assim que ela deve ter entendido a coisa, ou seja, que ele desejava tê-la perto mas escondida pelo sono, com o rosto anulado pela seda preta como se fosse por outro sentimento. Ele ri, confuso por ter percebido a que ponto a conivência entre os dois era grande. Depois bruscamente vê que ela já não ri, que o deixa, que o olha como se ele fosse adorável, ou estivesse morto. E depois vê que ela regressa. Ainda tem no olhar um brilho de perdição que acaba de atravessar na presença dele. Não falam daquele medo. Ela sabe menos do que ele que se passou qualquer coisa.Ficam muito tempo longe um do outro, tentando reencontrar o que aconteceu quando se olharam, esse terror de que ainda não tinham nenhum conhecimento. Ela diz que sempre que ele fala em se ir embora ela ouve os cães da morte na cabeça e à volta da casa. Ela pergunta-lhe: Para o estrangeiro, fazer o quê? Ele não sabe, talvez nada, talvez um livro. Talvez encontrar alguém. Espera como se fosse por um último encontro antes de morrer. Ela dorme. Ele fala-lhe enquanto ela dorme.
Marguerite Duras (Blue Eyes, Black Hair)
Aí desaparece o desinteresse e divisa-se o vago esboço do demónio; cada qual para si. O eu sem olhos uiva, procura, apalpa e rói. Existe nesse golfão o Ugolino social. As figuras ferozes que giram nessa cova, quase animais, quase fantasmas, não se ocupam do progresso universal, cuja ideia ignoram; só cuidam de saciar-se cada uma a si mesma. Quase lhes falta a consciência, e parece haver uma espécie de amputação terrível dentro delas. São duas as suas mães, ambas madrastas: a ignorância e a miséria. O seu guia é a necessidade; e para todos as formas de satisfação, o apetite. São brutalmente vorazes, quer dizer, ferozes; não à maneira do tirano, mas à maneira do tigre. Do sofrimento passam estas larvas ao crime; filiação fatal, geração aterradora, lógica das trevas. O que roja pelo entressolo social não é a reclamação sufocada do absoluto; é o protesto da matéria. Torna-se aí dragão o homem. Ter fome e sede é o ponto de partida; ser Satanás é o ponto de chegada. Esta cova produz Lacenaire. Acima viu o leitor, no livro quarto, um dos compartimentos da mina superior, da grande cova política, revolucionária e filosófica, onde, como acabou de ver, é tudo pobre, puro, digno e honesto; onde, sem dúvida, é possível um engano, e efectivamente os enganos se dão; mas onde o erro se torna digno de respeito, tão grande é o heroísmo a que anda ligado. O complexo do trabalho que aí se opera chama-se Progresso. Chegada é, porém, a ocasião de mostrarmos ao leitor outras funduras, as profunduras medonhas. Por baixo da sociedade, insistimos, existirá sempre a grande sopa do mal, enquanto não chegar o dia da dissipação da ignorância. Esta sopa fica por baixo de todas e é inimiga de todas. É o ódio sem excepção. Não conhece filósofos; o seu punhal nunca aparou penas. A sua negrura não tem nenhuma relação com a sublime negrura da escrita. Nunca os negros dedos que se crispam debaixo desse tecto asfixiante folhearam um livro ou abriram um jornal. Para Cartouche, Babeuf é um especulador; para Schinderhannes, Marat é um aristocrata. O objetivo desta sopa consiste em abismar tudo. Tudo, inclusive as sapas superiores que esta aborrece de morte. No seu medonho formigar, não se mina somente a ordem social actual: mina-se a filosofia, a ciência, o direito, o pensamento humano, a civilização, a revolução, o progresso. Tem simplesmente o nome de roubo, prostituição, homicídio e assassinato. As trevas querem o caos. A sua abóbada é formada de ignorância. Todas as outras, as de cima, têm por único alvo suprimi-la, alvo para o qual tendem a filosofia e o progresso, por todos os seus órgãos, tanto pelo melhoramento do real, como pela contemplação do absoluto. Destruí a sapa Ignorância, e teres destruído a toupeira do Crime. Humanidade quer dizer identidade. Os homens são todos do mesmo barro. Na predestinação não há diferença nenhuma, pelo menos neste mundo. A mesma sombra antes, a mesma carne agora, a mesma cinza depois. Mas a ignorância misturada com a massa humana enegrece-a. Essa negrura comunica-se ao interior do homem, e converte-se no Mal.
Victor Hugo (Les Misérables: Marius (Les Misérables, #3))
O tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor; embora inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento; sem medida que o conheça, o tempo é contudo nosso bem de maior grandeza: não tem começo, não tem fim; é um pomo exótico que não pode ser repartido, podendo entretanto prover igualmente a todo mundo; onipresente, o tempo está em tudo; existe tempo, por exemplo, nesta mesa antiga: existiu primeiro uma terra propícia, existiu depois uma árvore secular feita de anos sossegados, e existiu finalmente uma prancha nodosa e dura trabalhada pelas mãos de um artesão dia após dia; existe tempo nas cadeiras onde nos sentamos, nos outros móveis da família, nas paredes da nossa casa, na água que bebemos, na terra que fecunda, na semente que germina, nos frutos que colhemos, no pão em cima da mesa, na massa fértil dos nossos corpos, na luz que nos ilumina, nas coisas que nos passam pela cabeça, no pó que dissemina, assim como em tudo que nos rodeia; rico não é o homem que coleciona e se pesa no amontoado de moedas, e nem aquele, devasso, que se estende, mãos e braços, em terras largas; rico só é o homem que aprendeu, piedoso e humilde, a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se rebelando contra o seu curso, não irritando sua corrente, estando atento para o seu fluxo, brindando-o antes com sabedoria para receber dele os favores e não a sua ira; o equilíbrio da vida depende essencialmente deste bem supremo, e quem souber com acerto a quantidade de vagar ou a de espera, que se deve pôr nas coisas, não corre nunca o risco, ao buscar por elas, de defrontar-se com o que não é.
Raduan Nassar (Lavoura Arcaica)
As dimensões do universo medieval não são tão facilmente percebidas, ainda hoje, quanto a sua estrutura; em meu próprio tempo de vida, um cientista distinto ajudou a disseminar um erro. 14 O leitor deste livro já deve estar sabendo que a Terra era, a julgar por padrões cósmicos, um pontinho - de nenhuma magnitude significativa. E como o Somnium Scipionis nos ensinou, as estrelas eram maiores do que ela. Isidoro já sabia no século VI que o Sol é maior, e a Lua, menor do que a Terra. (Etymologies, III, xlvii-xl- viii); Maimônides,15 no século XII, sustenta que cada estrela é noventa vezes maior; Roger Bacon, no século XIII, declara que a menor estrela é "maior" do que ela. 16 Quanto às estimativas da distância, contamos com a sorte de ter o testemunho de uma obra completamente popular, Lendas do Sul da Inglaterra, uma prova melhor do que qualquer produção pesquisada, em favor do Modelo, como ele existia no imaginário de pessoas comuns. Diz-se ali que se um homem fosse capaz de viajar para o alto, numa velocidade de quarenta milhas17 e um pouco mais por dia, ele ainda assim não conseguiria alcançar o Stellatum ("o mais alto céu que jamais se viu") em oito mil anos. 18 Esses fatos são em si curiosidades de interesse medíocre. Eles se tornam acessíveis, apenas à medida que nos permitem penetrar mais fundo na consciência dos nossos ancestrais, dando-nos conta de como um universo assim deve ter afetado aqueles que acreditavam nele. A receita para tal compreensão não é o estudo de livros. Você terá de sair numa noite estrelada e caminhar por aproximadamente meia hora, tentando examinar o céu em termos da velha cosmologia. Lembre-se de que agora você tem um "para cima" e um "para baixo" absolutos. A Terra é, de fato, o centro, o lugar mais baixo; o movimento para chegar a ela, de qualquer direção que seja, é um movimento para baixo. Como homem moderno, você localizava as estrelas a uma grande distância. Agora terá de substituir essa distância por um tipo de distância muito especial e muito menos abstrata chamada altura; Os Céus 1 103 que fala imediatamente aos nossos músculos e nervos. O Modelo Medieval é vertiginoso. E o fato de que a altura das estrelas na astronomia medieval é muito pequena comparada às distâncias modernas acabará se manifestando como não tendo o tipo de importância que você supunha. Para o pensamento e a imaginação, dez milhões de milhas e um bilhão são a mesma coisa. Ambas podem ser concebidas (isto é, podemos fazer contas com ambas) e nenhuma delas pode ser imaginada; e quanto mais imaginação tivermos, melhor deveríamos saber disso. A diferença realmente importante é que o universo medieval, ao mesmo tempo que era inimaginavelmente grande, também era indubitavelmente finito. E um resultado inesperado disso foi o de fazer com que a pequenez da Terra fosse sentida com mais vivacidade. Em nosso Universo ela é pequena, sem dúvida; mas as galáxias e tudo o mais também são - e daí? Mas para eles havia um padrão finito de comparação. A esfera celeste mais alta, o maggior corpo de Dante, era tão simples e finalmente o maior objeto existente. A palavra "pequeno" aplicada à Terra assume, então, uma significância bem mais absoluta. Repito, pelo fato de o universo medieval ser finito, ele adquire uma forma, a forma perfeitamente esférica, que contém em si uma diversidade ordenada. Consequentemente, olhar para fora numa noite escura com olhos modernos é como olhar para o mar, que vai minguando num dia de nevoeiro; ou olhar para uma floresta virgem - infindáveis árvores sem nenhum horizonte. Vislumbrar o universo medieval altaneiro é mais como visualizar um prédio bem alto. O "espaço" da astronomia moderna pode infligir terror, espanto ou um vago devaneio; as esferas celestes dos medievais nos apresentam um objeto no qual a mente pode repousar, impressionando por sua grandeza, mas satisfazendo por sua harmonia. Esse é o sentido pelo qual o nosso universo é romântico, e o deles era clássico.
C.S. Lewis (The Discarded Image: An Introduction to Medieval and Renaissance Literature)