Cima Quotes

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E andando nel sole che abbaglia sentire con triste meraviglia com'è tutta la vita e il suo travaglio in questo seguitare una muraglia che ha in cima cocci aguzzi di bottiglia.
Eugenio Montale
um bom livro deve ter mais do que uma pele, deve ser um prédio de vários andares. O rés-do-chão não serve à literatura. está muito bem para a construção civil, é cómodo para quem não gosta de subir as escadas, útil para quem não pode subir as escadas, mas para a literatura há que haver andares empilhados uns em cima dos outros. Escadarias e escadarias, letras abaixo, letras acima.
Afonso Cruz (Os Livros Que Devoraram o Meu Pai)
Anche la lotta verso la cima basta a riempire il cuore di un uomo. Bisogna immaginare Sisifo felice.
Albert Camus (The Myth of Sisyphus)
- Dantes, eras uma visão. Sentia uma luz acender-se na pele e eras tu. Hoje, preparo e bebo venenos para que o brilho daquilo que já não és venha ao de cima, se solte do sangue e estremeça, cintile, e não se apague.
Al Berto (O Anjo Mudo)
Il tempo intanto correva, il suo battito silenzioso scandisce sempre più precipitoso la vita, non ci si può fermare neanche un attimo, neppure per un'occhiata indietro. "Ferma, ferma!" si vorrebbe gridare, ma si capisce ch'è inutile. Tutto quanto fugge via, gli uomini, le stagioni, le nubi; e non serve aggrapparsi alle pietre, resistere in cima a qualche scoglio, le dita stanche si aprono, le braccia si afflosciano inerti, si è trascinati ancora nel fiume, che pare lento ma non si ferma mai.
Dino Buzzati (The Tartar Steppe)
— Foi a morte que me ensinou. O tempo de sonhar é em cima da terra.
Socorro Acioli
«Penso: talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo do céu mas em cima dele; talvez a gente veja as coisas ao contrário e a terra seja como um céu e quando a gente morre, quando a gente morre, talvez a gente caia e se afunde no céu.»
José Luís Peixoto (Nenhum Olhar)
Acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus.
Chico Buarque
O salto é grande mas o tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo, uma flor, um pássaro, uma dama, um castelo, um túmulo. Também se pode bordar nada. Nada em cima de invisível é a mais sutil obra deste mundo, e acaso do outro.
Machado de Assis
E por aí vão, metidos nessa batalha, testando forças e afirmando um ao outro que não discordam fundamentalmente mesmo quando há um abismo entre seus posicionamentos, ou ainda discutindo violentamente em cima de diferenças de ênfase mínimas e pedantes. Em outras palavras, estão agindo com o perfeitos estudantes de merda.
Irvine Welsh (Porno (Mark Renton, #3))
(...) é um fato corriqueiro, querida Ana, pelo qual sempre passamos feito sonâmbulos, mas que, silencioso, é ainda o maior e o mais antigo escândalo: a vida só se organiza se desmentindo, o que é bom para uns é muitas vezes a morte para outros, sendo que só os tolos, entre os que foram atirados com displicência ao fundo, tomam de empréstimo aos que estão por cima a régua que estes usam para medir o mundo.
Raduan Nassar (Lavoura Arcaica)
Ser menino é estar cheio de céu por cima.
Mia Couto (Pensageiro Frequente)
O pó em cima dos móveis as camas vazias de um asilo acidentes de automóvel pernas com varizes a Morte nos circunda de dentro pra fora e por todos os cantos, ainda assim, impressionantemente, o medo não é o nosso estado natural.
Aline Bei (Pequena Coreografia do Adeus)
Existe una raza de hombres inadaptados, de hombres que no pueden parar ni establecerse, hombres que destrozan el corazón de quien se acerque a ellos y que vagan por el mundo a la ventura... Recorren la tierra, remontan los ríos, escalan de la montaña las cimas más altas, llevan en sí la maldición de la sangre gitana y no saben lo que quiere decir descansar. Si no se movieran de una misma senda llegarían lejos: fuertes son, valientes y sinceros. Pero acaban cansándose siempre de todas las cosas y sólo adoran lo extraño y lo nuevo.
Truman Capote (In Cold Blood)
...as palavras perdem muito do seu significado, tornam-se ocas, e vem ao de cima toda a banalidade que se esconde por detrás das coisas mais extraordinárias.
Jorge Candeias (Os Pés e a Cabeça)
Esto es como una montaña rusa. Subo y subo hacia el invierno, pero si no llego a la cima, puedo resbalar.
Maggie Stiefvater (Shiver (The Wolves of Mercy Falls, #1))
Colocou os seus pés em cima dos dele, para ser tão alta quanto ele. Perdida no sorriso dele, será aí que a encontrarão, apaixonada.
Andreia Rosa (A Sonhadora)
Sou um universo em expansão, nadando para cima em um oceano silencioso.
Daniel Keyes (Flowers for Algernon)
Puertas se cerraban y otras se abrían... La vida era caer y levantarse, temer y no paralizarse. Escalar y escalar sin detenerse en ese momento tuvo sentido, la cima estaba ahí, bajo sus pies, y ambos ya estaban disfrutando de jamás retroceder, de no rendirse, de seguir, luchar y decidir avanzar pese a que dolió, a lo que implicó, pese a que todo a su alrededor en algún momento se extinguió y la luz era un sueño enterrado en los sentimientos de la aflicción pues comprendieron que vivir era una decisión.
Ana Coello (Tú, Nada Más)
Ci sono uomini sapienti che ogni notte si arrampicano in cima a delle torri per osservare la luna con dei cannocchiali. Io guardo semplicemente sott’acqua.. E’ molto più bello. Così la luna non la guardi soltanto, ci nuoti anche un pochino dentro.
Simon van der Geest (Geel gras)
Úrsula se perguntava se não era preferível se deitar logo de uma vez na sepultura e lhe jogarem a terra por cima, e perguntava a Deus, sem medo, se realmente acreditava que as pessoas eram feitas de ferro para suportar tantas penas e mortificações. E perguntando e perguntando ia atiçando sua própria perturbação e sentia desejos irreprimíveis de se soltar e não ter papas na língua como um forasteiro e de se permitir afinal um instante de rebeldia, o instante tantas vezes desejado e tantas vezes adiado, para cortar a resignação pela raiz e cagar de uma vez para tudo e tirar do coração os infinitos montes de palavrões que tivera que engolir durante um século inteiro de conformismo. – Porra! – gritou. Amaranta, que começava a colocar a roupa no baú, pensou que ela tinha sido picada por um escorpião. – Onde está? – perguntou alarmada. – O quê? – O animal! – esclareceu Amaranta. Úrsula pôs o dedo no coração. – Aqui – disse
Gabriel García Márquez (One Hundred Years of Solitude)
Eu estava em uma escada rolante para baixo agora. Se eu ficasse parado, iria direto pra baixo, mas, se eu começasse a subir a escada, talvez conseguisse ao menos ficar no mesmo lugar. O importante era seguir me movendo pra cima independentemente do que acontecesse.
Daniel Keyes (Flowers for Algernon)
As aves aproximavam-se por cima de nossas cabeças até que me dei conta do que se tratava. Eram imensos. — SANTO DARWIN! — não pude conter o espanto.
Tito Aureliano (Realidade Oculta)
Nella natura selvaggia non ci sono le fiabe, non c'è la storia della Cenerentola. Il lupo di rango inferiore che sembra salire in cima al branco in realtà era sempre stato un alfa.
Jodi Picoult (Lone Wolf)
Coração PRA CIMA escrito embaixo FRÁGIL
Paulo Leminski
Siempre ve a la cima. ¿Te lo había dicho? ¿No? Bueno ahora te lo estoy diciendo.
Emma Chase (Tangled (Tangled, #1))
Me pregunto qué debe sentirse al vivir siempre en la cima de la felicidad.
Alice Kellen (El día que dejó de nevar en Alaska)
La natura umana, temo, non è bellissima da cima a fondo.
Joseph Conrad (La linea d'ombra)
Mole. E enjoada comigo mesma como se me tivesse provado. Um pedaço de pão que depois de se mastigar durante muito tempo acabasse sabendo mal. Sabendo a mim própria, aos meus próprios sucos. Cuspi-me com desagrado para cima da cama e aqui fiquei líquida e espapaçada. É um estado de espírito entre calmo e desesperado com uma leve ansiedade à mistura. Por vezes sinto medo desta solidão maior do que nunca foi, imensa. Para onde quer que me volte só dou comigo mesma. Mas já me vi bastante e acabo de reparar que nada mais tenho a dizer-me. Nada mais.
Maria Judite de Carvalho (Tanta Gente, Mariana)
Jay fece un ampio sorriso, poi appoggiò il capo contro il mio petto. Gli passai le dita tra i capelli e gli diedi un bacio sulla cima della testa. Non avevo mai saputo cosa fosse la felicità, finché non lo avevo incontrato. Ma ora che lo sapevo, non l’avrei mai lasciato andare.
Teodora Kostova (Cookies (Cookies, #1))
Não terei medo. O medo mata a mente. O medo é a pequena morte que leva à aniquilação total. Enfrentarei meu medo. Permitirei que passe por cima e através de mim. E, quando tiver passado, voltarei o olho interior para ver seu rastro. Onde o medo não estiver mais, nada haverá. Somente eu restarei.
Frank Herbert (Duna (Dune Chronicles, #1))
E’ per questo che, in fondo al cuore, mi considero un fallito. Non che questo importi molto. Sub specie aeternitatis tutti noi, senza eccezioni, siamo dei falliti. Non ricordo più dove ho letto che “la morte intacca la nostra fiducia nella vita mostrandoci che in fin dei conti tutto è ugualmente futile se visto in rapporto alle tenebre che ci attendono.” Sì, “futile” è la parola esatta. Eppure non posso lamentarmi: ho più amici che nemici e ci sono momenti in cui sono quasi felice di essere al mondo – quando guardo il sole che tramonta e la luna che spunta, o vedo la neve sulla cima della montagna.
Fred Uhlman (L'amico ritrovato)
Negli ultimi tempi ho letto la Bibbia da cima a fondo. Non credo in Dio ma mi sembrava un libro importante da leggere, almeno per evitare che qualcun altro lo facesse al posto mio e pretendesse di spiegarmelo.
Paolo Cognetti (Sofia si veste sempre di nero)
Por que achei que apesar de tudo as coisas correriam normalmente? Acho que porque já estávamos ouvindo notícias como aquelas há muito tempo. Você não acredita que o céu está caindo até que um pedaço dele caia em cima de você.
Margaret Atwood (The Testaments (The Handmaid's Tale, #2))
Você não pode botar as expectativas em cima dessas conquistas. Eu acho que não existe uma chave que a gente vira e click, de repente vira adulto. Tem dias que a gente se sente mais adulto do que outros, e aí a gente só se acostuma com as coisas.
Vitor Martins (Escrito em algum lugar)
Em poucos minutos chegaram os socorristas ao seu destino, souberam-no quando ainda nem tinham tocado nos corpos, o sangue por cima do qual se iam arrastando era como um mensageiro que lhes tivesse vindo dizer Eu era a vida, atrás de mim já não há nada.
José Saramago (Blindness)
Os governos não sabem que as pessoas existem, de tão em cima que estão. Falam do povo, mas é uma entidade abstrata, tal como nós falamos de Deus. Ninguém, lá do alto da governação, sabe se o povo realmente existe, é uma questão de fé. Chega-se até a descrever as suas caraterísticas e a temê-lo, mas nunca ninguém o viu, senão uns místicos que chegaram ao nosso nível e que acabam descredibilizados e ridicularizados. O místico diz que o povo sofre e que é preciso mais justiça e que cada pessoa tem uma vida e não são uma Unidade, mas que são, isso sim, pessoas realmente separadas umas das outras, com existência própria. Ele, como um profeta do fim dos tempos, avisa os seus congéneres de que o povo pode ser perigoso e pode derrubar coisas muito altas. É preciso não esquecer, diz ele com o dedo esticado para baixo, que, por mais alta que seja uma árvore, o seu tronco mantém-se ao alcance de um machado. Mas ninguém dá ouvidos ao místico e a sua carreira política termina imediatamente e de forma ultrajante.
Afonso Cruz (O Pintor Debaixo do Lava-Loiças)
Poiché una volta che il baco dei libri si è impadronito del sistema umano, lo indebolisce tanto che esso diventa una facile preda per quell'altro flagello, quello che si annida in fondo ai calamai e i cui germi pullulano in cima alla penna. La vittima incomincia a scrivere.
Virginia Woolf (Orlando: A Biography: Film Screenplay)
Mi sento come uno scalatore appeso alla parete rocciosa che vede solo ciò che ha davanti appiccicato al naso, e non riesce più a vedere la cima, la vetta, il motivo per cui sta scalando, e nemmeno cosa sta scalando. Forse ho bisogno di scendere un attimo e chiarirmi bene le idee.
Fabio Volo (Esco a Fare Due Passi)
In cima alla via Guénégaud, venendo dalla strada lungo la Senna, si trova il passaggio del Ponte Nuovo, una specie di corridoio stretto e oscuro che va dalla via Mazarino alla via della Senna. Quel passaggio ha, al massimo, trenta passi di lunghezza e due di larghezza; è selciato di pietre giallastre, consunte, sconnesse, che trasudano sempre un'acre umidità; la vetrata che lo ricopre, tagliata ad angolo retto, è nera di sporcizia. Nei bei giorni d'estate, quando un ardente sole incendia le vie, un chiarore biancastro cade dai vetri sporchi e si trascina miseramente nel passaggio. Nei brutti giorni d'inverno, nelle mattinate di nebbia, i vetri gettano soltanto oscurità sulle pietre viscide, oscurità sporca e ignobile.
Émile Zola (Thérèse Raquin)
A diciotto anni anch'io credevo che avrei sposato il tizio con cui stavo, che gli amici con cui uscivo sarebbero stati i pilastri della mia vita, e che la piccola e casuale rete di rapporti in cui mi muovevo sarebbe stata la base inclusiva su cui innestare tutte le relazioni future. Non avrei perso nessuno, questo credevo, e non mi passava nemmeno per la testa che i nomi delle persone che in quel momento consideravo care sarebbero stati dimenticati, i loro volti confusi con altri e le loro esistenze così lontane dalla mia da non desiderarne più alcuna notizia. Se mi avessero detto che un giorno, in cima al cumulo dei miei cadaveri sociali, la sola cosa che avrei ricordato di quella gente sarebbero stati i riti che avevamo condiviso non ci avrei creduto.
Michela Murgia (Chirù)
Ero lo scalatore di una parete a picco sul mare, che si trascinava con le mani insanguinate verso una cima che non avrebbe mai raggiunto e che, a volte, non era neppure interessato a raggiungere. Le cose di cui m’importava erano i chiodi che avevo piantato sulla superficie della roccia. La depressione li strappava via, uno a uno. La mia unica certezza era la caduta. Forse avrei dovuto dirglielo: non affidarmi nulla di prezioso. Ma desideravo troppo quello che mi aveva dato per non essere egoista.
Alexis Hall (Glitterland (Spires, #1))
Piazza San Marco non sembra far parte di una città, piuttosto è il salone delle danze di un qualche palazzo, il ponte coperto di un grande vascello, l'albero maestro è quel robusto campanile largo alla base e stretto in cima, e la torre con l'orologio è il cassero di prua (...) con i due ammiragli in cima pronti a suonare il campanone.
Luther Blissett (Q)
Como, a despeito de todas as inquietações, repouso em cima do meu romance tal uma estátua que olha para longe, repousa sobre o soco.
Franz Kafka (Antologia de Páginas Íntimas)
Unico spiraglio di luce in tanta tristezza erano i miei libri;  fui fedele a loro com'essi eran rimasti fedeli a me  e li rilessi da cima a fondo non so quante volte. 
Charles Dickens
cala-te patrão, não digas nada se não queres ser violado à bruta. Pensas que podes andar todos os dias em cima de mim com esses cabrões desses olhos azuis?
Rosa Lobato de Faria (A Alma Trocada)
O amor caiu em cima de nós, como um assassino saído da terra, na travessa, fulminando imediatamente a ambos!
Mikhail Bulgakov (The Master and Margarita)
El viajero que trepa penosamente hasta la cima de un escarpado monte, goza muchísimo más cuando al término de su viaje descubre ante su vista una vasta y deliciosa llanura.
Giovanni Boccaccio (Decameron (German Edition))
Moro em minha própria casa. Ninguém imitei ninguém, E rio de todos os mestres Que nunca riram de si. (Escrito em cima da minha porta)
Friedrich Nietzsche (The Gay Science: With a Prelude in Rhymes and an Appendix of Songs)
Poesia, muadiê?, poesia é a beleza de te cuspir em cima e inda te porem os lábios a rir. Aguentas?
Ondjaki (Quantas Madrugadas Tem a Noite)
Receio que a poesia é pior que o sexo tântrico: não mexe nem sai de cima. I'm afraid that poetry is worse than tantric sex: it does not not move or get off.
Victor Eustáquio
Il Buddha, il Divino, dimora nel circuito di un calcolatore o negli ingranaggi del cambio di una moto con lo stesso agio che in cima a una montagna o nei petali di un fiore.
Robert M. Pirsig (Zen and the Art of Motorcycle Maintenance: An Inquiry Into Values (Phaedrus, #1))
- Se a torre for um cubo vemos o mesmo, lá de cima, quer ela esteja na vertical ou na horizontal. E desenhou uma torre em forma de cubo, na horizontal. Depois desenhou uma torre em forma de cubo, na vertical. - É igual, vêem? E o senhor Valéry concluiu, dizendo num tom filosófico e profundo: - Se todas as coisas fossem cubos não haveria tantas discussões. E não existiria a dúvida.
Gonçalo M. Tavares (O Senhor Valéry)
Quando finalmente voltou a olhar para cima, vi a débil expressão de alguém que se sentia derrotada por todos, e que concordaria com qualquer coisa, independentemente de seus verdadeiros sentimentos.
Mitch Cullin (Sr. Holmes (Portuguese Edition))
Oh vana gloria de l'umane posse! com' poco verde insula cima dura, ... [Oh quanto é efêmera a glória humana! quão pouco tempo dura o verde na árvore, ... ] — Dante Alighieri, A Divina Comédia, Canto XI, 91-92
Dante Alighieri ([(The Divine Comedy)] [Author: Dante Alighieri] published on (June, 2003))
«Sé fiel a ti mismo, pero avanza hacia arriba, hacia una mayor conciencia y un amor más profundo. En la cima encontrarás junto a ti a otros que han ascendido de un modo similar, pues todo lo que sube, converge»
Flannery O'Connor (Un encuentro tardío con el enemigo)
Se fazer fosse tão fácil como saber o que se deve fazer bem, as capelas teriam sido igrejas e as choupanas dos pobres, palácios principescos. Bom predicador é o que segue suas próprias instruções. Ume mais fácil ensinar a vinte pessoas como devem comportar-se, do que ser uma das vinte, para seguir a minha própria doutrina. 0 cérebro pode inventar leis para o sangue, mas os temperamentos ardentes saltam por cima de um decreto frio.
William Shakespeare (O Mercador de Veneza (Portuguese Edition))
Como vão esses amores, perguntou Marçal, Pobre Isaura, pobre pai, Por que dizes pobre Isaura, pobre pai, Porque está claro que ela o quer, mas não consegue passar por cima da barreira que ele levantou, E ele, Ele, ele é uma vez mais a história das duas metades, há uma que provavelmente não pensa senão nisso, E a outra, A outra tem sessenta e quatro anos, a outra tem medo, Realmente, as pessoas são muito complicadas, É verdade, mas se fôssemos simples não seríamos pessoas.
José Saramago (The Cave)
O anjo literário - anjo caído, talvez luciferino, mas anjo, no fim de contas - não tem horários fixos, nem momentos planificados. Voa por cima de um infeliz qualquer quando lhe apetece e ponto. Às vezes, esse anjo é perceptível. Às vezes, disfarça-se. Às vezes, o seu voo é tão fugaz e silencioso que nunca ninguém ficou a saber que passou por ali, espargindo palavras mágicas sobre uma qualquer vítima e deixando legiões de futuros leitores na perplexidade absoluta, porém, felizes.
Eduardo Halfon (O Anjo Literário)
Due anni prima di andarsene di casa mio padre disse a mia madre che ero molto brutta. La frase fu pronunciata sottovoce, nell’appartamento che, appena sposati, i miei genitori avevano acquistato al Rione Alto, in cima a San Giacomo dei Capri. Tutto - gli spazi di Napoli, la luce blu di un febbraio gelido, quelle parole - è rimasto fermo. Io invece sono scivolata via e continuo a scivolare anche adesso, dentro queste righe che vogliono darmi una storia mentre in effetti non sono niente, niente di mio, niente che sia davvero cominciato o sia davvero arrivato a compimento: solo un garbuglio che nessuno, nemmeno chi in questo momento sta scrivendo, sa se contiene il filo giusto di un racconto o è soltanto un dolore arruffato, senza redenzione.
Elena Ferrante (La vita bugiarda degli adulti)
Os chapéus também servem para isso, para esconder o cabelo. Não só quando se trata de um penteado feio, porque o melhor é esconder o cabelo sempre, até com penteados que dizem ser bonitos. O cabelo é uma parte morta do corpo. Por exemplo: quando você corta o cabelo, não dói. E, se não dói, é porque está morto. Quando alguém o puxa sim que dói, mas o que dói não é o cabelo, mas o couro cabeludo da cabeça. Pesquisei isso nas pesquisas livres com Mazatzin. O cabelo é como um cadáver que você traz em cima da cabeça enquanto está vivo. Além do mais é um cadáver fulminante, que cresce sem parar, o que é muito sórdido. Talvez quando você se converte em cadáver o cabelo já não seja sórdido, mas antes sim. Isso é o melhor dos hipopótamos anões da Libéria, que eles são calvos.
Juan Pablo Villalobos (Festa no Covil)
E Harvey, essendo tutt'altro che ottuso, cominciò ad apprezzare e a godere l'aspro coro delle onde, quando le loro creste si infrangono una dietro l'altra, in un incessante scroscio; la fretta del vento che liberava gli immensi spazi, ammassando le ombre azzurrine e purpuree delle nubi; la splendente aurora, quando il sole si leva in un'aureola di fiamma; le spirali delle nebbie mattutine e il loro lento dissolversi come muraglie che collino a una a una, sulla candida distesa; lo splendido e salmastro riverbero del meriggio; il bacio della pioggia su miglia e miglia di acqua morta e liscia; il frettoloso oscurarsi del mondo al calar della sera; l'infinito scintillare del mare sotto il chiaro di luna, quando il bompresso aguzzava, solenne, la cima verso lontane stelle, e Harvey scendeva dal cuoco per un dolce.
Rudyard Kipling (Captains Courageous)
Il muro. Il muro sfidava l'immaginazione, la seduceva e la vinceva. Il muro era così inconcepibilmente vasto e perpendicolare che la sua cima, la sua base e i suoi lati superavano la capacità umana di vedere. Sarebbe bastato l'immenso senso di vertigine che dava, per uccidere un uomo.
Douglas Adams (The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy (Hitchhiker's Guide to the Galaxy, #1))
Os guaraos, que habitam os subúrbios do Paraíso terrestre, chamam o arco-íris de serpente de colares e de mar de cima o céu. O raio é o resplendor da chuva. O amigo, meu outro coração. A alma, o sol do peito. a coruja, o amo da noite escura. Para dizer "bengala", dizem neto contínuo; e para dizer "perdoo", dizem esqueço.
Eduardo Galeano
A ratos, cuando se volvía para sacudir la ceniza del cigarrillo en un platito, yo aprovechaba para mirar de soslayo las uñas rojas de sus pies, el brillo dorado de las pantorrillas afeitadas, el pronunciado empeine y, siempre, los senos turgentes y perfectamente redondeados. Me maravillaba que en este mundo hubiese hombres que habían tocado y besado aquellos senos mientras le hacían el amor. ¿Qué más se le podía pedir a la vida después de algo así? ¿Adónde se iba un hombre después de haber alcanzado la cima del mundo? Sólo con gran esfuerzo lograba apartar los ojos y posarlos en algún lugar seguro cuando ella se volvía de nuevo hacia mí.
Khaled Hosseini (And the Mountains Echoed)
Amor per tal ragion sta ’n cor gentile per qual lo foco in cima del doplero: splendeli al su’ diletto, clar, sottile; no li stari’ altra guisa, tant’è fero. Così prava natura recontra amor come fa l’aigua il foco caldo, per la freddura. Amore in gentil cor prende rivera per suo consimel loco com’ adamàs del ferro in la minera.
Guido Guinizzelli
la historia de la Creación, de cómo la culebra Cai-Cai alborotaba el mar y las olas amenazaban con tragarse a los mapuche, pero entonces la culebra Treng-Treng los salvó, llevándolos a la cima de los cerros más altos, que hizo crecer y crecer. Y caía lluvia en tal abundancia, que quienes no alcanzaron a subir a los cerros perecieron
Isabel Allende (Inés del alma mía)
NUTRICE: dove corri,figlia, lontano dalla tua casa? Fermati, calmati, frena la tua furia. Come una menade, che, alla cieca, gà invasata da dio, si lancia e porta i suoi passi sulla cima del Pindo nevoso o sui gioghi di Nisa, così Medea corre qua e là con gesti selvaggi, mostrando in volto i segni di un furore delirante. Il suo viso è in fiamme, il respiro affannoso, grida, il pianto le sgorga dagli occhi, di colpo si mette a ridere. è in preda ad ogni emozione. Esita, minaccia, avvampa, si lamenta, singhiozza. Dove si volgerà l’empito del suo cuore? Dove spingerà le sue minacce? Dove andrà ad infrangersi questo vortice? Il suo furore trabocca. No, non è da poco, non è comune il delitto che medita tra sé. Supererà se stessa, Medea. Li conosco, io, i segni del suo antico furore. Qualcosa di inaudito sta sopra di noi, qualcosa di grande, selvaggio, empio: lo leggo nel suo volto delirante. O déi. fate che la mia paura sia vana. MEDEA: Vuoi sapere, povera te, sin dove può spingersi l’odio? Sin dove l’amore
Seneca (Medea)
Io mi diverto ad avere trent’anni, io me li bevo come un liquore i trent’anni: non li appassisco in una precoce vecchiaia ciclostilata su carta carbone. Ascoltami, Cernam, White, Bean, Armstrong, Gordon, Chaffee: sono stupendi i trent’anni, ed anche i trentuno, i trentadue, i trentatré, i trentaquattro, i trentacinque! Sono stupendi perché sono liberi, ribelli, fuorilegge, perchè è finita l’angoscia dell’attesa, non è incominciata la malinconia del declino, perché siamo lucidi, finalmente, a trent’anni! Se siamo religiosi, siamo religiosi convinti. Se siamo atei, siamo atei convinti. Se siamo dubbiosi, siamo dubbiosi senza vergogna. E non temiamo le beffe dei ragazzi perché anche noi siamo giovani, non temiamo i rimproveri degli adulti perchè anche noi siamo adulti. Non temiamo il peccato perché abbiamo capito che il peccato è un punto di vista, non temiamo la disubbidienza perché abbiamo scoperto che la disubbidienza è nobile. Non temiamo la punizione perché abbiamo concluso che non c’è nulla di male ad amarci se ci incontriamo, ad abbandonarci se ci perdiamo: i conti non dobbiamo più farli con la maestra di scuola e non dobbiamo ancora farli col prete dell’olio santo. Li facciamo con noi stessi e basta, col nostro dolore da grandi. Siamo un campo di grano maturo, a trent’anni, non più acerbi e non ancora secchi: la linfa scorre in noi con la pressione giusta, gonfia di vita. È viva ogni nostra gioia, è viva ogni nostra pena, si ride e si piange come non ci riuscirà mai più, si pensa e si capisce come non ci riuscirà mai più. Abbiamo raggiunto la cima della montagna e tutto è chiaro là in cima: la strada per cui siamo saliti, la strada per cui scenderemo. Un po’ ansimanti e tuttavia freschi, non succederà più di sederci nel mezzo a guardare indietro e in avanti, a meditare sulla nostra fortuna: e allora com’è che in voi non è così? Com’è che sembrate i miei padri schiacciati di paure, di tedio, di calvizie? Ma cosa v’hanno fatto, cosa vi siete fatti? A quale prezzo pagate la Luna? La Luna costa cara, lo so. Costa cara a ciascuno di noi: ma nessun prezzo vale quel campo di grano, nessun prezzo vale quella cima di monte. Se lo valesse, sarebbe inutile andar sulla Luna: tanto varrebbe restarcene qui. Svegliatevi dunque, smettetela d’essere così razionali, ubbidienti, rugosi! Smettetela di perder capelli, di intristire nella vostra uguaglianza! Stracciatela la carta carbone. Ridete, piangete, sbagliate. Prendetelo a pugni quel Burocrate che guarda il cronometro. Ve lo dico con umilità, con affetto, perché vi stimo, perché vi vedo migliori di me e vorrei che foste molto migliori di me. Molto: non così poco. O è ormai troppo tardi? O il Sistema vi ha già piegato, inghiottito? Sì, dev’esser così.
Oriana Fallaci
El arte es más complejo, por supuesto. La emoción intensa crea tensión, y queremos que el artista la sienta por nosotros, que sufra, que goce y describa las cimas de su respuesta apasionada a la vida de modo que podamos apreciarla a distancia segura y podamos saber mejor cuáles son las dimensiones del espectro completo de la experiencia humana.
Diane Ackerman (A Natural History of the Senses)
la historia de la Creación, de cómo la culebra Cai-Cai alborotaba el mar y las olas amenazaban con tragarse a los mapuche, pero entonces la culebra Treng-Treng los salvó, llevándolos a la cima de los cerros más altos, que hizo crecer y crecer. Y caía lluvia en tal abundancia, que quienes no alcanzaron a subir a los cerros perecieron en el diluvio.
Isabel Allende (Inés del alma mía)
O paciente precisa aprender a distinguir o eu do não-eu, isto é, da psique coletiva. Assim, adquire o material com que vai ter que se haver daí em diante e por muito tempo ainda. A energia antes aplicada de forma inaproveitável, patológica, encontra seu campo apropriado! Para diferenciar o eu do não-eu é indispensável que o homem — na função de eu — se conserve em terra firme, isto é, cumpra seu dever em relação à vida e, em todos os sentidos, manifesta sua vitalidade como membro ativo da sociedade humana. Tudo quanto deixar de fazer nesse sentido cairá no inconsciente e reforçará a posição do mesmo. E ainda por cima ele se arrisca a ser engolido pelo inconsciente. Essa infração, porém, é severamente punida.
C.G. Jung (Psicologia do Inconsciente Vol. 7/1)
Comportamo-nos como se as pessoas de quem gostamos fossem durar para sempre. Em vida não fazemos nunca o esforço consciente de olhar para elas como quem se prepara para lembrá-las. Quando elas desaparecem, não temos delas a memória que nos chegue. Para as lembrar, que é como quem diz, prolongá-las. A memória é o sopro com que os mortos vivem através de nós. Devemos cuidar dela como da vida. Devemos tentar aprender de cor quem amamos. Tentar fixar. Armazená-las para o dia em que nos fizerem falta. São pobres as maneiras que temos para o fazer, é tão fraca a memória, que todo o esforço é pouco. Guardá-las é tão difícil. Eu tenho um pequeno truque. Quando estou com quem amo, quando tenho a sorte de estar à frente de quem adivinho a saudade de nunca mais a ver, faço de conta que ela morreu, mas voltou mais um único dia, para me dar uma última oportunidade de a rever, olhar de cima a baixo, fazer as perguntas que faltou fazer, reparar em tudo o que não vi; uma última oportunidade de a resguardar e de a reter. Funciona. Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa
Miguel Esteves Cardoso (As Minhas Aventuras na República Portuguesa)
O mal das desgraças muito grandes, que nos partem ao meio e que parece que não vamos poder suportar, é que quem as padece acredita, ou quase exige que com elas o mundo acabe, e contudo o mundo não faz caso e continua, e ainda por cima é exigente com quem sofreu a desgraça, isto é, não lhe permite sair como quem abandona um teatro, a não ser que o desgraçado se mate.
Javier Marías (Los enamoramientos)
Felizmente existem os livros. Podemos esquec^e-los numa prateleira ou num baú, deixa-los entregues ao pó e às traças, abandona-los na escuridão das caves, podemos não lhes por os olhos em cima nem tocar-lhes durante anos e anos, mas eles não se importam, esperam tranquilamente, fechados sobre si mesmos para que nada do que têm dentro se perca, o momento que sempre chega ...
José Saramago (The Cave)
Será verdade que sou um salafrário? A poltrona é verde, a corda parece uma alça, isso é indiscutível. Mas em relação às pessoas pode-se sempre discutir, tudo o que fazem pode ser explicado, por cima ou por baixo, como se queira. Recusei porque quero permanecer livre. É o que posso dizer. Mas posso dizer também: tive medo, prefiro minhas cortinas verdes, prefiro tomar ar à tare no meu balcão, e não desejaria que isso mudasse. Agrada-me indignar-me contra o capitalismo, mas não desejo que o suprimam, porque não teria mais motivos de indignação. Agrada-me sentir-me desdenhoso e solitário, agrada-me dizer 'não', sempre 'não', e teria medo que se tentasse construir para valer um mundo vivível porque teria que dizer 'sim' e fazer como os outros.Por cima ou por baixo: quem julgaria?
Jean-Paul Sartre
Aveva bisogno di qualcosa di più. E forse quel qualcosa era Daniel, ma Bel aveva paura. Quante altre notti avrebbe potuto passare con le braccia intorno a Daniel, prima che succedesse qualcosa. Prima che l’uomo migliorasse o peggiorasse? Prima che lui stesso decidesse cosa rappresentava per Daniel e viceversa? Non lo lascerò. Stava lentamente imparando a percepire cosa voleva dire prendere una posizione. Il peso che comportava diventare un emarginato nella propria città. E il modo migliore per alleviare la paura e la tensione era rafforzare il suo legame con Daniel. La gente si metteva insieme per una gran varietà di motivi, e molto di rado questo accadeva baciandosi sulla cima di una montagna al tramonto. Per lo più, le persone erano troppo codarde per affrontare il mondo da sole.
Lisa Henry (When All the World Sleeps)
Dentro da psique masculina, há uma criatura, um homem incólume, que acredita no bem, que não tem dúvidas acerca da vida, que não só é sábio, mas também não tem medo de morrer. Alguns a identificariam como o self guerreiro, mas não se trata disso. É um self do espírito, e de um espírito jovem ainda por cima, que continua a amar independente de ter sido atormentado, ferido e exilado, porque a seu próprio modo ele cura a si mesmo, recupera a si mesmo. As mulheres podem testemunhar ter visto essa criatura oculta num homem fora dos limites da sua própria percepção. A capacidade desse espírito jovem de fazer com que o poder da cura atue na sua própria psique é tamanha que chega a estarrecer. Sua confiança não depende de que sua parceira não o magoe. Ela é uma confiança na possibilidade da cura de qualquer ferimento que ele sofra, uma confiança na vida nova que se segue à antiga. Uma confiança na existência de um significado mais profundo em todas essas coisas, em que acontecimentos aparentemente ínfimos não são desprovidos de significado, em que todos os aspectos da vida — os ásperos, os recortados, os alegres e os sublimes —, todos podem ser aproveitados como energia da vida.
Clarissa Pinkola Estés (Women Who Run With the Wolves)
SOU. Jacto de mim próprio, intimidade comigo, eu, pessoa que é em mim, absurda necessidade de ser, intensidade absoluta no limiar da minha aparição em mim, esta coisa, esta coisa que sou eu, esta individualidade que não quero apenas ver de fora como num espelho mas sentir, ver no seu próprio estar sendo, este irredutível e necessário absurdo clarão que sou eu iluminando e iluminando-me, esta categórica afirmação de ser que não consegue imaginar o ter nascido, porque o que eu sou não tem limites no puro acto de estar sendo, esta evidência que me aterra quando um raio da sua luz emerge da espessura que me cobre. E estas mãos, estes pés que são meus e não são meus, porque eu sou-os a eles, mas também estou neles, porque eu vivo-os, são a minha pessoa e todavia vejo-os também de cima, de fora, como a caneta com que vou escrevendo…
Vergílio Ferreira (Aparição)
Todos. Porque todos estão contra ela. E novamente cai em cima dela a imagem que ela rejeitaria com a máxima violência, a qual surge assim que relaxa a sua vigilância. (...) Somente ela é diferente; rejeitada; incapaz de viver; incapaz de amar. Com as duas mãos ela se agarra aos lençóis. Está chegando um daqueles momentos em que tudo desmorona; seu corpo é de pedra, ela queria urrar; mas a pedra não tem voz; não tem lágrimas.
Simone de Beauvoir (Les belles images)
Maria, deitada de costas, estava acordada e atenta, olhava fixamente um ponto em frente, e parecia esperar. Sem pronunciar palavra, José aproximou-se e afastou devagar o lençol que a cobria. Ela desviou os olhos, soergueu um pouco a parte inferior da túnica, mas só acabou de puxá-la mais para cima, à altura do ventre, quando ele já se vinha debruçando e procedia do mesmo modo com a sua própria túnica, e Maria, entretanto, abrira as pernas, ou as tinha aberto durante o sonho e desta maneira as deixara ficar, fosse por inusitada indolência matinal ou pressentimento de mulher casada que conhece os seus deveres. Deus, que está em toda a parte, estava ali, mas sendo aquilo que é, um puro espírito, não podia ver como a pele de um tocava a pele do outro, como a carne dele penetrou a carne dela, criadas uma e outra para isso mesmo, e, provavelmente, já nem lá se encontraria quando a semente sagrada de José se derramou no sagrado interior de Maria, sagrados ambos por serem a fonte e a taça da vida, em verdade há coisas que o próprio Deus não entende, embora as tivesse criado. Tendo pois saído para o pátio, Deus não pôde ouvir o som agónico, como um estertor, que saiu da boca do varão no instante da crise, e menos ainda o levíssimo gemido que a mulher não foi capaz de reprimir.
José Saramago (The Gospel According to Jesus Christ)
Eu disse para Kevin: - Você teve a chance de perguntar a Sophia sobre seu gato morto? - Eu fiz a pergunta por sarcasmo, mas Kevin, para minha surpresa, virou a cabeça e respondeu, sério: - Tive. - O que foi que ela disse? - perguntei. Inalando profundamente e segurando com força o voltante, Kevin respondeu: - Ela disse que MEU GATO MORTO... - Ele fez uma pausa e falou mais alto: - MEU GATO MORTO ERA BURRO. Eu tive que rir. David idem. Ninguém havia pensado em dar a Kevin essa resposta antes. O gato viu o carro e correu para cima dele, não o contrário; ele havia mergulhado direto na roda dianteira direita do carro, feito uma bola de boliche. - Ela disse - disse Kevin - que o universo possui regras muito definidas, e que essa espécie de gato, o tipo que corre e se joga de cabeça em carros em movimento, não existe mais. - Bem - eu disse -, falando de um modo pragmático, ela tem razão.
Philip K. Dick (VALIS)
Alguém, criança ou não, que obedeça apenas movido pelo temor, perderá autonomia e terá uma personalidade adoentada. Há, por exemplo, dois tipos básicos de pais/mães: aqueles que apavoram os filhos e aqueles que os alertam. Uma criança está, digamos, em cima de um muro; o adulto apavorador gritará: “Desça daí porque você vai cair!”, enquanto que o adulto orientador dirá: “Cuidado, pois você pode cair”. O primeiro faz uma profecia; o segundo adverte.
Mario Sergio Cortella (Não se desespere!)
Mi accorsi che già nel dire guadagnare e perdere c'è un senso economico tutto occidentale dell'andare in montagna, dove quota e distanza sono i capitali che accumuliamo con la nostra fatica, e non ci piace per nulla sprecare l'investimento.
Paolo Cognetti (Senza mai arrivare in cima: Viaggio in Himalaya)
contemplando el cielo y las cimas lejanas, tomó un trago de la bota y comprobó que no sentía ningún deseo de morir. «Si es preciso morir, y claro que va a ser preciso, puedo morir. Pero no me gusta nada.» Morir no tenía importancia ni se hacía de la muerte ninguna idea aterradora. Pero vivir era un campo de trigo balanceándose a impulsos del viento en el flanco de una colina. Vivir era un halcón en el cielo. Vivir era un botijo entre el polvo del grano segado y la paja que vuela.
Ernest Hemingway
Fu un momento indimenticabile. Andammo verso via Caracciolo, sempre più vento, sempre più sole. Il Vesuvio era una forma delicata color pastello ai piedi della quale si ammucchiavano i ciottoli biancastri della città, il taglio color terra di Castel dell'Ovo, il mare. Ma che mare. Era agitatissimo, fragoroso, il vento toglieva il fiato, incollava i vestiti addosso e levava i capelli dalla fronte. Ci tenemmo dall'altro lato della strada insieme a una piccola folla che guardava lo spettacolo. Le onde ruzzolavano come tubi di metallo blu portando in cima la chiara d'uovo della spuma, poi si frangevano in mille schegge scintillanti e arrivavano fin sulla strada con un oh di meraviglia e timore da parte di tutti noi che guardavamo. Che peccato che non c'era Lila. Mi stenti stordita dalle raffiche potenti, dal rumore. Avevo l'impressione che, pur assorbendo molto di quello spettacolo, moltissime cose, troppe si spampanassero intorno senza lasciarsi afferrare. Mio padre mi strinse la mano come se temesse che sgusciassi via. Infatti avevo voglia di lasciarlo, correre, spostarmi, attraversare la strada, farmi investire dalle scaglie brillanti del mare. In quel momento così tremendo, pieno di luce e di clamore, mi finsi sola nel nuovo della città, nuova io stessa con tutta la vita davanti, esposta alla furia mobile delle cose ma sicuramente vincitrice: io, io e Lila, noi due con quella capacità che insieme - solo insieme - avevamo di prendere la massa di colori, di rumori, di cose e persone, e raccontarcela e darle forza".
Elena Ferrante (My Brilliant Friend (Neapolitan Novels, #1))
Dentro la palla di neve sulla scrivania di mio padre c'era un pinguino con una sciarpa a righe bianche e rosse. Quando ero piccola papà mi metteva seduta sulle sue ginocchia e prendeva in mano la palla di neve. La capovolgeva perché la neve si raccogliesse tutta in cima, poi con un colpo secco la ribaltava. E insieme guardavamo la neve che fioccava leggera intorno al pinguino. Il pinguino è tutto solo, pensavo, e mi angustiavo per lui. Lo dicevo a papà e lui mi rispondeva: "Non ti preoccupare, Susie, sta da re. È prigioniero di un mondo perfetto".
Alice Sebold
A única coisa que havia ali dentro era uma cama sem colchão, que ele olhava fixamente. Em cima dela, sua mãe teria chorado e tremido de medo. Em cima dela, teria lamentado sua vida, sofrido as dores do ventre e as do coração. Em cima dela, sua mãe teria conhecido sua desimportância, teria entendido que o mundo podia muito bem continuar sem ela. Em cima dela, sua mãe talvez tivesse desejado morrer. Enfim, em cima daquela cama, sua mãe acabou tendo seu encontro fatal com a morte. E, diante dela, se encontrava agora a explicação para toda aquela dor.
Camilo Gomes Jr. (Em memória)
Uma noite, cedo, fui experimentar se o céu escutara tão valiosas preces. Cheguei à porta da Adélia; e bati, tremendo todo, uma argoladinha humilde. O Senhor Adelino assomou à janela, em mangas de camisa. - Sou eu, Senhor Adelino - murmurei abjetamente e tirando o chapéu. - Queria falar à Adeliazinha. Ele rosnou para dentro, para a alcova, o meu nome. Creio mesmo que disse o carola. E lá do fundo, dentre os cortinados, onde eu a pressentia toda desalinhada e formosa, a minha Adélia gritou com furor: - Atira-lhe para cima dos lombos o balde da água suja! Fugi.
Eça de Queirós (A Relíquia)
— Espera, olha a chuva descendo o morro. Eh, água do céu para cheirar gostoso, cheiro de novidade!... É da fina... [...] — Ei, gente, olha o pé-d’água! Chegava a chuva, branquejante, farfalhando rumorosa, vinda de trás e não de cima, de carreira. Alcançou a boiada, enrolando-a toda em bruma e continuando corrida além. Os vultos dos bois pareciam crescer no nevoeiro, virando sombras esguias, de reptis desdebuxados, informes, com o esguicho das bátegas espirrando dos costados. O pisoteio teve um tom mole, de corrida no bagaço. E houve mugidos. Mas, roufenho, o berrante trombeteou de novo, mais forte, na frente.
João Guimarães Rosa (O Burrinho Pedrês)
Voltou-se para mim, olhou-me bem nos olhos; deixou-me o seu poema. Todos os vapores se escoam através da chaminé do meu ser. Guardarei até à morte a confiança por ti demonstrada. Semelhante a uma onda de grandes dimensões, semelhante a uma coluna de águas pesadas, ele passou-me por cima (ou pelo menos a sua presença devastadora) e deixou a descoberto todos os seixos existentes na praia que é a minha alma. Foi humilhante; vi-me transformado numa série de pequenas pedras. Desapareceram todas as semelhanças. Tu não és o Byron; és apenas tu mesmo. É tão estranho que alguém nos tenha obrigado a ficar reduzidos a um único ser.
Virginia Woolf (The Waves)
Si recordamos que Moisés descubrió a Dios en una zarza insignificante que ardía en medio del desierto, si tenemos en cuenta que Buda alcanzó la iluminación durmiendo debajo de una higuera, si no olvidamos que Jesucristo nació en un pesebre… podemos darnos cuenta de la poca importancia que tiene el dónde empiezas en comparación con la grandeza del hacia dónde vas.
Jorge Bucay (El camino de la espiritualidad: Llegar a la cima y seguir subiendo (Spanish Edition))
Cuando el que viaja por el norte de la región central de Massachusetts se equivoca de dirección al llegar al cruce de la carretera de Aylesbury nada más pasar Dean’s Corners, verá que se adentra en una extraña y apenas poblada comarca. El terreno se hace más escarpado y las paredes de piedra cubiertas de maleza van encajonando cada vez más el sinuoso camino de tierra. Los árboles de los bosques son allí de unas dimensiones excesivamente grandes, y la maleza, las zarzas y la hierba alcanzan una frondosidad rara vez vista en las regiones habitadas. Por el contrario, los campos cultivados son muy escasos y áridos, mientras que las pocas casas diseminadas a lo largo del camino presentan un sorprendente aspecto uniforme de decrepitud, suciedad y ruina. Sin saber exactamente por qué, uno no se atreve a preguntar nada a las arrugadas y solitarias figuras que, de cuando en cuando, se ve escrutar desde puertas medio derruidas o desde pendientes y rocosos prados. Esas gentes son tan silenciosas y hurañas que uno tiene la impresión de verse frente a un recóndito enigma del que más vale no intentar averiguar nada. Y ese sentimiento de extraño desasosiego se recrudece cuando, desde un alto del camino, se divisan las montañas que se alzan por encima de los tupidos bosques que cubren la comarca. Las cumbres tienen una forma demasiado ovalada y simétrica como para pensar en una naturaleza apacible y normal, y a veces pueden verse recortados con singular nitidez contra el cielo unos extraños círculos formados por altas columnas de piedra que coronan la mayoría de las cimas montañosas.
H.P. Lovecraft (The Dunwich Horror and Others)
Brianna olhou para seu relógio, ainda surpresa em vê-lo ali. Ainda faltava meia hora. Se pudessem evitar derramamento de sangue até... Um grito lancinante vindo de cima e ela fez uma careta. A ajudante, menos preparada, deixou cair sua prancheta de anotações com um gritinho. - MAMÃE! - Jem, em tom de queixa. - O QUE FOI? - ela rugiu em resposta. - Estou OCUPADA! -Mas mamãe! Mandy me BATEU! -veio o relato indignado do alto da escada. Erguendo os olhos, ela podia ver a parte de cima de sua cabeça, a luz da janela brilhando em seus cabelos. - É mesmo? Bem... - Com uma VARINHA! - Que tipo de... - De PROPÓSITO! - Bem, não acho... - E... - uma pausa antes do desfecho incriminador - ELA NÃO PEDIU DESCULPAS! O construtor e sua ajudante desistiram de procurar larvas de caruncho para acompanhar a emocionante narrativa, e agora ambos olhavam para Brianna, sem dúvida esperando algum decreto salomônico. Brianna fechou os olhos por um instante. - MANDY - ela berrou. - Peça desculpas! - Não! - veio uma recusa estridente de cima. - Sim, tem que pedir! - veio a voz de Jem, seguida de ruídos de luta. Brianna dirigiu-se às escadas, com um olhar assassino. Assim que botou o pé no degrau, Jem emitiu um grito agudo. - Ela me MORDEU! - Jeremiah Mackenzie, nem PENSE em devolver a mordida! - gritou. - Vocês dois, parem com isso agora mesmo! Jem enfiou uma cabeça desgrenhada pelo corrimão, os cabelos arrepiados. Usava uma brilhante sombra azul nos olhos e alguém aplicara batom cor-de-rosa em uma forma tosca de boca de uma orelha à outra. - Ela é uma pestinha - ele informou furiosamente aos fascinados espectadores embaixo. - Meu avô disse.
Diana Gabaldon (A Breath of Snow and Ashes (Outlander, #6))
Lembro-me de estar destroçada, de te ter arrancado de dentro de mim a ferros e, ainda assim, um braço teu ficou para trás. Lembro-me de abrir o meu diário em papel, furiosa porque tinha jurado que não escreveria nem mais uma linha a teu propósito, e escrever «durante o dia, bano-te do meu pensamento, mas todas as noites, é a teu lado que me deito, e nos teus braços que adormeço, e é a minha mão que agarro, fingindo que é a tua». (… ) Mas não é de ontem, quando abro a cama, peço-te que te chegues para lá. Deito-me e imagino que estás lá, cansado, extenuado de um dia de trabalho, quase sinto a tua respiração na minha nuca. Imagino que me dizes tudo aquilo que eu queria ouvir, mas não me alongo nisso, é mais íntimo ainda, o que queres ouvir de alguém é mais do que o que esperas dessa pessoa: é o segredo de quem és, de como és e do que queres da vida, na sua voz (…) Encho o peito de ar, subo, subo, subo, amo-te amo-te amo-te, sei-o tão bem, sei até que é para sempre, embora faça figas para que não seja (…) Não posso não posso não posso imaginar que o ar me vai fugir outra vez, que a qualquer momento os meios de informação vão trazer até mim aquele género de notícia que quase me mata - foram ao cinema, saíram juntos, comeram-se, foderam-se, falaram-se - eu disse quase, porque não matou. É verdade que foram muitas lágrimas, muitas reformulações de planos de vida e castelos de cartas a vir por aí abaixo, o jogo virou, e eu perdi. Uma vez mais, e os escritos pararam: o meu diário ficou a branco, o espaço virtual onde nos escrevia acabou com uma nota lúgubre na qual anunciei a minha morte. Estive de luto por mim mesma, estive sim. Doía-me o peito como me dói agora, ao recordar, a falta de ar, o choro compulsivo, os pensamentos sombrios, desesperados, como se nunca mais o sol nascesse no oriente e eu nunca mais o provasse, o sentisse nas costas, como se o mundo tivesse acabado ali, pelo menos o meu tinha, o assombro, os sentimentos, todos baralhados, como se me devesses alguma coisa quando não devias, como se me tivesses dado motivos para te amar tanto quando não me deste, como se quisesses o meu amor e depois o tivesses rejeitado, quando nunca o quiseste. E eu fechei as portas do meu recinto, pus panos negros nas janelas, anunciei que não estava. As pessoas bateram-me à porta, esconderam-me verdades que teriam acabado comigo naquele momento, compraram-me chocolates, secaram-me lágrimas com rosas. morri ali, é a verdade. (…) Mas a fé, a minha maldita fé de quem não acredita em deus e canalizou toda a sua crença nas causas impossíveis, deu-me ar, e mais ar, e subi a montanha, talvez nunca a tivesse subido tanto, julguei que via tudo lá de cima, tudo: falavam em auras, ao nosso redor, falavam na nossa perfeição, enquanto dupla, diziam que «não podia ser de outra forma», que «não se pode estar assim tão enganado», que me amas, imagina só a dimensão da loucura geral, que me amas mas que não tens espaço para mim, e eu, com o peito de cheio de ar, cheguei ao topo e comecei a voar (…) Já sonhaste alguma vez que caías? Eu já, é uma dor na boca do estômago, como se tudo te fugisse, como se o teu corpo se desmantelasse, como se o mundo inteiro implodisse para dentro de ti e soubesses que ias rebentar, ao mínimo toque de um objecto, de um elemento que não o ar, vais rebentar. Estou à espera que venham as abelhas, as orquídeas, os pés descalços na terra húmida, um livro, uns óculos, um copo vazio na mesa-de-cabeceira, e me faça explodir. Entretanto (…) vou imaginar que não estou a cair, que tal? Ao invés (…) vou deitar-me na minha caminha quentinha e imaginar que as tuas pernas se entrelaçam nas minhas e me aquecem os pés gelados e a tua voz, sonolenta, diz: “boa noite, dorme bem”, para eu poder responder-te também – “dorme bem, meu amor”.»
Célia Correia Loureiro
Pongámonos de acuerdo en qué es la igualdad, pues si la libertad es la cima, la igualdad es la base. La igualdad, ciudadanos, no es que toda la vegetación esté enrasada, una sociedad de hierbas largas y de robles bajos; un vecindario de envidias que se castren entre sí; es, en el ámbito civil, que todas las aptitudes tengan las mismas oportunidades; en el ámbito político, es que todos los votos valgan lo mismo; en el ámbito religioso, es que todas las conciencias tengan los mismos derechos. La Igualdad tiene un órgano: la instrucción gratuita y obligatoria. El derecho al alfabeto, por ahí es por donde hay que empezar. La escuela primaria obligatoria para todos; la escuela secundaria brindada a todos, ésa es la ley. De la escuela idéntica sale la sociedad igual. ¡La enseñanza, sí! ¡Luz! ¡Luz! Todo viene de la luz y todo va a la luz. Ciudadanos, el siglo XIX es grande, pero el siglo XX será feliz. Y ya no pasará nada que tenga que ver con la historia vieja; no tendremos ya que temer, como ahora, una conquista, una invasión, una usurpación, una rivalidad a mano armada de naciones, una interrupción de la civilización que dependa de un matrimonio de reyes, de un nacimiento en el seno de las tiranías hereditarias, de un reparto de pueblos obra de un congreso, de un desmembramiento porque se hunda una dinastía, de un combate entre dos religiones que choquen de frente como dos carneros del reino de la oscuridad, en el puente de lo infinito; no tendremos ya que temer la hambruna, ni la explotación, ni la prostitución fruto de la desesperación ni el desvalimiento, ni la miseria fruto del paro, ni el patíbulo, ni la espada, ni las batallas, ni todos los robos de salteador del azar en el bosque de los acontecimientos. Casi podríamos decir que ya no habrá acontecimientos. Los hombres serán felices. El género humano cumplirá su ley como cumple la suya el globo terrestre; se restablecerá la armonía entre el alma y el astro; el alma gravitará en torno a la verdad igual que el astro en torno a la luz.
Victor Hugo (Les Misérables)
In realtà, non si può fuggire sempre. Talvolta, ci si ritrova di fronte a dei problemi che non si possono nascondere in fondo a una scatola. Bisogna affrontarli, essere forti, attingere in se stessi per trovare i mezzi di affrontarli, di sormontarli. Non ci viene nemmeno data una scelta, ci piacerebbe ignorarli, fare come se non ci fossero perché è più semplice, ma no, loro sono lì, ben presenti e noi abbiamo il dovere di affrontarli. Tuttavia è nei nostri geni, nel nostro istinto scappare da quello che ci mette in pericolo. Ma il pericolo non è sempre quello che si crede che sia, e spesso lo si può solo affrontare. Faccio parte di quelle persone che pensano che bisogna confrontarsi con un problema, con una difficoltà, non si deve metterli in un angolo ma si deve esaminarli da cima a fondo, affrontarli come due gladiatori nell'arena per trovare la soluzione e sbarazzarsene per poter andare avanti. Ogni problema ha la sua soluzione, ogni difficoltà ha la sua semplificazione. Niente è troppo insormontabile e detesto quelle persone che fuggono di fronte alle avversità. Non riesco a comprenderle, anche se qualche volta mi sarebbe piaciuto. Quello che più mi fa arrabbiare questa sera, è il fatto di aver capito che Travis è un fifone che fugge quando si rende conto che è molto più impegnato di quanto non pensi nei confronti di un’altra persona, perché oggi ha capito chiaramente che c'era qualcosa tra noi. Lo sguardo che mi ha lanciato, il suono della sua voce quando mi ha fatto capire che il comportamento del cameriere non gli piaceva. Quando mi ha detto che era geloso sono rimasto di sasso. Mi aspettavo di dover leggere tra le righe e la sua franchezza, lì per lì, mi ha sconcertato. Il problema con Travis, è che appena si comincia a rompere un po’ il suo guscio e inizia ad aprirsi, scatta un meccanismo in lui che lo fa chiudere di nuovo: si apre, confessa delle cose che non ha mai confessato prima, e poi si mostra contraddittorio, si mura dietro il silenzio e infine fa delle scelte stupide. E, ieri sera ha fatto proprio una scelta stupida
Amheliie (Road)
Si por un instante Dios se olvidara de que soy una marioneta de trapo y me regalara un trozo de vida, aprovecharía ese tiempo lo más que pudiera posiblemente no diría todo lo que pienso, pero en definitiva pensaría todo lo que digo.
 Daría valor a las cosas, no por lo que valen, sino por lo que significan. Dormiría poco, soñaría más, entiendo que por cada minuto que cerramos los ojos, perdemos sesenta segundos de luz.
 Andaría cuando los demás se detienen, despertaría cuando los demás duermen. Si Dios me obsequiara un trozo de vida, vestiría sencillo,
me tiraría de bruces al sol, dejando descubierto,
no solamente mi cuerpo, sino mi alma. 
A los hombres les probaría cuán equivocados están al pensar que dejan de enamorarse cuando envejecen, sin saber que envejecen cuando dejan de enamorarse. 
A un niño le daría alas, pero le dejaría que él sólo aprendiese a volar. 
A los viejos les enseñaría que la muerte no llega con la vejez, sino con el olvido. Tantas cosas he aprendido de ustedes, los hombre. He aprendido que todo el mundo quiere vivir en la cima de la montaña, sin saber que la verdadera felicidad está en la forma de subir la escarpada. He aprendido que cuando un recién nacido aprieta con su pequeño puño, por primera vez, el dedo de su padre, lo tiene atrapado por siempre.
He aprendido que un hombre sólo tiene derecho a mirar a otro hacia abajo, cuando ha de ayudarle a levantarse. Son tantas cosas las que he podido aprender de ustedes, pero realmente de mucho no habrá de servir, porque cuando me guarden dentro de esa maleta, infelizmente me estaré muriendo. Trata de decir siempre lo que sientes y haz siempre lo que piensas en lo más profundo de tu corazón. Si supiera que hoy fuera la última vez que te voy a ver dormir, te abrazaría fuertemente y rezaría al Señor para poder ser el guardián de tu alma. Si supiera que estos son los últimos minutos que te veo, te diría “te quiero” y no asumiría, tontamente, que ya lo sabes. Siempre hay un mañana y la vida nos da siempre otra oportunidad para hacer las cosas bien, pero por si me equivoco y hoy es todo lo que nos queda, me gustaría decirte cuanto te quiero, que nunca te olvidaré. El mañana no le está asegurado a nadie, joven o viejo. Hoy puede ser la última vez que veas a los que amas. Por eso no esperes más, hazlo hoy, ya que si mañana nunca llega, seguramente lamentarás el día que no tomaste tiempo para una sonrisa, un abrazo, un beso y que estuviste muy ocupado para concederles un último deseo. Mantén a los que amas cerca de ti, diles al oído lo mucho que los necesitas, quiérelos y trátalos bien, toma tiempo para decirles, “lo siento,” “perdóname”, “por favor,” “gracias” y todas las palabras de amor que conoces. Nadie te recordará por tus nobles pensamientos secretos. Pide al Señor la fuerza y sabiduría para expresarlos. Finalmente, demuestra a tus amigos y seres queridos cuanto te importan.
Gabriel García Márquez
Aí desaparece o desinteresse e divisa-se o vago esboço do demónio; cada qual para si. O eu sem olhos uiva, procura, apalpa e rói. Existe nesse golfão o Ugolino social. As figuras ferozes que giram nessa cova, quase animais, quase fantasmas, não se ocupam do progresso universal, cuja ideia ignoram; só cuidam de saciar-se cada uma a si mesma. Quase lhes falta a consciência, e parece haver uma espécie de amputação terrível dentro delas. São duas as suas mães, ambas madrastas: a ignorância e a miséria. O seu guia é a necessidade; e para todos as formas de satisfação, o apetite. São brutalmente vorazes, quer dizer, ferozes; não à maneira do tirano, mas à maneira do tigre. Do sofrimento passam estas larvas ao crime; filiação fatal, geração aterradora, lógica das trevas. O que roja pelo entressolo social não é a reclamação sufocada do absoluto; é o protesto da matéria. Torna-se aí dragão o homem. Ter fome e sede é o ponto de partida; ser Satanás é o ponto de chegada. Esta cova produz Lacenaire. Acima viu o leitor, no livro quarto, um dos compartimentos da mina superior, da grande cova política, revolucionária e filosófica, onde, como acabou de ver, é tudo pobre, puro, digno e honesto; onde, sem dúvida, é possível um engano, e efectivamente os enganos se dão; mas onde o erro se torna digno de respeito, tão grande é o heroísmo a que anda ligado. O complexo do trabalho que aí se opera chama-se Progresso. Chegada é, porém, a ocasião de mostrarmos ao leitor outras funduras, as profunduras medonhas. Por baixo da sociedade, insistimos, existirá sempre a grande sopa do mal, enquanto não chegar o dia da dissipação da ignorância. Esta sopa fica por baixo de todas e é inimiga de todas. É o ódio sem excepção. Não conhece filósofos; o seu punhal nunca aparou penas. A sua negrura não tem nenhuma relação com a sublime negrura da escrita. Nunca os negros dedos que se crispam debaixo desse tecto asfixiante folhearam um livro ou abriram um jornal. Para Cartouche, Babeuf é um especulador; para Schinderhannes, Marat é um aristocrata. O objetivo desta sopa consiste em abismar tudo. Tudo, inclusive as sapas superiores que esta aborrece de morte. No seu medonho formigar, não se mina somente a ordem social actual: mina-se a filosofia, a ciência, o direito, o pensamento humano, a civilização, a revolução, o progresso. Tem simplesmente o nome de roubo, prostituição, homicídio e assassinato. As trevas querem o caos. A sua abóbada é formada de ignorância. Todas as outras, as de cima, têm por único alvo suprimi-la, alvo para o qual tendem a filosofia e o progresso, por todos os seus órgãos, tanto pelo melhoramento do real, como pela contemplação do absoluto. Destruí a sapa Ignorância, e teres destruído a toupeira do Crime. Humanidade quer dizer identidade. Os homens são todos do mesmo barro. Na predestinação não há diferença nenhuma, pelo menos neste mundo. A mesma sombra antes, a mesma carne agora, a mesma cinza depois. Mas a ignorância misturada com a massa humana enegrece-a. Essa negrura comunica-se ao interior do homem, e converte-se no Mal.
Victor Hugo (Les Misérables: Marius (Les Misérables, #3))
Instintivamente acaricia o velo de cedro penumbroso, bosque arruivado a ensombrar-lhe o cimo das coxas; curva-se de novo e, admirada, vai tão longe quanto pode na abordagem tímida dos lábios de anil da molhada boca do seu ventre. A separá-los: penetrando, afagando-os, a sentir os dedos numa humidade lenta, um orvalho dolente, uma resina turva. Ali, onde há sucos e gosto sem ferida. Ali, onde há fenda, há céu, há mar. Mato de se perder na busca da vertigem no assombro da ousadia do acto; gosto e travo a rosa insatisfeita, odor de chuva, de cardo, de almíscar. Perfume de nardo a desatar-lhe os nervos, enquanto persegue o improvável mapa do delírio: mais acima a mina, e logo abaixo o poço. Modorra de papoila a florescer no alto, a entumescer ao tacto. Prazer diverso e gozo que a muda, e ela transgride, voa, cresce. E tanto no clítoris como na vulva, o bordado a cheio vai-se enredando, matizando, demorando nas caprochosas cores, nos desenhos, nas misteriosas linhas de agulha onde se enleia. Veia que o fogo entorna, toma e incendeia. Na procura do êxtase. E Leonor ondeia. Rola enovelada em cima do leito onde se distende, roda e cede a galgar o parapeito de si própria, deixando a razão apagada à cabeceira. Rodopia. Resvala. Mãos descendo e subindo, indo e vindo, na descoberta dos desvãos, do topo, dos secretos recantos de segredo, em todos os lugares e tempos que o orgasmo guarda. Entorna. Derrama. Grita e explode. Gemendo sob o pulso que lhe amordaça a fala pelo próprio avesso. Assim leve, assim solta, assim livre. Leonor corre, voa, nada, desvenda. E finalmente foge. Consigo mesma.
Maria Teresa Horta (As Luzes de Leonor)