Arquitetura Quotes

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Os livros de física podem ser complicados, mas eles, assim como os carros e os computadores, são produtos de objetos biológicos - cérebros humanos. Os objetos e os fenômenos que um livro de física descreve são mais simples que uma única célula do corpo de seu autor. E o autor consiste em trilhões de células, muitas delas diferentes umas das outras, organizadas com arquitetura intrincada e engenharia de precisão para formar uma máquina capaz de escrever um livro.
Richard Dawkins (The Blind Watchmaker: Why the Evidence of Evolution Reveals a Universe Without Design)
Se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nosso ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratular-nos ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é a imortalidade de que tanto se fala.
José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
Al final de cuentas, no es tan grande la diferencia entre ayudar a un ciego para robarle luego y cuidar de un viejo caduco y baboso con el ojo puesto en la herencia.
José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
(...) assim como é preciso evitar uma sobrecarga de ornamentações na arquitetura, nas artes discursivas é preciso evitar sobretudo os floreios retóricos desnecessários, todas as amplificações inúteis e, acima de tudo, o que há de supérfluo na expressão, dedicando-se a um estilo casto. Tudo o que é dispensável tem um efeito desvantajoso. A lei da simplicidade e da ingenuidade, já que essas qualidades combinam com o que há de mais sublime, vale para todas as belas-artes.
Arthur Schopenhauer (A Arte de Escrever)
Há dois deveres em relação à nossa arquitetura nacional cuja importância é impossível superestimar: o primeiro, tornar a arquitetura atual, histórica; e o segundo, preservar, como a mais preciosa de todas as heranças, aquela das épocas passadas. É em relação à primeira dessas duas orientações que a Memória pode ser verdadeiramente considerada como a Sexta Lâmpada da Arquitetura.
John Ruskin (The Lamp of Memory)
Devemos a Ele as coisas e as pessoas mais diversas: Os Miseráveis, de Vitor Hugo; As Flores do Mal, de Baudelaire; o tom de piedade das novelas russas; Verlaine e os poemas de Verlaine; os vitrais, as tapeçarias e as obras de arte do quattrocento de Burne-Jones e Morris pertencem a ele tanto quanto a torre de Giotto, Lancelot e Guinevere, Tannhäuser; os atormentados mármores de Miguelangelo, a arquitetura de ogivas e o amor pelas flores e pelas crianças – para as quais, na verdade, sempre houve tão pouco lugar na arte clássica que elas mal podiam brincar e desenvolver-se.
Oscar Wilde (De Profundis)
A alma busca o fim, com urgência./Escureceu um pouco. Já morreu./Anda uma mosca pela carne quieta./Que pode me servir que aquele homem/tenha sofrido, se eu sofro agora?/// O alívio que tu e eu sentiremos no instante que precede a morte, quando a sorte nos desate do triste costume de ser alguém e do peso do universo./// Somos o vão rio prefixado, rumo a seu mar. Pela sombra cercado./Tudo nos disse adeus, tudo nos deixa./A memória não cunha sua moeda./E no entanto há algo que se queda/e no entanto há algo que se queixa/// Que são as nuvens? Uma arquitetura do azar? Deus, talvez, as necessita para a execução de Sua infinita obra e são fios da trama obscura. Talvez a nuvem seja não menos vã do que o homem que a olha de manhã/// Aos outros resta o universo; à minha penumbra, o hábito do verso///Não há outros paraísos a não ser os paraísos perdidos.
Jorge Luis Borges (Selected Poems)
Stendhal, desde infância, amou as mulheres sensualmente; projetou nelas as aspirações de sua adolescência; imaginava-se de bom grado salvando de algum perigo uma bela desconhecida e conquistando-lhe o amor. Chegando a Paris, o que desejava mais ardentemente era "uma mulher encantadora; nós nos adoraremos, ela conhecerá minha alma"... Velho, escreve na poeira as iniciais das mulheres que mais amou. "Creio que foi o devaneio que preferi a tudo", confia-nos ele. E são imagens de mulheres que lhe alimentaram os sonhos; a lembrança delas anima as paisagens. "A linha de rochedos aproximando-se de Arbois, creio, e vindo de Dôle pela estrada principal, foi para mim uma imagem sensível e evidente da alma de Métilde." A música, a pintura, a arquitetura, tudo o que amou, amou-o com uma alma de amante infeliz; quando passeia em Roma, a cada página, uma mulher aparece; nas saudades, nos desejos, nas tristezas, nas alegrias que elas suscitaram-lhe, conheceu o gosto do próprio coração; a elas é que deseja como juizes. Freqüenta-lhes os salões, procura mostrar-se brilhante aos seus olhos, deveu-lhes suas maiores felicidades, suas penas; foram sua principal ocupação. Prefere seu amor a toda amizade e sua amizade à dos homens; mulheres inspiram seus livros, figuras de mulheres os povoam; é em grande parte para elas que escreve. "Corro o risco de ser lido em 1900 pelas almas que amo, as Mme Roland, as Mélanie Guibert..." As mulheres foram a própria subsistência de sua vida. De onde lhe veio esse privilégio? Esse terno amigo das mulheres, e precisamente porque as ama em sua verdade, não crê no mistério feminino; nenhuma essência define de uma vez por todas a mulher; a idéia de um "eterno feminino" parece-lhe pedante e ridículo. "Pedantes repetem há dois mil anos que as mulheres têm o espírito mais vivo e os homens, mais solidez; que as mulheres têm mais delicadeza nas idéias e os homens, maior capacidade de atenção. Um basbaque de Paris que passeava outrora pelos jardins de Versalhes concluía, do que via, que as árvores nascem podadas." As diferenças que se observam entre os homens e as mulheres refletem as de sua situação. Por exemplo, por que não seriam as mulheres mais romanescas do que seus amantes? "Uma mulher com seu bastidor de bordar, trabalho insípido que só ocupa as mãos, pensa no amante, enquanto este galopando no campo com seu esquadrão é preso se faz um movimento em falso." Acusam igualmente as mulheres de carecerem de bom senso. "As mulheres preferem as emoções à razão; é muito simples: como em virtude de nossos costumes vulgares elas não são encarregadas de nenhum negócio na família, a razão nunca lhes ê útil.. . Encarregai vossa mulher de tratar de vossos interesses com os arrendatários de duas de vossas propriedades; aposto que as contas serão mais bem feitas do que por vós." Se a História revela-nos tão pequeno número de gênios femininos é porque a sociedade as priva de quaisquer meios de expressão: "Todos os gênios que nascem mulheres estão perdidos para a felicidade do público; desde que o acaso lhes dê os meios de se revelarem, vós as vereís desenvolver os mais difíceis talentos." O pior handicap que devem suportar é a educação com que as embrutecem; o opressor esforça-se sempre por diminuir os que oprime; é propositadamente que o homem recusa às mulheres quaisquer possibilidades. "Deixemos ociosas nelas as qualidades mais brilhantes e mais ricas de felicidade para elas mesmas e para nós." Aos dez anos, a menina é mais fina e viva do que seu irmão; com vinte, o moleque é homem de espírito e a moça "uma grande idiota desajeitada, tímida e com medo de urna aranha"; o erro está na formação que teve. Fora necessário dar à mulher exatamente a mesma instrução que se dá aos rapazes.
Simone de Beauvoir (The Second Sex)
Ao pensar no design de uma aplicação, o foco não deve ser apenas na relação entre dois objetos, mas também entre grupos de objetos que trabalham em conjunto para uma determinada finalidade. Ao desenhar pequenas classes que, juntas, realizam uma tarefa maior, o programador ganha em simplicidade e modularidade. É mais simples manter um sistema composto por classes que contêm apenas uma responsabilidade bem definida, já que a alteração de um comportamento é feito em uma única classe do sistema. Por esse e outros motivos, o programador deve buscar classes com baixo acoplamento e alta coesão, evitando padrões conhecidos que levam a designs rígidos e de alto custo de manutenção.
Paulo Silveira (Introdução à Arquitetura de Design de Software (Portuguese Edition))
A paixão não nos cega. Priva-nos, apenas, de qualquer visão periférica.
José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
O objetivo da arquitetura de software é minimizar os recursos humanos necessários para construir e manter um determinado sistema.
Robert C. Martin (Arquitetura Limpa: O guia do artesão para estrutura e design de software)
Sen hiçbir zaman bu kadar güzel olmamıştın, dedi ilk körün karısı. Kelimeler böyledir işte, fazla gizlerler kendilerini, birbirinin peşine takılırlar, nereye gittiklerini bilmez görünürler ve ansızın, ikisinin, üçünün, veyahut dördünün birden, kolayca ortaya çıkmasıyla, bir kişi zamiri, bir zarf, bir fiil, bir sıfatla, karşı konulamayan bir heyecan tenimize ve gözlerimize yükselir, duygularımızın sükuneti bozulur, bazen de sinirlerimiz dayanamaz buna, çok tahammül etmişlerdir, sanki bir zırh kuşanmış gibi her şeye katlanmışlardır.
José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
Por ora, o único plano em que consegui pensar é escrever. Eu sei escrever, porque escrever - diferentemente de coreografia, arquitetura ou conquistar reinos - é algo que você pode fazer mesmo sendo solitária e pobre, e sem ter infraestrutura, i.e: uma companhia de balé ou alguns canhões. Pessoas pobres podem escrever. É uma das poucas coisas que a pobreza e a falta de conexões não podem impedir você de fazer.
Caitlin Moran (How to Build a Girl (How to Build a Girl, #1))
Mas além da arquitetura, os blogs também resolveram o problema das regras. Não existe (ainda) nenhuma regra no meio dos blogs que diga que não deve-se falar de política. Na verdade, o meio está repleto de discussões políticas, de direita e de esquerda. Alguns dos mais populares blogs são conservadores, outros liberais, mas há blogs de todas as tendências políticas, e mesmo blogs em que não-políticos falam de política quando a situação torna interessante.
Lawrence Lessig (Cultura Livre (Portuguese Edition))
Gostava de saborear o desenrolar do enredo e esmiuçar a arquitetura de cada frase,acreditando que,se decifrasse a música daquela prosa,descobriria algo acerca daquele homem que nunca conhecera...
Carlos Ruiz Zafón (The Prisoner of Heaven (The Cemetery of Forgotten Books, #3))
Os prazeres privados e de certo modo solitários para os quais criara uma arquitectura dependiam a tal ponto do dispositivo arquitectónico que se podia dizer que a máquina se tornara mais importante do que aquilo que produzia, ou, como sucede nas religiões iconófilas, as imagens fixavam mais fortemente a fantasia e a fé dos crentes do que os valores imateriais que deveriam representar, uma analogia cuja ascendência filosófica, de Feuerbach e Marx, Joaquim Heliodoro ignorava tão completamente quanto o desenvolvimento que fora imprimido à ideia por Freud e pelos seus seguidores, ao discutirem o conceito de objecto-fetiche, primeiro como substituição de um objecto ausente, depois como fixação num objecto presente mas dotado de um significado libidinal pela sua utilização. Joaquim Heliodoro sabia muito pouco destas coisas, mas, enquanto poeta, não queria que o desvelamento dos seus fetiches o fizesse despertar.
Paulo Varela Gomes (Hotel)
Não era nada além de árvores, tráfego e arquitetura sem graça, mas também era tudo. Era a vida.
Matt Haig (The Midnight Library)
O que é a OO? Há muitas opiniões e respostas para essa pergunta. Para o arquiteto de software, no entanto, a resposta é clara: a OO é a habilidade de obter controle absoluto, através do uso do polimorfismo, sobre cada dependência de código fonte do sistema. Ela permite que o arquiteto crie uma arquitetura de plug-in com módulos que contêm políticas de alto nível, independentes dos módulos que contêm detalhes de baixo nível. Os detalhes de nível mais baixo são relegados a módulos de plug-ins, que podem ser implantados e desenvolvidos de maneira independente dos módulos que contêm políticas de alto nível.
Robert C. Martin (Arquitetura Limpa: O guia do artesão para estrutura e design de software)
Goring disse: “quando oiço a palavra cultura, saco do revólver”. É assim que muita gente olha para a cultura. Não é mau, é sinal que é tão importante que pode ser ameaçadora, pode fazer sacar das armas. Se a arte e a literatura não tivessem importância, ninguém se preocuparia em incendiar a biblioteca de Alexandria (repetidas vezes), destruir os budas de Bamiyan ou as ruínas de Palmira. Se a cultura não fosse verdadeiramente importante, Goring não sacava do revólver. A ficção não é um escape da fealdade (ou apenas isso), do horror e da injustiça sociais, é, isso sim, o planeamento para a construção de uma alternativa, a arquitetura de uma outra hipótese de sociedade que seja mais consentânea com as nossas expectativas humanas e morais. “Não é todos os dias que o mundo se organiza num poema”, disse Wallace Stevens, mas todos os dias tentamos fazer com que alguns poemas se tornem mundo. A despeito de todos os esforços de dissuasão, desistir de o fazer não é uma opção humana. Esse mundo que nos rodeia é produto da cultura. Uma sociedade pode ser melhor se a imaginarmos melhor. Temos aquilo que Locke chamava perfectibilidade, essa estranha característica que nos permite evoluir até conquistarmos uma humanidade idealizada, pensada, imaginada. O nosso futuro será sempre uma ficção, algo que ainda não existe, a transformação da potência em ato. Vamos comprar um poeta - Afonso Cruz
Afonso Cruz
A identidade se define por aquilo que diz respeito a todos e pertence a todos, o que implica essa relação de "ser o mesmo" e de manter o reconhecimento através do tempo, apesar da alteração das variáveis.
Ramón Gutiérrez (Arquitetura latino-americana: textos para reflexão e polêmica)
A arquitetura do universo de Ptolomeu é tão amplamente conhecida agora, que tratarei dela com a maior brevidade possível. A Terra central (e esférica) é rodeada por uma série de globos ocos e transparentes, uns sobre os outros, e cada qual, é claro, maior do que os que estão abaixo. Essas são as "esferas celestes", os "céus", ou (às vezes) os "elementos". Há um corpo luminoso afixado a cada sete esferas celestes. A começar pela Terra, a ordem é Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno; os "sete planetas". Para além da esfera celeste de Saturno, encontra-se o Stellatum, ao qual pertencem todas aquelas estrelas que ainda são chamadas de "fixas", porque o seu posicionamento relativo às outras é invariável, em contraste àqueles dos planetas. Para além do Stellatum, há uma esfera celeste chamada Primeiro Motor ou Primum Mobile. Isso porque ela não carrega nenhum corpo luminoso, não fornece nenhuma prova em si para os nossos sentidos; sua existência foi inferida por conta dos movimentos de todas as demais esferas. E o que tem para além do Primum Mobile? A resposta a essa questão inevitável foi dada em primeira instância por Aristóteles. "Do lado de fora do céu não há nem lugar, nem vácuo, nem tempo. Então, o que quer que esteja lá é de um tipo que não ocupa espaço, nem é afetado pelo tempo." 12 A timidez, a voz sussurrante, é uma característica do melhor paganismo. Adotada pelo cristianismo, a doutrina fala alto e de forma jubilosa. O que, em certo sentido, é "do lado de fora do céu" é agora, em outro sentido, "o próprio Céu", caelum ipsum, e repleto de Deus, como diz Bernardo. 13 As- sim, quando Dante passa pela última fronteira que lhe é proposta, ele diz: "Chegamos ao lado de fora do maior corpo [dei maggior corpo] existente dentro daquele Céu que é luz pura, luz intelectual, plena de amor ("Paraíso", XXX, 38). Em outras palavras, como deveremos ver com maior clareza mais adiante, nessa fronteira, toda forma de pensamento espacial sucumbe.
C.S. Lewis
(...)acabaremos, uma vez mais, por ter de chegar à conclusão de que mesmo nos males piores é possível achar-se uma porção de bem suficiente para que os levemos, aos disto males, com paciência(...)
José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
[...] estou banhado em fel, Ana, mas sei como enfrentar tua rejeição, já carrego no vento do temporal uma raiva perpétua, tenho o fôlego obstinado, tenho requintes de alquimista, sei como alterar o enxofre com a virtude das serpentes, e, na caldeira, sei como dar à fumaça que sobe da borbulha a frieza da cerração nas madrugadas; vou cultivar o meu olhar, plantar nele uma semente que não germina, será uma terra que não fecunda, um chão capaz de necrosar como as geadas as folhas das árvores, as pétalas das flores e a polpa dos nossos frutos; não reprimirei os cantos dos lábios se a peste dizimar nossos rebanhos, e nem se as pragas devorarem as plantações, vou cruzar os braços quando todos se agitam ao meu redor, dar as costas aos que me pedem por socorro, cobrindo os olhos para não ver as suas chagas, tapando as orelhas para não ouvir seus gritos, vou dar de ombros se um dia a casa tomba: não tive o meu contento, o mundo não terá de mim a misericórdia; amar e ser amado era tudo o que eu queria, mas fui jogado à margem sem consulta, fui amputado, já faço parte da escória, vou me entregar de corpo e alma à doce vertigem de quem se considera, na primeira força da idade, um homem simplesmente acabado, bastante ativo contudo para furar fundo com o indicador a carne podre da carcaça, e, entre o polegar e o anular, com elegância, fechar trópicos e outras linhas, atirando num ossário o esqueleto deste mundo; pertenço como nunca desde agora a essa insólita confraria dos enjeitados, dos proibidos, dos recusados pelo afeto, dos sem-sossego, dos intranquilos, dos inquietos, dos que sem contorcem, dos aleijões com cara de assassino que descendem de Caim (quem não ouve a ancestralidade cavernosa dos meus gemidos?), dos que trazem um sinal na testa, essa longínqua cicatriz de cinza dos marcados pela santa inveja, dos sedentos de igualdade e de justiça, dos que cedo ou tarde acabam se ajoelhando no altar escuso do Maligno, deitando antes em sua mesa, piamente, as despojadas oferendas: uma posta de peixe alva e fria, as uvas pretas de uma parreira na decrepitude, os algarismos solitários das matemáticas, as cordas mudas de um alaúde, um punhado de desespero, e um carvão solene para os seus dedos criadores, a ele, o artífice do rabisco, o desenhista provecto do garrancho, o artesão que trabalha em cima de restos de vida, puxando no traço de sua linha a vontade extenuada de cada um, ele, o propulsor das mudanças, nos impelindo com seus sussurros contra a corrente, nos arranhando os tímpanos com seu sopro áspero e quente, nos seduzindo contra a solidez precária da ordem, este edifício de pedra cuja estrutura de ferro é sempre erguida, não importa a arquitetura, sobre os ombros ulcerados dos que gemem, ele, o primeiro, o único, o soberano, não passando o teu Deus bondoso (antes discriminador, piolhento e vingativo) de um vassalo, de um subalterno, de um promulgador de tábuas insuficiente, incapaz de perceber que suas leis são a lenha resinosa que alimenta a constância do Fogo Eterno! não basta o jato da minha cusparada, contenha este incêndio enquanto é tempo, já me sobe uma nova onda, já me queima uma nova chama, já sinto ímpetos de empalar teus santos, de varar teus anjos tenros, de dar uma dentada no coração de Cristo!
Raduan Nassar (Lavoura Arcaica)
Se por um lado tem-se as três dimensões conceituais da Arquitetura de Informação (Conteúdo, Contexto e Usuário) de outro tem-se os quatro modelos pragmáticos propostos por Rosenfeld e Morville (2006) que dividem a AI de um website em quatro grandes sistemas interdependentes, cada um composto por regras próprias e suas aplicações visando à criação de estruturas digitais que priorizam a organização descritiva, temática, representacional, visual e navegacional de informações, em consonância com o conteúdo, contexto e usuários, com objetivos bem definidos. São eles: a) Sistema de Navegação (Navigation System) Especifica as maneiras de navegar, de se mover pelo espaço informacional e hipertextual. b) Sistema de Organização (Organization System) Determina o agrupamento e a categorização do conteúdo informacional. c) Sistema de Rotulação (Labeling System) Estabelece as formas de representação, de apresentação, da informação, definindo signos para cada elemento informativo. d) Sistemas de Busca (Search System) Determina as perguntas que o usuário pode fazer e o conjunto de respostas que irá obter.
Rafael de Barros Marinho (Arquitetura de Informação para Web: projetando a experiência do usuário em ambientes digitais (Portuguese Edition))
bambu também nos ensina que a resiliência é construída ao longo do tempo. Primeiro as raízes, que podemos traduzir por toda a nossa base: princípios, valores, propósito, formação. Depois, as folhas, nossos desejos e vontades, nossas iniciativas, nosso aprendizado contínuo. E, por fim, o caule, ou colmo, em que os nós separam as partes ocas umas das outras, a parte útil na produção de objetos e na arquitetura. Como nossas experiências, nossos
Marcelo Pimenta (Economia da Paixão: Como ganhar dinheiro e viver mais e melhor fazendo o que ama (Portuguese Edition))
Passar quatro dias e quatro noites em casa, vendo o carnaval passar; ou não vendo nem isso, mas entregue a uma outra e cifrada folia, que nesta quarta-feira de cinzas abre suas pétalas de cansaço, como se também tivéssemos pulado e berrado no clube. Não ligar a televisão, esquecer-se do rádio; deixar os locutores falando sozinhos, na ânsia de encher de discurso uma festa à base de movimento e de canto. Perceber apenas o grito trêmulo, trazido e levado pelo vento, de um samba que marca realidade lúdica sem nos convidar à integração. Beneficiar-se com a ausência de jornais, que prova a inexistência provisória do mundo como arquitetura de notícias. Ter como companheiro o irmão gato Crispim, exemplo de abstenção sem sacrifício, manual de silêncio e sabedoria, aventureiro que experimentou a vertigem da luta-livre nos telhados e homologa a invenção da poltrona. Penetrar no vazio do tempo sem obrigações, como num parque fechado, aproveitando a ausência de guardas, e descobrindo nele tudo que as tabuletas omitem. Aceitar a solidão; escolhê-la; desfrutá-la. Sorrir dos psiquiatras que falam em alienação do mundo e recomendam a terapêutica de grupo. Estimar a pausa como valor musical, o intervalo, o hiato. O instante em que a agulha fere o disco sem despertar ainda qualquer som. Andar de um quarto para outro sem ser à procura de objetos: achando-os. Descobrir, sem mescalina, as cores que a cor esconde; os timbres entrelaçados no ruído. Olhar para as paredes, ou melhor, olhar as paredes em torno dos quadros. Sentir a casa como um todo e como partículas densas, tensas, expectantes, acostumadas a viver sem nós, à nossa revelia, contra o nosso desdém. Habitar realmente a casa, quatro dias: como ilha, fortaleza, continente; infinito no finito; reconsiderar os livros, arrumá-los primeiro com método, depois com voluptuosidade, fazendo com que cada prateleira exija o maior tempo possível; verificar que antes é preciso tirar a poeira de um, remover a boba capa de celofane que envolve a encadernação de outro. Reler dedicatórias, abrir ao acaso livros de poetas que preferimos e que infelizmente não são os mais modernos, nem os mais célebres; copiar meia estrofe por onde corre arrepio verbal; separar volumes que não nos falam mais nada e que devem tentar seu destino em outras casas. Sentir chegada a hora dos álbuns de pintura com pouco ou nenhum texto, e dos volumes iconográficos que nos contam Paris ou a vida de Mallarmé. Viajar em fotografias; sentir-se imagem flutuando entre imagens; a terra domesticada em figura, tornada familiar sem perda de sua essência enigmática. Reconhecer que muitos livros comprados a duras penas, pedidos ao estrangeiro ou longamente minerados nos sebos, não têm mais do que essa oportunidade de comunicação durante o ano; deixar que fiquem a sós conosco e nos confiem seu segredo. Admitir a fome, sem exigência de horário, e matá-la com o que houver à mão; renunciar à idéia de almoço e jantar, com reverência ao sagrado direito que assiste a todos, inclusive e principalmente às cozinheiras, de brincarem o seu carnaval; achar mais gosto nessa comida, porque não é regulamentar nem é seguida de nada: todas as obrigações estão suspensas, e só valem as que soubermos traçar a nós mesmos. Descortinar na preguiça um espaço incomensurável, onde cabe tudo; não enchê-lo demais; devassá-lo à maneira de um explorador que não quer ser muito rico e tanto sente prazer em descobrir como em procurar. Assim vosso cronista passou o carnaval: sem fugir, sem brincar, divertido em seu canto umbroso.
Carlos Drummond de Andrade (A Bolsa e a Vida)
Para poder entender porque este passado está afetando, é preciso entender um conceito fundamental da arquitetura do Universo. Tudo é partícula e onda ao mesmo tempo, tudo é massa e onda ao mesmo tempo. Se você quer usar uma determinada coisa como partícula, você usa. Se você quiser usar como onda, você usa. É só uma escolha. Quando se escolhe trabalhar com o lado onda, trabalha-se com o lado onda e tudo se comporta como onda. Se você quer trabalhar com o lado partícula, tudo se comporta como partícula, é a escolha pessoal de cada um e é por isso que é tão difícil para a pessoa que está trabalhando com o lado partícula, matéria, massa, acreditar que existe um lado onda.
Hélio Couto (Venda e informação: O perfil do vendedor de sucesso (Portuguese Edition))
a vida é frágil, se a abandonam.
José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
na morte a cegueira é igual para todos.
José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
ainda está para nascer o primeiro ser humano desprovido daquela segunda pele a que chama-mos egoísmo, bem mais dura que a outra, que por qualquer coisa sangra.
José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
Vamos todos cheirar mal.
José Saramago (Ensaio Sobre a Cegueira: A arquitetura de um romance)
Os fatores que contribuem para explicar a arquitetura da globalização atual são a unicidade da técnica, a convergência dos momentos, a cognoscibilidade do planeta e a existência de um motor único na história, representado pela mais-valia globalizada.
Milton Santos (Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal)
COMO SOLUCIONAR A OPOSIÇÃO PARADOXAL ENTRE CRIATIVIDADE E RESPONSABILIDADE Uma engenheira de software identifica na arquitetura de seu produto um ponto fraco que prejudicará de modo significativo a capacidade dele de atender a maior número de usuários daqui a algum tempo. Ela calcula que terá de atrasar o cronograma do produto em três meses para solucionar o problema. Todos acham que três meses representam um atraso aceitável para que o problema seja corrigido. No fim, o atraso acaba sendo de nove meses, mas o diagnóstico inicial dela a respeito do problema estava correto. Você deve recompensá-la por sua criatividade e coragem ou chamar sua atenção pelo atraso? Se você der uma de promotor de justiça e avaliá-la segundo a letra da lei, vai desencorajar tanto ela quanto todos os outros a correr riscos importantes no futuro. Se tomar essa atitude regularmente, não se surpreenda se, no futuro, seus funcionários não tiverem tempo para resolver problemas, pois estarão ocupados demais tentando proteger-se. Por outro lado, se você não responsabilizá-la pelo atraso, as pessoas que efetivamente trabalham para cumprir os compromissos assumidos se sentirão incomodadas. Por que passei a noite toda acordado para cumprir o prazo se o diretor recompensou uma pessoa que atrasou seis meses? Se os seus funcionários mais esforçados e produtivos se sentem traídos e você está procurando o culpado, olhe-se no espelho. Você não está exigindo que as pessoas se responsabilizem pelas próprias ações. Bem-vindo à oposição paradoxal entre responsabilidade e criatividade.
Ben Horowitz (O lado difícil das situações difíceis: Como construir um negócio quando não existem respostas prontas (Portuguese Edition))