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O essencial na vida não é convencer ninguém, nem talvez isso seja possível; o que é preciso é que eles sejam nossos amigos; para tal, seremos nós amigos deles; que forças hão-de trabalhar o mundo se pusermos de parte a amizade? Em lugar de "penso, logo existo", empregue o "sinto, e só existo quando sinto, e por sentir, o universo existe" e verá como se lhe abre diante uma larga estrada de entendimento, de fraternidade e de útil trabalho. Se lhes for com argumentos, é fatal que ao terceiro que não aceitem ou não compreendam (e você ficará sempre convencido de que não aceitam porque não compreendem), o Luís esteja pensando que se encontra a falar com os mais perfeitos imbecis que têm existido no mundo; ao quarto argumento, todo você freme, mal se contendo: no entanto, lembra-se do estoicismo e ainda aguenta; mas ao quinto argumento, você insulta-os. As consequências desvantajosas são as seguintes, e pondo de seguro que não é consequência desvantajosa eles ficarem na mesma: você fica mal disposto, não foi nada filosófico, azeda cada vez mais, e os homens passam a aborrecê-lo, talvez mesmo a odiá-lo.
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