“
Prefiro me afogar em veneno a ceder a tanta hipocrisia.
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”
Filipe Russo (Caro Jovem Adulto)
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Dilúvios e mais dilúvios escorriam dos meus olhos a me banhar, me naufragar, me afogar no lago da sabedoria do qual um dia eu emergiria?
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”
Filipe Russo (Caro Jovem Adulto)
“
Eu me banhei na violência como os vampiros se afogam em sangue.
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Filipe Russo (Caro Jovem Adulto)
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Talvez o medo e a náusea não fossem mais um oceano para me afogar, mas apenas uma piscina de água refletindo o passado ao lado do presente
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”
Daniel Keyes (Flowers for Algernon)
“
Ela julgava estar a afogar-se, mas ignorava o facto de sermos dois náufragos naquela sala: um que lia para expelir o mar dos pulmões, outro que dormia, consciente que a dor nos perseguia mesmo no sono.
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”
Célia Correia Loureiro (Os Pássaros)
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A vergonha deve ser a principal razão para um homem enlouquecer. A vergonha entra dentro de nós, vive dentro de nós e aparece nos olhos. É aí que se vê a vergonha, a revolver no mais fundo até vir à superfície e nos afogar.
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Joaquim Mestre (O Perfumista)
“
De repente, acontece de novo, só que desta vez tenho a lembrança de como é cortar, cortar com força. O jeito como você tem que enfiar o vidro bem fundo, com rapidez, para abrir a pele e depois arrastar, arrastar com força, para fazer um rio no qual valha a pena se afogar.
”
”
Kathleen Glasgow (Garota em pedaços)
“
Queres acaso te ver livre da melancolia?
Queres prazer, mas longe da louca agonia?
Queres ler enigmas, e sua precisa solução,
Ou preferes te afogar na tua contemplação?
Queres a carne? Será não preferes, destarte,
Ver um homem nas nuvens, ouvindo falar-te?
Anseias ver-te num sonho, mas sem dormir?
Ou não preferes a um só tempo chorar e rir?
Não te atrai a ti mesmo te perderes sem dano?
Pra depois te achares sem passe sobre-humano?
Queres tu mesmo ler, sem sequer saber o quê,
Sabendo, porém por essas linhas mesmas que lês,
Se estás ou não abençoado? Ah, vem, então,
E abre meu livro, uma só mente, um só coração.
”
”
John Bunyan (O Peregrino (Portuguese Edition))
“
Cada um de nós nasceu com uma dose de pureza, predestinada a ser corrompida pelo comércio com os homens, por esse pecado contra a solidão. Pois cada um de nós faz o impossível para não se ver entregue a si mesmo. O semelhante não é a fatalidade, mas tentação de decadência. Incapazes de guardar nossas mãos limpas e nossos corações intactos, nos sujamos ao contato de suores estranhos, chafurdamos sedentos de nojo e entusiastas de pestilência na lama unânime. E quando sonhamos mares convertidos em água benta, é tarde demais para mergulharmos neles, e nossa corrupção demasiado profunda nos impede de afogar-nos ali: o mundo infectou nossa solidão; as marcas dos outros em nós tornam-se indeléveis.
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Emil M. Cioran
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— Há quem admire as noites de luar! Eu acho-as insuportáveis. O espírito afoga-se nesse mar de azul, como o infeliz que se debate no oceano. Para mim não há céu, nem campo, que valha estas noites de sala, cheias de conforto, de calor e de luz em que nos sentimos viver. Aqui não há risco de afogar-se o pensamento.
— Não; mas asfixia-se! observou Fernando.
— Antes isso.
”
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José de Alencar (Senhora)
“
Eu tinha afastado a dor. E a encontrara nos livros. Chorava pela ficção em vez de chorar pela verdade. A verdade era irrestrita, sem enfeites. Não havia linguagem poética nela, nem borboletas amarelas, nem inundações épicas. Não havia uma cidade presa embaixo d’água nem gerações de homens com o mesmo nome, destinados a repetir os mesmos erros. A verdade era ampla o bastante para se afogar nela.
”
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Nina LaCour (We Are Okay)
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Se conseguisse aguentar o peso do próprio corpo, levantar-se-ia e caminharia pelas águas do mar até perder o pé e deixar-se afogar, mas tudo o que conseguia fazer era arrastar-se pela areia fora e desejar que o mar fosse buscá-lo.
Estava com sorte. As ondas pareciam ouvir-lhe as preces e tornaram-se fortes demais, batendo-lhe com uma força brutal no corpo e no rosto adormecidos. De repente, sentia-se leve como uma pena, banhado pelas águas frias e hipnotizantes. Teve quase a certeza de ouvir o canto das sereias a puxá-lo com uma força inimaginável para dentro das águas do mar e foi incapaz de resistir.
Não sabia quem era, nem onde estava, quando se deixou levar pela corrente, agarrado a um pedaço de areia que seria a última recordação de uma praia e de um amor esquecido. A última recordação de Clara, de Carolina ou do palácio inacabado, cuja história ficaria sempre por escrever".
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Carina Rosa (A Sombra de um Passado)
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Adoro ver os barcos no rio Hudson, mas é muito diferente de estar num que balança e galga as ondas. Admira-me que a viagem seja tão agitada, porque do cais os barcos parecem deslizar sobre a água. Não se passa o mesmo com o amor? Parece tão simples e fácil à distância – mas quando estamos nele, é uma experiência diferente. Sentimos cada solavanco e perguntamos que onda nos irá derrubar, se iremos sobreviver ou afogar-nos na água traiçoeira, se nos safaremos ou se nos iremos virar?
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Adriana Trigiani (Very Valentine (Valentine, #1))
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Esse arcabouço de ferozes raciocínios seria absolutamente absurdo? Faltaria a ele uma certa ponderação? É preciso que se diga: não.
Dá medo pensar que essa coisa que temos em nós, o discernimento, não é a justiça. O discernimento é o relativo. A justiça é o absoluto. Pensem na diferença entre um juiz e um justo
Os maus comandam a consciência com autoridade. Há uma ginástica da falsidade. Um sofista é um falsário, e quando a oportunidade se apresenta esse falsário brutaliza o bom senso. Certa lógica muito maleável, muito implacável e muito ágil está a serviço do mal e prima em afogar a verdade na obscuridade. Sinistros socos de Satã em Deus
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Victor Hugo (The Man Who Laughs)
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No conto “O ovo e a galinha”, Clarice Lispector escreve:9 Amor é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor. Porque o amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões. Há os que se voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor. Longe de encontrar glamour no amor, o que encontramos são faltas. Para Freud, amar é perder narcisismo, uma vez que o amante se coloca no lugar daquele que não tem algo, como condição para poder encontrar algo que o interesse no outro. O famoso mito de Narciso, personagem da mitologia grega, conta a história (em uma de suas versões) de um homem que era apaixonado demais por si para amar outra pessoa, o que o levou a se afogar em sua própria imagem. Para Freud, não temos opção: amamos ou adoecemos.10 Não se trata aqui do amor romântico, longe disso, mas especialmente do quanto é o outro quem nos salva de nossa voracidade com a própria imagem.
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Ana Suy (A gente mira no amor e acerta na solidão)
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Sedenta de gozo, era preciso que o bebesse por todos os poros, de um só trago, num único e imenso beijo, sem pausa, sem intermitência e sem repouso. Era serpente que enlaçava a presa nas suas mil voltas, triturando-lhe o corpo; era vertigem que vos arrebatava a consciência da própria existência, alheava va um homem de si e o fazia viver mais anos em uma hora do que em toda a sua vida.
A aspereza e feroz irritabilidade da véspera se dissipara. O seu amor tinha agora sensações doces e aveludadas, que penetravam os seios d alma, como se a alma tivera tato para senti-las.
Não fui eu que possuí essa mulher; e sim ela que me possuiu todo, e tanto, que não me resta daquela noite mais do que uma longa sensação de imenso deleite, na qual me sentia afogar num mar de volúpia.
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José de Alencar (Lucíola)
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- Nós concordámos que as coisas acabavam em agosto, Beyah.
Combinámos que íamos ficar na parte menos profunda da água.
Reviro os olhos.
- Quem disse que há pessoas que se afogam nas águas menos profundas foste tu. - Inclino-me para a frente até ele voltar a olhar para mim - Estou a afogar-me, Samson. E és tu quem me está a segurar debaixo de água. - Limpo os olhos furiosa.
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Colleen Hoover (Heart Bones)
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- Disseste que era um mar. Que tinhas construído um mar para nós, por onde podíamos ir daqui para fora. E que arranjavas um barco onde pudéssemos navegar.
Sinto um ardor atrás das pálpebras e no peito. Sinto tudo a encolher, o passado a afogar-me, o futuro a afogar-me. Noto que não é preciso água para nos afogarmos.
- Mas não chegaste a preparar o barco, Fadi, só o mar.
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Joakim Zander (The Believer)
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Os livros servem para nos lembrar quanto somos estúpidos e tolos. [...] E não espere ser salvo por uma coisa, uma pessoa, máquina ou biblioteca. Trate de agarrar a sua própria tábua e, se você se afogar, pelo menos morra sabendo que estava no rumo da costa.
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Ray Bradbury (Fahrenheit 451)
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Cristãos não conseguem nem aceitar que afogar seus filhos por não fazerem o que os pais querem é louco. Eu acredito que qualquer humano, exceto psicopatas, ficaram tristes com a notícia: “Onça Gaia: animal monitorado por ONG há 10 anos morre em queimada no Pantanal”. Mas revertemos essa notícia para “Onça Gaia: animal monitorado por ONG há 10 anos morre por desejo de Deus”, fica tudo okay. Deus matou vários animais inocentes no grande dilúvio, e nos fogos que a Bíblia tanto fala. No grande dia, arrebatamento, o mundo acabará, eles deixaram amigos e até parentes para trás. Eu acho que na verdade nunca pararam para pensar nisso. E se eles não conseguirem converter todos a tempo?
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Jorge Guerra Pires (Seria a Bíblia um livro científico?: Por que a Bíblia Sagrada não deve ser levada a sério e como argumentar contra ela (Inteligência Artificial, Democracia, e Pensamento Crítico) (Portuguese Edition))
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Cristãos não conseguem nem aceitar que afogar seus filhos por não fazerem o que os pais querem é louco. Internamente, fico rindo ao ouvir os cristãos justificando o grande dilúvio, como se Deus tivesse qualquer razão para matar não somente pessoas inocentes como bebês nas barrigas das mães, como animais inocentes. Sim, eu geralmente apresento isso, mas eles continuam justificando para garantir que Deus sempre será o herói da estória.
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Jorge Guerra Pires (Seria a Bíblia um livro científico?: Por que a Bíblia Sagrada não deve ser levada a sério e como argumentar contra ela (Inteligência Artificial, Democracia, e Pensamento Crítico) (Portuguese Edition))
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Antes de tudo, a natureza de um fanático religioso é acreditar que somente ele conhece o caminho certo. Eles não estão desejosos de conceber que alguém fora do seu ortodoxismo particular possa conhecer uma pequena parcela da verdade. Sua exclusividade é uma fonte de grande orgulho. Eles veem a humanidade como primitiva e regressiva. Eles enxergam um mundo mal e corrupto e acham que a humanidade merece a aniquilação e o eterno tormento no inferno. Eles definem seu valor não como seres humanos, o valor está em ser escravo de Yahweh. Para eles, todos aqueles que não estão dispostos a sacrificar sua humanidade no altar da subserviência para um deus irado são dignos de serem alvos de um final horroroso. Se tivesse em seu alcance, eles provocariam uma inundação como a que eles acreditam que Yahweh mandou nos dias de Noé para afogar o resto da humanidade. E é com esse prodígio, com tais exemplos de cólera e destruição encontrados na Bíblia, que essas pessoas desejam justificar seu comportamento, seu crimes. Eles acreditam que não somente têm o direito, mas de fato têm a obrigação de eliminar qualquer outra forma de pensamento.
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James BeauSeigneur (Acts of God (The Christ Clone Trilogy, #3))
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Não se anima a tocá-la, nem a dizer-lhe nada. Os corpos nus nem ao menos se roçam. A cada pequeno movimento, a cama protesta, range, geme. De qualquer maneira, se ela conhecesse a verdadeira história ou a loucura dos protestos, as coisas mudariam? Como? Já não há tempo para nada. Poderia dizer-lhe: 'Não é uma vingança pessoal, entende? Esta raiva coincide com a necessidade de vingança de milhões de homens, embora essa vingança não tenha ainda despertado. Entende?'. Poderia explicar-lhe que os companheiros caídos aparecem na sua frente o tempo todo. Poderia dizer-lhe que é preciso nadar para não se afogar, e que não existe outra maneira de fazê-lo nem de explicá-lo. Volto a lutar contra a corrente, poderia dizer isso, embora não veja ainda a costa. Embora nunca, nunca veja a costa. Há anos estou nisso, e devo a isso todos os anos que tenho pela frente. (...) Não vale a pena. Nem pedir a você que me espere, embora morra de vontade de pedir, voltarei para buscar você, não deixe de me esperar, nunca, logo, quando: voltarei e... chegarão outros homens, ela os amará: esta certeza passa por sua cabeça como uma sombra de asa de pássaro gigante, o mesmo com o qual havia sonhado. Passa por sua cabeça e dói. Calhorda - se acusa. Sente-se inútil. Tudo se faz tão difícil. Ir embora, é um dever ou um furto? Pensa: será difícil partir e duro viver sem você: matar você na memória, para que não doa. Poderei? E ela, como se tivesse escutado, pensa que sente ódio dele porque ele poderá.
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Eduardo Galeano (Vagamundo)
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– O amor é como o mar.
– Jura? E o que uma jovem mocinha como você sabe do amor?
– Jovem mocinha?
Pryia não acreditou que estava repetindo aquelas palavras. Madga a estava contagiando, sem dúvidas.
– Sei que se você quiser ficar na superfície com medo de se afogar, jamais vai conhecer as maravilhas que se escondem no fundo. É preciso estar disposta a mergulhar.
– E se a pessoa se afogar? – perguntou a pirata, sorrindo e revirando os olhos.
– E se ela respirar debaixo d’água? – ela rebateu.
– Isso é impossível.
– Talvez esse seja o ponto.
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Natalia Avila (A Falsificadora de Mapas (Portuguese Edition))
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Eram máscaras baratas presas a pensamentos supurados: vozes que lutavam para afogar o silencio clamoroso em cada íntimo
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Frank Herbert
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Punham-se à espreita das águas a perceber se havia movimentos suspeitos. Quase todos queriam ver monstros. Ninguém se convencia de que os mares eram só para animais de clara ciência. Alguns juravam ter visto cabeças levantadas, feitas de dez olhos e bocas de mil dentes. Monstros oceânicos. Viam o oceano como sangue de cristal. Balanceava diante de nós sinuoso, muito belo, mas carregava-se de perigos e sonhava com afogar-nos a todos. O oceano desceu das veias puras de deus. Dizia um velho. Nas veias puras de deus vivem parasitas que são monstros.
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Valter Hugo Mãe (A Desumanização)
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Afinal de contas, quando tivéssemos todos os livros de que precisaríamos, ainda teríamos que encontrar o precipício mais alto de onde nos atirar. Mas o fato é que precisamos de uma pausa para tomar fôlego. Precisamos de conhecimento. E talvez em mil anos possamos escolher precipícios menores de onde saltar. Os livros servem para nos lembrar o quanto somos estúpidos e tolos. São o guarda pretoriano de César, cochichando enquanto o desfile ruge pela avenida: ‘Lembre-se, César, tu és mortal.’ A maioria de nós não pode sair correndo por aí, falar com todo mundo, conhecer todas as cidades do mundo. Não temos tempo, dinheiro ou tantos amigos assim. As coisas que você está procurando, Montag, estão no mundo, mas a única possibilidade que o sujeito comum terá de ver noventa e nove por cento delas está num livro. Não peça garantias. E não espere ser salvo por uma coisa, uma pessoa, máquina ou biblioteca. Trate de agarrar sua própria tábua e, se você se afogar, pelo menos morra sabendo que estava no rumo da costa.
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”
Ray Bradbury
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Não consigo desviar de seus olhos, são azuis como o fundo de um oceano e eu acabo de me afogar neles. E não quero ser salva.
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Lali Oliver (Heaven: Good Girls Bad Guys (Good Girls, #1))
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Tínhamos medo de olhar ao redor, por pavor de mirar a cara de um amigo e ser encurralado por olhos que poderiam implorar por alívio em um momento e queimar de ódio no instante seguinte, como se aqueles que sucumbiam nos culpassem por nossa sorte e não quisessem nada mais deste mundo além de trocar de destino conosco. Ninguém era capaz de oferecer qualquer palavra de conforto; o gesto passaria despercebido no meio do barulho dos canhões. A mão pousada no ombro teria de ser o suficiente. Mas aqueles dentre nós que não estávamos feridos já nos fechávamos e evitávamos os atingidos, apesar de serem eles a precisar de consolo. Os vivos cerravam fileiras contra os marcados para morrer.
Voltamos a carregar os canhões e apontamos, como os capitães ordenavam, mas tínhamos parado de pensar em termos de vitória ou derrota. Nossa batalha era fugir da visão dos feridos, e perguntas tiniam na cabeça, como um eco da destruição ao redor: Por que eles? Porque não eu? Mas nós não queríamos dar atenção a elas: queríamos sobreviver. Não existia nada além do que enxergávamos através de um cano de canhão.
O álcool tinha executado sua magia abençoada. Agora bêbados, nos entregamos a um vazio nascido do terror. Velejávamos em um mar negro e só tínhamos um objetivo: não olhar para baixo e não nos afogar nele.
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Carsten Jensen (We, the Drowned)