Tem Quotes

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Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
Fernando Teixeira de Andrade
-Você tem um cigarro? -Estou tentando parar de fumar. -Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora. -Você tem uma coisa nas mãos agora. -Eu? -Eu.
Caio Fernando Abreu (Morangos Mofados)
Os homens pensam que possuem uma mente, mas é a mente que os possui. Há pessoas que amam o poder, e outras que tem o poder de amar
Bob Marley
Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".
José Saramago
As pessoas associam que viver intensamente era sinônimo de encarar aventuras e fazer o que tem vontade, mas, para mim, viver intensamente era aprender aos poucos e com coragem a se amar em um mundo que fazia questão que nos odiássemos.
Bel Rodrigues (13 Segundos)
Leop­ards break in­to the tem­ple and drink all the sac­ri­fi­cial ves­sels dry; it keeps hap­pen­ing; in the end, it can be cal­cu­lat­ed in ad­vance and is in­cor­po­rat­ed in­to the rit­ual.
Franz Kafka (The Zürau Aphorisms)
O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!
Florbela Espanca
O tempo tem um estranho senso de humor. Não interessa qual o momento, é sempre cedo demais para umas coisas, tarde demais para outras, mas nem por isso tudo deixa de acontecer.
L.C. Lavado (O Diabo dos Anjos (Ed. Beta))
A inteligência, ao contrário do dinheiro ou da saúde, tem esta peculiaridade: quanto mais você a perde, menos dá pela falta dela.
Olavo de Carvalho
O melhor caminho para uma desculpabilização universal é chegar à conclusão de que, porque toda a gente tem culpas, ninguém é culpado.
José Saramago (The Double)
eu acabara de aprender que a vida tem de ser mais à deriva, mais ao acaso, porque quem se guarda de tudo foge de tudo.
Valter Hugo Mãe (A máquina de fazer espanhóis)
- Dar ești atât de schimbată, că parcă mă tem... Mă tem să nu te înșel pe tine cu tine.
Cella Serghi (Pânza de păianjen)
Porque viver não tem nada a ver com isso que as pessoas fazem todos os dias, viver é precisamente o oposto, é aquilo que não fazemos todos os dias.
Afonso Cruz (Flores)
If you love someone, they leave you. But if you don't love someone, they leave you, too. So your choice isn't between loving and losing but only between loving and not loving.
Steve Rasnic Tem
- Ştii, de fapt nu de necunoscut mă tem, ci de fapul că voi pierde toate câte le cunosc.
Éric-Emmanuel Schmitt (Oscar et la dame rose)
As paredes tem ouvidos. (Portuguese: The walls have ears.)
Madeleine L'Engle (A Wrinkle in Time (A Wrinkle in Time Quintet, #1))
Ser feliz é uma responsabilidade muito grande. Pouca gente tem coragem. Tenho coragem mas com um pouco de medo. Pessoa feliz é quem aceitou a morte. Quando estou feliz demais, sinto uma angústia amordaçante: assusto-me.
Clarice Lispector (A Breath of Life)
Algumas pessoas te odeiam por causa do seu sucesso. E eles sempre vão te odiar, mesmo que você ihes dê tudo o que tem.
Mouloud Benzadi
Mar Português Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quere passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
O amor que ainda não se definiu é como uma melodia do desenho incerto. Deixa o coração a um tempo alegre e perturbado e tem o encanto fugidio e misterioso de uma música ao longe…
Erico Verissimo
Este governo não há de cair -porque não é um edifício. Tem de sair com benzina - porque é uma nódoa!
Eça de Queirós (O Conde d'Abranhos / A Catástrofe)
É extraordinário! Neste abençoado país todos os políticos têm «imenso talento». A oposição confessa sempre que os ministros, que ela cobre de injúrias, tem, à parte os disparates que fazem, um «talento de primeira ordem»! Por outro lado a maioria admite que a oposição, a quem ela contantemente recrimina pelos disparates que fez, está cheia de «robustíssimos talentos»! De resto todo o mundo concorda que o país é uma choldra. E resulta portanto este facto supracómico: um país governado «com imenso talento», que é de todos na Europa, segundo o consenso unânime, o mais estùpidamente governado! Eu proponho isto, a ver: que, como os talentos sempre falham, se experimentem uma vez os imbecis!
Eça de Queirós (Os Maias)
- Não gosto de pretos, Kindzu. - Como? Então gosta de quem? Dos brancos? - Também não. - Já sei: gosta de indianos, gosta da sua raça. - Não. Eu gosto de homens que não tem raça. É por isso que eu gosto de si, Kindzu.
Mia Couto (Sleepwalking Land)
Tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?
Caio Fernando Abreu
Um dia feliz tem mais poder que a tristeza de uma vida inteira. Nele moram as reviravoltas
Carla Madeira (Tudo é rio)
‎"Ter medo de errar é um erro. É sempre um erro. E é o único erro que não tem perdão. Sou maravilhado por quem erra. Por quem sabe que, por fazer, por tentar, pode errar. E são as melhores pessoas, convence-te disso, quem mais erra. São as pessoas que vão aos limites (e os ultrapassam sempre que lá chegam), que se testam como se não houvesse amanhã, como se o agora fosse tudo o que há para haver. E é: o agora é tudo o que há para haver.
Pedro Chagas Freitas (Eu Sou Deus)
- A memória de um homem tem as suas cicatrizes, meu amigo - sussurrou Wlodek, olhando o vazio. - Há que aprender a viver com elas.
João Pinto Coelho (Perguntem a Sarah Gross)
You can go on as many dates as you want, amor,” Dominic said softly. “But no one will love you like I do. Você e eu. Não tem comparação.
Ana Huang (King of Greed (Kings of Sin, #3))
Se um dia o nosso amor fizer sentido estarmos juntos não tem qualquer sentido
Pedro Chagas Freitas
And I wish I had the power to tell tem that the despair of their hearts was not to be final, and their night was not without hope. For the battle they lost can never be lost.
Ayn Rand (Anthem)
A felicidade não está no que acontece mas no que acontece em nós desse acontecer. A felicidade tem que ver com o que nos falta ou não na vida que nos calhou. Devo dizer-te que me não falta nada, quase nada.
Vergílio Ferreira (Em Nome da Terra)
For most of my life I've been a listener. At least in the beginning, I think the reason I listened so intently was to have a chance of hearing the train before it ran over me.
Steve Rasnic Tem
À igreja nunca se lhe pediu que explicasse fosse o que fosse, a nossa outra especialidade, além da balística, tem sido neutralizar, pela fé, o espírito curioso.
José Saramago (Death with Interruptions)
Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.
Clarice Lispector (Near to the Wild Heart)
There is no inconsistency whatsoever between the election of Barack Obama to the highest office in the land and the exis­tence of a racial caste system in the era of colorblindness. The current sys­tem of control depends on black exceptionalism; it is not disproved or undermined by it.
Michelle Alexander (The New Jim Crow: Mass Incarceration in the Age of Colorblindness)
Sinto uma alegria enorme Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Alberto Caeiro (The Collected Poems of Alberto Caeiro)
É vital sempre fazer o melhor na condição que você tem enquanto não tem condições melhores para fazer melhor ainda.
Mario Sergio Cortella
Todas as manhãs a gazela acorda sabendo que tem que correr mais veloz que o leão ou será morta. Todas as manhãs o leão acorda sabendo que deve correr mais rápido que a gazela ou morrerá de fome. Não importa se és um leão ou uma gazela: quando o Sol desponta o melhor é começares a correr.
Mia Couto (A Confissão da Leoa)
Eu não posso prever o futuro, e ninguém tem felicidade garantida pro resto da vida. Pode ser que amanhã as coisas piorem. Pode ser que você ganhe na loteria e as coisas melhorem mais ainda. A gente não tem controle de nada. Mas você não pode deixar essa falta de controle te impedir de viver o agora
Vitor Martins (Um milhão de finais felizes)
Também no interior do corpo a treva é profunda, e contudo o sangue chega ao coração, o cérebro é cego e pode ver, é surdo e ouve, não tem mãos e alcança, o homem claro está, é o labirinto de si mesmo.
José Saramago (The Year of the Death of Ricardo Reis)
— Um lobisomem não tem terra, filho, é bicho do mundo.
Jana P. Bianchi (Lobo de Rua (A Galeria Creta, #0.5))
Às vezes as pessoas se mostram inconfiáveis. Quando isso acontece, a reação correta não é: Porra! Eu sabia que não podia confiar em ninguém. A reação correta é: Tem uns que são uns bostas. E segue em frente.
Amanda Palmer (The Art of Asking; or, How I Learned to Stop Worrying and Let People Help)
Certos passos você tem de dar sozinho.
Suzanne Collins (Mockingjay (The Hunger Games, #3))
O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda.
Nelson Rodrigues (Flor de obsessão: As 1000 melhores frases de Nelson Rodrigues)
Despedida tem cheiro de amizade cinzenta.
Ondjaki (Os da Minha Rua)
Ao fixar o reflexo dos meus olhos no espelho, já me pareceu muitas vezes que está outra pessoa dentro deles. Observa-me, julga-me, mas não tem voz para se exprimir. Será talvez eu com outra idade, criança ou velho: inocente, magoado por me ver a destruir todos os seus sonhos; ou amargo, a culpar-me pela construção lenta dos seus ressentimentos. Seria melhor se tivesse palavras para dizer-me, mas não. Só aquele olhar lhe pertence. É lá que está prisioneiro.
José Luís Peixoto (Livro)
que a gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de tolerar de ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a ideia e o sentir da gente; o que isso era falta de soberania, e farta bobice, e fato é.
João Guimarães Rosa (Grande Sertão: Veredas)
O amor é fodido. Hei-de acreditar sempre nisto. Onde quer que haja amor, ele acabará, mais tarde ou mais cedo, por ser fodido. É melhor do que morrer. Há coisas, como o álcool e os livros, que continuam boas. A morte é mais aborrecida. Por que é que fodemos o amor? Porque não resistimos. É do mal que nos faz. Parece estar mesmo a pedir. De resto, ninguém suporta viver um amor que não esteja pelo menos parcialmente fodido. Tem de haver escombros. Tem de haver esperança. Tem de haver progresso para pior e desejo de regresso a um tempo mais feliz. Um amor só um bocado fodido pode ser a coisa mais bonita deste mundo
Miguel Esteves Cardoso (O Amor é Fodido)
Esta é a vida vista pela vida. Posso não ter sentido mas é a mesma falta de sentido que tem a veia que pulsa.
Clarice Lispector (The Stream of Life)
Não sou esnobe; eu simplesmente não estou interessado no que a maioria das pessoas tem pra dizer, ou no que elas desejam fazer - principalmente com o meu tempo
Charles Bukowski
Toda regra tem exceção. E se toda regra tem exceção, então, esta regra também tem exceção e deve haver, perdida por aí, uma regra absolutamente sem exceção.
Millôr Fernandes (O Livro Vermelho dos Pensamentos de Millôr)
12. Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância Por: Bernado Soares In: Livro do Desassossego
Fernando Pessoa (The Book of Disquiet)
- Ensinar-me? - Levantei a sobrancelha. - Ensinar-me o quê? Tem idade para ser Mestre? - Posso ensinar-lhe muitas coisas. - Respondeu oferecendo-me um sorriso, desta vez, malicioso.
Tânia Dias (Despedaçada (Broken, #1))
(...) o peso da dor nada tem que ver com a qualidade da dor. A dor é o que se sente. Nada mais. Desisto definitivamente de me iludir com a minha força de adulto sobre o peso de uma amargura infantil. Exactamente porque toda a vida que tive sempre se me representa investida da importância que em cada momento teve. Como se eu jamais tivesse envelhecido. Exactamente porque só é fútil e ingénua a infância dos outros - quando se não é já criança.
Vergílio Ferreira (Manhã Submersa)
Deus fez-nos cheios de buracos na alma e o nosso dever é tapá-los todos para navegar. O homem é um bêbedo sempre encostado à parede ou uma criança a fazer tem-tem. Toda a grandeza é um investimento em nós próprios e é por isso que os grandes têm uma grande solidão.
Vergílio Ferreira
Todos estão loucos, neste mundo? Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total. Todos os sucedidos acontecendo, o sentir forte da gente — o que produz os ventos. Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor.
João Guimarães Rosa (Grande Sertão: Veredas)
Por que se gosta de um autor? Gosta-se de um autor quando, ao lê-lo, tem-se a experiência de comunhão. Arte é isso: comunicar aos outros nossa identidade íntima com eles. Ao lê-lo eu me leio, melhor me entendo. Somos do mesmo sangue, companheiros no mesmo mundo. Não importa que o autor já tenha morrido há séculos... [...] Nasci neste tempo, mas minha alma ficou num lugar do passado que eu muito amei.
Rubem Alves (Ostra feliz não faz pérola)
Deveria isto bastar, dizer de alguém como se chama e esperar o resto da vida para saber quem é, se alguma vez o saberemos, pois ser não é ter sido, ter sido não é será, mas outro é o costume, quem foram os pais, onde nasceu, que idade tem, e com isto se julga ficar a saber mais, e às vezes tudo.
José Saramago (Baltasar and Blimunda)
Sábio é o ser humano que tem coragem de ir diante do espelho da alma para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar as mais belas sementes no terreno da sua inteligência.
Augusto Cury
Rosa nunca se sente única. Isso nunca lhe acontece na vida. Todos os seus momentos são minimizados com um "isso também já me aconteceu". A vida de Rosa é partilhada por todos e não tem nada de único. Todos os seres humanos são únicos, menos Rosa. Ela pertence a todos, como o pão da missa que se divide pela humanidade.
Afonso Cruz (Jesus Cristo Bebia Cerveja)
Atravessar a Rússia significa percorrer onze fusos horários. Quando numa ponta do país é de dia, na outra é de noite. A Rússia é com a alma humana. se tem um lado luminoso, é porque a outra ponta está no escuro. Somos todos feitos desta estranha mistura de fusos horários.
Afonso Cruz (Os Livros Que Devoraram o Meu Pai)
Hoje eu sei que os filmes não são melhores ou piores, apenas diferentes da vida real. Ao contrário de Hollywood, onde as películas são produzidas, revisadas, ensaiadas até que fiquem perfeitas, a nossa existência é feita de improviso. E, se erramos uma fala, não tem como dizer "Corta!" e gravar de novo.
Paula Pimenta (O roteiro inesperado de Fani (Fazendo meu filme, #3))
Não é fácil fazer generalizações sobre a dor. Cada dor tem as suas características próprias. Reformulando a famosa frase de Tolstói: "Todas as felicidades se parecem umas com as outras; cada dor dói à sua maneira.
Haruki Murakami (1Q84 (1Q84, #3))
O amor perdido não deixa de ser amor. Apenas assume uma forma diferente. Não conseguimos ver o sorriso da pessoa amada, ou levar-lhe comida, ou mexer-lhe nos cabelos, ou rodopiar com ela numa pista de dança. Mas quando esses sentimentos enfraquecem, há outro que se sublime. A memória. A memória torna-se nossa companheira. Alimenta-nos. A vida tem um fim. Mas o Amor não.
Mitch Albom (The Five People You Meet in Heaven)
Se eu voltar a ter olhos, olharei verdadeiramente os olhos dos outros, como se estivesse a ver-lhes a alma, A alma, perguntou o velho da venda preta, Ou o espírito, o nome pouco importa, foi então que, surpreendentemente, se tivermos em conta que se trata de pessoa que não passou por estudos adiantados, a rapariga dos óculos escuros disse, Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.
José Saramago (Blindness)
Eu e Antônio estamos casados há vinte e seis anos. Nem sempre é bom, nem sempre é ruim. Desconheço a balança que mede isso. É o que é, aceito, rejeito, mas não escolho mais tirar de mim esse amor entranhado, pertence a lugares em mim que não mando mais. Não fico tomando conta, podia ser assim, podia ser assado, medindo com régua o que falta. Não quero viver sem Antônio, me caso todos os dias com ele, acordo e caso, depois faço o café. Tem dia que ele tá chato de doer, largo pra lá, vai ser chato longe de mim e pronto. Ele melhora sozinho, depois piora e torna a melhorar, e a gente vai assim tomando distância e diminuindo distância. Caminhando.
Carla Madeira (Tudo é rio)
For so long I have lived on the edge of an invisible world. Sometimes I feel like the scattered debris left over after the personality has fallen out of the sky.
Steve Rasnic Tem (The Man on the Ceiling)
In my language, there is no word for I. To even come close, you must say, E’tesh’lem vereme pri’lus, which means, This one here who is apart from all. It’s the way we say lonely and alone. It’s the way we say outsider. It’s the way we say weak. Everyone always wonders about I love you. In Ifrek you say, Mev o’tem, or, We are together. “How do you say, I’m tired?” people ask. “Ek’erb nal veesh ly. The time for rest is upon us.
Rivers Solomon (An Unkindness of Ghosts)
É curioso: tenho notado que as pessoas em geral simpatizam comigo à primeira vista. No entanto, sou um tipo arisco e distante. Não que eu queira mal aos homens ou que os tema a ponto de procurar fugir-lhes ao contato. Alguém já disse que na minha atitude para com o mundo há muito de orgulho. Engano. Não tenho atitude nem orgulho. Uma paisagem bela tem a força de me comover até as lágrimas. Mas a paisagem humana é a que mais me interessa. O mistério das almas me seduz. Esta vaga sensação de desconfiança que me envolve quando estou em companhia dos homens vai por conta de velhas decepções.
Erico Verissimo
Nimeni nu este perfect, Izabela. Uneori devenim judecătorii oamenilor nu pentru că am fi perfecți, ci pentru a le arăta lor cum sunt în realitate, fețele hidoase pe care unii le ascund sub măștile pe care le poartă. Mă tem că uneori după măștile acelea se furișează propria noastră umbră, orgoliile infatuarea, lipsa de moralitate...
Sorina Popescu (Descântecul ploii)
deus tem que ser substituído rapidamente por poe- mas, sílabas sibilantes, lâmpadas acesas, corpos palpáveis, vivos e limpos. a dor de todas as ruas vazias. sinto-me capaz de caminhar na língua aguçada deste silêncio. e na sua simplicidade, na sua clareza, no seu abis- mo. sinto-me capaz de acabar com esse vácuo, e de aca- bar comigo mesmo. a dor de todas as ruas vazias. mas gosto da noite e do riso de cinzas. gosto do deserto, e do acaso da vida. gosto dos enganos, da sorte e dos encontros inesperados. pernoito quase sempre no lado sagrado do meu cora- ção, ou onde o medo tem a precaridade doutro corpo. a dor de todas as ruas vazias. pois bem, mário - o paraíso sabe-se que chega a lis- boa na fragata do alfeite. basta pôr uma lua nervosa no cimo do mastro, e mandar arrear o velame. é isto que é preciso dizer: daqui ninguém sai sem cadastro. a dor de todas as ruas vazias. sujo os olhos com sangue. chove torrencialmente. o filme acabou. não nos conheceremos nunca. a dor de todas as ruas vazias. os poemas adormeceram no desassossego da idade. fulguram na perturbação de um tempo cada dia mais curto. e, por vezes, ouço-os no transe da noite. assolam-me as imagens, rasgam-me as metáforas insidiosas, porcas. ..e nada escrevo. o regresso à escrita terminou. a vida toda fodida - e a alma esburacada por uma agonia tamanho deste mar. a dor de todas as ruas vazias.
Al Berto (Horto de incêndio)
A vida é como um livro, filho. E todo livro tem um fim. Não importa o quanto você goste do livro você vai chegar na última página e ele vai terminar. Nenhum livro é completo sem o fim. E quando você chega lá somente quando você lê as últimas palavras é que você vê como o livro é bom. Ele parece mais real.
Gabriel Bá (Daytripper)
He was dead; I needed to let his memory go, too. That was the first step for me, before discrimination. Yet my love was the ghost of a young girl's dream. It walked alone in the abyss, stubbornly, where only illusions prospered on tears and regrets. My love had a life of its own; it was perverted but nevertheless still vital. For that reason, I wanted to return to deep space. Honestly, I would have preferred it if we had traveled forever and never stopped at another star system. To fall into endless blackness, that was my new fantasy. The young girl with the ancient dream wept. I could hear her; I even saw her tears on the glass of the observation deck. It made me feel old. I didn't want to know her name. I couldn't forget Tem but I needed to forget her.
Christopher Pike (The Starlight Crystal)
Uma relação de duas pessoas converteu-se numa de três, numa coisa mais triangular. Só uma relação que consegue formar um polígono consegue sobreviver, pensava Borja. Quando assenta em dois pontos, não resiste ao tempo, é um segmento de recta muito frágil. É um pontinho a olhar para outro pontinho, não tem a solidez do triângulo e, muito menos, da circunferência. Parte-se como um palito.
Afonso Cruz (Jesus Cristo Bebia Cerveja)
Nunca consegui perceber as pessoas que gostam de tudo: na minha cabeça, gostar de tudo é não gostar verdadeiramente de nada. Só quem gosta muito de alguma coisa, por exemplo, de bolo de chocolate, sabe que vale a pena deixar outros bolos de lado. Quem gosta genuinamente de bolo de chocolate sabe que esse bolo, por ser melhor, tem a capacidade de anular os outros - não vale a pena usar as papilas gustativas com bolos assim-assim, quando já se provou o melhor.
Rita da Nova (As Coisas Que Faltam)
Uma criança recém-nascida, julga-se infinita. Não sabe onde é que acaba, onde é que tem os seus limites. Depois, descobre os pés e fica fascinada. É um bebé que se depara com os seus limites: Ah, é então aqui que finda o meu corpo. E, aos poucos, o mundo vai-se tornando maior, porque a criança se vai tornando mais pequena: antes era tudo e agora não vá além dos pés. Vai-se contraindo. O ego vai-se arrepiando num pontinho e deixando espaço para que as coisas possam existir à sua volta. Surge o Eu e o Tu. A criança cria essa distância, e o melhor que se pode esperar é que essa distância mantenha alguma proximidade. Mas tudo isto faz parte do crescimento, tal como faz parte do encolhimento e da expansão do universo.
Afonso Cruz (Jesus Cristo Bebia Cerveja)
Sem a loucura que é o homem Mais que a besta sadia, Cadáver adiado que procria?" O sonho é ver as formas invisíveis Da distância imprecisa, e, com sensíveis Movimentos da esp'rança e da vontade, Buscar na linha fria do horizonte A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte - Os beijos merecidos da Verdade. " (...)Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quere passar além do Bojador Tem que passar além da dor. " Triste de quem é feliz! Vive porque a vida dura. Nada na alma lhe diz Mais que a lição da raiz - Ter por vida a sepultura." Ser descontente é ser homem. " Tenho meus olhos quentes de água. " 'Screvo meu livro à beira-mágoa. " Quando, meu Sonho e meu Senhor?
Fernando Pessoa (Mensagem: poemas esotéricos (Coleccion Archivos) (Spanish Edition))
Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.
Martha Medeiros
I was never very good with either my hands or feet. It always seemed to me they'd just been stuck on as an afterthought during my making. Dreams didn't translate through sports, or music, dancing, carpentry, plumbing. I was the bookish kid, more at home in the pages of a fantasy than in the room in the town on the planet.
Steve Rasnic Tem (The Man on the Ceiling)
Îmi zisese într-o zi: "Nu, domnule, eu nu mă tem de moarte. Vină cînd va dori. Uşa e deschisă, nu trebuie nici măcar să bată. E destul s-o împingă şi să-mi spună: «Bună ziua, domnule»... asta-i singura condiţie pe care i-o pun, să mi se adreseze politicos... «am venit să vă poftesc cu mine». Poate că tot din politeţe o voi întreba «unde?», fără să aştept un răspuns, deoarece ştiu că n-ar avea ce să-mi răspundă. După care formalităţile ar fi încheiate şi m-aş pregăti de călătorie, iertîndu-i pe toţi, uitîndu-i şi lăsîndu-i şi pe ei să mă uite"...
Octavian Paler (Un om norocos)
Estava eu a dizer ao António que o cão não passa este inverno - declarou meu pai - para ele era uma sorte se morresse. - Não morre! - disse eu, aflito. Mas Tomás aproximara-se também: Que é que tu esperas do cão? Viveu, tem de morrer. Não havia ali, porém, uma acusação. Havia só o reconhecimento de uma evidência serena. Mas justamente para mim o que era evidente não era a morte, era a vida. Como podia o cão morrer? Como podia morrer a sua pessoa?
Vergílio Ferreira (Aparição)
Ava, se você for ouvir tudo que as pessoas esperam de você, vai viver a vida que elas querem. Várias pessoas vão achar que você é só músculo e nenhum cérebro, mas você tem de se perguntar se isso é real. A impressão que elas têm de você não é a verdade. Não é o respeito delas que vai fazer você melhor ou pior! O que os outros acham de você não a define, e sim como você se vê, a forma como pensa de si mesma.
Bárbara Morais (A Ilha dos Dissidentes (Anômalos, #1))
A rua dos cataventos Da vez primeira em que me assassinaram, Perdi um jeito de sorrir que eu tinha. Depois, a cada vez que me mataram, Foram levando qualquer coisa minha. Hoje, dos meu cadáveres eu sou O mais desnudo, o que não tem mais nada. Arde um toco de Vela amarelada, Como único bem que me ficou. Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada! Pois dessa mão avaramente adunca Não haverão de arracar a luz sagrada! Aves da noite! Asas do horror! Voejai! Que a luz trêmula e triste como um ai, A luz de um morto não se apaga nunca!
Mario Quintana
Os homens querem fugir - e fazem mal. As mulheres querem confiar - e fazem mal. É nesse desequilíbrio, igualado pelo facto de ambos os sexos se darem mal, que se encontra a grande electricidade que nos junta e dá pica e desconjunta. A maior parte dos homens - sobretudo os mulherengos - morre sem saber o que é receber o que uma mulher pode dar. Uma mulher inteira - alma e tudo - pesa mais do que dois homens. É mais profunda e, ao mesmo tempo, mais volúvel. Não tem a obsessão pela escolha e pela definição que têm os homens. É volátil. Quer voar. Quer evaporar-se. Quer sair dali para fora e ser outra coisa.
Miguel Esteves Cardoso (Como é Linda a Puta da Vida)
Sabe, Virgínia, vejo Laura como aquele espelho despedaçado: a gente pode ir lá no fundo e colar os cacos, mas tudo então que ele vier a refletir, o céu, as árvores, as pessoas, tudo, tudo estará como ele próprio, partido em mil pedaços. Veja bem, triste não é o que possa vir a acontecer... A morte, por exemplo. Triste é o que está acontecendo neste instante. Ela tem a cabeça doente, o coração doente. E não há remédio. Só o sopro lá dentro é que continua perfeito como o espelho antes de cair no chão.
Lygia Fagundes Telles (Ciranda de Pedra)
A vida das pessoas acaba assim e Matilde nem sequer tem consciência de que morreu uma das suas mortes. De cada vez que deixamos de ser percebidos, morremos. Quando somos enterrados deixamos de ser percebidos por toda a gente, mas quando os outros já não olham para nós, ficaram condenados para um número limitado de pessoas, a uma morte em tudo idêntica à outra. A nossa morte não acontece quando somos enterrados, acontece continuamente: os dentes caem, os joelhos solidificam, a pele engelha-se, os amigos partem. Tudo isso é a morte. O momento final é apenas isso, um momento.
Afonso Cruz (Jesus Cristo Bebia Cerveja)
Stories are masks of God. That's a story, too, of course. I made it up, in collaborations with Joseph Campbell and Scheherazade, Jesus and the Buddha and the Brother's Grimm. Stories show us how to bear the unbearable, approach the unapproachable, conceive the inconceiveable. Stories provide meaning, texture, layers and layers of truth. Stories can also trivialize. Offered indelicately, taken too literally, stories become reductionist tools, rendering things neat and therefore false. Even as we must revere and cherish the masks we variously create, Campbell reminds us, we must not mistake the masks of God for God. So it seemes to me that one of the most vital things we can teach our children is how to be storytellers. How to tell stories that are rigorously, insistently, beautifully true. And how to believe them.
Melanie Tem (The Man on the Ceiling)
To what end the ‘world’ exists, to what end ‘man­kind’ exists, ought not to concern us at all for the moment except as objects of humour: for the presumptuousness of the little human worm is the funniest thing at present on the world’s stage; on the other hand, do ask yourself why you, the individual, exist, and if you can get no other answer try for once to justify the meaning of your existence as it were a posteriori by setting before yourself an aim, a goal, a ‘to this end’, an exalted and noble ‘to this end’ . Perish in pursuit of this and only this - I know of no better aim of life than that of perishing, animae magnae prodigus, in pursuit of the great and the impossible. If, on the other hand, the doctrines of sovereign becoming, of the fluidity of all concepts, types and species, of the lack of any cardinal distinction between man and animal - doctrines which I consider true but deadly - are thrust upon the people for another generation with the rage for instruction that has by now become normal, no one should be surprised if the people perishes of petty egoism, ossification and greed, falls apart and ceases to be a people; in its place sys­tems of individualist egoism, brotherhoods for the rapacious exploitation of the non-brothers, and similar creations of utilitarian vulgarity may perhaps appear in the arena of the future. To prepare the way for these creations all one has to do is to go on writing history from the standpoint of the masses and seeking to derive the laws which govern it from the needs of these masses, that is to say from the laws which move the lowest mud- and clay-strata of society. The masses seem to me to deserve notice in three respects only: first as faded copies of great men produced on poor paper with worn-out plates, then as a force of resistance to great men, finally as instruments in the hands of great men; for the rest, let the Devil and statistics take them!
Friedrich Nietzsche (Untimely Meditations)
Michel Foucault tem uma obra fantástica, Vigiar e punir, na qual afirma que essa sociedade de mercado em que vivemos só considera o ser humano útil quando está produzindo. Com o avanço do capitalismo, foram criados os instrumentos de deixar viver e de fazer morrer: quando o indivíduo para de produzir, passa a ser uma despesa. Ou você produz as condições para se manter vivo ou produz as condições para morrer. O que conhecemos como Previdência, que existe em todos os países com economia de mercado, tem um custo. Os governos estão achando que, se morressem todas as pessoas que representam gastos, seria ótimo. Isso significa dizer: pode deixar morrer os que integram os grupos de risco. Não é ato falho de quem fala; a pessoa não é doida, é lúcida, sabe o que está falando.
Ailton Krenak (O Amanhã Não Está à Venda)
Instruções para dar corda ao relógio Lá no fundo está a morte, mas não tenha medo. Segure o relógio com uma mão, pegue com dois dedos o pino da corda, puxe-o suavemente. Agora abre-se outro prazo, as árvores soltam suas folhas, os barcos correm regata, o tempo como um leque vai-se enchendo de si mesmo e dele brotam o ar, as brisas da terra, a sombra de uma mulher, o perfume do pão. Que mais quer, que mais quer? Amarre-o depressa ao seu pulso, deixe-o bater em liberdade, imite-o anelante. O medo enferruja as âncoras, cada coisa que pôde ser alcançada e foi esquecida começa a corroer as veias do relógio, gangrenando o frio sangue de seus pequenos rubis. E lá no fundo está a morte se não corremos, e chegamos antes e compreendemos que já não tem importância.
Julio Cortázar (Historias de cronopios y de famas / Un tal Lucas)
Os governos não sabem que as pessoas existem, de tão em cima que estão. Falam do povo, mas é uma entidade abstrata, tal como nós falamos de Deus. Ninguém, lá do alto da governação, sabe se o povo realmente existe, é uma questão de fé. Chega-se até a descrever as suas caraterísticas e a temê-lo, mas nunca ninguém o viu, senão uns místicos que chegaram ao nosso nível e que acabam descredibilizados e ridicularizados. O místico diz que o povo sofre e que é preciso mais justiça e que cada pessoa tem uma vida e não são uma Unidade, mas que são, isso sim, pessoas realmente separadas umas das outras, com existência própria. Ele, como um profeta do fim dos tempos, avisa os seus congéneres de que o povo pode ser perigoso e pode derrubar coisas muito altas. É preciso não esquecer, diz ele com o dedo esticado para baixo, que, por mais alta que seja uma árvore, o seu tronco mantém-se ao alcance de um machado. Mas ninguém dá ouvidos ao místico e a sua carreira política termina imediatamente e de forma ultrajante.
Afonso Cruz (O Pintor Debaixo do Lava-Loiças)
A vida inteira ele viveu perambulando, mandado embora de um lugar, assim que a "gente fina" comprava toda a maconha ou haxixe que quisesse, assim que houvesse perdido na roda da fortuna todas as moedas que queria. A vida inteira ele se ouviu sendo chamado de cigano sujo. A "gente fina" cria raízes; ele não tem nenhuma. Esse sujeito, Halleck, viu tendas de lona serem incendiadas por brincadeira, nos anos 30 e 40, e talvez houvesse bebês e velhos incendiados em algumas daquelas tendas. Ele viu suas filhas ou as filhas dos amigos serem atacadas, talvez violentadas, porque toda aquela "gente fina" sabe que ciganos trepam como coelhos e que um pouco mais não fará diferença — mas mesmo que faça, quem se importa? Ele talvez tenha visto seus filhos ou os filhos dos amigos serem surrados até quase a morte... e por quê? Porque os pais dos garotos que os surraram perderam algum dinheiro nos jogos de azar. É sempre a mesma coisa: você chega na cidade, a "gente fina" fica com o que quer e depois o manda embora. Às vezes, essa "gente fina" o condena a uma semana de trabalho na fazenda local de ervilhas ou um mês entre os trabalhadores da estrada local, como medida de ensinamento. E então, Halleck, para o cúmulo das coisas, vem o estalo final do chicote. O importante advogado de três queixos e bochechas de buldogue atropela e mata sua esposa na rua. Ela tem 70, 75 anos, é meio cega, talvez apenas se aventure no meio da rua depressa demais por querer voltar para sua gente antes de se mijar nas roupas — e ossos velhos quebram fácil, ossos velhos são como vidro, e você fica por ali, pensando que desta vez, apenas desta vez, haverá um pouco de justiça... um instante de justiça, como indenização por toda uma vida de miséria e...
Richard Bachman (Thinner)
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu conhecer a soma dos tormentos que já terão padecido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno. Este outro suplício escapou ao divino Dante; mas eu não estou aqui para emendar poetas. Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me definitivamente aos cabelos de Capitou, mas então com as mãos, e disse-lhe, – para dizer alguma cousa, – que era capaz de os pentear, se quisesse. – Você? – Eu mesmo. – Vai embaraçar-me o cabelo todo, isso sim. – Se embaraçar, você desembaraça depois. – Vamos ver.
Machado de Assis (Dom Casmurro)
Sabes qual é o erro que cometemos sempre? Acreditar que a vida é imutável, que, mal escolhemos um carril, temos de o seguir até ao fim. Contudo, o destino tem muito mais imaginação do que nós... Precisamente quando se pensa que se está num beco sem saída, quando se atinge o cúmulo do desespero, com a velocidade de uma rajada de vento tudo muda, tudo se transforma, e de um momento para o outro damos por nós a viver uma nova vida. […] Se, esteja onde estiver, arranjar maneira de te ver, só ficarei triste, como fico triste sempre que vejo uma vida desperdiçada, uma vida em que o caminho do amor não conseguiu cumprir-se. Tem cuidado contigo. Sempre que à medida que fores crescendo, tiveres vontade de converter as coisas erradas em certas, lembra-te que a primeira revolução a fazer é dentro de nós próprios, a primeira e a mais importante. Lutar por uma ideia sem se ter uma ideia de si próprio é uma das coisas mais perigosas que se pode fazer. Quando te sentires perdida, confusa, pensa nas árvores, lembra-te da forma como crescem. Lembra-te que uma árvore com muita ramagem e poucas raízes é derrubada à primeira rajada de vento, e que a linfa custa a correr numa árvore com muitas raízes e pouca ramagem. As raízes e os ramos devem crescer de igual modo, deves estar nas coisas e estar sobre as coisas, só assim poderás dar sombra e abrigo, só assim, na estação apropriada, poderás cobrir-te de flores e de frutos. E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai onde ele te levar.
Susanna Tamaro (Follow Your Heart)
Entre as recordações de cada pessoa, há coisas que ela não conta para qualquer um, somente para os amigos. Há também aquelas que ela não conta nem para os amigos, somente para sim mesma, e isso secretamente. Mas, finalmente, há também aquelas que o indivíduo tem medo de revelar até para si mesmo, e um homem respeitável tem tais coisas acumuladas em grande quantidade. E pode ser assim mesmo: quanto mais respeitável ele é, mais coisas desse tipo ele tem acumuladas. Eu, pelo menos, só recentemente tomei coragem para recordar algumas das minhas aventuras passadas, as quais até agora tinha evitado com uma certa inquietação. E agora, quando não só recordei, como até me decidi a escrevê-las, agora exatamente quero tirar a prova: é possível alguém ser inteiramente sincero consigo mesmo e não temer toda a verdade? A propósito: Heine afirma que é quase impossível existirem autobiografias sinceras, porque na certa o ser humano mentirá, falando de si mesmo. Na opinião dele, por exemplo, Rousseau sem dúvida mentiu sobre si mesmo em suas 'Confissões' e fez isso até deliberadamente, por vaidade. Estou convencido de que Heine está certo; entendo perfeitamente como, às vezes, alguém pode confessar uma série de crimes por pura vaidade e percebo até muito bem de que tipo pode ser essa vaidade.
Fyodor Dostoevsky
Posso acreditar em coisas que são verdade e posso acreditar em coisas que não são verdade. E posso acreditar em coisas que ninguém sabe se são verdade ou não. Posso acreditar no Papai Noel, no coelhinho da Páscoa, na Marilyn Monroe, nos Beatles, no Elvis e no Mister Ed. Ouça bem... Eu acredito que as pessoas evoluem, que o saber é infinito, que o mundo é comandado por cartéis secretos de banqueiros e que é visitado por alienígenas regularmente -uns legais, que se parecem com lêmures enrugados, e uns maldosos, que mutilam gado e querem nossa água e nossas mulheres. Acredito que o futuro é um saco e que é demais, e acredito que um dia a Mulher Búfalo Branco vai ficar preta e chutar o traseiro de todo mundo. Também acho que todos homens não passam de meninos crescidos com profundos problemas de comunicação e que o declínio da qualidade do sexo nos Estados Unidos coincide com o declínio dos cinemas drive-in de um Estado ao outro. Acredito que todos os políticos são canalhas sem princípios, mas ainda assim melhores do que as outras alternativas. Acho que a Califórnia vai afundar no mar quando o grande terremoto vier, ao mesmo tempo em que a Flórida vai se dissolver em loucura, em jacarés, em lixo tóxico. Acredito que sabonetes antibactericidas estão destruindo nossa resistência à sujeira e às doenças, de modo que algum dia todos seremos dizimados por uma gripe comum, como aconteceu com os marcianos em Guerra dos Mundos. Acredito que os melhores poetas do século passado foram Edith Sitwell e Don Marquis, que o jade é esperma de dragão seco, e que há milhares de anos em uma vida passada eu era uma xamã siberiana de um braço só. Acho que o destino da humanidade está escrito nas estrelas, que o gosto dos doces era mesmo melhor quando eu era criança, que aerodinamicamente é impossível pra uma abelha grande voar, que a luz é uma onda e uma partícula, que tem um gato em uma caixa em algum lugar que está vivo e que está morto ao mesmo tempo (apesar de que, se não abrirem a caixa algum dia e alimentarem o bicho, ele no fim vai ficar só morto de dois jeitos), e que existem estrelas no universo bilhões de anos mais velhas do que o próprio universo. Acredito em um deus pessoal que cuida de mim e se preocupa comigo e que supervisiona tudo que eu faço, em uma deusa impessoal que botou o universo em movimento e saiu fora pra ficar com as amigas dela e nem sabe que estou viva. Eu acredito em um universo vazio e sem deus, um universo com caos causal, um passado tumultuado e pura sorte cega. Acredito que qualquer pessoa que diz que o sexo é supervalorizado nunca fez direito, que qualquer um que diz saber o que está acontecendo pode mentir a respeito de coisas pequenas. Acredito na honestidade absoluta e em mentiras sociais sensatas. Acredito no direito das mulheres à escolha, no direito dos bebês de viver, que, ao mesmo tempo em que toda vida humana é sagrada, não tem nada de errado com a pena de morte se for possível confiar no sistema legal sem restrições, e que ninguém, a não ser um imbecil, confiaria no sistema legal. Acredito que a vida é um jogo, uma piada cruel e que a vida é o que acontece quando se está vivo e o melhor é relaxar e aproveitar.
Neil Gaiman (American Gods (American Gods, #1))
Take the example of our spinner. We have seen that, to daily reproduce his labouring power, he must daily reproduce a value of three shillings, which he will do by working six hours daily. But this does not disable him from working ten or twelve or more hours a day. But by paying the daily or weekly value of the spinner's labouring power the capitalist has acquired the right of using that labouring power during the whole day or week. He will, therefore, make him work say, daily, twelve hours. Over and above the six hours required to replace his wages, or the value of his labouring power, he will, therefore, have to work six other hours, which I shall call hours of surplus labour, which surplus labour will realize itself in a surplus value and a surplus produce. If our spinner, for example, by his daily labour of six hours, added three shillings' value to the cotton, a value forming an exact equivalent to his wages, he will, in twelce hours, add six shillings' worth to the cotton, and produce a proportional surplus of yarn. As he has sold his labouring power to the capitalist, the whole value of produce created by him belongs to the capitalist, the owner pro tem. of his labouring power. By advancing three shillings, the capitalist will, therefore, realize a value of six shillings, because, advancing a value in which six hours of labour are crystallized. By repeating this same process daily, the capitalist will daily advance three shillings and daily pocket six shillings, one half of which will go to pay wages anew, and the other half of which will form surplus value, for which the capitalist pays no equivalent. It is this sort of exchange between capital and labour upon which capitalistic production, or the wages system, is founded, and which must constantly result in reproducing the working man as a working man, and the capitalist as a capitalist.
Karl Marx (Wage-Labour and Capital & Value, Price and Profit)
Olavismo. 1. Estilo de pensamento filosófico muito peculiar, que substitui o argumento pelo xingamento e o conceito pelo palavrão. 2. Fruto da expansão dos meios tecnológicos de informação, que, utilizando selfies e vídeos autoproduzidos, deixam aparecer na rede pessoas como se fossem “professores” e “intelectuais”, posando nas telas ao terem no fundo estantes decoradas com livros mal lidos e mal compreendidos. 3. Nome de uma corrente de fake-pensamento. "4. Expressão oriunda da composição de “Olá” e “revanchismo”, combinando alguém que chega de repente para dar a ideia aos governantes sem ideias de en-direitar o país com rifles e rifas e quem se sentiu a vida toda complexado por nunca ter conseguido entender o que é uma ideia e muito menos uma filosofia. 5. Nome da corrente ideológica que seduz, encanta e lidera o bando de ressentidos do país. 6. Uma forma bem específica de saudosismo: saudades da era medieval, saudades da teocracia, saudades de D. Pedro, saudades dos bons costumes. 7. Modo borrágico de expressar opiniões que procuram, em tese, chocar o senso comum, mas que nada mais fazem além de corroborar o pior dos sensos (o qual, infelizmente, muitas vezes é comum e quase sempre predominou ao longo da história). 8. Movimento de desespero final de quem quer encontrar uma identidade para chamar de sua e um líder para chamar de seu. 9. Espécie de fanatismo religioso que cultua o ódio e a intolerância travestidos de intelectualismo. 10. Seita seguida por pessoas particularmente vulneráveis a uma retórica violenta e macabra, mas perigosamente sedutora. 11. Doutrina do ter-razão-em-tudo quando não se tem razão em nada. Atribuindo a base dessa doutrina do ter-razão-em-tudo ao filósofo alemão Arthur Schopenhauer, é fácil constatar como olavistas não possuem o menor conhecimento nem de alemão e nem de filosofia, tendo (mal) entendido o próprio nome de Schopenhauer como “chope raro”, que, bebido, gera mal-entendidos dos princípios básicos da erística e da dialética. Com bases em erros fundamentais, o olavismo derivado desse “chope raro” (confundido com Schopenhauer) desenvolveu uma errística dislética, que se vale de argumentos nefastos (do latim nefas que significa ilícito) para destruir as questões mais lícitas do pensamento, da sociedade e da cultura. 11. Tradução google para o português bolsonarista da tradução google para o inglês trumpista da tradução google russa do resumo dos clássicos da extrema direita europeia, assinada por Dugin, ideólogo de Putin.
Luisa Buarque (Desbolsonaro de Bolso)
- Sim, é talvez tudo uma ilusão... E a Cidade a maior ilusão! Tão facilmente vitorioso redobrei de facúndia. Certamente, meu Príncipe, uma ilusão! E a mais amarga, porque o Homem pensa ter na Cidade a base de toda a sua grandeza e só nela tem a fonte de toda a sua miséria. (...) Na Cidade perdeu ele a força e beleza harmoniosa do corpo, e se tornou esse ser ressequido e escanifrado ou obeso e afogado em unto, de ossos moles como trapos, de nervos trémulos como arames, com cangalhas, com chinós, com dentaduras de chumbo, sem sangue, sem febra, sem viço, torto, corcunda - esse ser em que Deus, espantado, mal pode reconhecer o seu esbelto e rijo e nobre Adão! Na Cidade findou a sua liberdade moral: cada manhã ela lhe impõe uma necessidade, e cada necessidade o arremessa para uma dependência: pobre e subalterno, a sua vida é um constante solicitar, adular, vergar, rastejar, aturar; e rico e superior como um Jacinto, a Sociedade logo o enreda em tradições, preceitos, etiquetas, cerimónias, praxes, ritos, serviços mais disciplinares que os de um cárcere ou de um quartel... A sua tranquilidade (bem tão alto que Deus com ela recompensa os santos ) onde está, meu Jacinto? Sumida para sempre, nessa batalha desesperada pelo pão, ou pela fama, ou pelo poder, ou pelo gozo, ou pela fugidia rodela de ouro! Alegria como a haverá na Cidade para esses milhões de seres que tumultuam na arquejante ocupação de desejar - e que, nunca fartando o desejo, incessantemente padecem de desilusão, desesperança ou derrota? Os sentimentos mais genuinamente humanos logo na Cidade se desumanizam! Vê, meu Jacinto! São como luzes que o áspero vento do viver social não deixa arder com serenidade e limpidez; e aqui abala e faz tremer; e além brutamente apaga; e adiante obriga a flamejar com desnaturada violência. As amizades nunca passam de alianças que o interesse, na hora inquieta da defesa ou na hora sôfrega do assalto, ata apressadamente com um cordel apressado, e que estalam ao menor embate da rivalidade ou do orgulho. E o Amor, na Cidade, meu gentil Jacinto? Considera esses vastos armazéns com espelhos, onde a nobre carne de Eva se vende, tarifada ao arratel, como a de vaca! Contempla esse velho Deus do Himeneu, que circula trazendo em vez do ondeante facho da Paixão a apertada carteira do Dote! Espreita essa turba que foge dos largos caminhos assoalhados em que os Faunos amam as Ninfas na boa lei natural, e busca tristemente os recantos lôbregos de Sodoma ou de Lesbos!... Mas o que a cidade mais deteriora no homem é a Inteligência, porque ou lha arregimenta dentro da banalidade ou lha empurra para a extravagância. Nesta densa e pairante camada de Idéias e Fórmulas que constitui a atmosfera mental das Cidades, o homem que a respira, nela envolto, só pensa todos os pensamentos já pensados, só exprime todas as expressões já exprimidas: - ou então, para se destacar na pardacenta e chata rotina e trepar ao frágil andaime da gloríola, inventa num gemente esforço, inchando o crânio, uma novidade disforme que espante e que detenha a multidão como um monstrengo numa feira. Todos, intelectualmente, são carneiros, trilhando o mesmo trilho, balando o mesmo balido, com o focinho pendido para a poeira onde pisam, em fila, as pegadas pisadas; - e alguns são macacos, saltando no topo de mastros vistosos, com esgares e cabriolas. Assim, meu Jacinto, na Cidade, nesta criação tão antinatural onde o solo é de pau e feltro e alcatrão, e o carvão tapa o céu, e a gente vive acamada nos prédios como o paninho nas lojas, e a claridade vem pelos canos, e as mentiras se murmuram através de arames - o homem aparece como uma criatura anti-humana, sem beleza, sem força, sem liberdade, sem riso, sem sentimento, e trazendo em si um espírito que é passivo como um escravo ou impudente como um Histrião... E aqui tem o belo Jacinto o que é a bela Cidade! (...) -Sim, com efeito, a Cidade... É talvez uma ilusão perversa!
Eça de Queirós (A Cidade e as Serras)
Eu espero alguém que não desista de mim mesmo quando já não tem interesse. Espero alguém que não me torture com promessas de envelhecer comigo, mas sim que realmente envelheça comigo. Espero alguém que se orgulhe do que escrevo, que me faça ser mais amigo dos meus amigos e mais irmão do meu irmão. Espero alguém que não tenha medo do escândalo, mas tenha medo da indiferença. Espero alguém que ponha bilhetinhos dentro daqueles livros que vou ler até o fim. Espero alguém que se arrependa rápido de suas grosserias e me perdoe sem querer. Espero alguém que me avise que estou repetindo a roupa na semana. Espero alguém que nunca abandone a conversa quando não sei mais o que falar. Espero alguém que, nos jantares entre os amigos, dispute comigo para contar primeiro como nos conhecemos. Espero alguém que goste de dirigir para nos revezarmos em longas viagens. Espero alguém disposto a conferir se a porta está fechada e o fogão desligado, se meu rosto está aborrecido ou esperançoso. Espero alguém que prove que amar não é contrato, que o amor não termina com nossos erros. Espero alguém que não se irrite com a minha ansiedade. Espero alguém que possa criar toda uma linguagem cifrada para que ninguém nos recrimine. Espero alguém que arrume ingressos de teatro de repente, que me sequestre ao cinema, que cheire meu corpo suado depois de uma corrida como se ainda fosse perfume. Espero alguém que não largue as mãos dadas nem para coçar o rosto. Espero alguém que me olhe demoradamente quando estou distraído, que me telefone para narrar como foi seu dia. Espero alguém que procure um espaço acolchoado em meu peito. Espero alguém que minta que cozinha e só diga a verdade depois que comi. Espero alguém que leia uma notícia, veja que haverá um show de minha banda predileta, e corra para me adiantar por e-mail. Espero alguém que ame meus filhos como se estivesse reencontrando minha infância e adolescência fora de mim. Espero alguém que fique me chamando para dormir, que fique me chamando para despertar, que não precise me chamar para amar. Espero alguém com uma vocação pela metade, uma frustração antiga, um desejo de ser algo que não se cumpriu, uma melancolia discreta, para nunca ser prepotente. Espero alguém que tenha uma risada tão bonita que terei sempre vontade de ser engraçado. Espero alguém que comente sua dor com respeito e ouça minha dor com interesse. Espero alguém que prepare minha festa de aniversário em segredo e crie conspiração dos amigos para me ajudar. Espero alguém que pinte o muro onde passo, que não se perturbe com o que as pessoas pensam a nosso respeito. Espero alguém que vire cínico no desespero e doce na tristeza. Espero alguém que curta o domingo em casa, acordar tarde e andar de chinelos, e que me pergunte o tempo antes de olhar para as janelas. Espero alguém que me ensine a me amar porque a separação apenas vem me ensinando a me destruir. Espero alguém que tenha pressa de mim, eternidade de mim, que chegue logo, que apareça hoje, que largue o casaco no sofá e não seja educada a ponto de estendê-lo no cabide. Espero encontrar uma mulher que me torne novamente necessário.
Fabrício Carpinejar