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O candidato perfeito, para ocupar o lugar vazio deixado pelos militares, surge no aparato de ĂłrgĂŁos de controle do governo e do judiciário criados pela constituição de 1988 que reĂşne ambiguamente nĂŁo apenas a tentativa de universalizar direitos, mas, tambĂ©m, a desconfiança da polĂtica – criada por meios pseudocientĂficos entre nĂłs como vimos – e a necessidade de se instaurar um novo “poder tutelar” de modo a resguardar os interesses do 1% mais rico e poderoso. Esses ĂłrgĂŁos nĂŁo apenas recrutam seus quadros prioritariamente na classe mĂ©dia conservadora e moralista. Todos os interesses materiais e ideais dessas corporações – como alguns dos mais altos salários da repĂşblica, alĂ©m de benesses e privilĂ©gios de todos os tipos aliados ao prestĂgio social, especialmente na sua classe de origem, reservado aos que lutam contra a corrupção – ganham com o projeto de substituir as forças armadas como nova instância do poder moderador da pseudo-democracia brasileira. SĂŁo os ĂłrgĂŁos de controle como TCU, MP e PolĂcia Federal, aliados aos “JuĂzes justiceiros”, incensados pela mĂdia conservadora como os novos “herĂłis do povo” (leia-se classe mĂ©dia conservadora), como os novos representantes da “vontade geral” (ou seja, os interesses econĂ´micos do 1% mais rico); supostamente “acima da polĂtica”, que sĂŁo os novos candidatos a incorporar o “poder moderador” da pseudo-democracia tutelada brasileira.
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