“
A inteligência, ao contrário do dinheiro ou da saúde, tem esta peculiaridade: quanto mais você a perde, menos dá pela falta dela.
”
”
Olavo de Carvalho
“
Only the subject's individual consciousness can testify for the unwitnessed acts, and there is no act more deprived of external testimony than the act of knowing.
”
”
Olavo de Carvalho
“
Tudo em volta induz à loucura, ao infantilismo, à exasperação imaginativa. Contra isso o estudo não basta. Tomem consciência da infecção moral e lutem, lutem, lutem pelo seu equilíbrio, pela sua maturidade, pela sua lucidez. Tenham a normalidade, a sanidade, a centralidade da psique como um ideal. Prometam a vocês mesmos ser personalidades fortes, bem estruturadas, serenas no meio da tempestade, prontas a vencer todos os obstáculos com a ajuda de Deus e de mais ninguém. Prometam SER e não apenas pedir, obter, sentir, desfrutar.
”
”
Olavo de Carvalho
“
Mas a ignorância, como tudo o mais nesta vida, não permanece estável: evolui.
”
”
Olavo de Carvalho (O Mundo Como Jamais Funcionou)
“
COMUNISTA, QUANDO QUER CALUNIAR ALGUÉM, não precisa inventar crimes: atribui-lhe um dos seus, e pronto.
”
”
Olavo de Carvalho (O Mundo Como Jamais Funcionou)
“
A profissão acadêmica é hoje o túmulo da filosofia e recomendo-a a quem tenha vocação de coveiro.
”
”
Olavo de Carvalho
“
O sujeito que é burro diante de um escrito é necessariamente mais burro diante da vida, exceto, é claro, no círculo limitado da sua experiência repetitiva,
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”
Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
“
Envy is a feeling of inferiority that finds relief in contemplating the real or imagined inadequacies of others. Unable to overcome his weaknesses, the envious person comforts himself with the thought that everyone has them in equal measure. This is the democracy of complexes.
”
”
Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
“
A lógica revolucionária opera sempre com dois objetivos simultâneos e antagônicos, um declarado e provisório, o outro implícito e constante. O primeiro é a solução de algum problema social ou de alguma crise. O segundo é a desorganização sistemática da sociedade e o aumento do poder do grupo revolucionário.
”
”
Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
“
People who think a lot are, for this reason alone, called “intellectuals”, but this is wrong: the life of the intellect only begins at the border where thought is extinguished to make way for the glimpse of truth. Thought, impressions, memory and emotions do nothing but accumulate grounds for the truth to emerge in an instantaneous perception. This accumulation can be long and laborious, but it is never the end, the goal in itself.
”
”
Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
“
Mas perceber a falácia intrínseca da promessa socialista não é um desafio sobre-humano.[ 20 ] É um dever elementar de qualquer inteligência média que se disponha a examinar o assunto objetivamente. Aqueles que fogem a esse exame, transferindo a partidos, a movimentos ou à “opinião pública” as responsabilidades da sua consciência individual, renunciam ipso facto à dignidade da inteligência e se consagram a uma luta obstinada e fútil contra a estrutura da realidade. Vai nisso uma mistura de vaidade adolescente, de revolta gnóstica e daquele orgulho satânico que é a compensação quase automática da covardia existencial. Tudo isso é lamentável, mas não é trágico: é grotesco. Não há tragédia no fracasso do socialismo: há apenas uma palhaçada sangrenta.
”
”
Olavo de Carvalho (O Mundo Como Jamais Funcionou)
“
Platão e Aristóteles já sabiam que a condição humana não é nem conhecimento, nem ignorância, mas a tensão permanente entre esses dois pólos, o primeiro pertencendo aos deuses, o segundo aos animais.
O que caracteriza a filosofia moderna como um todo é a perda dessa dialética tensional, a proclamação alternada do conhecimento absoluto e da ignorância invencível. De um lado, a metafísica onipotente de Descartes e Spinoza; de outro, o ceticismo radical de Hume. É verdade que Kant quis encontrar uma via média, mas, ao limitar as possibilidades de conhecimento aos fenômenos sensíveis e às formas vazias da razão, reduzindo à pura imaginação e à fé o acesso à transcendência, criou a forma mais requintada e letal de agnosticismo moderno. Como que em compensação, ergueu no horizonte a miragem gnóstica da “paz eterna”, tornando-se o profeta da burocracia global e de um cristianismo biônico sem nenhum Cristo de carne e osso.
”
”
Olavo de Carvalho
“
Quando Hannah Arendt disse que a ambição das ideologias revolucionárias não era criar uma sociedade melhor, mas mudar a natureza humana, ela pôs, sem dúvida, o dedo na ferida.
A facilidade com que os apóstolos do futuro melhor aceitam e legitimam o fato bruto da injustiça, da opressão e do genocídio nas sociedades criadas por eles próprios contrasta pateticamente com sua revolta e indignação contra meras idéias abstratas, símbolos e valores culturais de outras sociedades.
Mesmo hoje, após a revelação de todos os crimes históricos da sua revolução, parece-lhes menos urgente denunciar o ininterrupto morticínio estatal chinês ou desmontar a máquina letal da narcoguerrilha do que destruir a linguagem e os valores de sociedades que, se têm lá sua quota de males e desvarios, nunca foram genocidas nem totalitárias. É que nessa linguagem e nesses valores, às vezes milenares, se incorpora o seu inimigo por excelência: a natureza humana.
”
”
Olavo de Carvalho
“
Hegemonia” é isso: o domínio invisível e insensível exercido sobre as consciências pela força da repetição e do hábito impregnado na linguagem, nas rotinas, no “senso comum” (no sentido gramsciano do termo). Construí-la é, por definição, obra de muitas décadas, apoiada na passagem das gerações e no esquecimento coletivo. Só um conhecimento muito fino da história cultural e psicológica da sociedade em que vivemos, aliada a um rigoroso exame retrospectivo da nossa própria biografia interior e à firme disposição de encontrar a verdade para além de toda a pressão do nosso grupo de referência, pode nos libertar de uma influência grudenta e anestésica que se impregna em nossas almas como uma segunda natureza. As pessoas habilitadas a fazer esse exame contam-se nos dedos das mãos, e são ainda mais raras na classe universitária, onde a adaptação ao vocabulário e aos cacoetes mentais do ambiente são condições necessárias da sobrevivência escolar e profissional.
”
”
Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
“
Gramsci transformou a estratégia comunista, de um grosso amálgama de retórica e força bruta, numa delicada orquestração de influências sutis, penetrante como a Programação Neurolingüística e mais perigosa, a longo prazo, do que toda a artilharia do Exército Vermelho. Se Lênin foi o teórico do golpe de Estado, ele foi o estrategista da revolução psicológica que deve preceder e aplainar o caminho para o golpe de Estado. Gramsci estava particularmente impressionado com a violência das guerras que o governo revolucionário da Rússia tivera de empreender para submeter ao comunismo as massas recalcitrantes, apegadas aos valores e praxes de uma velha cultura. A resistência de um povo arraigadamente religioso e conservador a um regime que se afirmava destinado a beneficiá-lo colocou em risco a estabilidade do governo soviético durante quase uma década, fazendo com que, em reação, a ditadura do proletariado — na intenção de Marx uma breve transição para o paraíso da democracia comunista — ameaçasse eternizar-se, barrando o caminho a toda evolução futura do comunismo, como de fato veio a acontecer. Para contornar a dificuldade, Gramsci concebeu uma dessas idéias engenhosas, que só ocorrem aos homens de ação quando a impossibilidade de agir os compele a meditações profundas: amestrar o povo para o socialismo antes de fazer a revolução. Fazer com que todos pensassem, sentissem e agissem como membros de um Estado comunista enquanto ainda vivendo num quadro externo capitalista. Assim, quando viesse o comunismo, as resistências possíveis já estariam neutralizadas de antemão e todo mundo aceitaria o novo regime com a maior naturalidade. A estratégia de Gramsci virava de cabeça para baixo a fórmula leninista, na qual uma vanguarda organizadíssima e armada tomava o poder pela força, autonomeando-se representante do proletariado e somente depois tratando de persuadir os apatetados proletários de que eles, sem ter disto a menor suspeita, haviam sido os autores da revolução. A revolução gramsciana está para a revolução leninista assim como a sedução está para o estupro. Para operar essa virada, Gramsci estabeleceu uma distinção, das mais importantes, entre “poder” (ou, como ele prefere chamá-lo, “controle”) e “hegemonia”. O poder é o domínio sobre o aparelho de Estado, sobre a administração, o exército e a polícia. A hegemonia é o domínio psicológico sobre a multidão. A revolução leninista tomava o poder para estabelecer a hegemonia. O gramscismo conquista a hegemonia para ser levado ao poder suavemente, imperceptivelmente. Não é preciso dizer que o poder, fundado numa hegemonia prévia, é poder absoluto e incontestável: domina ao mesmo tempo pela força bruta e pelo consentimento popular — aquela forma profunda e irrevogável de consentimento que se assenta na força do hábito, principalmente dos automatismos mentais adquiridos que uma longa repetição torna inconscientes e coloca fora do alcance da discussão e da crítica. O governo revolucionário leninista reprime pela violência as idéias adversas. O gramscismo espera chegar ao poder quando já não houver mais idéias adversas no repertório mental do povo.
”
”
Olavo de Carvalho (A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramci (Portuguese Edition))
“
Na verdade, é o fenômeno mesmo das facções, dos grupelhos, dos círculos de amizade e ajuda mútua, que gera o pseudointelectual e o sustenta pela falsa segurança advinda do aplauso fácil dos companheiros numerosos - uma almofada protetiva que o preserva de todo olhar de crítica mas o aprisiona, enfim, do mais deprimente autoengano
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”
Olavo de Carvalho (O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras)
“
De fato, provado está: duas ou três ou mil cabeças pensam muito pior do que uma
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”
Olavo de Carvalho (O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras)
“
Aqueles que, abandonando o socialismo, caíram na amargura cética ou no oportunismo cínico não o abandonaram verdadeiramente. São seus escravos e hão de sê-lo eternamente. Cultuam-no em imagem invertida: vendo ainda nele o bem e lamentando apenas que seja um bem impossível, aderem à realidade como quem, após longa resistência, cede a uma tentação aviltante. Deixam o socialismo como quem trai um deus sem cessar de amá-lo.
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”
Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
“
Considerando-se a extensão e a gravidade dos crimes praticados pelo comunismo contra a espécie humana, o dever mais óbvio daqueles que se desiludem com ele é aprofundar a ruptura, investigando dentro de si até extirpar as últimas raízes do erro monstruoso em que se acumpliciaram. No entanto, poucos fazem isso: a maioria limita-se a transitar da categoria de militantes para a de idiotas úteis — às vezes até mais úteis do que eram como militantes.
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Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
“
O teste da dignidade científica de um argumento reside precisamente na objetividade paciente com que examina os argumentos adversos. Quem logo de cara os impugna como “preconceitos” nada mais faz do que tentar criar contra eles um preconceito, dissuadindo a plateia de examiná-los.
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Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
“
Either science is a practice in permanent self-correction or it has public authority. It cannot be both things at the same time.
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Olavo de Carvalho
“
Ele necessitava apoiar-se numa nova classe social, numa nova estrutura de poder, numa nova instituição religiosa que fosse intrinsecamente ligada ao Estado: César só poderia ressuscitar sob forma capitalista, republicana, maçônica e protestante. República imperial, capitalista, maçônica e protestante: é a definição dos Estados Unidos.
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”
Olavo de Carvalho (O Jardim das Aflições: De Epicuro à Ressurreição de César: ensaio sobre o Materialismo e a Religião Civil)
“
Mas em agosto de 1993 veio pelos jornais a notícia da existência de uma rede petista de informações: chefiados pelo deputado José Dirceu, técnico em espionagem treinado em Cuba, centenas de militantes-delatores formavam um serviço secreto particular infiltrado em ministérios, polícia, empresas estatais e bancos. Esta notícia dava retroativamente sustentação àquela hipótese que eu rejeitara como um tanto paranóica.[ 250 ] Com
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”
Olavo de Carvalho (O Jardim das Aflições: De Epicuro à Ressurreição de César: ensaio sobre o Materialismo e a Religião Civil)
“
Quando cheguei aqui, comecei a ler o material produzido pelos conservadores e percebi que eles representavam uma cultura muito mais vigorosa e superior que a dos progressistas. Em todos os debates, o que se vê são os conservadores levando uma grande vantagem. E logo percebi que havia uma competição entre uma superioridade intelectual e cultural contra uma superioridade, por assim dizer, administrativa e financeira. O livro The New Leviathan, de David Horowitz,[ 276 ] mostra que a proporção de dinheiro coletado pelo Partido Democrata e pela esquerda é muitas vezes maior do que as verbas das organizações de direita. A diferença é tão enorme que se torna quase incompreensível o equilíbrio dos resultados eleitorais, que sempre apresenta diferenças pequenas entre vencedores e perdedores. Então, como essa direita conservadora, com pouco dinheiro, consegue competir com esse monstro subsidiado por Rockefellers, George Soros e tutti quanti? A resposta está no seu próprio vigor intelectual incessante, que é caudaloso. Essa cultura não pára de produzir idéias, levantar debates, publicar livros, etc. Por fim, acabei vendo que essa América, que do Brasil parecia um bando de caipiras, é o centro da vida intelectual americana. O resto é apenas produção de uma ideologia já gasta e de um discurso que já foi desmoralizado.
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”
Olavo de Carvalho (O Jardim das Aflições: De Epicuro à Ressurreição de César: ensaio sobre o Materialismo e a Religião Civil)
“
Não havendo partidos ou políticos de direita no Brasil, toda a confrontação direita-esquerda que se vê atualmente é uma obra de engenharia social criada pela própria esquerda com três objetivos: (1) ocultar sua hegemonia e seu poder monopolístico sob uma aparência de disputa democrática normal; (2) neutralizar quaisquer tendências direitistas, canalizando-as para uma direita pré-fabricada, a “direita da esquerda”, o que se observou muito claramente nas duas campanhas eleitorais de Fernando Henrique Cardoso, um marxista gramsciano que foi alegremente aceito como depositário (infiel, é óbvio) da confiança do eleitorado direitista; (3) dominar todo o espaço político por meio do jogo de duas correntes partidárias fiéis ao mesmo esquema ideológico, só separadas pela disputa de cargos, como aliás o reconheceram explicitamente o próprio Fernando Henrique e o prof. Christovam Buarque, então um dos mentores do PT. Essas três linhas de ação definem exatamente o que Lênin chamava “estratégia das tesouras”, termo inspirado na idéia de cortar com duas lâminas.
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”
Olavo de Carvalho (A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci)
“
One of the most disturbing experiences I've had in my life has been to realize, again and again over the years, how impossible it is to speak to the heart, to the deep conscience of individuals who have exchanged their genuine personality for a group or ideological stereotype. [...] In the beginning, it's not really an exchange. The stereotype is adopted as a covering, a sign of identity, a password that facilitates the subject's integration into a social group and, by freeing them from their isolation, makes them feel even more human. Then the progressive identification with the group's values and objectives replaces direct perceptions and initial feelings with a schematic imitation of the group's behavior and mental traits, until concrete individuality, with all its irreducible mystery, disappears under the mask of collective identity. [...] The desensitization of the deep conscience corresponds, by contrast, to a hypersensitization of the surface, a fake susceptibility, a predisposition to feel offended or threatened by any little thing that opposes the will of the group.
”
”
Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
“
As I wrote a while back, the greatest obstacle to the higher education of the intellect lies not in economic, social, racial or family factors, but in the moral order. It lies in what the Greeks called apeirokalia: the lack of experience of the finest things. A soul which, from an early age, is not exposed to the sight of concrete examples of natural, artistic, intellectual, spiritual and moral beauty, becomes incapable of conceiving any reality higher than the top of its ordinary perceptions. Like the frog at the bottom of the well, if we ask him "What is heaven?", he replies: "It's a small hole in the top of my house." This is the chronic affliction of national culture, always devoted to the irrelevant and full of contempt for anything above its precarious comprehension capacity.
”
”
Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
“
The possibility of the existence of such a thing as "science" rests on a variety of presuppositions that neither can themselves be subjected to a "scientific" examination, nor do they provide any rational basis for giving said "science" the authority of the last word not only on general questions of human existence, but even in the specialized field of each particular scientific area. Just to give an basic example, without the words "yes" and "no", logical reasoning is not possible. No science can tell us what they mean. All formal logic is based on these two words, and formal logic itself cannot define them.
”
”
Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
“
O pensamento sempre avançou movido pelo intuito de alcançar a verdade; só o Brasil parece acreditar que o objetivo do pensamento é alcançar a atualidade.
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”
Olavo de Carvalho (O Imbecil Coletivo I - Atualidades Inculturais Brasileiras)
“
Daí a importância estratégica da imaginação: para os cinco sentidos, só existe o aqui e agora, o caso concreto, o dado imediato; para o pensamento, só existe o conceito, o geral, o esquema de esquemas, cada vez mais rarefeito e universal. Sem a mediação imaginativa, essas duas faculdades cognitivas estariam separadas por um abismo. O homem teria talvez sensações como um coelho; e talvez por dentro até pensasse alguma coisa, como um computador; mas não poderia pensar sobre o que sente de fato, isto é, raciocinar sobre a experiência vivida; nem poderia, de outro lado, orientar a experiência pelo raciocínio, buscando novos conhecimentos. Seria tão eficiente quanto um computador operado por um coelho, e tão vivo quanto um coelho desenhado na tela de um computador.
”
”
Olavo de Carvalho (Aristóteles em nova perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos)
“
A destruição das bases civilizacionais da existência humana não começa nos campos de batalha nem nas bolsas de valores: começa nos tranqüilos gabinetes onde homens aparentemente inofensivos – quer se trate de filósofos ou de burocratas da ONU – tentam ser mais sábios que Deus.
”
”
Olavo de Carvalho
“
O período medieval encontra uma culminação precisamente na obra de Santo Tomás de Aquino, na qual se trata de resolver um conflito cuja solução, embora tenha ocorrido na esfera teórica, acabou se revelando historicamente inútil. Isso quer dizer que a síntese tomista - que se enuncia erroneamente como a articulação de fé e razão, pois não é disso que se trata - procura evitar uma ruptura entre a cultura sacra e a cultura mundana, a qual, no entanto, acontece assim mesmo, nos séculos seguintes, como se nada tivesse sido feito. É muito espantoso notarmos como é que uma obra que consideramos tão importante, como a de Santo Tomás de Aquino, pode exercer nos séculos seguintes uma influência tão pequena. Na verdade, só existe um movimento tomista e partir do século XIX, quando aparece o famoso neotomismo, tendo sua influência, nos séculos anteriores, ficado restrita a pequeníssimos grupos de intelectuais, a maior parte deles já sem muita capacidade de acompanhar o nível de abordagem que ele estava dando. Portanto, o que se vê na filosofia de Santo Tomás é uma grande oportunidade perdida.
”
”
Olavo de Carvalho (História Essencial da Filosofia - Aula 10 - Santo Agostinho)
“
A existência de uma realidade anterior, autônoma, auto-suficiente, abrangente, transcendente ao mundo e à psique humana, é uma exigência lógica incontrovertível de QUALQUER teoria sobre a origem do universo, por mais "materialista" que se pretenda. Não há escapatória.
”
”
Olavo de Carvalho
“
A mentalidade revolucionária, com suas promessas auto-adiáveis, tão prontas a se transformar nas suas contrárias com a cara mais inocente do mundo, é o maior flagelo que já se abateu sobre a humanidade. Suas vítimas, de 1789 até hoje, não estão abaixo de trezentos milhões de pessoas – mais que todas as epidemias, catástrofes naturais e guerras entre nações mataram desde o início dos tempos.
”
”
Olavo de Carvalho
“
Mas a argumentação retórica articula-se num jogo de proporções entre quatro elementos – a situação, o juiz ou ouvinte, o discurso propriamente dito (forma e conteúdo) e o objetivo a alcançar.
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”
Olavo de Carvalho (Maquiavel, ou a confusão demoníaca (Portuguese Edition))
“
OLAVO DE CARVALHO, nascido em Campinas, Estado de São Paulo, em 29 de abril de 1947, tem sido saudado pela crítica como um dos mais originais e audaciosos pensadores brasileiros. A tônica de sua obra é a defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva, sobretudo quando escorada numa ideologia “científica”. Para Olavo de Carvalho, existe um vínculo indissolúvel entre a objetividade do conhecimento e a autonomia da consciência individual, vínculo este que se perde de vista quando o critério de validade do saber é reduzido a um formulário impessoal e uniforme para uso da classe acadêmica.
”
”
Olavo de Carvalho (Maquiavel, ou a confusão demoníaca (Portuguese Edition))
“
Com a maior sem-cerimônia, cada um deles acredita ter vislumbrado o futuro e o toma como premissa para explicar o passado. É o fenômeno que denomino pseudoprofetismo, um dos caracteres estruturais do pensamento moderno e especialmente da mentalidade revolucionária, no sentido explícito que dou a esse termo.
”
”
Olavo de Carvalho (Maquiavel, ou a confusão demoníaca (Portuguese Edition))
“
A este deslocamento entre o eixo da construção teórica e o eixo da experiência vivida denomino paralaxe cognitiva, outra característica permanente do pensamento moderno. Uma das manifestações mais óbvias da paralaxe observa-se quando o fato mesmo de um indivíduo dizer ou escrever alguma coisa prova a falsidade daquilo que ele diz ou escreve: Não há exemplo mais claro disso do que um plano de golpe de Estado que inclui, como uma de suas condições básicas, a liquidação do autor do plano.
”
”
Olavo de Carvalho (Maquiavel, ou a confusão demoníaca (Portuguese Edition))
“
é um conjunto de experiências internas e externas, condensadas em narrativas simbólicas e transmitidas de geração em geração por uma linhagem de profetas, apóstolos e sacerdotes, revivenciadas periodicamente nos ritos e lentamente, muito lentamente, consolidadas num sistema de crenças e regras que, aí sim, podem servir de “instrumento de controle social”, justamente quando o sentido das experiências originárias já se tornou muito distante no tempo para poder ser reativado facilmente pela experiência da participação pessoal.
”
”
Olavo de Carvalho (Maquiavel, ou a confusão demoníaca (Portuguese Edition))
“
Este é o “Maquiavel mitógrafo”, no qual o realismo da observação dos meios se funde numa projeção utópica dos fins.
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”
Olavo de Carvalho (Maquiavel, ou a confusão demoníaca (Portuguese Edition))
“
um dos feitos mais engenhosos – ou propriamente maquiavélicos – de Stálin foi ter sabido conciliar, na estratégia e na publicidade, o internacionalismo administrativo do movimento comunista com o intenso culto patriótico da Mãe Rússia, e isto poucos anos depois de Lênin ter declarado que o nacionalismo era um dos piores inimigos do comunismo,
”
”
Olavo de Carvalho (Maquiavel, ou a confusão demoníaca (Portuguese Edition))
“
de conhecê-la, ninguém deve ficar alheio à advertência de Leo Strauss de que muitas obras filosóficas podem ter duas camadas de sentido: uma “exotérica” para as multidões, outra “esotérica” para os happy few que não se escandalizam com verdades (ou mentiras) temíveis.
”
”
Olavo de Carvalho (Maquiavel, ou a confusão demoníaca (Portuguese Edition))
“
A desproporção entre esse objetivo pessoal e o tamanho do poder que Maquiavel oferece à ambição aos governantes é tão gigantesca, que é preciso resolutamente apostar numa cisão drástica entre “vida” e “obra”.
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”
Olavo de Carvalho (Maquiavel, ou a confusão demoníaca (Portuguese Edition))
“
Anatoliy Golitsyn, The Perestroika Deception,
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Olavo de Carvalho (A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramci (Portuguese Edition))
Olavo de Carvalho (A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramci (Portuguese Edition))
“
Roger Kimball, editor de New Criterion – Tenured Radicals: How Politics Has Corrupted Our Higher Education e The Long March: How The Cultural Revolution of the 1960’s Changed America
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”
Olavo de Carvalho (A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramci (Portuguese Edition))
“
um artigo de Márcio Moreira Alves.[ 23 ]
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”
Olavo de Carvalho (A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramci (Portuguese Edition))
“
Do mesmo modo, quando os esquerdistas começam a falar em “paz”, a prudência recomendaria que começassem a estocar comida no porão para a próxima guerra em que seus líderes os estão metendo naquele mesmo momento. O movimento pacifista encabeçado pelos partidos comunistas da Europa nos anos 30 foi um truque concebido por Stalin para dar tempo à Alemanha de se rearmar com a ajuda soviética e destruir a “ordem burguesa” do velho mundo (leiam o clássico Stalin’s War, de Ernst Topitsch). Milhões de franceses idiotas gritaram em passeatas e agitaram bandeirinhas brancas sem saber que isso era o passaporte para o matadouro.
”
”
Olavo de Carvalho (O Mundo Como Jamais Funcionou)
“
Nenhum historiador profissional ignora que os homicídios em massa devidos a conflitos religiosos, por mais horror que nos inspirem, jamais produziram um número de vítimas nem mesmo remotamente comparável ao dos modernos movimentos revolucionários inspirados em ideologias “científicas”. O mais completo estudo quantitativo do assunto foi feito por R. J. Rummel, professor emérito de ciência política na Universidade do Havaí. As conclusões de sua pesquisa de quatro décadas são apresentadas nos livros Understanding Conflict and War, 5 vols., Thousand Oaks (CA), Sage Publications, 1975-1981, e Death By Government, New Brunswick (NJ), Transaction Publications, 1994. Ampliando o conceito para além da nuance racial implícita na palavra “genocídio”, o prof. Rummel propõe o termo “democídio” para descrever de maneira mais genérica as matanças de povos inteiros. O desenho que ele obtem do estudo dos homicídios em massa ao redor do mundo não difere, em substância, do consenso usual dos historiadores, mas lhe acrescenta a precisão do método quantitativo e a nitidez das escalas comparativas. Em suma, o número de seres humanos mortos em menos de oito décadas pelas duas ideologias evolucionistas, nazismo e comunismo (140 milhões de pessoas), ultrapassa em dez milhões a taxa total de mortos dos homicídios em massa conhecidos no mundo desde 221 a.C. até o começo do século XX, dos quais os resultantes de motivos religiosos são apenas uma fração, e a parte devida aos cristãos uma fração da fração.
”
”
Olavo de Carvalho (O Mundo Como Jamais Funcionou)
“
Ser filósofo é estar instalado na realidade.
”
”
Olavo de Carvalho
“
(...) como macacos a espancarem a onça morta, os esquerdistas buscavam uma compensação por duas décadas de humilhações, perseguindo os remanescentes de uma ditadura que não tinham conseguido vencer e que só se desfizera, enfim, por vontade própria.
”
”
Olavo de Carvalho (O Jardim das Aflições)
“
As idéias, para certas pessoas, não são imagens da realidade: são poções mágicas, de que se servem para enfeitiçar o público e colocá-lo a serviço de fins com que, lúcido e informado, ele não se prestaria a colaborar de maneira alguma.
”
”
Olavo de Carvalho (O Jardim das Aflições)
“
Uma história da ética grega que eleve Epicuro ao primeiro plano em lugar de Platão e Aristóteles não tem como evitar, no mínimo, o rótulo de extravagante. Mas cometer extravagâncias com o ar inocente de quem procede segundo a praxe mais rotineira é aquilo que, na ética popular, recebe o nome de cara-de-pau.
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”
Olavo de Carvalho (O Jardim das Aflições)
“
Beemot é o peso maciço da necessidade natural, Leviatã é a infranatureza diabólica, invisível sob as águas – o mundo psíquico – que agita com a língua.
”
”
Olavo de Carvalho (A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci)
“
Admito que, se em qualquer dos três livros tivesse adotado uma forma expositiva mais ao gosto acadêmico, eu não precisaria estar agora chamando a atenção para uma unidade de pensamento que transpareceria à primeira vista. Mas essa visibilidade custaria a perda de todas as referências à vida autêntica e o aprisionamento do meu discurso numa redoma lingüística que não combina nem com o meu temperamento nem com a regra que me impus alguns anos atrás, de nunca falar impessoalmente nem em nome de alguma entidade coletiva, mas sempre diretamente em meu próprio nome apenas, sem qualquer retaguarda mais respeitável que a simples honorabilidade de um animal racional, bem como de nunca me dirigir a coletividades abstratas, mas sempre e unicamente a indivíduos de carne e osso, despidos das identidades provisórias que o cargo, a posição social e a filiação ideológica superpõem àquela com que nasceram e com a qual hão de comparecer, um dia, ante o Trono do Altíssimo. Estou profundamente persuadido de que somente nesse nível de discurso se pode filosofar autenticamente.
”
”
Olavo de Carvalho (A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci)
“
chegou a nossa vez de conquistar aquilo que já ninguém mais quer.
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”
Olavo de Carvalho (A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci)
“
O pragmatismo, uma modalidade especialmente elegante de estupidez, fundiu essas regras numa só e as erigiu em princípio fundamental do conhecimento: os conceitos das coisas não dizem o que elas são, mas o que planejamos fazer com elas.
”
”
Olavo de Carvalho (A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci)
“
Alfredo Sáenz, S. J., em La estrategia ateísta de Antonio Gramsci (Córdoba, 1988), observava que a via gramsciana para o socialismo, evitando a prática leninista de liquidar fisicamente os inimigos, dava preferência – embora não exclusiva – ao assassinato moral. Isso refletia a nova estrutura do Partido revolucionário, que de elite golpista armada ia se transmutando numa rede difusa e onipresente, sem rosto nem limites, imperando invisivelmente sobre a psicologia das massas e moldando até a mente dos seus adversários. Estes ficariam assim tão isolados, tão desarmados ideologicamente, que mal conseguiriam se defender sem acusar-se no mesmo ato, por falta de linguagem própria. Os poucos que se salvassem do naufrágio mental seriam neutralizados por meio do boicote profissional e do massacre difamatório – instrumentos manejados, é claro, de maneira impessoal e camuflada.
”
”
Olavo de Carvalho (A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci)
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A restauração do Império romano, sob formas variadas e adaptadas às condições do tempo, é a meta que norteia, de maneira semiconsciente, a história política do Ocidente, marcada por quatro grandes empreendimentos: o Império de Carlos Magno; o Sacro Império Romano de Otto I; a emergência dos impérios coloniais; o império leigo (fracassado em versão napoleônica, mas bem-sucedido na América).
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Olavo de Carvalho (O Jardim das Aflições: De Epicuro à Ressurreição de César: ensaio sobre o Materialismo e a Religião Civil)
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O número assombroso de indivíduos que, na Europa e nos EUA, vivem sem família, sem amigos, sem outra relação humana exceto com os funcionários da previdência social, é a mais triste demonstração desse fato. Esse exército de solitários é o resíduo inevitável de uma equivocada luta pelos direitos humanos.
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Olavo de Carvalho (O Jardim das Aflições: De Epicuro à Ressurreição de César: ensaio sobre o Materialismo e a Religião Civil)
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Esses não entenderam nada. O socialismo nunca foi um deus ou um ideal. Foi uma mentira demoníaca e uma exploração da fatuidade das multidões. Abandoná-lo não é perder um ideal: é reconquistar a vida, a alma, o sentido do dever e a dignidade da missão humana.
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Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
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O gramscismo transforma em propaganda tudo o que toca, contamina de objetivos propagandísticos todas as atividades culturais, inclusive as mais inócuas em aparência. Nele, até simples giros de frase, estilos de vestir ou de gesticular podem ter valor propagandístico.
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Olavo de Carvalho (A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci)
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Todo fenômeno de ascensão interior, sem exceção, começa sempre com um indivíduo isolado — e que, no curso da sua caminhada, é levado a isolar-se ainda mais da comunidade em busca da necessária condição de concentração espiritual —, e se completa com a irradiação de parte dos conhecimentos obtidos, de início numa discreta roda de companheiros ou discípulos investidos da mesma disposição para o isolamento e a concentração, em seguida em círculos cada vez maiores, até abranger comunidades, sociedades e civilizações inteiras.
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Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
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quanto mais um indivíduo se mostra incapaz de apreender a mera referência fática do que a gente lhe diz, mais se sente habilitado a diagnosticar, por adivinhação, os sentimentos íntimos e as motivações ocultas do interlocutor — como se a inépcia linguística fosse um atestado de especial acuidade psicológica.
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Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)
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Propositalmente não fiz citações e nem coloquei links no post, meu objetivo era não dar um ar acadêmico a reflexões que não são acadêmicas. Porém me sito obrigado a fazer alguns registros, os conceitos de liberdade negativa e liberdade positiva estão em Isaiah Berlin em uma palestra chamada “Dois Conceitos de Liberdade” e foram muito bem usados por José Guilherme Merquior na análise histórica que fez do liberalismo no livro O Liberalismo Antigo e Moderno. A defesa do individualismo, inclusive o amar ao próximo versus o amar a tribo, eu tomei emprestada de Karl Popper, especificamente de Sociedade Aberta e seus Inimigos. A dialética infinita ou dialética que não gera uma síntese é muito bem explicada por Olavo de Carvalho em Jardim das
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Roberto Ellery (Anotações de um Reformista no País dos Incentivos: Posts sobre reformas, investimento, produtividade, liberalismo e outros temas chatos. (Portuguese Edition))
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Que época mais adorável, esta, em que o sujeito não é cobrado por seus erros, mas por seus acertos! Se o normal é errar sempre, para que serviriam então os milhares de cientistas sociais, historiadores, jornalistas, economistas e doutores em filosofia que as universidades, sustentadas pelo trabalho suado de milhões de contribuintes que jamais as frequentaram, despejam anualmente no mercado da tagarelice nacional?
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Olavo de Carvalho (O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota)