Nessa Quotes

We've searched our database for all the quotes and captions related to Nessa. Here they are! All 100 of them:

Undo it, take it back, make every day the previous one until I am returned to the day before the one that made you gone. Or set me on an airplane traveling west, crossing the date line again and again, losing this day, then that, until the day of loss still lies ahead, and you are here instead of sorrow.
Nessa Rapoport
It's just life, so keep dancing through.
Stephen Schwartz (Wicked: The Complete Book and Lyrics of the Broadway Musical)
Tu és Sete-Sóis porque vês às claras, tu serás Sete-Luas porque vês às escuras, e, assim, Blimunda, que até aí só se chamava, como sua mãe, de Jesus, ficou sendo Sete-Luas, e bem batizada estava, que o batismo foi de padre, não alcunha de qualquer um. Dormiram nessa noite os sóis e as luas abraçados, enquanto as estrelas giravam devagar no céu, Lua onde estás, Sol aonde vais.
José Saramago (Baltasar and Blimunda)
I think we're very similar, Nessa," he whispers. "From the way you write, I can tell you're a dark romantic like me. You like dark things.
Kate Elizabeth Russell (My Dark Vanessa)
You don’t know my wife. It’s like a toy store for her. Our pen drawer at home is organized by color, and she has an entire basket full of washi tape.” “What’s washi tape?” “It’s, like, pretty tape for decorating. I don’t know. She loves that shit, though.” Del nodded. “Nessa has two full drawers of it. Sometimes I catch her staring at them with this weird smile on her face.
Lyssa Kay Adams (The Bromance Book Club (Bromance Book Club, #1))
Não tenho dormido. Entre a ação de um ato terrível e o primeiro gesto, todo esse intervalo é como um fantasma ou um sonho odioso: O Génio e os instrumentos mortais estão nessa altura reunidos; e a condição do homem, equiparável a um pequeno reino, sofre então a natureza de uma insurreição.
William Shakespeare (Julius Caesar)
-Significa que nos pertenecemos, Nessa. Significa que soy tuyo… y tú eres mía.
Adri G.M. (La elevación (Los dominios del Ónix Negro, #1))
It's a weapon we have, and we need all the weapons we can get
Sara Raasch (Ice Like Fire (Snow Like Ashes, #2))
O que estamos fazendo aqui, essa é a questão. E nessa imensa confusão Uma coisa é clara: Estamos esperando Godot!
Samuel Beckett (Waiting for Godot)
É, o mundo moderno tem um tipo de seleção natural e não tem jeito de eu me encaixar nessa história não. Os bichano tipo eu acabam tudo extinto.
Irvine Welsh (Porno (Mark Renton, #3))
Sometimes the greatest scientific breakthroughs happen because someone ignores the prevailing pessimism.
Nessa Carey (The Epigenetics Revolution: How Modern Biology is Rewriting our Understanding of Genetics, Disease and Inheritance)
Vês! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão - esta pantera - Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!
Augusto dos Anjos (Eu e Outras Poesias)
E por aí vão, metidos nessa batalha, testando forças e afirmando um ao outro que não discordam fundamentalmente mesmo quando há um abismo entre seus posicionamentos, ou ainda discutindo violentamente em cima de diferenças de ênfase mínimas e pedantes. Em outras palavras, estão agindo com o perfeitos estudantes de merda.
Irvine Welsh (Porno (Mark Renton, #3))
Kesabaran adalah inti cinta. Dan inti cinta adalah ketidakpastian
Dian Nafi (Segitiga: Setiap Sudutnya Ada Cerita)
[Nessa] didn’t know how to disagree with a preacher, or if she was even allowed to, so she merely wrote, “Thank you, anyway, kind sir, but I am not going to marry you.
Kristiana Gregory (Journey of Faith)
Na hora em que ela acreditou na minha morte, nessa hora morri
Almeida Garrett (Frei Luís de Sousa (Classicos Da Literatura Portuguesa))
Ela teria de morrer, mais cedo ou mais tarde. Morta. Mais tarde haveria um tempo para essa palavra. Amanhã, e amanhã, e ainda outro amanhã arrastam-se nessa passada trivial do dia para a noite, da noite para o dia, até a última sílaba do registro dos tempos. E todos os nossos ontens não fizeram mais que iluminar para os tolos o caminho que leva ao pó da morte. Apaga-te, apaga-te, chama breve! A vida não passa de uma sombra que caminha, um pobre ator que se pavoneia e se aflige sobre o palco - faz isso por uma hora e, depois, não se escuta mais sua voz. É uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria e vazia de significado.
William Shakespeare (Macbeth)
Querem muitos que o tempo passe, depressa, depressa, e um dia descobrem que o tempo os devorou, sorna e galanteador, nessa luta desigual entre o finito de cada um e o infinito do mundo onde temos a ilusão de mandar no tempo, talvez porque damos corda aos relógios e decidimos se a hora atrasa ou adianta.
Alves Redol (O Muro Branco)
The O'Kanes fucked freely and gleefully, but that wasn't why they fell in love. They found the people who carried them through the fuckups and cherished them even though they were flawed, fallible humans. Nessa
Kit Rocha (Beyond Surrender (Beyond, #9))
Nessa, lo único que te puedo prometer en este momento es que yo no me marcho a ningún lado sin ti.
Adri G.M. (La elevación (Los dominios del Ónix Negro, #1))
É cansativo viver nessa montanha-russa que sobe e desce o tempo inteiro. Eu não aguento mais. Quero andar em linha reta, na montanha-russa mais sem graça de todos os tempos.
Vitor Martins (Um Milhão de Finais Felizes)
I was a corpse when I met you, Nessa,” he says. “No breath. No heart. No life. I felt nothing. I cared about nothing. Then I saw you, and you woke me up inside. I was such a fool at first. I was so numb that I thought that spark must be hatred. If I was a normal person, I would have realized it was love. Love at first sight. From the second I laid eyes on you.
Sophie Lark (Stolen Heir (Brutal Birthright, #2))
quem soube de mim em outros tempos já não sabe de mim agora pois quando me quebraram meus pedaços foram arrumando novos lugares mais lindos e mais fortes pra se encaixar nessa mulher que hoje escreve com punhos firmes e nenhuma culpa de existir como bem quer
Ryane Leão (Tudo nela brilha e queima)
Our brains contain one hundred billion nerve cells (neurons). Each neuron makes links with ten thousand other neurons to form an incredible three dimensional grid. This grid therefore contains a thousand trillion connections - that's 1,000,000,000,000,000 (a quadrillion). It's hard to imagine this, so let's visualise each connection as a disc that's 1mm thick. Stack up the quadrillion discs on top of each other and they will reach the sun (which is ninety-three million miles from the earth) and back, three times over.
Nessa Carey (The Epigenetics Revolution)
Amar é, sempre, ser vulnerável. Para que nunca se sofra com isso, aconselha-se não se amar algo, ou mesmo, alguém. Se sugere proteger a si mesmo nos próprios hobbies, mimos e zelos, evitar qualquer envolvimento com as pessoas, guardar o coração na segurança do caixão do próprio ego. Dessa forma, nessa tumba segura e tenaz, sem movimento ou ar, o seu coração provavelmente mudará para melhor. Sim, sim, ele não se partirá, antes se tornará indestrutível, impenetrável, invencível ou inalienável!: ele nunca precisará de algum perdão. Mas essa comprável alternativa sistemática de proteção de tragédias, é preciso que se diga, é condenatória. Isso, porque o único lugar que existe além do céu, onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os acidentes e perturbações do amor, é o inferno
C.S. Lewis (The Four Loves)
She’s a piece of music that gets stuck in your head, repeating over and over. The more you hear it, the more it lodges in your brain. Most people become predictable, the longer you watch them. Nessa Griffin is the opposite. I thought I knew exactly who she was—a sheltered little princess. A dancer living in a fantasy world. But she’s much cleverer than I gave her credit for. She’s creative, perceptive. And genuinely kind.
Sophie Lark (Stolen Heir (Brutal Birthright, #2))
O Camilo começou a pensar que tantas coisas se aprendiam quando se ficava sozinho. Era importante que muita coisa fosse decidida nessa clausura da solidão, para que a natureza de cada um se pronunciasse livremente, sem estigmas. Pensou assim e achou que, não sendo um livro, era um pensamento capaz de eliminar o colesterol e segurar os tetos das casas todas.
Valter Hugo Mãe (O Filho de Mil Homens)
If you want me to battle your demons, I will fight until I can’t fight anymore, because that’s what you do for the person you love.
Nessa Morgan (Perfectly Flawed (Flawed, #1))
Nessa noite em que a ventania soprara com um pouco menos de sanha e o nascer do sol espalhava finalmente uma luz dourada sobre os móveis, ainda pálida, anunciando o fim do vendaval lá fora, começava a tempestade na sua vida.
Carla M. Soares (Alma Rebelde)
Há duas maneiras de fazer política. Ou se vive 'para' a política ou se vive 'da' política. Nessa oposição não há nada de exclusivo. Muito ao contrário, em geral se fazem uma e outra coisa ao mesmo tempo, tanto idealmente quanto na prática
Max Weber
But DNA isn’t really like that. It’s more like a script. Think of Romeo and Juliet, for example. In 1936 George Cukor directed Leslie Howard and Norma Shearer in a film version. Sixty years later Baz Luhrmann directed Leonardo DiCaprio and Claire Danes in another movie version of this play. Both productions used Shakespeare’s script, yet the two movies are entirely different. Identical starting points, different outcomes.
Nessa Carey (The Epigenetics Revolution)
eu estou bem, dizia-lhe, estou bem. e ele queria saber se estar bem era andar de trombas. eu respondi que o tempo não era linear. preparem-se sofredores do mundo, o tempo não é linear. o tempo vicia-se em ciclos que obedecem a lógicas distintas e que se vão sucedendo uns aos outros repondo o sofredor, e qualquer outro indivíduo, novamente num certo ponto de partida. é fácil de entender. quando queremos que o tempo nos faça fugir de alguma coisa, de um acontecimento, inicialmente contamos os dias, às vezes até as horas, e depois chegam as semanas triunfais e os largos meses e depois os didáticos anos. mas para chegarmos aí temos de sentir o tempo também de outro modo. perdemos alguém, e temos de superar o primeiro inverno a sós, e a primeira primavera e depois o primeiro verão, e o primeiro outono. e dentro disso, é preciso que superemos os nossos aniversário, tudo quanto dá direito a parabéns a você, as datas da relação, o natal, a mudança dos anos, até a época dos morangos, o magusto, as chuvas de molha-tolos, o primeiro passo de um neto, o regresso de um satélite à terra, a queda de mais um avião, as notícias sobre o brasil, enfim, tudo. e também é preciso superar a primeira saída de carro a sós. o primeiro telefonema que não pode ser feito para aquela pessoa. a primeira viagem que fazemos sem a sua companhia. os lençóis que mudamos pela primeira vez. as janelas que abrimos. a sopa que preparamos para comermos sem mais ninguém. o telejornal que já não comentamos. um livro que se lê em absoluto silêncio. o tempo guarda cápsulas indestrutíveis porque, por mais dias que se sucedam, sempre chegamos a um ponto onde voltamos atrás, a um início qualquer, para fazer pela primeira vez alguma coisa que nos vai dilacerar impiedosamente porque nessa cápsula se injeta também a nitidez do quanto amávamos quem perdemos, a nitidez do seu rosto, que por vezes se perde mas ressurge sempre nessas alturas, até o timbre da sua voz, chamando o nosso nome, ou mais cruel ainda, dizendo que nos ama com um riso incrível pelo qual nos havíamos justificado em mil ocasiões no mundo.
Valter Hugo Mãe (A máquina de fazer espanhóis)
-Que en realidad no te puedo perder porque hace días me aferré a que dejaras de ser mía. Y lo peor de todo, yo dejé de ser tuyo. Y quiero ser tuyo, Nessa, más que nada en el mundo, quiero ser tuyo. Ya te pertenezco, ahora sólo es cuestión de que tú me aceptes...
Adri G.M. (La conexión (Los dominios del Ónix Negro, #2))
The redhead shrugs. She doesn't care. And neither should Nessa. Not if she wants to live.
Peadar Ó Guilín (The Call (The Call, #1))
But you and Nessa are perfect.” “Things are always different behind closed doors, aren’t they?
Lyssa Kay Adams (The Bromance Book Club (Bromance Book Club, #1))
-Matheo intentará soportar cualquier cosa, Nessa, con tal de no lastimarte... -¿Cómo puedes estar tan seguro? -Porque es lo que yo haría.
Adri G.M. (La conexión (Los dominios del Ónix Negro, #2))
Love she did not deserve, had never once deserved, but there it was. Just as it had been there from the instant they'd met. What was the value of the world, compared to him? To this?
Sarah J. Maas
Os homens têm experiência de séculos a mais que as mulheres em: malsentir, antever e precaver. Quando levadas ao mundo do trabalho "masculino", as mulheres aceleram seu desenvolvimento nessa mesma direção e, dessa forma, as crianças estão deixando de aprender a amar, ou, ao menos, se afeiçoar.
Carlos Messa (O Poder dos Pais no desenvolvimento emocional e cognitivo dos filhos)
Nessa hora de escrever é preciso matar certas doçuras, é preciso matar também o desejo de contemplar, de alegrar-se com as próprias palavras, de alegrar o olhar. É preciso dosar virilidade e compaixão.
Hilda Hilst (Fluxo-Floema)
Aliás, nessa noite não conseguia pensar longa e fixamente em nada, concentrar o pensamento em coisa alguma, tampouco conseguiria resolver, então, conscientemente, o que quer que fosse; a única coisa que fazia era sentir. Em vez da dialética surgia a vida, e na sua consciência devia se elaborar algo totalmente distinto.
Fyodor Dostoevsky
Ah!, a imaginação das crianças... onde achar outra mais bela, mais inquietadora, que melhor saiba frisar o impossível? ... (...) Porque nessa época ondulante da vida é-se apenas fantasia, crédula fantasia. Vem depois o raciocínio, a lucidez, a desconfiança - e tudo se esvai... Só nos resta a certeza - a desilusão sem remédio...
Mário de Sá-Carneiro (Céu Em Fogo)
fazia-mos coisas muito simples, como atirar estrelas-do.mar ao mar ou partilhar um hambúrguer, e já nessa altura eu sabia que era uma afortunada. Eras o primeiro tipo que não estava sempre a tentar impressionar-me. Aceitaras-te como eras, mas, mais do que isso, aceitavas-me por aquilo que eu era. O que importava era só nós os dois.
Nicholas Sparks (The Best of Me)
(...) o artista, quando olhava para a sua infância, sofria uma saudade tão grande, um enternecimento tão comovido... Só nessa época ele fora feliz - tivera tudo. E porquê? Percebera-o nitidamente nesse instante (...): É que, na infância, não possuímos ainda o sentido da impossibilidade; tanto podemos cavalgar um leão como uma abelha...
Mário de Sá-Carneiro (Céu Em Fogo)
O Camilo começou a pensar que tantas coisas se aprendiam quando se ficava sozinho. Era importante que muita coisa fosse decidida nessa clausura da solidão, para que a natureza de cada um se pronunciasse livremente, sem estigmas.
Valter Hugo Mãe (O Filho de Mil Homens)
Jaraklah yang mempertemukan kita. Bukan memisahkan. Bila tak ada jarak, tiada kita. Hanya aku. Kamu.
Dian Nafi - Nessa K
Bagiku cinta tanpa keberadaan takkan bermakna
Dian Nafi (Segitiga: Setiap Sudutnya Ada Cerita)
E com uma letra bem pequena, lá estava escrito no seu epitáfio: Tentou ser, não conseguiu; tentou ter, não possuiu; tentou continuar, não prosseguiu; e nessa vida de expectativas frustradas tentou até amar… Pois bem, não conseguiu, e aqui está.
Machado de Assis (Dom Casmurro)
It was long past time to change the subject. “The boy playing the bagpipes is really good,” Prudie said. If only she’d said it in French! Trey made a delighted noise. “Nessa Trussler. A girl. Or something.” Prudie looked at Nessa again. There was, she could see now, a certain plump ambiguity. Maybe Trey wouldn’t tell anyone what she’d said. Maybe Nessa was perfectly comfortable with who she was. Maybe she was admired throughout the school for her musical ability. Maybe pigs could jig.
Karen Joy Fowler (The Jane Austen Book Club)
But no matter which path we take, Nessa, there will always be trying times. Faith is believing that God has a plan for our lives even when things seem to be falling apart. Trust Him with all your heart, dear. Trust yourself. Your faith is bigger than you realize.
Kristiana Gregory (A Journey of Faith (Prairie River, #1))
De todas as pessoas que conheci, Federico vem em primeiro lugar. Não falo nem de seu teatro nem de sua poesia, falo dele. A obra-prima era ele. Parece inclusive difícil imaginar alguém comparável. Quer ao piano imitando Chopin, quer improvisando uma pantomima, um esquete teatral, era irresistível. Podia ler qualquer coisa, a beleza sempre jorrava de seus lábios. Ele tinha a paixão, a alegria, a juventude. Era uma labareda. Quando o conheci, na Residência dos Estudantes, eu era um atleta provinciano bem tacanho. Pela força da nossa amizade, ele me transformou, me fez conhecer outro mundo. Devo a ele mais do que consigo dizer. Seus restos mortais nunca foram encontrados. Lendas circularam sobre sua morte, e Dalí – de um jeito bem ignóbil – chegou a falar em crime homossexual, o que é totalmente absurdo. Na realidade, Federico morreu porque era poeta. Nessa época, do outro lado, ouvia-se gritar: “Morte à inteligência!
Luis Buñuel (Mi último suspiro (Spanish Edition))
You can visit me, you know. And I’m sure I’ll come back here all the time.” “No, you won’t.” Nessa shakes her head with surprising seriousness. “When you really fall in love . . . that person becomes your world. You’ll come back sometimes. But mostly you’ll want to be with Raylan.
Sophie Lark (Broken Vow (Brutal Birthright, #5))
She had rules, good ones. No men with brains. No men with power. No men who might find themselves on the opposite side of the O'Kanes for any reason that mattered. And, most especially, no men who made her feel things that might make her forget the reasons she needed those rules. Nessa
Kit Rocha (Beyond Ecstasy (Beyond, #8))
The familiar (if loud) churn of the engine made it hard to talk, especially with the windows open (the air-conditioning didn’t work), but the day was warm and they blasted the music and sang along. Nessa loved singing at full volume. She couldn’t carry a tune, but with Bree it didn’t matter.
C.D. Bell (Weregirl (Weregirl Trilogy))
- Seu José, mestre carpina, e que interesse, me diga, há nessa vida a retalho que é cada dia adquirida? espera poder um dia comprá-la em grandes partidas? - Severino, retirante, não sei bem o que lhe diga: não é que espere comprar em grosso de tais partidas, mas o que compro a retalho é, de qualquer forma, vida.
João Cabral de Melo Neto (Morte e Vida Severina e Outros Poemas Para Vozes)
E não sou muito boa nessa história de consolar, especialmente quando tenho as mãos frias e a cama é quente. Carreguei-o com delicadeza pela rua destroçada, com sal nos olhos e o coração mortalmente pesado. Observei por um instante o conteúdo de sua alma, e vi um menino pintado de preto, gritando o nome de Jesse Owens ao cruzar uma fita de chegada imaginária. Vi-o afundado até os quadris em água gelada, perseguindo um livro, e vi um garoto deitado na cama, imaginando que gosto teria um beijo de sua gloriosa vizinha do lado. Ele mexe comigo, esse garoto. Sempre. É sua única desvantagem. Ele pisoteia meu coração. Ele me faz chorar.
Markus Zusak (The Book Thief)
Both of you be safe," Nessa said, looking to Turner. "Welcome to my messed up home, by the way." "Messed up?" Turner asked. "They seem like a loving bunch, all willing to kill each other off. What's family if there isn't any drama?" Turner winked at Nessa, and she nodded in reply. Drama was what the sidhe were all about.
B. Kristin McMichael (The Day Human King (Day Human Trilogy #2))
O que mais existe no mundo são pessoas que nunca se vão conhecer. Nasceram num lugar distante, e o acaso não fará com que se cruzem. Um desperdício. Muitos desses encontros destinados a não acontecer poderiam ter sido arrebatadores. Por afinidade, por atração que não se explica, por força das circunstâncias, por químicas ocultas, quem pode saber? Quanto amor se perde nessa falta de sincronia. Não é preciso ir longe, alguém pode passar pela esquerda enquanto olhamos distraídos para a direita. Por um triz o paralelo obriga-nos ao desencontro eterno. É preciso uma coincidência qualquer para que o amor se instale. Existe um certo milagre nos encontros. Não é tolo dizer que o amor é sagrado.
Carla Madeira (Tudo é Rio)
Bukankah itu lucu? Hanya satu meter dengan sebuah nama, tanpa saling menyapa. Zoe, kapan satu meter yang terasa jauh ini bisa sangat dekat untuk kita?
Nessa Theo (Affectum)
Mungkin ia memang penikmat kesendirian. Bahkan mungkin persepsi sepi hanya ada dalam kamusku, sementara ia merasa ramai ditemani oleh novel-novel tebalnya.
Nessa Theo (Affectum)
Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas...
Mario Quintana
Não há salvação. Nem mesmo a embriagez do desespero e a resolução cega, porque tu estás aí, nessa cama, na luz selvagem da tua morte.
Simone de Beauvoir (The Blood of Others)
Wisdom and maturity were supposed to go hand in hand. Nessa had turned forty-eight in February, and she still didn't have a clue.
Kirsten Miller (The Change)
But the Bible says ‘do not kill,’” Nessa reminded her grandmother. “The Commandments only apply to humans,” said the older woman. “Nobody goes to hell for killing a monster.
Kirsten Miller (The Change)
To see what everyone else has seen but to think what nobody else has thought
Nessa Carey (The Epigenetics Revolution: How Modern Biology Is Rewriting Our Understanding of Genetics, Disease, and Inheritance)
(...) saltei as quimeras românticas tão normais nessa idade, pois não havia rapazes que as inspirassem.
Isabel Allende (Violeta)
How resilient I am; and how fatalistic now; and how little I mind and how much; and how good my novel is; and how tired I am this morning; and how I like praise; and how full of ideas I am; and Tom and Stephen came to tea, and Ray and William dine; and I forgot to describe my interesting talk with Nessa about my criticizing her children; and I left out—I forget what.
Virginia Woolf (A Writer's Diary)
A nossa burguesia republicana é a mais inepta de todas as burguesias. Não tem gosto, não tem arte, não possui o mais elementar sentimento da natureza. Há nela pressa em tudo: no galgar posições, no construir, no amor, no ganhar dinheiro, etc. Vai, nessa carreira, atropelando, vai matando, vai empurrando tudo e todos; e, como não tenha educação, cultura e instrução, quando se apossa do dinheiro, ganho bem ou mal, não sabe refletir como aplicá-lo, num gesto próprio e seu; então, intimida o idiota que procura em comprar o que for caro, porque será decerto o mais belo.
Lima Barreto (Lima Barreto: Cronista do Rio (Portuguese Edition))
Muita gente se preocupa com os monumentos do ocidente e do oriente, quer saber quem os construiu. De minha parte, gostaria de saber quem nessa época deixou de construí-los, quem estava acima de tais ninharias.
Henry David Thoreau (Walden and Civil Disobedience)
Nessa had never really felt truly beautiful before, but tonight she not only understood that she was beautiful, she understood that everyone was. That for all the competition and fear and knowing that the next runner was coming up behind you, she had been missing out on how beautiful life could be. She should have been watching and appreciating others instead of waiting inside herself for the right time to shine. The time was now.
C.D. Bell (Weregirl (Weregirl Trilogy))
I’m watching her with awe. The way a hunter would watch a doe that walks into a clearing. Nessa is the doe. She is lovely. Innocent. Perfectly at place in her natural environment. I’ll send my arrow straight into her heart.
Sophie Lark (Stolen Heir (Brutal Birthright, #2))
Esse amor sem fim, onde andará? Que eu busco tanto e nunca está E não me sai do pensamento Sempre, sempre longe Esse amor tão lindo que se esconde Nos confins do não sei onde Vive em mim além do tempo Longe, longe, onde? Por que não me surges nessa hora Como um sol Como o sol no mar Quando vem a aurora Esse amor que o amor me prometeu E que até hoje não me deu Por que não está ao lado meu? Esse amor sem fim, onde andará? Esse amor, meu amor, Onde andará?
Vinicius de Moraes
-Acho que adoro a ideia de os problemas terem soluções. Acho que é esse o atrativo das histórias de mistério, sejam de Holmes ou de qualquer outro. Nessas histórias vivemos num mundo compreensível. Vivemos num local onde para cada problema há uma solução, e, se formos suficientemente inteligentes, conseguimos resolve-los. -Em oposição a...? -Em oposição a um mundo aleatório. Onde a violência e a morte são acontecimentos fortuitos...imprevisíveis e imparáveis...
Graham Moore (The Sherlockian)
Os fantasmas do mar, dos navios e das viagens oceânicas existiam apenas nessa gota verde brilhante. Mas, por cada dia que passava, mais os odores abomináveis da vida em terra se colavam ao marinheiro: o cheiro da família, o cheiro dos vizinhos, o cheiro da paz, do peixe frito, das piadas e das mobílias sempre imóveis, o cheiro dos livros de contas da casa e dos passeios de fim-de-semana... todos os cheiros pútridos que os homens de terra deitam, o fedor da morte.
Yukio Mishima
Mas creio que é preciso evitar ver, nessas leis necessárias que nos permitem viver juntos, uma necessidade fundamental, primordial. Parece-me, na realidade, que não é necessário que este mundo exista, que não é necessário que estejamos aqui vivendo e morrendo. Já que somos apenas os filhos do acaso, a terra e o universo poderiam ter continuado sem nós, até à consumação dos séculos. Imagem inimaginável, a de um universo vazio e infinito, teoricamente inútil, que nenhuma inteligência poderia contemplar, que existiria sozinho, caos duradouro, abismo inexplicavelmente privado de vida. Talvez outros mundos, que não conhecemos, sigam assim seu curso inconcebível. Atração pelo caos que às vezes sentimos profundamente em nós mesmos.
Luis Buñuel (My Last Sigh)
It’s not just humans who have trisomies of the sex chromosomes. One day you may be happily amazing your friends with your confident statement that their tortoiseshell cat is female when they deflate you by telling you that their pet has been sexed by the vet and is actually a Tom. At this point, smile smugly and then say ‘Oh, in that case he’s karyotypically abnormal. He has an XXY karyotype, rather than XY’. And if you’re feeling particularly mean, you can tell them that Tom is infertile. That should shut them up.
Nessa Carey (The Epigenetics Revolution: How Modern Biology is Rewriting our Understanding of Genetics, Disease and Inheritance)
Cada promessa é uma ameaça; cada perda um encontro. Dos medos nascem as coragens; e das dúvidas, as certezas. Os sonhos anunciam outra realidade possível e os delírios, outra razão. Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos. A identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia. Nessa fé, fugitiva, ou creio. Para mim, é a única fé digna de confiança, porque é parecida com o bicho humano, fodido mas sagrado, e à louca aventura de viver no mundo.
Eduardo Galeano (The Book of Embraces)
Parece intelectualmente frívolo se preocupar com pessoas ficcionais se casando. Mas é isso: a literatura o comove. Um de seus professores chama essa sensação de “o prazer de ser tocado pela grande arte”. Nessas palavras, parece quase sexual. E de certo modo, o que Connell sente quando o sr. Knightley beija a mão de Emma não é totalmente assexual, embora sua relação com a sexualidade seja indireta. Isso sugere a Connell que a mesma imaginação que ele usa como leitor é também necessária para entender as pessoas de verdade, e para se tornar íntimo delas.
Sally Rooney (Normal People)
É sempre culpa da mãe, não é verdade?, disse ela. bem baixinho, pegando o casaco. Aquele menino deu errado porque a mãe dele bebia, ou se drogava. Ela deixava o garoto solto na rua; ela não ensinou a ele o que é certo e o que é errado. Nunca estava em casa quando ele voltava da escola. Ninguém nunca diz que o pai era um bêbado, ou que o pai nunca estava em casa quando o garoto voltava da escola. E ninguém jamais diz que alguns desses garotos não prestam e pronto. Não vá você acreditar nessa balela. Não deixe que eles ponham nas suas costas essa matança toda.
Lionel Shriver (We Need to Talk About Kevin)
Nessas ocasiões leio depressa, vorazmente, quase saltando trechos, tentando botar o máximo possível dentro de minha cabeça antes do próximo longo período de fome. Se estivéssemos comendo seria a glutonaria dos famintos, se fosse sexo seria uma trepada rápida de pé em um beco em algum lugar.
Margaret Atwood (The Handmaid’s Tale (The Handmaid's Tale, #1))
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar oq ue me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. A noite ultrapassou a si mesma, encontrou a madrugada, se desfez em manhã, em dia claro, em tarde verde, em anoitecer e em noite outra vez. Fiquei. Você sabe que eu fiquei. E que ficaria até o fim, até o fundo. Que aceitei a queda, que aceitei a morte. Que nessa aceitação, caí. Que nessa queda, morri. Tenho me carregado tão perdido e pesado pelos dias afora. E ninguém vê que estou morto.
Caio Fernando Abreu (Inventário do ir-remediável)
Preciso agir, mas o que devo fazer para conhecer a mim mesma? Não vejo sentido na minha autocrítica. Eu me critico, mas, quando descubro algum defeito, qualquer coisa que me desagrade, sou indulgente, condescendente, acabo achando melhor deixar tudo como está e, no final, minha autocrítica torna-se inútil. Parar de pensar nessas coisas talvez seja a melhor saída.
Osamu Dazai (Mulheres)
solidão se faz sozinha. Eu a fiz. Porque decidi que era ali que deveria estar sozinha, que ficaria sozinha para escrever livros”. É interessante pensar nessa perspectiva da solidão não como uma condição passiva, em que se é deixado pelo outro, como se não pudéssemos fazer nada diante disso, como se fôssemos mero objeto. “Fazer” a solidão é se colocar de um modo ativo diante dela.
Ana Suy (A gente mira no amor e acerta na solidão)
Os meus livros Os meus livros (que não sabem que existo) São uma parte de mim, como este rosto De têmporas e olhos já cinzentos Que em vão vou procurando nos espelhos E que percorro com a minha mão côncava. Não sem alguma lógica amargura Entendo que as palavras essenciais, As que me exprimem, estarão nessas folhas Que não sabem quem sou, não nas que escrevo. Mais vale assim. As vozes desses mortos Dir-me-ão para sempre.
Jorge Luis Borges (La rosa profunda)
- Sim, é talvez tudo uma ilusão... E a Cidade a maior ilusão! Tão facilmente vitorioso redobrei de facúndia. Certamente, meu Príncipe, uma ilusão! E a mais amarga, porque o Homem pensa ter na Cidade a base de toda a sua grandeza e só nela tem a fonte de toda a sua miséria. (...) Na Cidade perdeu ele a força e beleza harmoniosa do corpo, e se tornou esse ser ressequido e escanifrado ou obeso e afogado em unto, de ossos moles como trapos, de nervos trémulos como arames, com cangalhas, com chinós, com dentaduras de chumbo, sem sangue, sem febra, sem viço, torto, corcunda - esse ser em que Deus, espantado, mal pode reconhecer o seu esbelto e rijo e nobre Adão! Na Cidade findou a sua liberdade moral: cada manhã ela lhe impõe uma necessidade, e cada necessidade o arremessa para uma dependência: pobre e subalterno, a sua vida é um constante solicitar, adular, vergar, rastejar, aturar; e rico e superior como um Jacinto, a Sociedade logo o enreda em tradições, preceitos, etiquetas, cerimónias, praxes, ritos, serviços mais disciplinares que os de um cárcere ou de um quartel... A sua tranquilidade (bem tão alto que Deus com ela recompensa os santos ) onde está, meu Jacinto? Sumida para sempre, nessa batalha desesperada pelo pão, ou pela fama, ou pelo poder, ou pelo gozo, ou pela fugidia rodela de ouro! Alegria como a haverá na Cidade para esses milhões de seres que tumultuam na arquejante ocupação de desejar - e que, nunca fartando o desejo, incessantemente padecem de desilusão, desesperança ou derrota? Os sentimentos mais genuinamente humanos logo na Cidade se desumanizam! Vê, meu Jacinto! São como luzes que o áspero vento do viver social não deixa arder com serenidade e limpidez; e aqui abala e faz tremer; e além brutamente apaga; e adiante obriga a flamejar com desnaturada violência. As amizades nunca passam de alianças que o interesse, na hora inquieta da defesa ou na hora sôfrega do assalto, ata apressadamente com um cordel apressado, e que estalam ao menor embate da rivalidade ou do orgulho. E o Amor, na Cidade, meu gentil Jacinto? Considera esses vastos armazéns com espelhos, onde a nobre carne de Eva se vende, tarifada ao arratel, como a de vaca! Contempla esse velho Deus do Himeneu, que circula trazendo em vez do ondeante facho da Paixão a apertada carteira do Dote! Espreita essa turba que foge dos largos caminhos assoalhados em que os Faunos amam as Ninfas na boa lei natural, e busca tristemente os recantos lôbregos de Sodoma ou de Lesbos!... Mas o que a cidade mais deteriora no homem é a Inteligência, porque ou lha arregimenta dentro da banalidade ou lha empurra para a extravagância. Nesta densa e pairante camada de Idéias e Fórmulas que constitui a atmosfera mental das Cidades, o homem que a respira, nela envolto, só pensa todos os pensamentos já pensados, só exprime todas as expressões já exprimidas: - ou então, para se destacar na pardacenta e chata rotina e trepar ao frágil andaime da gloríola, inventa num gemente esforço, inchando o crânio, uma novidade disforme que espante e que detenha a multidão como um monstrengo numa feira. Todos, intelectualmente, são carneiros, trilhando o mesmo trilho, balando o mesmo balido, com o focinho pendido para a poeira onde pisam, em fila, as pegadas pisadas; - e alguns são macacos, saltando no topo de mastros vistosos, com esgares e cabriolas. Assim, meu Jacinto, na Cidade, nesta criação tão antinatural onde o solo é de pau e feltro e alcatrão, e o carvão tapa o céu, e a gente vive acamada nos prédios como o paninho nas lojas, e a claridade vem pelos canos, e as mentiras se murmuram através de arames - o homem aparece como uma criatura anti-humana, sem beleza, sem força, sem liberdade, sem riso, sem sentimento, e trazendo em si um espírito que é passivo como um escravo ou impudente como um Histrião... E aqui tem o belo Jacinto o que é a bela Cidade! (...) -Sim, com efeito, a Cidade... É talvez uma ilusão perversa!
Eça de Queirós (A Cidade e as Serras)
Assim, se um disser: “Isso significa o que eu entendo”, e outro: “Não: o que eu entendo”, eu julgo mais pio dizer: “Por que não ambos, então, se ambos são verdadeiros, e se alguém enxergar nessas palavras um terceiro sentido, ou um quarto ou qualquer outro que seja verdadeiro, por que não acreditar que os viu todos aquele mediante o qual Deus uno temperou as Sagradas Escrituras para que as interpretações de muitos vissem nelas verdades diferentes?
Agostinho de Hipona (Confissões)
Nessa ausência de luz precisava de lhe dizer a verdade pela primeira vez. Despejar o saco da frieza e do ressentimnto. Eu era uma miséria de mulher, um torpor, uma dor que já nem dói. Um farrapo de lã que já não aquece. Já não pretendia esconder-me do que tinha sido e fingir uma perfeição que não me assentava. Quebrava-me de novo fragmentos, com se quebra o vidro e as pessoas. E de cada vez que me quebrava não era possível voltar ao que tinha sido antes. E era asim há muito tempo.
Isabela Figueiredo (A Gorda)
avançamos.Quando os desafios dos relacionamentos começam a aparecer, muitas vezes, somos completamente tragados pela descrença e pela desesperança; pelo medo e pelo ódio. Os relacionamentos trazem grandes provas; eles nos espremem e cutucam nossas feridas. Então, muitas vezes, achamos que não tem saída. Somos levados a pensar que esse negócio de relacionamento não é para nós e nos perguntamos se vale a pena jogar esse jogo. Nessa hora, é importante lembrar da meta: estamos aqui para amar e criar união. Esse é o jogo.
Sri Prem Baba (Amar e ser livre: As bases para uma nova sociedade)
— Tenho de sair daqui de qualquer jeito. Isso é indiscutível. — Talvez seja, realmente — concorda o menino chamado Corvo. Deposita o peso sobre o tampo da escrivaninha e cruza as mãos na nuca. — Mas todos os seus problemas não estarão resolvidos só porque saiu daqui. Você é até capaz de achar que estou agourando de novo, mas mesmo assim deixe-me dizer: você pode ir para longe, muito longe, sem que isso signifique que conseguiu fugir daqui de maneira definitiva. Acho que não deve depositar muita esperança nessa questão da distância, entendeu?
Haruki Murakami (Kafka à Beira-Mar)
A avaliação inicial feita por Connell a respeito da leitura não foi refutada. Era cultura como representação de classe, literatura fetichizada por sua capacidade de levar pessoas instruídas em falsas jornadas emocionais para que depois se sintam superiores a pessoas sem instrução cujas jornadas emocionais gostaram de ler. Ainda que o escritor fosse uma boa pessoa, e embora seu livro fosse realmente perspicaz, todos os livros eram, no final das contas, vendidos como símbolos de status, e todos os escritores participavam em alguma medida desse marketing. Supunha-se que era assim que a indústria ganhava dinheiro. A literatura, como aparecia nessas leituras públicas, não tinha potencial como forma de resistência nem nada disso. Porém, Connell foi para casa naquela noite e releu algumas anotações que andava fazendo para um novo conto, e sentiu a velha batida de prazer dentro do corpo, como assistir a um gol perfeito, como o movimento rumorejante da luz através das folhagens, um fraseado musical da janela de um carro que passa. A vida propicia esses momentos de alegria, apesar de tudo.
Sally Rooney (Normal People)
Por trás do homem não se encontra nem a opinião pública nem o código moral universal, mas a personalidade, da qual ele não tomou consciência. Da mesma forma que o homem é sempre o que já foi no passado, assim também é sempre o que está pra ser. A consciência não encerra a totalidade do homem, pois esta é constituída, de um lado, por seus conteúdos conscientes e, do outro, por seu inconsciente, cuja extensão é ignorada e cujos limites não sabemos até onde vão. A consciência está contida nessa totalidade, tal como um círculo menor em outro mais extenso.
C.G. Jung
Cada vez sinto menos vontade de estar com os outros. Dou por mim a fazer uma espécie de lenta retirada social. Visito cada vez menos os amigos, até deixar de os ter. Se os visse, na certa, iriam fazer-me perguntas a que não quero responder e também não desejo perder o meu tempo a ouvir os seus dramas. Por isso, forço-me ao isolamento. Mas, nem sempre fui assim. Penso que há uma parte de mim que deixou de funcionar e, por causa disso, sou incapaz de manter o interesse de estar com pessoas. Nessas alturas imagino-me a passar o resto da vida sozinho, lendo, vendo filmes, passeando de um lado para o outro sem propósito.
Sónia Alcaso
Se o cristianismo tivesse razão em suas teses acerca de um Deus vingador, da pecaminosidade universal, da predestinação e do perigo de uma danação eterna, seria um indício de imbecilidade e falta de caráter não se tornar padre, apóstolo ou eremita e trabalhar, com temor e tremor, unicamente pela própria salvação; pois seria absurdo perder assim o benefício eterno, em troca da comodidade temporal. Supondo que se creia realmente nessas coisas, o cristão comum é uma figura deplorável, um ser que não sabe contar até três, e que, justamente por sua incapacidade mental, não mereceria ser punido tão duramente quanto promete o cristianismo.
Friedrich Nietzsche (Humano, demasiado humano (Portuguese Edition))
A amizade foi, por muito tempo, uma virtude moral, uma das maiores. Isso só mudou com o nascimento da sociedade capitalista e, com ela, do individualismo e da competição. “A sociedade capitalista considerava a amizade como manifestação de ‘sentimentalismo’; portanto, como uma fraqueza de espírito completamente inútil e até nociva para a realização das tarefas de classe burguesas”, diz Kollontai (1982) em seu texto. O capitalismo e o patriarcado atribuíram ao amor o mesmo princípio de propriedade que regula o modo de vida em nossa sociedade até hoje. Amar, então, tornou-se sinônimo de posse: é preciso possuir o coração do ser amado. O amor nessa configuração perde sua amplitude e passa a ficar restrito às relações conjugais e familiares.
Ingrid Gerolimich (Para revolucionar o amor: A crise do amor romântico e o poder da amizade entre mulheres (Portuguese Edition))
Meu caro amigo: Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros que forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.
Agostinho da Silva (Sete Cartas a um Jovem Filósofo)
Nessa altura, vários mitos eram criados pelos jovens das carrinhas de fumo e das florestas de cogumelos alucinogénios, os famintos pela sede do ácido lisérgico, que estavam demasiado cansados do sofrimento em que cresceram e que precisavam de se refugiar nos sonhos. No universo destas crianças, corriam histórias inacreditáveis sobre os locais nas montanhas que as mulheres procuravam para se refugiar, sítios onde as pessoas se uniam pela música e pelo amor, para um crescimento espiritual mútuo. Para a tia Jeanine, que já tinha crescido com a imagem do pai sem um pé devido à guerra, alimentar-se dessas histórias parecia um refúgio, que ela mais tarde tentaria transformar em casa. E uma dessas histórias, particularmente uma, ficou-lhe na memória até à última fase da sua vida, quando veio a falecer aos oitenta e um anos, queimada pelo fogo. (...) Naquela altura, miúdo, diziam que, se procurássemos bem, íamos encontrar um sítio onde o mundo não acabaria. Os homens nunca iriam saber que raio de sítio era aquele, totalmente indomável! Um sítio onde as mãos porcas dos homens não chegariam. Um sítio sobre o qual os homens nunca saberiam nada. Não achas que consegui? Ter o meu corpo a desaparecer na floresta, como vi acontecer aos miúdos no Japão, na floresta Aokighara que os engole para o seu âmago. A carne reduzida a pó, a minha essência a desaparecer no meio da vida. Eles diziam que, quando morres num sítio, ficas nesse sítio para sempre. Era por isso que toda a gente tinha medo de ir para a guerra. Não era de morrer que eles tinham medo, miúdo, era de morrer lá.
Pat R (Os Homens Nunca Saberão Nada Disto)
A natureza observadora e emocionalmente determinada do espírito lunar é designada em alemão pelas palavras pertencentes à raiz Sinn, que significa meditar, ter em mente, ponderar, considerar e ser contemplativo; e também contemplação, inclinação mental, assim, como sentidos e sensual; por último, mas não menos importante, o Eigen-Sinn (vontade própria, obstinação) que os homens em geral atribuem às mulheres. A consciência matriarcal age através da circum-ambulação e da meditação. Falta-lhe o propósito do pensamento dirigido, da conclusão lógica e do juízo. Sua Ação característica é um movimento em torno de um círculo, uma contemplação (Betrachtung, uma vez interpretada por Jung como trachtigmachen, engravidar) . Não tem o objetivo direto da consciência masculina, nem o fio aguçado de sua análise. Interessa-se mais pelo significativo do que por fatos e datas, e é orientada teleologicamente mais ao crescimento orgânico do que à causalidade mecânica ou lógica. Uma vez que o processo de cognição nessa “consciência lunar“ é uma gravidez e seu produto um nascimento, um processo em que toda a personalidade participa, seu “conhecimento “não pode ser partilhado, relatado ou provado. É uma posse interior, realizada e assimilada pela personalidade, mas não facilmente discutida, porque a experiência interna que está por trás dela não se presta a uma exploração verbal adequada, e dificilmente pode ser transmitida a alguém que não tenha passado pela mesma experiência. Por essa razão, uma consciência masculina pura e simples considera o “conhecimento” da consciência matriarcal não verificável, caprichoso e místico por excelência. Esse é, de fato, no sentido positivo, o cerne da questão. É a mesma espécie de conhecimento revelado nos mistérios e no misticismo. Consiste não de verdades partilhadas mas de transformações experimentadas, portanto necessariamente só tem validade para as pessoas que passaram pela mesma experiência. Para estas, o conselho de Goethe ainda vale: Sagt es niemand, nur den Weisen, Weil die Menge gleich verhohnet (Não conte a ninguém, apenas aos sábios, porque a multidão não tarda em zombar) Isto quer dizer que as percepções de consciência matriarcal são condicionadas pela personalidade que as realiza. Não são abstratas nem desemocionalizadas, pois a consciência matriarcal conserva o vínculo com o reino do inconsciente do qual seu conhecimento brota. Suas descobertas interiores, estão, em conseqüência, em oposição direta às da consciência masculina, que consiste idealmente de conteúdos conscientes abstratos, livres de emocionalismo e possuidores de uma validade universal não afetada por fatores pessoais.
Erich Neumann (The Fear of the Feminine and Other Essays on Feminine Psychology)
Resta-nos esclarecer a parte que nesse golfo fantástico cabe ao imaginário indireto, ou seja, o conjunto de imagens que a cultura nos fornece, seja ela cultura de massa ou outra forma de tradição. Esta questão suscita de imediato uma outra: que futuro estará reservado à imaginação individual nessa que se convencionou chamar a "civilização da imagem"? O poder de evocar imagens [i]in absentia[/i] continuará a desenvolver-se numa humanidade cada vez mais inundada pelo dilúvio das imagens pré-fabricadas? Antigamente a memória visiva de um individuo estava limitada ao patrimônio de suas experiências diretas e a um reduzido repertório de imagens refletidas pela cultura; a possibilidade de dar forma a mitos pessoais nascia do modo pelo qual os fragmentos dessa memória se combinavam entre si em abordagens inesperadas e sugestivas. Hoje somos bombardeados por uma tal quantidade de imagens a ponto de não podermos distinguir mais a experiência direta daquilo que vimos há poucos segundos na televisão. Em nossa memória se depositam, por estratos sucessivos, mil estilhaços de imagens, semelhantes a um depósito de lixo, onde é cada vez menos provável que uma delas adquira relevo
Italo Calvino
Aí desaparece o desinteresse e divisa-se o vago esboço do demónio; cada qual para si. O eu sem olhos uiva, procura, apalpa e rói. Existe nesse golfão o Ugolino social. As figuras ferozes que giram nessa cova, quase animais, quase fantasmas, não se ocupam do progresso universal, cuja ideia ignoram; só cuidam de saciar-se cada uma a si mesma. Quase lhes falta a consciência, e parece haver uma espécie de amputação terrível dentro delas. São duas as suas mães, ambas madrastas: a ignorância e a miséria. O seu guia é a necessidade; e para todos as formas de satisfação, o apetite. São brutalmente vorazes, quer dizer, ferozes; não à maneira do tirano, mas à maneira do tigre. Do sofrimento passam estas larvas ao crime; filiação fatal, geração aterradora, lógica das trevas. O que roja pelo entressolo social não é a reclamação sufocada do absoluto; é o protesto da matéria. Torna-se aí dragão o homem. Ter fome e sede é o ponto de partida; ser Satanás é o ponto de chegada. Esta cova produz Lacenaire. Acima viu o leitor, no livro quarto, um dos compartimentos da mina superior, da grande cova política, revolucionária e filosófica, onde, como acabou de ver, é tudo pobre, puro, digno e honesto; onde, sem dúvida, é possível um engano, e efectivamente os enganos se dão; mas onde o erro se torna digno de respeito, tão grande é o heroísmo a que anda ligado. O complexo do trabalho que aí se opera chama-se Progresso. Chegada é, porém, a ocasião de mostrarmos ao leitor outras funduras, as profunduras medonhas. Por baixo da sociedade, insistimos, existirá sempre a grande sopa do mal, enquanto não chegar o dia da dissipação da ignorância. Esta sopa fica por baixo de todas e é inimiga de todas. É o ódio sem excepção. Não conhece filósofos; o seu punhal nunca aparou penas. A sua negrura não tem nenhuma relação com a sublime negrura da escrita. Nunca os negros dedos que se crispam debaixo desse tecto asfixiante folhearam um livro ou abriram um jornal. Para Cartouche, Babeuf é um especulador; para Schinderhannes, Marat é um aristocrata. O objetivo desta sopa consiste em abismar tudo. Tudo, inclusive as sapas superiores que esta aborrece de morte. No seu medonho formigar, não se mina somente a ordem social actual: mina-se a filosofia, a ciência, o direito, o pensamento humano, a civilização, a revolução, o progresso. Tem simplesmente o nome de roubo, prostituição, homicídio e assassinato. As trevas querem o caos. A sua abóbada é formada de ignorância. Todas as outras, as de cima, têm por único alvo suprimi-la, alvo para o qual tendem a filosofia e o progresso, por todos os seus órgãos, tanto pelo melhoramento do real, como pela contemplação do absoluto. Destruí a sapa Ignorância, e teres destruído a toupeira do Crime. Humanidade quer dizer identidade. Os homens são todos do mesmo barro. Na predestinação não há diferença nenhuma, pelo menos neste mundo. A mesma sombra antes, a mesma carne agora, a mesma cinza depois. Mas a ignorância misturada com a massa humana enegrece-a. Essa negrura comunica-se ao interior do homem, e converte-se no Mal.
Victor Hugo (Les Misérables: Marius (Les Misérables, #3))
O outro não é apenas um duplo especular, ao modo de um espelho do Eu. Para começar, o outro tem dois olhos, não apenas um. Então em qual ponto de vista devemos nos colocar? Se os olhos piscam ao mesmo tempo, a imagem permanece ainda que não esteja em presença. Mas, se alternamos o piscar entre um olho e outro, o objeto começa a se movimentar, em função de um efeito de ilusão chamado paralaxe. Ou seja, o fato de nós termos uma visão binocular e supormos no outro um único ponto de vista corresponde a uma diferença estrutural entre o eu e o outro. Isso ocorre também porque há um ponto de ausência na visão, bem no centro do cone ótico, chamado mácula. Além disso, a visão, tomada nesse sentido geométrico, equivale à audição, não à escuta. Para escutar e não só ouvir, assim como olhar e não só ver, é preciso subtrair a representação antecipada que fazemos do outro, da imagem, e que não é uma ilusão ótica, mas uma ilusão cognitiva. Quando alguém começa a aprender a arte do desenho, uma das primeiras lições, e talvez a mais importante, no sentido inaugural, é que você deve se ater ao que objetivamente está vendo, não ao que se “sabe” sobre o formato de uma maçã ou das arestas de um cubo. Isso significa que, para que os dois olhos colaborem na apreensão de uma única imagem, é preciso pensar a partir do quadro, colocar-se no lugar do outro, mas também supor o que o quadro “ignora” sobre sua própria composição. Por exemplo, o tamanho, a disposição e a distribuição dos volumes impõem involuntariamente ao observador que se coloque no ponto exato em que o quadro forma uma boa imagem. Se nos colocamos a menos de um palmo ou a mais de cem metros da Mona Lisa, sua experiência estética simplesmente será outra. Ocorre que, nesse ponto, ao qual nos ajustamos automaticamente – como ajustamos a distância exata à qual um bebê é capaz de formar seu foco visual, sem que ninguém tenha nos ensinado isso –, emerge outro fenômeno: nos vemos sendo vistos. Nossa percepção é a de que fazemos parte da tela e estamos imersos no espaço do museu. Ou seja, recebemos nossa própria imagem, que nos enxerga ali onde não nos vemos. É assim também com a escuta. Reconhecemos o que o outro não escuta, o que ele mesmo diz, e não adianta simplesmente dizer isso, gritar ou se exasperar, porque ele não escuta. E isso acontece porque, no fundo, “não pode escutar”, pois aquilo foi feito para ficar nessa zona cinzenta do não escutado. Não obstante, há restos – penumbras, zonas de transição, rastros daquilo que não se escuta perfeitamente –, mas que se denunciam como ruídos, particularmente em distorções, exageros, inibições e excepcionalidades da sua expressividade. O senso comum tenta eliminar tais ruídos entendendo que atrapalham a funcionalidade das relações. A psicanálise dá atenção a essas bobagens e imperfeições comunicativas, pois presume que nelas falta o que não pode ser realmente escutado e que de fato está determinando impasses relacionais.
Christian Dunker (A arte de amar (Portuguese Edition))
Três coisas estão faltando. A primeira: você sabe por que livros como este são tão importantes? Porque têm qualidade. E o que significa a palavra qualidade? Para mim significa textura. Este livro tem poros. Tem feições. Este livro poderia passar pelo microscópio. Você encontraria vida sob a lâmina, emanando em profusão infinita. Quanto mais poros, quanto mais detalhes de vida fielmente gravados por centímetro quadrado você conseguir captar numa folha de papel, mais “literário” você será. Pelo menos, esta é a minha definição. Detalhes reveladores. Detalhes frescos. Os bons escritores quase sempre tocam a vida. Os medíocres apenas passam rapidamente a mão sobre ela. Os ruins a estupram e a deixam para as moscas. Entende agora por que os livros são odiados e temidos? Eles mostram os poros no rosto da vida. Os que vivem no conforto querem apenas rostos com cara de lua de cera, sem poros nem pelos, inexpressivos. Estamos vivendo num tempo em que as flores tentam viver de flores, e não com a boa chuva e o húmus preto. Mesmo os fogos de artifício, apesar de toda a sua beleza, derivam de produtos químicos da terra. No entanto, de algum modo, achamos que podemos crescer alimentando-nos de flores e fogos de artifício, sem completar o ciclo de volta à realidade. Você conhece a lenda de Hércules e Anteu, o gigantesco lutador cuja força era invencível desde que ele ficasse firmemente plantado na terra? Mas quando Hércules o ergueu no ar, deixando-o sem raízes, ele facilmente pereceu. Se não existe nessa lenda nenhuma lição para nós hoje, nesta cidade, em nosso tempo, então sou um completo demente. Bem, aí temos a primeira coisa de que precisamos. Qualidade, textura da informação. — E a segunda? — Lazer. — Ah, mas já temos muitas horas de folga. — Horas de folga, sim. Mas e tempo para pensar? Quando você não está dirigindo a cento e sessenta por hora, numa velocidade em que não consegue pensar em outra coisa senão no perigo, está praticando algum jogo ou sentado em algum salão onde não pode discutir com o televisor de quatro paredes. Por quê? O televisor é “real”. É imediato, tem dimensão. Diz o que você deve pensar e o bombardeia com isso. Ele tem que ter razão. Ele parece ter muita razão. Ele o leva tão depressa às conclusões que sua cabeça não tem tempo para protestar: “Isso é bobagem!”. — Somente a “família” é “gente”. — Como disse? — Minha mulher diz que os livros não são “reais”. — Graças a Deus que não. Você pode fechá-los e dizer: “Espere um pouco aí”. Você faz com eles o papel de Deus. Mas quem consegue se livrar das garras que se fecham em torno de uma pessoa que joga uma semente num salão de tevê? Ele dá a você a forma que ele quiser! É um ambiente tão real quanto o mundo. Ele se torna a verdade e é a verdade. Os livros podem ser derrotados com a razão. Mas com todo o meu conhecimento e ceticismo, nunca consegui discutir com uma orquestra sinfônica de cem instrumentos, em cores, três dimensões, e ao mesmo tempo estar e participar desses incríveis salões. Como você vê, meu salão não passa de quatro paredes de gesso. E veja. — Faber exibiu dois pequenos tampões de borracha. — Para minhas orelhas, quando ando nos jatos subterrâneos. — O Dentifrício Denham; eles não tecem, nem fiam — disse Montag, os olhos cerrados. — E para onde vamos? Os livros nos ajudariam? — Só se nos fosse dada a terceira coisa necessária. A primeira, como eu disse, é a qualidade da informação. A segunda, o lazer para digeri-la. E a terceira, o direito de realizar ações com base no que aprendemos da interação entre as duas primeiras.
Ray Bradbury (Fahrenheit 451)