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Estou decidida a adorar-te durante toda a vida e a não ter olhos para mais ninguém. E asseguro-te que também tu farás bem em não amar mais ninguém. Poderias, acaso, contentar-te com uma paixão menos ardente do que a minha? Encontrarás, talvez, maior beleza (e, no entanto, disseste-e outrora que não me faltava beleza), mas não encontrarás jamais amor tamanho - e o resto não conta. [...] Conjuro-te a que me digas por que é que te empenhaste em me encantar como fizeste, se já sabias que me havias de abandonar? Por que é que puseste tanto empenho em me tornar infeliz? Por que não me deixaste em paz no meu convento? Tinha-te feito algum mal? [...] Atribuo toda esta desgraça à cegueira com que me abandonei a dedicar-me a ti. Pois não devia eu prever que os meus prazeres acabariam antes que acabasse o meu amor? Podia eu esperar que ficasses para sempre em Portugal e que renunciasses à tua fortuna e à tua pátria para só pensares em mim? [...] Bem claramente vejo qual seria o remédio para todos os meus males e em breve me libertaria deles se deixasse de te amar. Mas ai de mim!, que terrível remédio! Não! Antes quero sofrer ainda mais do que esquecer-te... Infeliz que sou! Dependerá isso de mim? Não posso acusar-me de ter desejado, nem que fosse só por um momento, deixar de te amar! [...] Não é para te obrigar a escreveres-me que digo todas estas coisas. Oh!, não te violentes! De ti não quero nada senão o que espontaneamente vier e recuso todos os testemunhos de amor que constrangido me desses. Comprazer-me-ia em desculpar-te, só porque talvez tu te sintas bem em não ter o incômodo de me escrever, e sinto uma profunda disposição para te perdoar todas as faltas que cometeres.
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Mariana Alcoforado (The letters of a Portuguese nun)
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Eltávozásod, melyre meggyötört lelkem, bármily leleményes is, nem tud elég gyászos jelzőt találni, örökre megfosztott attól, hogy szemedbe tekintsek, abba a szempárba, ahonnan annyi szerelem sugárzott felém, mely oly indulatokat gerjesztett szívemben, miktől elöntött az öröm, s melynek mindent pótoltak az életben, és tökéletesen kielégítettek. Jaj, nem látja már szemem az egyetlen fényforrást, melyből ragyogását kapta; nem is használom másra, mint szüntelen könnyhullatásra, mióta megtudtam, hogy úgy döntöttél: visszatérsz hazádba; hisz ez a gondolat oly elbírhatatlan, hogy gyilkosommá válik nemsokára. S lásd, közben mégis azt érzem, hogy voltaképpen még a kínokhoz is ragaszkodom én, mert te, egyedül te vagy okozójuk, s én, mihelyt megláttalak, neked szántam az életemet, hát most még abban is találok egy szikrányi gyönyörűséget, ha feláldozhatom érted.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Azért még él a szívemben valami reménység. De ha ez is csak áltatásnak bizonyulna, pusztuljon ki még a gyökere is, és pusztuljak el vele együtt én is.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Ezerszer jobban szeretlek, mint az életemet, ezerszer jobban, mint magam is képzelem.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Ó, istenem, mit is követhettem el, hogy ilyen irtózatosan boldogtalannak kell lennem? Miért mérgezted meg az életemet?
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Nem vágytam én arra, hogy tájékoztass a valóságról.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Micsoda vak ösztön, micsoda kegyetlen végzet rendelkezik velünk, és sodor éppen azoknak az útjába, akik szíve másért dobogna inkább?
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Lehet, hogy valaha szebb nőre bukkansz nálam – bár hajdan azt hajtogattad, én se vagyok éppen rút! –, de senki szívében nem találsz majd akkora szenvedélyt, mint az enyémben. Azt hiszed, számít más? Semmi, csak ez.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Nem kérek számon semmit. Hogy bírnék bosszúra gondolni én, nem is vádolok senkit a történtekért, legfeljebb végzetem zord keménységét. Azzal, hogy eltépett bennünket egymástól, ránk mérte mindazt a csapást, amitől ember csak retteghet, azt hiszem. De szíveinket csak nem tudta elszakítani egymástól. A szerelem, mely sokkal erősebb, mint a végzet, egybeforrasztotta őket örökké.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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A kétségbeesés fenekére dönt, hogy képem kitörlődött lelkedből, s bizony, neked is szégyened. Igazán a legkevesebb, amit elvárhatok tőled, hogy legalább azt viseld el, ha felpanaszolom szenvedéseimet. Éreztem én, előre éreztem, mennyi gyötrelem vár rám, mikor láttam, hogy elhatároztad: elhagysz engem.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Az egyetlen, amire boldog figyelmem kiterjedt, az volt, hogy veled lehetek; egy pillanatra se jutott eszembe, hogy jöhet olyan idő is, amikor távol leszel tőlem.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Mért nem lehetek én is szüntelenül teveled?
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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A végén persze kiderült, hogy nincs nekem más ellenfelem, csak önmagam, csak hát fogalmam se volt, mily határtalanul gyönge vagyok.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Ó, mit tudom én, mi van velem, mit csinálok, mit óhajt a szívem, ezer különféle indulat tépi szerteszét!
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Az ember oly lassan, nehezen szánja rá magát, hogy kétségbe vonja a jóhiszeműségét annak, akit szeret.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Nem tagadom, amíg boldogított szerelmed, lélegzet-elállító gyönyörűség jutott osztályrészemül, de most sosem ismert kínokkal fizetek meg értük, s ami hömpölygő indulatot csak felkorbácsoltál szívemben, az mind túlcsap minden ismert mértéken és határon.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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[…] mért engem választottál ki arra, hogy boldogtalanná tégy?
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Não sei o que sou, nem o que faço, nem o que quero; estou despedaçada por mil sentimentos contrários
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Mariana Alcoforado (Lettres Portugaises (French Edition))
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Há-de então estes afastamento, para o qual a minha dor, por mais subtil que seja, não encontrou nome bastante lamentável, privar-me para sempre de me debruçar nuns olhos onde já vi tanto amor, que despertavam em mim emoções que me enchiam de alegria, que bastavam para meu contentamento e valiam, enfim, tudo quanto há? Ai!, os meus estão privados da única luz que os alumiava, só lágrimas lhes restam, e chorar é o único uso que faço deles, desde que soube que te havias decidido a um afastamento tão insuportável que me matará em pouco tempo.
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Mariana Alcoforado (Cartas Portuguesas: CARTAS DE AMOR DE UMA FREIRA PORTUGUESA)
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Mal te vi a minha vida foi tua, e chego a ter prazer em sacrificar-ta. Mil vezes ao dia os meus suspiros vão ao teu encontro, procuram-te por toda a parte e, em troca de tanto desassossego, só me trazem sinais da minha má fortuna, que cruelmente não me consente qualquer engano e me diz a todo o momento: Cessa, pobre Mariana, cessa de te mortificar em vão, e de procurar um amante que não voltarás a ver, que atravessou mares para te fugir, que está em França rodeado de prazeres, que não pensa um só instante nas tuas mágoa, que dispensa todo este arrebatamento e nem sequer sabe agradecer-to.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Como é possível que a lembrança de momentos tão belos se tenha tornado tão cruel? E que, contra a sua natureza, sirva agora só para me torturar o coração? Ai!, a tua última carta reduziu-o a um estado bem singular: bateu de tal forma que parecia querer fugir-me para te ir procurar. Fiquei tão prostrada de comoção que durante mais de três horas todos os meus sentidos me abandonaram: recusava uma vida que tenho de perder por ti, já que para ti a não posso guardar. Enfim, voltei, contra vontade, a ver a luz: agradava-me sentir que morria de amor, e, além do mais, era um alívio não voltar a ser posta em frente do meu coração despedaçado pela dor da tua ausência.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Nenhum alívio há para o meu mal, e se me lembro das minhas alegrias maior é ainda o meu desespero.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Não sei o que sou, nem o que faço, nem o que quero; estou despedaçada por mil sentimentos contrários. Pode imaginar-se estado mais deplorável? Amo-te de tal maneira que nem ouso sequer desejar que venhas a ser perturbado por igual arrebatamento. Matar-me-ia ou, se não o fizesse, morreria desesperada, viesse a ter a certeza que nunca mais tinhas descanso, que tudo te era odioso, e a tua vida não era mais que perturbação, desespero e pranto.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Atormentaste-me com a tua insistência, transtornaste-me com o teu ardor, encantaste-me com a tua delicadeza, confiei nas tuas juras, seduziu-me a minha inclinação violenta, e o que se seguiu a tão agradável e feliz começo não são mais que suspiros, lágrimas e uma tristíssima morte que julgo sem remédio. É certo que tive, ao amar-te, alegrias surpreendentes, mas custam-me agora os maiores tormentos: são extremas todas as emoções que me causas.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Bem sei que te amo perdidamente; no entanto, não lamento a violência dos impulsos do meu coração; habituei-me à sua tirania, e já não poderia viver sem este prazer que vou descobrindo: amar-te entre tanta mágoa. O que me desgosta e atormenta é o ódio e a aversão que ganhei a tudo. A família, os amigos e este convento são-me insuportáveis. Tudo o que seja obrigado a ver, tudo o que inadiavelmente tenha de fazer, me é odioso. Tão ciosa sou da minha paixão que julgo dizerem-te respeito todas as minhas acções e todas as minhas obrigações. Sim, tenho escrúpulo de não serem para ti todos os momentos da minha vida. Ai!, que seria de mim sem tanto ódio e tanto amor a encher-me o coração? Conseguiria eu sobreviver ao que obsessivamente me preocupa, para levar uma existência tranquila e sem cuidados? Tal vazio e tal insensibilidade não me convém.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)
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Tão deslumbrada fiquei com os teus cuidados, que bem ingrata seria se não te quisesse com desvario.
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Mariana Alcoforado (Cartas Portuguesas: CARTAS DE AMOR DE UMA FREIRA PORTUGUESA)
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E porque razão, uma cega inclinação e um cruel destino, persistem quase sempre em prender-nos àqueles que só a outros são sensíveis?
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Mariana Alcoforado (Cartas Portuguesas: CARTAS DE AMOR DE UMA FREIRA PORTUGUESA)
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Je m'apercevais trop agréablement que j'étais avec vous pour penser que vous seriez un jour éloigné de moi.
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Mariana Alcoforado (The Letters Of A Portuguese Nun)