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Primeiro casa para todos, diziam, depois comida para todos, depois transporte para todos, depois meios de produção para todos. Que as casas devessem ser construídas por empreiteiros privados não lhes importava muito; a verdade haveria de prevalecer no choque dialético entre o individual e o coletivo, entre o egoísmo e o altruísmo, entre o custo das casas e os preços cobrados pelos empreiteiros, entre a boa qualidade apregoada para a argamassa e as fendas que mais cedo ou mais tarde apareceriam nas paredes; fendas enormes, ramificadas em caprichosos desenhos (galhados de cervos, árvores de decisão ou mesmo letras como as que o plano incluía, de acordo com as ideias do socialista francês Louis Blanc, a criação, no setor público da economia, de verdadeiras oficinas sociais auto-administradas em moldes empresariais. O lucro dessas oficinas, em parte seria destinado à assistência médica e à previdência social, e em parte reinvestido. Operários investindo, aí estava a coisa: as armas do capitalismo usadas contra o próprio capitalismo!
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