Fernando Sabino Quotes

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In the end, everything will be okay. If it's not okay, it's not yet the end. ~Fernando Sabino, translated from Portuguese
Fernando Sabino
De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.
Fernando Sabino (O Encontro Marcado)
O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove.
Fernando Sabino
Everything will be okay in the end. If it's not ok, it's not the end.
Fernando Sabino
Happiness is the certainty that our life is not going in vain.
Fernando Sabino
It will all be okay in the end, and if its not, then its not the end.
Fernando Sabino
It did not take long to conclude that, without God, would never come to understand where the universe began and where it ended, where it came from him, where he would go
Fernando Sabino
Viver devagar é que é bom, e entreviver-se, amando, desejando e sofrendo, avançando e recuando,tirando das coisas ao redor uma íntima compensação, recriando em si mesmo a reserva dos outros e vivendo em uníssono.
Sabino Fernando
Foi ele, esse iluminado de olhos cintilantes e cabelos desgrenhados, que um dia saltou dentro de mim e gritou basta! Num momento em que meu ser civilizado, bem penteado, bem vestido e ponderado dizia sim a uma injustiça. Foi ele quem amou a mulher e a colocou num pedestal e lhe ofertou uma flor. Foi ele quem sofreu quando jovem a emoção de um desencanto, e chorou quando menino a perda de um brinquedo, debatendo-se na camisa-de-força com que tolhiam o seu protesto. Este ser engasgado, contido, subjugado pela ordem iníqua dos racionais é o verdadeiro fulcro da minha verdadeira natureza, o cerne da minha condição de homem, herói e pobre-diabo, paria, negro, judeu, índio, santo, poeta, mendigo e débil mental. Viramundo! Que um dia há de rebelar-se dentro de mim, enfim liberto, poderoso na sua fragilidade, terrível na pureza de sua loucura.
Fernando Sabino (O Grande Mentecapto)
Você, Lord Byron, é inteligente também, mas uma inteligência fina, penetrante, como aço, como uma espada. Ao contrário de mim, você é mais capaz de se fazer amado do que de amar. Sua lógica é irresistível, mas impiedosa, irritante. É desses remédios que matam a doença e o doente. Você tem sentimento poético, e muito — no entanto é incapaz de escrever um verso que preste. Por quê? Sei lá. Há qualquer coisa que te contém, que te segura, como uma mão. Sua compreensão do mundo, da vida e das coisas é surpreendente, seu olho clínico é infalível, mas você é um homem refreado, bem comportado, bem educado, flor do asfalto, lírio de salão, um príncipe, o nosso Príncipe de Gales, como diz o Hugo. Tem uma aura de pureza não conspurcada, mas é ascético demais, aprimorado demais, debilitado por excesso de tratamento. Não se contamina nunca, e isso humilha a todo mundo. É esportivo, é atlético, é saudável, prevenido contra todas as doenças, mas, um dia, não vai resistir a um simples resfriado: há de cair de cama e afinal descobrir que para o vírus da gripe ainda não existe antibiótico. — Opinião de estudante de Medicina — e Eduardo pro- curava ocultar seu ressentimento com um sorriso. — Você, agora. (...) — E você, Eduardo. Você, o puro, o intocado, o que se preserva, como disse Mauro. Seu horror ao compromisso porque você se julga um comprometido, tem uma missão a cumprir, é um escritor. Você e sua simpatia, sua saúde... Bem sucedido em tudo, mas cheio de arestas que ferem sem querer. Seu ar de quem está sempre indo a um lugar que não é aqui, para se encontrar com alguém que não somos nós. Seu desprezo pelos fracos porque se julga forte, sua inteligência incômoda, sua explicação para tudo, seu senso prático — tudo orgulho. O orgulho de ser o primeiro — a vida, para você, é um campeonato de natação. Sua desenvoltura, sua excitação mental, sua fidelidade a um destino certo, tudo isso faz de você presa certa do demônio — mesmo sua vocação para o ascetismo, para a vida áspera, espartana. Você e seus escritores ingleses, você e sua chave que abre todas as portas. Orgulho: você e seu orgulho. De nós três, o de mais sorte, o escolhido, nosso amparo, nossa esperança. E de nós três, talvez, o mais miserável, talvez o mais desgraçado, porque condenado à incapacidade de amar, pelo orgulho, ou à solidão, pela renúncia. Hugo não disse mais nada. E os três, agora, não ousavam levantar a cabeça, para não mostrar que estavam chorando. O garçom veio saber se queriam mais chope, ninguém o atendeu. Alguém soltou uma gargalhada no fundo do bar. Lá fora, na rua, um bonde passou com estrépito.
Fernando Sabino (O Encontro Marcado)
— Kafka era um terrorista. Incentivar todas as situações terroristas, estabelecer o pânico, lançar o terror. — E a solução? — perguntou Mauro. — A solução é a conduta católica — respondeu o amanuense Belmiro. — A solução é o próprio problema, sabe como é? Não há solução. Imagino a seguinte cena: um congresso de sábios, os mais sábios do mundo, que se reuniram para resolver o problema dos problemas, o problema transcendental, oProblema, tout-court. — O problema o quê? — Tout-court. Vá à merda. — Ah, tout-court. Merci. — Pois bem: estão reunidos, os sábios, a postos para começar a trabalhar, encontrar a solução do problema, e o Presidente do Congresso dá por iniciada a sessão, anunciando que vai, enfim, dizer qual é o Problema que os reuniu. Faz uma pausa, e declara solenemente: “Meus senhores! O problema é o seguinte: Não há problema!” — E daí? — Daí os sábios terem de resolver o problema da inexistência do problema. É o terror.
Fernando Sabino (O Encontro Marcado)
— Imagine um elefante — disse ele. — Um elefante — disse o garçom. — Imagine dois. — Hum... — Um, não: dois! — Eu sei: dois. — Imagine três. Dez. Vinte. — Vinte elefantes — sorriu o garçom. — Agora, imagine cem, duzentos, mil. — Mil? — Mil. Se você é capaz. De mil, cinqüenta mil, cem mil elefantes. Você é capaz? — ... — Pois agora imagine um milhão. Um milhão de elefantes galopando, um milhão! Já imaginou? — Poeira, hein? — Poeira, nada: elefantes! Um milhão. Um bilhão, chega? — Um bilhão — o garçom repetiu. — Novecentos bilhões. Novecentos e noventa e nove trilhões! de elefantes. Não posso mais. Acho que chega, você que acha? — É muito elefante — concordou o garçom. — É: muito. Pois agora você imagine uma pulga. — Uma pulga — e o garçom suspirou, resignado. — Isso: novecentos e noventa e nove trilhões de elefantes, de um lado: e uma pulga, do outro lado. — Morou? — Não. — É o terror — arrematou ele. — Me dá um uísque
Fernando Sabino (O Encontro Marcado)
— Me lembrei de uma coisa inventada por Salvador Dalí — A Coisa era um pão. Sairia no jornal com manchete assim: “O Inevitável Aconteceu — A Descoberta do Pão”. Um pão monumental, exatamente igual a um pão-francês comum. A diferença estaria no tamanho: mediria dois metros de comprimento. O pão era encontrado na rua, levariam para a polícia. Estará envenenado? Conterá explosivo? Propaganda política? Os comunistas, o pão-para-todos? Anúncio de padaria? Os jornais comentavam e discutiam o que fazer do pão. Era só o assunto ir esfriando, e um pão maior ainda, de cinco metros, amanhecia atravessado no Viaduto. Toda a cidade empolgada com o mistério, a polícia desorientada, o pão analisado nos laboratórios. E continuava o problema: que fazer com ele? Para despistar, um de nós escrevia um artigo sugerindo que fosse cortado em milhares de pedaços e doado à Casa do Pequeno Jornaleiro. No Rio, em São Paulo, Recife, Porto Alegre começavam a aparecer pães, cada vez maiores, nos lugares públicos. Eram os membros de uma sociedade secreta já fun- dada, a Sociedade do Pão, que começavam a trabalhar. E um dia surgiria outro pão gigantesco em Roma, outro em Londres, outro em Nova Iorque. A humanidade deixaria de se preocupar com seus problemas, as guerras seriam esquecidas, até que resolvessem o mistério do pão. Era a vitória pelo Terror. — Você já pensou no tamanho do forno para assar esse pão? — Isso não é problema para nós: a idéia é de Salvador Dali, que, aliás, é um vigarista. — É uma besta. — Falso terrorista. — Abaixo Dali
Fernando Sabino (O Encontro Marcado)
...Ah! O verbo e o silêncio são a mesma coisa. Que coisa bonita que eu falei, minha nossa senhora. É preciso escutar o silêncio, não como um surdo, mas como um cego! O silêncio das coisas tem um sentido. Quem não entende isso não entende nada. (...) – E a música? – desafiou. – A música – o velho traçou com o dedo uma pausa no ar – É a expressão mais completa do que estou dizendo. Ou que não estou dizendo, pois é preciso ouvir apenas o que não se diz. Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça. Eu ia chegar nela. A música também é silêncio. Bach sabia disso, Mozart também. Beethoven só soube quando ficou surdo. O ar não é silencioso? O vento não faz barulho? E que é o vento senão ar? A música é o silêncio em movimento. – O mesmo com as palavras. – Não senhor: as palavras estão em quem fala e em quem escuta. O silêncio fica entre os dois, intocado, um silêncio enorme, intransponível. Ao passo que a música está nela mesma, isto é, no que resta além de nós. E o resto é silêncio. Adeus. Já a porta: – Reparem como o meu silêncio é mais sugestivo de que qualquer palavra. Olhou fixamente o casal durante algum tempo e voltou-se, solene, cruzou lento à rua, com a garrafa do uísque na mão".
Fernando Sabino (O Encontro Marcado)
a realidade só interessa se iluminada pela imaginação, para surpreender a verdade que ela esconde.
Fernando Sabino (No fim dá certo (Portuguese Edition))
A vida se oferecia em termos tão simples e transparentes, que todos os seus elementos pareciam se entender submissos a seus pés. Não havia a menor sombra, tudo era claro e luminoso como as próprias tardes de domingo que atravessavam juntos. A sua solidão era agora uma solidão fecunda, que envolvia todos os seres humanos e os fazia irmãos. Era a certeza que a cidade não lhe dera: a própria incerteza do que sucederia amanhã, perfazendo uma intrigante felicidade a ser vivida.
Fernando Sabino (Os Movimentos Simulados)
Everything will be alright in the end, and if it's not alright, it's not yet the end!
Fernando Sabino