Esquecer O Passado Quotes

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Ah, se se pudesse arrancar o passado com as suas raízes! É impossível, infelizmente, mas pelo menos pode-se fingir esquecer
Leo Tolstoy
.‘É possível esquecer o passado?’ ‘Não, não é. Ao menos não creio que seja. Mas às vezes podemos reescrevê-lo.’.
Camilo Gomes Jr. (Sombra)
Aquele que morre é imediatamente mudado para o passado. Tudo aquilo que se relaciona com essa pessoa torna-se uma recordação que lutámos para reter, e é traição esquecer isso. Mas ainda assim esquece-se.
Jón Kalman Stefánsson (Himnaríki og helvíti)
Já não ouvia o som do motor da mota de Hugo a rugir, lá em baixo, nem as suas mãos fortes a enfiar a chave na fechadura, e muito menos ouvia quaisquer pancadas na porta de madeira ou os seus gritos furiosos. Não havia passado nesse instante, nem medo, nem tormento. Santiago levava-a a esquecer tudo isso, o príncipe do seu palácio e do seu mundo cor-de-rosa. Só uma coisa não podia ser esquecida, mas já a esquecera, entretanto. As cartas de Hugo continuavam escondidas por baixo do assento do sofá e fora ela própria a escondê-las. Porque é que o fizera? Para quem? Para si mesma ou para o marido? Pouco importava. Só o gesto já era uma mentira e uma traição e não sabia o que faria quando voltasse a recordar-se delas outra vez e daquilo que a esperava. E muito menos sabia o que faria quando voltasse a esquecer as cartas e Hugo, porque quando o fizesse, jamais se recordaria de retirar as missivas debaixo do assento do sofá e o marido iria descobrir todas as suas mentiras, antes que ela lhas pudesse revelar
Carina Rosa (A Sombra de um Passado)
– Assim, nós – dizia ele –, por que nós nos conhecemos? Que acaso o quis? É que através da distância, sem dúvida como dois rios que correm para se unirem, as nossas inclinações particulares nos tinam levado um para o outro E ele tomou sua mão; e ela não a retirou. "Conjunto de boas culturas" – gritou o presidente. – Assim, por exemplo, quando eu fui à sua casa... "Ao Sr. Bizet, de Quincampoix." – Eu sabia que a acompanharia? "Setenta francos!" – Até mesmo cem vezes eu quis partir, e eu a segui, e fiquei. "Estrumes!" – Como eu ficaria esta noite, amanhã, os outros dias, toda a minha vida! "Ao Sr. Caron, d'Argueil, uma medalha de ouro!" – Pois nunca encontrei na companhia de alguém um encantamento tão completo. "Ao Sr. Bain, de Givry-Saint-Martin!" – Assim, eu, vou levar a sua lembrança. "Por um carneiro merino..." – Mas você vai me esquecer, eu vou ter passado como uma sombra. "Ao Sr. Belot, de Notre-Dame..." – Oh! Não, não é, eu serei alguma coisa em seu pensamento, em sua vida?
Gustave Flaubert (Madame Bovary)
As mãos de Zahara apertaram fortemente a saia. - Vais infligir-me a humilhação de ser eu a dizê-lo? Lochan levantou-se. - Jamais desejaria que te humilhasses. Eu sei, sei-o há já demasiado tempo. Zahara sentiu o coração pular. - Se o sabes, porque nunca… - Esquece-me, Zahara, pois não sinto o mesmo – interrompeu ele. Ela recuou. - Mentes… Porquê? Eu sei… O modo como me tratas, como me olhas. Eu sei que gostas de mim, vejo-o no teu olhar, vejo-o neste instante! Lochan sentiu os olhos dela mergulharem nos seus. - Durante anos foram-me apresentados pretendentes das mais nobres famílias – ouviu – Todos me dariam o conforto a que estava habituada, todos me cobririam de jóias, de vestidos luxuosos... no entanto, eu recusava-os. Recusava-os porque não via nada no seu olhar. Para eles, eu seria como um troféu, serviria apenas para provocar inveja. Uma nuvem cobriu o sol, deixando-os na sombra. - Inconscientemente tornei-me arrogante, altiva, somente para os afastar de mim, para que não desejassem casar-se com alguém como eu… Mas tu, tu viste para além da máscara que construí. Naquele dia, na capital, tu viste o que ninguém foi capaz de ver: o meu coração. - Zahara… - Não acredito que não sintas qualquer amor por mim. Lochan voltou-lhe as costas. - Não quero saber se és pobre, não me importo com o teu passado. O que sinto por ti é o que sempre desejei sentir – ouviu. O silêncio envolveu-os por momentos. - Lamento… Zahara correu para a frente dele. No seu olhar era visível desespero. - Não te agrado, é isso? Ele limitou-se a desviar o rosto. - Responde-me! - Como poderia ficar indiferente a alguém como tu – disse voltando a olhar nos olhos dela. - Então porquê, porquê? Lochan agarrou-lhe nos ombros, assustando-a. - Esquece-me por favor. Odeia-me. Odeia-me por isto com todas as tuas forças, mas não me ames, nunca me ames, Zahara. Lochan largou-lhe os ombros. Ela ficou sem reacção, e as lágrimas voltaram a molhar o seu rosto. - Não me faças isto… - implorou. O olhar dele tornou-se gélido. O seu rosto mostrava-se agora tão indecifrável, como o de uma estátua. - Odeia-me pelo sofrimento que te acabo de causar e depois esquece-me – disse deixando-a só. Zahara viu-o desaparecer por entre as colunas do palácio.
Susana M. Almeida (O Renascer (Estrela de Nariën, #2))
O aprendizado tem que ser constante, por várias razões. Primeiro, porque nossa memória é falha, e leva-nos a esquecer recomendações e instruções importantes, já lidas no passado. Segundo, porque mesmo durante a leitura, a mente divaga, e lemos trechos substanciais, sem a participação do consciente.
Hermínio C. Miranda (Diálogo com as sombras: teoria e prática)
(o passado está aqui, junto a mim, a falar, e eu esqueço-me, mas o passado nunca me esquece, o passado nunca se esquece do meu corpo atarracado, sou unicamente olhos que vêem, ouvidos que ouvem, boca que come, dedos que tocam, nariz que cheira, nunca um corpo na sua integridade, quero dizer: um corpo todo, só pedaços dele, o meu corpo perde-se na sua memória como o pecado na absolvição,)
Rui Nunes (A Boca na Cinza)
Sempre invejei essa capacidade que algumas pessoas têm de esquecer, pessoas para as quais o passado é uma mudança de estação ou uns sapatos velhos que basta condenar ao fundo de um armário para que fiquem incapazes de refazer os passos perdidos.
Carlos Ruiz Zafón (A Cidade de Vapor (PLANETA PORTUGAL) (Portuguese Edition))
O nosso sonho é não morrer. Quando a gente se esquece um bocado a vida já tem passado. E quando a vida já tem passado é que nos agarramos com mais saudades à vida.
Raul Brandão (Húmus)
esquecer os seus limites. Deve esquecer as dúvidas, a dor, o passado. Você deve esquecer aquela voz interior que grita e implora: “Não dê nem mais um passo!” E, quando é impossível esquecê-la, você precisa negociar com ela. Pensei em todas as corridas nas quais a minha mente queria uma coisa e o meu corpo, outra, naquelas voltas em que tive que dizer ao meu corpo: “Você tem excelentes argumentos, mas vamos continuar mesmo assim...
Phil Knight (A marca da vitória: A autobiografia do criador da Nike (Portuguese Edition))
A gente nunca fica satisfeita com os desfechos de nossos relacionamentos: se não conseguimos esquecer alguém, sofremos. Se conseguimos, lamentamos o quão pueril tornou-se o passado. Senti uma fisgada hoje pela manhã que nada mais era do que a dor da perda, mas não a perda de uma pessoa, e sim de uma etapa vencida.
Martha Medeiros (Divã (Portuguese Edition))
Os pistoleiros de aluguel realizam, num plano menor, a mesma tarefa que cumprem, em grande escala, os generais condecorados por crimes elevados à categoria de glórias militares. Os assaltantes que, à espreita nas esquinas, atacam a manotaços, são a versão artesanal dos golpes dados pelos grandes especuladores, que lesam multidões pelo computador. Os violadores que mais ferozmente violam a natureza e os direitos humanos jamais são presos. Eles têm as chaves das prisões. No mundo como ele é, mundo ao avesso, os países responsáveis pela paz universal são os que mais armas fabricam e os que mais armas vendem aos demais países. Os bancos mais conceituados são os que mais narcodólares lavam e mais dinheiro roubado guardam. As indústrias mais exitosas são as que mais envenenam o planeta, e a salvação do meio ambiente é o mais brilhante negócio das empresas que o aniquilam. São dignos de impunidade e felicitações aqueles que matam mais pessoas em menos tempo, aqueles que ganham mais dinheiro com menos trabalho e aqueles que exterminam mais natureza com menos custo. Caminhar é um perigo e respirar é uma façanha nas grandes cidades do mundo ao avesso. Quem não é prisioneiro da necessidade é prisioneiro do medo: uns não dormem por causa da ânsia de ter o que não têm, outros não dormem por causa do pânico de perder o que têm. O mundo ao avesso nos adestra para ver o próximo como uma ameaça e não como uma promessa, nos reduz à solidão e nos consola com drogas químicas e amigos cibernéticos. Estamos condenados a morrer de fome, a morrer de medo ou a morrer de tédio, isso se uma bala perdida não vier abreviar nossa existência. Será esta liberdade, a liberdade de escolher entre ameaçadores infortúnios, nossa única liberdade possível? O mundo ao avesso nos ensina a padecer a realidade ao invés de transformá-la, a esquecer o passado ao invés de escutá-lo e a aceitar o futuro ao invés de imaginá-lo: assim pratica o crime, assim o recomenda. Em sua escola, escola do crime, são obrigatórias as aulas de impotência, amnésia e resignação. Mas está visto que não há desgraça sem graça, nem cara que não tenha sua coroa, nem desalento que não busque seu alento. Nem tampouco há escola que não encontre sua contraescola.
Eduardo Galeano
A memória nos torna prisioneiros do passado, não nos deixa perceber a "eterna novidade do Mundo". (...) A psicanálise é uma pedagogia da desaprendizagem. É preciso esquecer o que se sabe a fim de ver o que não se via. Se a terapia for bem-sucedida, se o paciente conseguir desaprender suas memórias, então ele estará livre para ver um mundo que nunca havia imaginado
Rubem Alves (A Escola Com Que Sempre Sonhei Sem Imaginar Que Pudesse Existir)