Cujo Quotes

We've searched our database for all the quotes and captions related to Cujo. Here they are! All 100 of them:

The monster nevers dies.
Stephen King (Cujo)
You named your son’s pet after a rabid monster dog?” “No,” Thanatos growled. “Wraith did. Bastard taught the pup to respond to Cujo, and we couldn’t get him to respond to anything else after that.
Larissa Ione (Rogue Rider (Lords of Deliverance, #4; Demonica, #9))
We'll just have to get along. That's what people do, you know? They just get along. And try to help each other.
Stephen King (Cujo)
But in high school the business of irrevocable choices began. Doors slipped shut with a faint locking click that was only heared clearly in the dreams of later years.
Stephen King (Cujo)
...it was amazing, wasn't it, how bad you could hurt when there was nothing physically wrong.
Stephen King (Cujo)
All the logic in the world could not blunt the pain. Logic could not blunt her terrible sense of personal failure. Only time would do those things, and time would do an imperfect job.
Stephen King (Cujo)
...it was more like bleeding than crying.
Stephen King (Cujo)
The world was full of monsters, and they were all allowed to bite the innocent and the unwary
Stephen King (Cujo)
It would perhaps not be amiss to point out that he had always tried to be a good dog. He had tried to do all the things his MAN and his WOMAN, and most of all his BOY, had asked or expected of him. He would have died for them, if that had been required. He had never wanted to kill anybody. He had been struck by something, possibly destiny, or fate, or only a degenerative nerve disease called rabies. Free will was not a factor.
Stephen King (Cujo)
There is no bad time for good news.
Stephen King (Cujo)
The two of them had discovered it was all right to open the closets...as long as you didn't poke too far back in them. Because things might still be lurking there, ready to bite.
Stephen King (Cujo)
Monster dog. Like Cujo in that movie.
Stephen King (Fairy Tale)
If loyalty was toilet paper... we'd be hard-pressed to wipe our asses, old buddy.
Stephen King (Cujo)
El monstruo nunca muere.
Stephen King (Cujo)
bonita de um modo indefinível, particular, não explicável por palavras, como um verso cujo sentido último, se é que tal coisa existe num verso, continuamente escapa ao tradutor.
José Saramago (Death with Interruptions)
How's Cujo?" "He's good. Thank you for saving him." ... "You asked," he said with a shrug.
Erica O'Rourke (Torn (Torn Trilogy, #1))
Mas a tristeza é necessária à vida, acudiu D. Tomásia, que abrira os olhos logo à entrada do marido. As dores alheias fazem lembrar as próprias, e são um corretivo da alegria, cujo excesso pode engendrar o orgulho.
Machado de Assis (Helena)
If the devil was going to come, I expected to see the myth of him. A demon with an asphalt shine. He'd be fury. A chill. A bad cough. Cujo at the car window, a ticket at the Creepshow booth, a leap into the depth of night.
Tiffany McDaniel (The Summer that Melted Everything)
surely they had passed the worst. All the luck had been against them, but sooner or later even the worst luck changes.
Stephen King (Cujo)
...a carne é supinamente fraca, e não tanto por sua culpa, pois o espírito, cujo dever, em princípio, seria levantar uma barreira contra todas as tentações, é sempre o primeiro a ceder, a içar a bandeira branca da rendição.
José Saramago
Charity had discovered there were things you didn't want to tell. Shame wasn't the reason. Sometimes it was just better-kinder- to keep up a front
Stephen King (Cujo)
e uns tinham apenas gasto horas, outros a eternidade; e apagava-se o rasto convulso de uma consciência cujo segredo perdêramos havia muito sem disso darmos conta; e tudo era indiferença, talvez recordação da ausência, talvez; de uma maneira ou de outra todos temos cicatrizes: há umas que se não vêem.
Armando Baptista-Bastos (Um Homem Parado No Inverno)
Abrakadabra, und alles verwandelt sich in einen großen Haufen Scheiße.
Stephen King (Cujo)
Eu me sentia como um personagem que tinha entrado por engano numa peça, a cujo elenco não pertencia. Eu me movia num palco estranho, sem ter ideia do meu papel, e tudo ao meu redor parecia impreciso, absurdo e relativo…
Erico Verissimo (Incidente em Antares)
Eles não podem alterar os sentimentos... aliás, nem nós próprios poderíamos alterá-los, mesmo que quiséssemos. Podiam pôr a nu, com todo o pormenor, quanto houvéramos feito, dito ou pensado; mas o mais fundo do coração, cujo funcionamento até para nós constitui um mistério, há-de ser sempre inexpugnável.
George Orwell (1984)
All the luck had been against them, but sooner or later even the worst luck changes
Stephen King (Cujo)
A sabedoria resulta da união do conhecimento com o amor, cujos valores tornam o ser tranquilo, não insensível; afetuoso, não apaixonado.
Joanna de Ângelis (Autodescobrimento Uma Busca Interior (Série Psicológica Joanna de Ângelis Livro 6) (Portuguese Edition))
Pensas que sabes o que é sofrer, mas não sabes. Tu sabes o que é perda. Tiveste quem te amasse e perdeste-os. Eu só tenho um pai que me quer matar desde o instante em que soube da minha existência e passou décadas a demonstrar-me o quanto o queria. Uma mãe cujo o único interesse era vangloriar-se sobre o fracasso dele em vez de o tentar evitar. E a única coisa comum aos dois, é que o passatempo preferido deles é a caça, e a cabeça a prémio é a minha! - Danton
L.C. Lavado (Inverno de Sombras)
Dizem em todos os níveis da indústria do entretenimento que o público americano não gosta ou não entende o humor inglês. Dizem isso em todos os níveis exceto no nível do público, que, pelo que eu vejo, adora. É a opinião dos outros, das pessoas cujo trabalho é dizer de que o público gosta... A astúcia é escrever sobre pessoas. Se você escreve sobre situações que as pessoas reconhecem, então as pessoas vão reagir a elas.
Douglas Adams
Maybe he was as mad as he said he was, but she could see only a species of miserable fright. Suddenly, like the thud of a boxing glove on her mouth, she saw how close to the edge of everything he was. The agency was tottering, that was bad enough, and now, on top of that, like a grisly dessert following a putrid main course, his marriage was tottering too. She felt a rush of warmth for him, for this man she had sometimes hated and had, for the last three hours at least, feared. A kind of epiphany filled her. Most of all, she hoped he would always think he had been as mad as hell, and not . . . not the way his face said he felt.
Stephen King (Cujo)
A vida é um hospital cujos pacientes são obcecados pela troca das camas. Este quer sofrer frente a fornalha, aquele outro pensa que melhorará caso se mantenha perto da janela. Sempre me pareceu que eu estaria melhor em qualquer outro lugar exceto o lugar em que estou agora, e esta questão de seguir adiante é uma questão que muito discuto com minha alma.
Charles Baudelaire (Paris Spleen)
Todo el espectro del mundo auditivo era suyo. Oía las campanadas del cielo y los ásperos gritos que surgían del infierno. En su locura, oía lo real y lo irreal.
Stephen King (Cujo)
A woman doesn't necessarily mind being looked at. It's being mentally undressed that makes you nervous.
Stephen King (Cujo)
When there was nothing left but survival, when you were right down to the strings and nap and ticking of yourself, you survived or you died and that seemed perfectly all right.
Stephen King (Cujo)
Nope, nothing wrong here.” —
Stephen King (Cujo)
there comes a time when children stand in judgment and their parents—mother as well as father—must stand in the dock.
Stephen King (Cujo)
He was a Saint Bernard in his prime, five years old, nearly two hundred pounds in weight, and now, on the morning of June 16, 1980, he was pre-rabid.
Stephen King (Cujo)
Clive Barker, Stephen King, Angela Carter, and Anne Rice. King's Cujo, the story of a rabid St. Bernard that traps a mother and her dying son in a car, and Rice's Interview with the Vampire, the wildly popular tale of a modern-day Dracula, epitomize the genre.
Jessica Lourey (Rewrite Your Life: Discover Your Truth Through the Healing Power of Fiction)
Falar do trigo e não dizer o joio. Percorrer em voo raso os campos sem pousar os pés no chão. Abrir um fruto e sentir no ar o cheiro a alfazema. Pequenas coisas, dirás, que nada significam perante esta outra, maior: dizer o indizível. Ou esta: entrar sem bússola na floresta e não perder o rumo. Ou essa outra, maior que todas e cujo nome por precaução omites. Que é preciso, às vezes, não acordar o silêncio.
Albano Martins
Aquela imagem parada fez emergir outras e a mente de Alice juntou-as recriando o movimento, os fragmentos de sons, farrapos de sensações. Sentiu-se invadida por uma nostalgia lancinante, mas agradável. Se pudesse escolher um momento a partir do qual recomeçar escolheria precisamente esse: ela e Mattia num quarto silencioso, com as suas intimidades que hesitavam tocar-se mas cujos contornos coincidiam exactamente.
Paolo Giordano (The Solitude of Prime Numbers)
Onde é que dói na minha vida, para que eu me sinta tão mal? quem foi que me deixou ferida de ferimento tão mortal? Eu parei diante da paisagem: e levava uma flor na mão. Eu parei diante da paisagem procurando um nome de imagem para dar à minha canção. Nunca existiu sonho tão puro como o da minha timidez. Nunca existiu sonho tão puro, nem também destino tão duro como o que para mim se fez. Estou caída num vale aberto, entre serras que não têm fim. Estou caída num vale aberto: nunca ninguém passará perto, nem terá notícias de mim. Eu sinto que não tarda a morte, e só há por mim esta flor; eu sinto que não tarda a morte e não sei como é que suporte tanta solidão sem pavor. E sofro mais ouvindo um rio que ao longe canta pelo chão, que deve ser límpido e frio, mas sem dó nem recordação, como a voz cujo murmúrio morrerá com o meu coração...
Cecília Meireles
It was a love that had nothing to do with Joe Camber's day-to-day behavior toward him or his mother; it was a brute, biological thing that he would never be free of, a phenomenon with many illusory referents of the sort which haunt for a lifetime: the smell of cigarette smoke, the look of a double-edged razor reflected in a mirror, pants hung over a chair, certain curse words.
Stephen King (Cujo)
He tilted back in the decaying lawn chair, almost went over on his back, and used up some more of his screwdriver. The screwdriver was in a glass he had gotten free from a McDonald's restaurant. There was some sort of purple animal on the glass. Something called a Grimace. Gary ate a lot of his meals at the Castle Rock McDonald's, where you could still get a cheap hamburger. Hamburgers were good. But as for the Grimace... and Mayor McCheese... and Monsieur Ronald Fucking McDonald... Gary Pervier didn't give a shit for any of them.
Stephen King (Cujo)
... uma operação que se realiza duas ou três vezes por dia e cujo o fim é alimentar a vida merece certamente todos os nossos cuidados. Comer um fruto é fazer entrar em si próprio um belo objecto vivo, estranho, alimentado e favorecido como nós pela terra; é consumar um sacrifício em que nos preferimos às coisas. Nunca trinquei o pão das casernas sem ficar maravilhado por a digestão daquela massa pesada e grosseira poder transformá-la em sangue, em calor, talvez em coragem.
Marguerite Yourcenar (Memórias de Adriano)
¿Cuándo murió? ¿Ha ocurrido de veras? ¿Y cómo voy a poder soportarlo el resto de mi vida sin volverme loco?.
Stephen King (Cujo)
Aspiraba el olor de la locura en un viento que aún no había llegado.
Stephen King (Cujo)
Trató de pensar con coherencia y simplemente no pudo hacerlo.
Stephen King (Cujo)
¿Por qué no podía enfadarse? ¿Por qué tenía que estar tan cochinamente asustado?
Stephen King (Cujo)
Una absurda palabra antigua acudió a su mente. Burlado, pensó. He sido burlado.
Stephen King (Cujo)
Él le había hecho daño, le había hecho mucho daño, y el mundo era un terrible embrollo de sensaciones e impresiones...
Stephen King (Cujo)
Tiempo, pensó. Tiempo y perspectiva. Hay que darle eso. Si le obligas, le perderás con toda seguridad.
Stephen King (Cujo)
Rostros. Voces. Habitaciones. Escenas. Libros. El terror de este momento, pensando VOY A MORIR...
Stephen King (Cujo)
En la oscuridad no parecía importar que casi todas las respuestas fueran absurdas.
Stephen King (Cujo)
Había tenido ocasión de echar una buena mirada a su vida y había visto que todo había sido un decorado teatral y falsas apariencias.
Stephen King (Cujo)
¿Por qué?. ¿Por qué había podido ocurrir algo así?. ¿Cómo habían podido confabularse tantos acontecimientos juntos?.
Stephen King (Cujo)
No hago más que percibirle... sentirle... en todos los rincones.
Stephen King (Cujo)
May things turn out all right, even against the odds.
Stephen King (Cujo)
It was all a lie. The world was full of monsters, and they were all allowed to bite the innocent and the unwary.
Stephen King (Cujo)
Logic could not blunt her terrible sense of personal failure. Only time could do those things, and time would do an imperfect job.
Stephen King (Cujo)
Is the dog eating in the barn? (what is it eating in there? Gaines Meal? or people?)
Stephen King (Cujo)
No monsters, Tad.
Stephen King (Cujo)
What drove women crazy, she thought suddenly, wasn’t really sexism at all, maybe. It was this mad, masculine quest for efficiency.
Stephen King (Cujo)
The world was full of monsters, and they were all allowed to bite the innocent and the unwary.
Stephen King (Cujo)
She thought there would be no more tears for a very long time. The wound and the attendant shock trauma were too great.
Stephen King (Cujo)
It made him feel creepy. It made him feel outraged. It made him feel infuriated.
Stephen King (Cujo)
Being frightened of him had made her angrier than ever.
Stephen King (Cujo)
But in high school the business of irrevocable choices began. Doors slipped shut with a faint locking click that was only heard clearly in the dreams of later years.
Stephen King (Cujo)
there’s a big difference between thirty-two and forty-one, Vic. They kick a lot of the guts out of you in between thirty-two and forty-one.
Stephen King (Cujo)
Por un instante, contemplando aquellos ojos enloquecidos, una especie de angustioso horror se apoderó de él y pensó: Hola, Frank. Eres tú, ¿verdad? ¿Hacía demasiado calor en el infierno?.
Stephen King (Cujo)
Será que considero esta inquietação, este desvario, como uma doença - ou como um talento? Como ambos? Pode ser. Ou será que é apenas um meio de fuga? Olhe, pelo menos não me encontro casado, aos trinta e poucos, com uma criatura decente, cujo corpo deixou de ter para mim qualquer interesse genuíno - pelo menos não tenho de ir para cama todas as noites com alguém que vez por outra marreto por obrigação, ao invés de desejo. Quero referir-me à horrenda depressão que algumas pessoas experimentam na hora de ir para a cama...Por outro lado, mesmo eu devo admitir que talvez exista, de uma certa perspectiva, algo um tanto deprimente quanto à minha situação, também. É claro que não posso ter tudo; é o que me parece. A questão, porém, que desejo enfrentar é: tenho eu alguma coisa?
Philip Roth (Portnoy’s Complaint)
A maior parte da Humanidade tem os olhos cheios de poeira da desilusão que nunca verão a verdade, por mais ajudas que tenham. Outras pessoas já são tão perspicazes e calmas que não precisam de instrução ou ajuda, seja de que tipo for. Mas há também aquelas cujos olhos têm apenas uma ligeira poeira e que, com a ajuda do mestre certo, poderão ser ensinadas a ver mais claramente um dia" - Buda
Elizabeth Gilbert (Eat, Pray, Love)
Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. (…) ‘Mas isso é amor, é amor de novo’, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e os dois leões se tinham amado. (…) Mas era primavera, e, apertando o punho no bolso do casaco, ela mataria aqueles macacos em levitação pela jaula, macacos felizes como ervas, macacos se entrepulando suaves, a macaca com olhar resignado de amor, e a outra macaca dando de mamar. (…) Ela mataria a nudez dos macacos. Um macaco também a olhou, o peito pelado exposto sem orgulho. Mas não era no peito que ela mataria, era entre aqueles olhos. De repente a mulher desviou o rosto, trancando entre os dentes um sentimento que ela não viera buscar, apressou os passos, ainda voltou a cabeça espantada para o macaco de braços abertos: ele continuava a olhar para a frente. ‘Oh não, não isso’, pensou. E enquanto fugia, disse: ‘Deus, me ensine somente a odiar’. ‘Eu te odeio’, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. ‘Eu te odeio’, disse muito apressada. (…) ‘Eu te amo’, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. ‘Eu te odeio’, disse, implorando amor.
Clarice Lispector
Depois da conversa na esquadra tentara quebrar o seu ateísmo rezando a todos os deuses possíveis e imaginários que conhecia ou cujo nome tinha a vaga ideia de já ter ouvido falar. Tudo isso tinha sido em vão.
Joel G. Gomes (Um Cappuccino Vermelho)
A decadência da Europa nos oferece um espectáculo imenso cujos momentos mais fortes são omitidos ou são dispensados. O próprio da cena em que nos encontramos hoje é representar um teatro; sem monumentos que sejam nossa obra e que nos pertençam, nós vivemos cercados de cenários. Mas há mais: o europeu não sabe quem ele é; ele ignora que raças se misturam nele; ele procura que papel poderia ter; ele não tem individualidade.
Michel Foucault (Microfísica del poder)
A ondulação deste número infinito de montanhas, cujos cumes nevados os fazem parecer como que cobertas por espuma, trouxe a minha lembrança a superfície de um oceano sendo espancado por uma tempestade. Se olhei para o oeste, o oceano exibia-se diante de mim em toda a sua majestosa grandeza, uma continuação de certo modo, um destes lanosos topos. Onde a terra terminava e o mar começava era impossível para o olho distinguir.
Jules Verne (Journey to the Center of the Earth)
The tears had burned off most of the fear. What was left was an ugly slag of anger. That was the next level in this geological column of knowledge. But anger wasn’t the right word. He was enraged. He was infuriated.
Stephen King (Cujo)
Às vezes erguia eu os olhos a algum vasto apartamento antigo cujos postigos não estavam fechados e onde homens e mulheres anfíbios, readaptando-se cada noite a viver em outro elemento que de dia, lentamente nadavam no denso licor que, ao anoitecer, surde incessantemente do reservatório das lâmpadas para encher as peças até à borda das suas paredes de pedra e vidro, e no seio do qual eles propagavam, deslocando os corpos, redemoinhos untuosos e dourados.
Marcel Proust (The Guermantes Way)
Donna tuvo la sensación de que ambos habían llegado a conocerse íntimamente y que no podría haber descanso ni término para ninguno de los dos hasta que hubieran explorado aquella terrible relación y hubieran llegado a una conclusión definitiva.
Stephen King (Cujo)
I got scared, that’s all. I got scared when I’d start looking at knickknacks or thinking about taking a pottery course or yoga or something like that. And the only place to run from the future is into the past. So … so I started flirting with him.
Stephen King (Cujo)
Bendita a primavera da vida, breve, Cujo sopro tudo atravessa! A forma desaparece Enquanto o ser parar vida desperta. Gerações se sucedem No esforço de evoluir; Espécie produz espécie, Em tempos que não têm fim; Mundos inteiros se erguem e se declinam! Mergulha nos encantos da vida, ó flor, Na ourela da primavera; Louvando a vontade do Eterno, Aproveita tua curta existência. Acrescenta a ela, criativa, Também o teu óbolo; Breve e hesitante, Sopra o quanto agüentares, A tua parcela de vida ao dia eterno!
Bjørnstjerne Bjørnson
É esta a mais grandiosa história dos homens, a de tudo o que estremece, sonha, espera e tenta, sob a carapaça da sua consciência, sob a pele, sob os nervos, sob os dias felizes e monótonos, os desejos concretos, a banalidade que escorre das suas vidas, os seus crimes e as suas redenções, as suas vítimas e os seus algozes, a concordância dos seus sentidos com a sua moral. Tudo o que vivemos nos faz inimigos, estranhos, incapazes de fraternidade. Mas o que fica irrealizado, sombrio, vencido, dentro da alma mais mesquinha e apagada, é o bastante para irmanar esta semente humana cujos triunfos mais maravilhosos jamais se igualam com o que, em nós mesmos, ficará para sempre renúncia, desespero e vaga vibração. O mais veemente dos vencedores e o mendigo que se apoia num raio de sol, para viver um dia mais, equivalem-se, não como valores de aptidões ou de razão, não talvez como sentido metafísico ou direito abstrato, mas pelo que em si é a atormentada continuidade do homem, o que, sem impulso, fica sob o coração, quase esperança sem nome.
Agustina Bessa-Luís (A Sibila)
Religiões são, por definição, metáforas, apesar de tudo: Deus é um sonho, uma esperança, uma mulher, um escritor irônico, um pai, uma cidade, uma casa com muitos quartos, um relojoeiro que deixou seu cronômetro premiado no deserto, alguém que ama você – talvez até, contra todas as evidências, um ente celestial cujo único interesse é assegurar-se que o seu time de futebol, o seu exército, o seu negócio ou o seu casamento floresça, prospere e triunfe sobre qualquer oposição. Religiões são lugares para ficar, olhar e agir, pontos vantajosos a partir dos quais se observa o mundo.
Neil Gaiman (American Gods)
A verdade é algumas vezes o escolho de um romance. Na vida real recebemo-la como ela sai dos encontrados casos ou da lógica implacável das coisas; mas, na novela, custa-nos a sofrer que o autor, se inventa, não invente melhor; e, se copia, não minta por amor da arte. Um romance que estriba na verdade o seu merecimento é frio, é impertinente, é uma coisa que não sacode os nervos, nem tira a gente, sequer uma temporada, enquanto ele nos lembra, deste jogo de nora, cujos alcatruzes somos, uns a subir, outros a descer, movidos pela manivela do egoísmo. A verdade! Se ela é feia, para que oferecê-la em painéis ao público!? A verdade do coração humano! Se o coração humano tem filamentos de ferro que o prendem ao barro donde saiu, ou pesam nele e o submergem no charco da culpa primitiva, para que é emergi-lo, retratá-lo e pô-lo à venda!? Os reparos são de quem tem o juízo no seu lugar; mas, pois que eu perdi o meu a estudar a verdade, já agora a desforra que tenho é pintá-la como ela é, feia e repugnante. A desgraça afervora ou quebranta o amor? Isto é que eu submeto à decisão do leitor inteligente. Fatos e não teses é o que eu trago para aqui. O pintor retrata uns olhos, e não explica as funções ópticas do aparelho visual.
Camilo Castelo Branco (Amor de Perdição)
Because I’m crazy, Tad. I’m here. I’ve been here all along. My name was Frank Dodd once, and I killed the ladies and maybe I ate them, too. I’ve been here all along, I stick around, I keep my ear to the ground. I’m the monster, Tad, the old monster, and I’ll have you soon, Tad. Feel me getting closer … and closer …
Stephen King (Cujo)
He had various “men” to stick into the cabs of his trucks. Some of them were round-headed guys scrounged from his PlaySkool toys. Others were soldiers. Not a few were what he called “Star Wars Guys.” These included Luke, Han Solo, the Imperial Creep (aka Darth Vader), a Bespin Warrior, and Tad’s absolute favorite, Greedo. Greedo always got to drive the Tonka dozer.
Stephen King (Cujo)
Por un instante, contemplando aquellos ojos enloquecidos, una especie de angustioso horror se apoderó de él y pensó: Hola, Frank. Eres tú ¿verdad?. ¿Hacía demasiado calor en el infierno?
Stephen King (Cujo)
A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre.
Vinicius de Moraes (Para Viver um Grande Amor: Crônicas e Poemas)
Era estranho, outrossim, que ele sentisse um árido prazer em seguir até o fim as rígidas linhas da doutrina da Igreja e penetrasse em tétricos silêncios apenas para ouvir e sentir mais profundamente a sua própria condenação. A frase de São Tiago que diz que aquele peca contra um mandamento se torna culpado por todos pareceu-lhe, no começo, oca, até que começou a sondar a treva do seu próprio estado. Da má semente da ambição todos os outros pecados mortais tinham saldado: orgulho de si próprio e desprezo pelos outros; avareza em guardar dinheiro para a compra de prazeres ilícitos; inveja daqueles cujos vícios não podia atingir; caluniosas murmurações contra os piedosos; voracidade em sentir os alimentos, a estúpida raiva em que ardia e no meio da qual examinava o seu tédio; o pântano de indolência espiritual e corporal dentro do qual todo o seu ser estava atolado.
James Joyce
O louco não é o homem que perdeu o juízo, mas sim o homem cujo juízo suplantou tudo o resto. O louco é aquele que vê causas em tudo, e essas causas remontam a outras causas, e a outras ainda mais distantes, e cada uma dessas causas suscita uma dúvida ou ramifica-se imparavelmente. O Diabo continua a rir-se. O outro caminho que podemos seguir é aquele que silencia e que aquieta os demónios. Não foi por acaso que Bosch ou Bruegel ou Goya pintaram o Inferno como uma amálgama de corpos lancinados e pungidos, de bocas abertas, gritando, implorando e rugindo. São as vozes dentro da nossa cabeça, aquelas que não se calam quando tentamos abarcar o infinito. Não fomos feitos para saber tanto, nem tão pouco. Fomos feitos para aprender a silenciar essas vozes que nos enlouquecem. No fundo, nem precisamos de Deus. Precisamos de alívio. Deus, Alívio. Pouco importa o que lhe chamam.
João Tordo (O Luto de Elias Gro)
Engana-se, Estella! Faz parte de minha vida desde que a conheci, faz parde de mim mesmo! Eu a vi em cada linha que li depois da primeira vez que aqui vim, sendo ainda um pobre menino grosseiro e vulgar, um menino cujo coração feriu. Desde então esteve em todos os meus sonhos de futuro. No rio, nas velas dos navios, nos pântanos, nas nuvens, na luz, nas sombras no vento, no mar, nos matos e nas ruas foi a personificação de todas as fantasias graciosas que meu espírito concebeu. As pedras com que se construíram os mais sólidos edifícios de Londres não são mais reais do que a sua influência sobre mim. E lhe seria mais fácil deslocá-las com suas mãos de mulher do que afastar da minha vida a sua presença constante e sua influência. Aqui em toda parte. Hoje e sempre, Estella. Até a última hora da minha vida, Estella, viverá no íntimo do meu ser, será uma parte do pouco do bem e do pouco do mal que há em mim. Mas quando estivermos longe um do outro, nas minhas recordações eu a associarei sempre ao bem, só ao bem, porque deve me ter feito muito mais bem do que mal. Apesar do sofrimento atroz que agora sinto... Oh! que Deus a guarde! que Deus a Perdoe.
Charles Dickens (Great Expectations)
Midorikawa balançou a cabeça sem muito entusiasmo. – É, dom é algo que às vezes proporciona prazer. Impressiona, chama atenção e, se tiver sorte, dá dinheiro. Atrai as mulheres. É, deve ser melhor tê-lo do que não ter. Mas o dom, Haida, desempenha sua função somente quando é sustentado por uma concentração tenaz do corpo e da consciência. Se um parafuso de uma parte do cérebro cair, ou a conexão de algum lugar do corpo se romper, a concentração some como o orvalho antes do amanhecer. Por exemplo, só de estar com dor em um dos dentes do fundo, ou com os ombros muito tensos e doloridos, não se pode tocar piano direito. É verdade. Eu sei por experiência própria. Uma simples cárie ou dor nos ombros transforma rapidamente a bela visão e o belo som em nada. O corpo humano é frágil assim. Ele é um sistema extremamente complexo e frequentemente apresenta falhas por motivos insignificantes. E, se falhar uma vez, muitas vezes é difícil de ser reparado. Se for cárie ou dor nas costas, deve ter conserto, mas existem muitas coisas que não podem ser reparadas. Quanto significa o dom que depende inevitavelmente de uma base tão frágil e cujo futuro imediato é incerto?
Haruki Murakami (Colorless Tsukuru Tazaki and His Years of Pilgrimage)
He had suspected something, yes. But suspecting was not like knowing; he knew that now, if nothing else. He could write an essay on the difference between suspecting and knowing. What made it doubly cruel was the fact that he had really begun to believe that the suspicions were groundless. And even if they weren’t, what you didn’t know couldn’t hurt you. Wasn’t that right? If a man is crossing a darkened room with a deep, open hole in the middle of it, and if he passes within inches of it, he doesn’t need to know he almost fell in. There is no need for fear. Not if the lights are off.
Stephen King (Cujo)
Pensou no telecrã, nos ouvidos sempre à escuta. Espiavam as pessoas dia e noite, mas mesmo assim, se se conservasse o sangue-frio, conseguia-se ludibriá-los. Muito clarividentes que fossem, nunca resolveriam o enigma de quais os pensamentos dos outros seres humanos. Talvez não fosse bem assim, depois de uma pessoa lhes cair nas mãos. Ninguém sabia o que se passava dentro do Ministério do Amor, mas dava para adivinhar: torturas, drogas, delicados instrumentos que registavam as reações nervosas do preso, esgotamento gradual pela privação do sono, pelo isolamento e pelos interrogatórios constantes. Factos, em todo o caso, tornava-se inviável ocultá-los. Eles podiam reconstituí-los procedendo a averiguações, ou arrancá-los ao preso com torturas. Mas se o objetivo, em vez de ser continuar vivo, for continuar a ser-se humano, então, bem vistas as coisas, tudo o mais que diferença faria? Eles não podem alterar os sentimentos… aliás, nem nós próprios poderíamos alterá-los, mesmo que quiséssemos. Podiam pôr a nu, com todo o pormenor, quanto houvéramos feito, dito ou pensado; mas o mais fundo do coração, cujo funcionamento até para nós constitui um mistério, há-de ser sempre inexpugnável.
George Orwell (1984)
I didn’t want to be on the Library Committee and I didn’t want to be on the Hospital Committee and run the bake sales or be in charge of getting the starter change or making sure that not everybody is making the same Hamburger Helper casserole for Saturday-night supper. I didn’t want to see those same depressing faces over and over again and listen to the same gossipy stories about who is doing what in this town. I didn’t want to sharpen my claws on anyone else’s reputation. I didn’t want to sell Tupperware and I didn’t want to sell Amway and I didn’t want to give Stanley parties and I don’t need Weight Watchers...And the only place to run from the future is into the past.
Stephen King (Cujo)
The old monster, she thought incoherently, keeps his watch still. Had this terrible vigil been only a matter of hours, or had it been her whole life? Surely everything that had gone before had been a dream, little more than a short wait in the wings? The mother who had seemed to be disgusted and repulsed by all those around her, the well-meaning but ineffectual father, the schools, the friends, the dates and dances - they were all a dream to her now, as youth must seem to the old. Nothing mattered, nothing was but this silent and sunstruck dooryard where death had been dealt and yet more death waited in the cards, as sure as aces and eights. The old monster kept his watch still, and her son was slipping, slipping, slipping away.
Stephen King (Cujo)
Quando ante os atuais conhecimentos da física e da eletrônica se vê que tantas teorias, fundadas apenas na matéria corpórea sensível como a última realidade e fundamento de todas as coisas (teses que foram afagadas pelos materialistas, que pareciam ameaçar céu e terra com as suas teorias, cujos corifeus eram apresentados como gênios incomparáveis), não têm mais nenhuma procedência, quando até sábios soviéticos se atrevem a afirmar que há algo além e superior à matéria, sem receio dos anátemas de Engels, todas essas doutrinas só tem um destino: o lixo. E o lixo, sim, porque tais senhores foram tão desaforados, tão pretensiosos, fizeram afirmações tão altissonantes das suas teorias, buscaram ridicularizar sem dó as doutrinas contrárias às suas, muito mais consistentes e muito mais bem construídas, por terem bases matemáticas e ontológicas seguras, que hoje não se pode, nem se deve lamentar sua derrota.
Mário Ferreira dos Santos
D’ENGENHO DE DENTRO (excertos) ​ 12/10 eu queria escrever sobre ana, mas ainda é cedo, eu não sei, não sei se posso e, finalmente, vejo que não quero. sobre a vinda de mamãe e papai até aqui, também não: falta qualquer novidade a esse respeito – a não ser que valha a pena anotar que reencontrar papai depois de três anos é como reencontrar um velho amigo que não via há três dias; e reencontrar mamãe depois de dois anos é como ser apresentado a alguém cujo nome, fama e aventuras eu já conhecia de sobra e que, portanto, me pareceu estranha, distante, mítica. mais ou menos assim. mas prefiro escrever sobre este lugar e minha vida dentro dele. a melhor sensação é a de reconquistar inteiramente o anonimato no contato diário com meus pares de hospício. posso gritar: “meu nome é torquato neto, etc., etc.”; do outro lado uma voz sem dentes dirá: meu nome é vitalino; e outra: o meu é atagahy! aqui dentro só eu mesmo posso ter algum interesse: minhas aventuras, nem um pingo. meu nome podia ser, josé da silva – e de preferência, mas somente no que se refere a mim. a eles não interessa. O dr. Osvaldo não pode fugir. nem fingir: mas isso eu comecei a ver, de fato, logo mais quando teremos nossa primeira entrevista. o anonimato me assegura uma segurança incrível: já não preciso mais (pelo menos enquanto estiver aqui) liquidar meu nome e formar nova reputação como vinha fazendo sistematicamente como parte do processo autodestrutivo em que embarquei – e do qual, certamente, jamais me safarei por completo. mas sobre isso, prefiro dar mais tempo ao tempo: eu sou obrigado a acreditar no meu destino. (isso é outra conversa que só rogério entenderia). tem um livro chamado: o hospício é deus. eu queria ler esse livro. foi escrito, penso, neste mesmo sanatório. vou pedir a alguém para me conseguir esse livro. 13/10 eu: pronome pessoal e intransferível. viver: verbo transitório e transitivo, transável, conforme for. a prisão é um refúgio: é perigoso acostumar-se a ela. e o dr. Osvaldo? Não exclui a responsabilidade de optar, ou seja:? 20/10 É preciso não beber mais. Não é preciso sentir vontade de beber e não beber: é preciso não sentir vontade de beber. É preciso não dar de comer aos urubus. É preciso fechar para balanço e reabrir. É preciso não dar de comer aos urubus. Nem esperanças aos urubus. É preciso sacudir a poeira. É preciso poder beber sem se oferecer em holocausto. É preciso. É preciso não morrer por enquanto. É preciso sobreviver para verificar. Não pensar mais na solidão de Rogério, e deixá-lo. É preciso não dar de comer aos urubus. É preciso enquanto é tempo não morrer na via pública. 4/4/71 Debaixo da tempestade sou feiticeiro de nascença atrás desta reticência tenho o meu corpo cruzado a morte não é vingança 7/4/71 – Foi um caminhão que passou. bateu na minha cabeça. aqui. isso aqui é péssimo, não me lembro de nada. – Eles não deixam ninguém ficar em paz aqui dentro. são bestas. Não deixam a gente cortar a carne com faca mas dão gilete pra se fazer a barba. – Pode me dar um cigarro? eu só tenho um maço, eu tenho que pedir porque senão acaba. Pode me dar as vinte.
Torquato Neto (26 Poetas Hoje)
Nosso esforço para ler e visualizar um romance está relacionado com nosso desejo de ser especiais e distinguir-nos dos outros. E esse sentimento tem a ver com nosso desejo de identificar- nos com as personagens do romance, cuja vida é diferente da nossa. Lendo Ulysses, sentimo-nos bem, em primeiro lugar, porque tentamos identificar-nos com as personagens, cuja vida, cujos sonhos, ambiente, temores, planos e tradições são tão diferentes dos nossos. Mas depois esse sentimento é ampliado por nossa consciência de que estamos lendo um romance "difícil" - e, no fundo, sentimo-nos empenhados numa atividade de certa distinção. Quando lemos a obra de um escritor desafiador como Joyce, parte de nosso cérebro está ocupada se congratulando conosco por lermos um escritor como Joyce. Quando tirou da bolsa seu volume de Proust, no dia da matrícula, Ayse pretendia não desperdiçar o tempo que passaria na fila; mas provavelmente também queria mostrar como era diferente, fazendo um gesto social que lhe permitiria encontrar outros estudantes iguais a ela. Poderíamos descrevê-Ia como uma leitora sentimental-reflexiva, consciente do significado de seu gesto. E é provável que Zeynep fosse o tipo de leitora ingênua que, comparada com Ayse, tinha menos consciência do ar de distinção que um romance pode conferir a seus leitores. Ao menos podemos imaginar, sem correr o risco de estar enganados, que assim Ayse a via. A ingenuidade e a sentimentalidade do leitor – como uma consciência do artifício do romance - estão relacionadas com um interesse pelo contexto e pela maneira como se lê um romance e com o lugar do escritor nesse contexto.
Orhan Pamuk (The Naive and the Sentimental Novelist (The Charles Eliot Norton Lectures))
Já repeti o antigo encantamento, E a grande Deusa aos olhos se negou. Já repeti, nas pausas do amplo vento, As orações cuja alma é um ser fecundo. Nada me o abismo deu ou o céu mostrou. Só o vento volta onde estou toda e só, E tudo dorme no confuso mundo. "Outrora meu condão fadava, as sarças E a minha evocação do solo erguia Presenças concentradas das que esparsas Dormem nas formas naturais das coisas. Outrora a minha voz acontecia. Fadas e elfos, se eu chamasse, via. E as folhas da floresta eram lustrosas. "Minha varinha, com que da vontade Falava às existências essenciais, Já não conhece a minha realidade. Já, se o círculo traço, não há nada. Murmura o vento alheio extintos ais, E ao luar que sobe além dos matagais Não sou mais do que os bosques ou a estrada. "Já me falece o dom com que me amavam. Já me não torno a forma e o fim da vida A quantos que, buscando-os, me buscavam. Já, praia, o mar dos braços não me inunda. Nem já me vejo ao sol saudado ergUida, Ou, em êxtase mágico perdida, Ao luar, à boca da caverna funda. "Já as sacras potências infernais, Que, dormentes sem deuses nem destino, À substância das coisas são iguais, Não ouvem minha voz ou os nomes seus. A música partiu-se do meu hino. Já meu furor astral não é divino Nem meu corpo pensado é já um deus. "E as longínquas deidades do atro poço, Que tantas vezes, pálida, evoquei Com a raiva de amar em alvoroço, lnevocadas hoje ante mim estão. Como, sem que as amasse, eu as chamei, Agora, que não amo, as tenho, e sei Que meu vendido ser consumirão. "Tu, porém, Sol, cujo ouro me foi presa, Tu, Lua, cuja prata converti, Se já não podeis dar-me essa beleza Que tantas vezes tive por querer, Ao menos meu ser findo dividi Meu ser essencial se perca em si, Só meu corpo sem mim fique alma e ser! "Converta-me a minha última magia Numa estátua de mim em corpo vivo! Morra quem sou, mas quem me fiz e havia, Anônima presença que se beija, Carne do meu abstrato amor cativo, Seja a morte de mim em que revivo; E tal qual fui, não sendo nada, eu seja!
Fernando Pessoa
A Etimologia tentou separar duas raízes: de um lado a raiz-lua que, com men (lua) e mensis (mes) pertence a raíz ma do sacrifício mas; e de outro, a raiz sânscrita manas, com menos (grego), mens (latim) etc., que representa o espirito por excelência. Da raiz-espírito brota uma ampla ramificação de sentidos espirituais significativos: menos, espirito, coração, alma, coragem, ardor; menoinan, considerar, meditar, desejar; memona, ter em mente, pretender; mainomai pensar e também perder-se em pensamentos e delirar, a qual pertence mania, loucura, possessão e também manteia, profecia. Outros ramos da mesma raiz-espírito são menis, menos, raiva, menuo, indicar, revelar; meno, permanecer, demorar-se, manthano, aprender; menini, lembrar; e mentiri, mentir. Todas essas raízes-espírito originam-se de uma raiz original sânscrita Mati-h, que significa pensamento, intenção. Em nenhum lugar, seja ele qual for, essa raiz foi colocada em oposição a raiz-lua, men, lua; mensis, mes; mas, que e ligado a ma, medir. Dessa raiz origina-se não só matra-m, medida, mas também metis, inteligência, sabedoria; matiesthai, meditar, ter em mente, sonhar; e, mais ainda, para nossa surpresa, verificamos que essa raiz-lua, pretensamente oposta a raiz-espírito, e da mesma maneira derivada da raiz sânscrita mati-h, significando medida, conhecimento. Em conseqüência, a única raiz arquetípica subjacente a esses significados e espírito-lua, que se expressa em todas as suas ramificações diversificadas, revelando-nos assim sua natureza e seu significado primordial. O que emana do espírito-lua e um movimento emocional relacionado de perto com as atividades do inconsciente. Na erupção ativa e um espirito igneo: coragem, cólera, possessão e ira; sua auto-revelação conduz a profecia, cogitação e mentira, mas também a poesia. Junto com essa produtividade ignea, no entanto, coloca-se outra atitude mais “ medida “ que medita, sonha, espera e deseja, hesita e se retarda, que se relaciona com a memória e o aprendizado, e cujo efeito e a moderação, a sabedoria e o significado. Discutindo o assunto em outro lugar, mencionei, como uma atividade primaria do inconsciente, o Einfall, isto e, o pressentimento ou o pensamento que “ estala “ na cabeça. O aparecimento de conteúdos espirituais que penetram na consciência com suficiente forca persuasiva para fascina-la e controla-la, representa provavelmente a primeira forma de emergência do espirito no homem. Enquanto numa consciência ampliada e num ego mais forte esse fator emergente e introjetado e concebido como uma manifestação psíquica interna, no começo parece atingir a psique “ de fora “, como uma revelação sagrada e uma mensagem numinosa dos “ poderes “ ou deuses. O ego, ao experimentar esses conteúdos como vindos de fora, mesmo quando os chama de intuitos ou inspirações, recebe o fenômeno espiritual espontâneo com a atitude característica do ego da consciência matriacal. Porque ainda e verdade, como sempre foi, que as revelações do espírito-lua são recebidas mais facilmente quando a noite anima o inconsciente e provoca a introversão do que a luz brilhante do dia.
Erich Neumann (The Fear of the Feminine and Other Essays on Feminine Psychology)