Achar Quotes

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Perder-se é um achar-se perigoso.
Clarice Lispector (The Passion According to G.H.)
Um homem pode andar por cá uma vida toda e nunca se achar, se nasceu perdido. E tanto lhe fará morrer, chegada a hora.
José Saramago (Levantado del suelo)
Ava, se você for ouvir tudo que as pessoas esperam de você, vai viver a vida que elas querem. Várias pessoas vão achar que você é só músculo e nenhum cérebro, mas você tem de se perguntar se isso é real. A impressão que elas têm de você não é a verdade. Não é o respeito delas que vai fazer você melhor ou pior! O que os outros acham de você não a define, e sim como você se vê, a forma como pensa de si mesma.
Bárbara Morais (A Ilha dos Dissidentes (Anômalos, #1))
Toda compreensão súbita é finalmente a revelação de uma aguda incompreensão. Todo momento de achar é um perder-se a si próprio.
Clarice Lispector (The Passion According to G.H.)
Engraçado como o vazio consegue ser tão pesado. Achar-se-ia que não, já que o vazio é só ar, e o ar é só nada, e o nada não existe, logo não pesa - mas só quem se habituou a esperar sabe reconhecer essa pressão, que nos impede de respirar como deve ser.
Rita da Nova (As Coisas Que Faltam)
Num cotovelo do caminho avistou um canto de cerca, encheu-o a esperança de achar comida, sentiu desejo de cantar. A voz saiu-lhe rouca, medonha. Calou-se para não estragar força.
Graciliano Ramos (Vidas Secas)
Eu tenho à medida que designo – e este é o esplendor de se ter uma linguagem . Mas eu tenho muito mais à medida que não consigo designar. A realidade é a matéria-prima, a linguagem é o modo como vou buscá-la – e como não acho. Mas é do buscar e não achar que nasce o que eu não conhecia, e que instantaneamente reconheço. A linguagem é o meu esforço humano. Por destino tenho que ir buscar e por destino volto com as mãos vazias. Mas – volto com o indizível . O indizível só me poderá ser dado através do fracasso de minha linguagem. Só quando falha a construção, é que obtenho o que ela não conseguiu.
Clarice Lispector (The Passion According to G.H.)
Qual o sentido de estar vivo se você nem ao menos tenta fazer algo extraordinário? Que estranho acreditar que um Deus lhe deu a vida e, ao mesmo tempo, achar que a vida não espera de você nada mais que ficar vendo TV.
John Green (An Abundance of Katherines)
Ah!, a imaginação das crianças... onde achar outra mais bela, mais inquietadora, que melhor saiba frisar o impossível? ... (...) Porque nessa época ondulante da vida é-se apenas fantasia, crédula fantasia. Vem depois o raciocínio, a lucidez, a desconfiança - e tudo se esvai... Só nos resta a certeza - a desilusão sem remédio...
Mário de Sá-Carneiro (Céu Em Fogo)
Se achar que não valho nada, serei nada. Deixarei que os outros falem, decidam, vivam por mim. Porém, se acreditar que apesar dos naturais limites e do medo todo eu mereço uma dose de coisas positivas, vou lutar por isso. Vou até permitir que os outros me amem.
Lya Luft
A constituição diz que todas as pessoas, homens e mulheres, têm o direito inalienável de prestar o serviço e assumir a cidadania plena... Mas o fato é que está ficando difícil achar algo pra todos os voluntários fazerem que não seja apenas uma forma disfarçada de descascar batatas.
Robert A. Heinlein (Starship Troopers)
Se no universo houvesse caos e não ordem, acabarias por achar no caos uma ordem. Se o homem em vez de ser homem que é, tivesse o corpo de gorila, acabarias por achar nele o que fosse belo e feio. Deus põe mas tu dispões. O que te valeu a ti, para não apanhares uma paixão tremenda por uma sapa, foi o homem não ter nascido com o feitio do sapo.
Vergílio Ferreira (Pensar)
...estou que muita mais gente poria termo aos seus dias, se pudesse achar essa espécie de cocaína moral dos bons livros
Machado de Assis (Dom Casmurro)
Põe-me onde se use toda a feridade, Entre leões e tigres, e verei Se neles achar posso a piedade Que entre peitos humanos não achei:
Luís de Camões (Os Lusíadas)
Meu medo é de achar que as palavras que o mundo fala através de minha boca são minhas de verdade.
Sayaka Murata (Earthlings)
Queres acaso te ver livre da melancolia? Queres prazer, mas longe da louca agonia? Queres ler enigmas, e sua precisa solução, Ou preferes te afogar na tua contemplação? Queres a carne? Será não preferes, destarte, Ver um homem nas nuvens, ouvindo falar-te? Anseias ver-te num sonho, mas sem dormir? Ou não preferes a um só tempo chorar e rir? Não te atrai a ti mesmo te perderes sem dano? Pra depois te achares sem passe sobre-humano? Queres tu mesmo ler, sem sequer saber o quê, Sabendo, porém por essas linhas mesmas que lês, Se estás ou não abençoado? Ah, vem, então, E abre meu livro, uma só mente, um só coração.
John Bunyan (O Peregrino (Portuguese Edition))
Quando saímos do restaurante, o céu era um grande borrifo de cores. O tipo de ar que fazia a gente achar que, se o inalasse, os pulmões seriam tingidos do mesmo tom de azul. Estrelas miúdas começaram a cintilar.
Haruki Murakami (Sputnik Sweetheart)
Eu imaginava essas coisas porque precisava. Precisava achar que tudo o que ela fizera havia sido por amor. Porque eu podia entender isso. Podia perdoar. Fazia-me pensar que talvez um dia eu conseguisse perdoar a mim mesma.
Carol Rifka Brunt (Tell the Wolves I'm Home)
As lágrimas inundaram-me os olhos, impedindo-me de continuar a falar. Ok, aquilo era constrangedor. Eu odiava chorar. Especialmente à frente de outras pessoas. Horrorizava-me a ideia de me poderem achar frágil e terem pena de mim.
Paula Pimenta
Tentamos achar nas coisas, que por isso nos são preciosas, o reflexo que nossa alma projetou sobre elas, e desiludimo-nos ao verificar que as coisas parecem desprovidas, na natureza, do encanto que deviam, em nosso pensamento, à vizinhança de certas ideias.
Marcel Proust (Swann’s Way (In Search of Lost Time, #1))
Não importam nossos defeitos, nossos perigosos abismos, nosso ódio reprimido, nossos longos momentos de fraqueza e desespero: se quisermos nos corrigir primeiro para depois partir em busca de nossos sonhos, não chegaremos nunca ao Paraíso. Se, entretanto, aceitarmos tudo que há de errado em nós - e, ainda assim, achar que merecemos uma vida alegre e feliz, então estaremos abrindo uma imensa janela para o Amor entrar. Aos poucos, os defeitos vão desaparecer por si mesmos, porque quem está feliz só consegue olhar o mundo com Amor - esta força regenera tudo que existe no Universo.
Paulo Coelho (The Valkyries)
Acho que a maioria de nós sabe o que é solidão. Conhecemos esse estado em que todos os laços de relação foram cortados, em que não há senso do futuro nem do passado, em que prevalece um completo sentimento de isolamento. Podeis achar-vos no meio de uma multidão, num ônibus superlotado, ou estar sentado ao lado de um amigo, de vosso marido ou esposa, e eis que subitamente vos assalta essa onda, esse sentimento de vácuo, vazio, de um abismo. E a reação instintiva é de fugir. Assim, tratais de ligar o rádio, de tagarelar, de ingressar em alguma associação, ou de pregar Deus, a verdade, o amor etc. Vosso meio de fuga pode ser Deus ou pode ser o cinema; todos os meios de fuga são idênticos. E a reação é de medo a esse sentimento de total isolamento e, por conseguinte, a fuga. Conheceis todos os meios de fuga: o nacionalismo, a pátria, os filhos, o nome, a propriedade, — e por todas essas coisas estais disposto a lutar e a morrer.
J. Krishnamurti
- Por que a gente não teria o direito de criticar, de achar certas pessoas babacas e fracas, sob pretexto de que teríamos um clima pesado e ciumento? Todo o mundo se comporta como se fôssemos todos iguais, como se fôssemos todos ricos, educados, poderosos, brancos, jovens, belos, machos, felizes, como se todos estivéssemos com boa saúde, como se todos tivéssemos um carrão... Mas isso, obviamente, não é verdade. Por isso, tenho o direito de gritar, de estar de mau humor, de não sorrir idiotamente todo o tempo, de dar a minha opinião quando vejo coisas não-normais e injustas, e até de insultar pessoas. Tenho o direito de protestar.
Martin Page (How I Became Stupid)
Eu havia descoberto, depois de muita ansiedade de quais talheres usar, que se você fizer algo de errado à mesa com certa arrogância, como se você soubesse perfeitamente que aquele é o jeito certo de fazer as coisas, ninguém vai achar que você é grosseira ou mal-educada. Vão pensar que você é original e muito espirituosa.
Sylvia Plath (The Bell Jar)
Só preciso que você escute o que eu tenho para falar e não tente me convencer do contrário. Não me julgue. Nem diga que estou cometendo um erro, mesmo se achar isso. Só preciso que você me escute e me diga que vai ficar tudo bem. É disso que eu preciso, basicamente. Preciso que você me diga que vai ficar tudo bem, mesmo se achar que não.
Taylor Jenkins Reid (After I Do)
Mas todos os seus problemas não estarão resolvidos só porque saiu daqui. Você é até capaz de achar que estou agourando de novo, mas mesmo assim deixe-me dizer: você pode ir para longe, muito longe, sem que isso signifique que conseguiu fugir daqui de maneira definitiva. Acho que não deve depositar muita esperança nessa questão de distância, entendeu?
Haruki Murakami (Kafka on the Shore)
There’s a meal you can get in the hood called a kota. It’s a quarter loaf of bread. You scrape out the bread, then you fill it with fried potatoes, a slice of baloney, and some pickled mango relish called achar. That costs a couple of rand. The more money you have, the more upgrades you can buy. If you have a bit more money you can throw in a hot dog. If
Trevor Noah (Born a Crime: Stories from a South African Childhood (One World Essentials))
Como é bom a gente ter tido infância para poder lembrar-se dela. E trazer uma saudade muito esquisita escondida no coração. Como é bom a gente ter deixado a pequena terra em que nasceu E ter fugido para uma cidade maior, para conhecer outras vidas. Com é bom chegar a este ponto de olhar em torno E se sentir maior e mais orgulhoso porque já conhece outras vidas... Como é bom se lembrar da viagem, dos primeiros dias na cidade, Da primeira vez que olhou o mar, da impressão de atordoamento. Como é bom olhar para aquelas bandas e depois comparar. Ver que está tão diferente, e que já sabe tantas novidades... Como é bom ter vindo de tão longe, estar agora caminhando Pensando e respirando no meio de pessoas desconhecidas Como é bom achar o mundo esquisito por isso, muito esquisito mesmo E depois sorrir levemente para ele com os seus mistérios... Que coisa maravilhosa, exclamar. Que mundo maravilhoso, exclamar. Como tudo é tão belo e tão cheio de encantos! Olhar para todos os lados, olhar para as coisas mais pequenas, E descobrir em todas uma razão de beleza.
Manoel de Barros
esperança (s.f.) é a melhor amiga de um coração apaixonado. é a última a morrer nas mãos de um lutador. é imortal nas mãos de um sonhador. é produto em falta nos dias de hoje. é a causa principal da decepção e a causa principal do sucesso. é tipo vestido de mãe: a gente se agarra quando sente medo. fácil de perder. difícil de achar. anda de braço dado com a vontade.
João Doederlein (O Livro dos Ressignificados)
Desde que superamos o erro de achar que nosso habitual esquecimento significa uma destruição do traço mnemônico, tendemos à suposição contrária de que na vida psíquica nada que uma vez se formou pode acabar, de que tudo é preservado de alguma maneira e poder ser trazido novamente à luz em circunstâncias adequadas, mediante uma regressão de largo alcance, por exemplo.
Sigmund Freud
Ninguém sente em si o peso do amor que se inspira e não comparte. Nas máximas aflições, nas derradeiras horas do coração e da vida, é grato ainda sentir-se amado quem já não pode achar no amor diversão das penas, nem soldar o último fio que se está partindo. Orgulho ou insaciabilidade do coração humano, seja o que for, no amor que nos dão nós graduamos o que valemos em nossa consciência.
Camilo Castelo Branco
Diria também um monte de clichê: que vale a pena estudar mais, pesquisar mais, ler mais. Diria que não é sinal de saúde estar bem-adaptado a uma sociedade doente, que o que é normal para uma aranha é o caos para uma mosca, que uma coroa não é nada além de um chapéu que deixa entrar água, que todo dia o mundo se afoga no caos e vai ser difícil achar um lugar para observar o fim dos tempos de camarote.
Rita Lee (Rita Lee: Outra autobiografia)
Concluo, aos sessenta e três anos, que ninguém tem direito a reclamar a vida de outro ou o seu modo de pensar. Reclamam agora a minha vida e o meu modo de pensar; e quem o faz? Os meus amigos, os fiéis conhecidos, a gente que outrora me abraçou e que prescinde hoje da minha presença e me excomunga. Continuar alinhado? Em nome do quê, em nome de quem? Como posso continuar a acreditar e a achar que estávamos certos quando tudo em nosso redor, ao longo dos anos, nos demonstrou que estávamos errados? Tanto como esta crise mostrou estar errado o actual estado das coisas? [...] Como esperam que continue, na minha cabeça, a reescrever a História e a silenciar-me sobre tudo aquilo que é considerado anátema? Como esperam que continue a engolir propaganda, venha ela de onde vier? Continuar alinhado? Em nome de quê, em nome de quem?
João Tordo (Anatomia dos Mártires)
A vida é sempre uma correria. Seja qual for a situação, nunca corre como queremos. Do mesmo modo, muitas vezes temos surpresas agradáveis que nunca nos passaram pela cabeça. Então, damos graças por não ter corrido como desejávamos e sentimo-nos mais aliviadas .Não precisas de achar que os teus planos falhados são azares ou fracassos. Esses imprevistos mudam-te a ti à tua vida. Página 148 O que Procuras está na Biblioteca
Michiko Aoyama
Indubitavelmente, raríssimas pessoas compreendem o caráter puramente subjetivo desse fenômeno em que consiste o amor e como é o amor uma espécie de criação de um indivíduo suplementar, distinto daquele que usa no mundo o mesmo nome, e que formamos com elementos na maioria tirados de nós mesmos. Por isso, poucos são os que podem achar naturais as proporções enormes que acaba assumindo para nós uma criatura que não é a mesma que eles veem.
Marcel Proust (In the Shadow of Young Girls in Flower)
Mas em meio a essa serena felicidade me invadia, de quando em vez, uma profunda tristeza, pois sabia muito bem que isso não podia durar muito. Meu destino não era viver em paz e na abundância, mas na agitação e no tormento. Sentia que mais cedo ou mais tarde haveria de despertar daquelas gratas imagens de amor e achar-me novamente só, inteiramente isolado no mundo frio dos demais, onde só havia para mim luta e solidão e nunca amor ou compaixão.
Hermann Hesse (Demian (Clasicos Juveniles) (Spanish Edition))
Acabei aprendendo que a gente sempre verá alguém reagindo de um jeito diferente, conforme o sentido que uma palavra ganhe na cabeça dessa pessoa. Para você, A pode significar apenas A; já um outro pode entender que A é o que vem antes de B, C e D. Você pode olhar para o copo com água até a metade e achar que está meio cheio, outro pode ver o mesmo copo e pensar que ele está meio vazio. E cada um vai reagir de acordo com o sentido que dá para cada coisa na vida.
Camilo Gomes Jr. (Em memória)
Esta guerra foi demasiado terrível. O pesadelo das trincheiras, as grandes matanças em Ypres e Verdun, até o extermínio dos Arménios no Império Otomano, tudo isso pôs em causa o conceito de beleza. Os artistas começaram a achar que não faz sentido criar coisas belas num mundo que permite horrores destes. Foi por isso que a arte mudou. Muitos artistas deixaram de procurar o belo, preferem criar o feio porque o acham mais verdadeiro. Depois desta guerra, nada voltará a ser como dantes. Nem a arte.
José Rodrigues dos Santos
Na generalidade, pessoas de países menos desenvolvidos são mais simpáticas e hospitaleiras, independentemente da religião. No Ocidente cultivamos o individualismo de uma maneira desenfreada. Regamos todos os dias a planta do nosso ego, e acabamos por achar que somos especiais, incríveis, intocáveis. Achamo-nos tão importantes que acabamos por achar que, por isso mesmo, há muita gente dedicada a lixar-nos a vida. Somos tão importantes que acabamos por nos proteger de uma maneira que prejudica quem precisa de ajuda.
António Pedro Moreira (Daqui Ali - De Portugal à África do Sul de Bicicleta)
Tanto de meu estado me acho incerto, que em vivo ardor tremendo estou de frio; sem causa, juntamente choro e rio, o mundo todo abarco e nada aperto. É tudo quanto sinto, um desconcerto; da alma um fogo me sai, da vista um rio; agora espero, agora desconfio, agora desvario, agora acerto. Estando em terra, chego ao Céu voando, num'hora acho mil anos, e é de jeito que em mil anos não posso achar um' hora. Se me pergunta alguém porque assim ando, respondo que não sei; porém suspeito que só porque vos vi, minha Senhora.
Luís de Camões
— Tenho de sair daqui de qualquer jeito. Isso é indiscutível. — Talvez seja, realmente — concorda o menino chamado Corvo. Deposita o peso sobre o tampo da escrivaninha e cruza as mãos na nuca. — Mas todos os seus problemas não estarão resolvidos só porque saiu daqui. Você é até capaz de achar que estou agourando de novo, mas mesmo assim deixe-me dizer: você pode ir para longe, muito longe, sem que isso signifique que conseguiu fugir daqui de maneira definitiva. Acho que não deve depositar muita esperança nessa questão da distância, entendeu?
Haruki Murakami (Kafka à Beira-Mar)
Eu costumava achar que os finais tinham que ser ou felizes ou tristes. Que as histórias eram ou felizes ou tristes. Que as pessoas eram ou felizes ou tristes. E sempre imaginei que o final da minha história seria triste. Ele teve vontade de abraçá-la, mas deixou que ela continuasse: – Aí eu conheci você. E você me fez pensar, pela primeira vez, que havia uma falha no meu raciocínio. Talvez as pessoas pudessem ser felizes e tristes. Talvez as histórias fossem complicadas e caóticas. Talvez os finais nem sempre tenham soluções que encerram tudo perfeitamente. Mas isso não significa necessariamente que serão trágicos.
Ali Hazelwood (Not in Love (Not in Love, #1))
A força da nossa vontade tem que ver com a vontade da nossa força. Porque a verdade é o que é pela sua justeza, mais o músculo anterior de quem a enuncia. Por isso é tão incompreensível a tolerância na juventude como a intolerância na velhice. Assim, a intolerância é um sinal de juventude de se ser um homem firme como na velhice é um sinal de se ser taralhouco. Assim a democracia não é o triunfo da juventude, a não ser como um terreno é o triunfo do que lá se cultiva. Porque a democracia não é uma “ideologia”, mas o caldo em que todas elas se podem desenvolver. Assim o que melhor a defende é que as ideologias perderam a semente do serem. Mas o que desse modo melhor a define a democracia na sua estabilidade e defesa contra o que a ameace, não é o convívio das várias ideologias, mas a indiferença em face de todas elas. Como na entropia, o regime que nos espera no limite do esperar, está para lá da democracia porque é a ausência de qualquer um. O homem não vai suicidar-se porque a vida sem razão não é razão para que o suicídio valha a pena. Honestamente, o homem vai continuar a morrer de “morte natural”. Mas talvez por inanição. Ou simplesmente de tédio, enquanto não achar um motivo que não o seja. E o tédio não se trata na psiquiatria, mas num sono em que se apodreça de bolor.
Vergílio Ferreira (Pensar)
Nenhuma regra moral genérica pode indicar o que devemos fazer; não existem sinais outorgados no mundo. Os católicos replicarão: "Mas claro que há sinais". Admitamos, sou eu mesmo, em todo caso, que escolho o significado que eles têm. Quando eu estava preso, conheci um homem impressionante, que era jesuíta. Ele tinha entrado na ordem da seguinte forma: havia passado por uma série de infortúnios bastante dolorosos; ainda criança, seu pai foi morto, deixando-o pobre. Ele foi recebido como bolsista em uma instituição religiosa onde constantemente lhe repetiam que ele tinha sido aceito por caridade; consequentemente, ele não recebeu muitas das distinções honoríficas com que as crianças são gratificadas; depois, por volta dos dezoito anos, - coisa pueril, mas que foi a gota d'água que fez o vaso transbordar - ele foi reprovado em sua preparação militar. Portanto, esse rapaz podia achar que tudo tinha dado errado para ele; era um sinal, mas um sinal de quê? Ele podia refugiar-se na amargura ou no desespero, mas avaliou, muito habilmente para seu próprio bem, que esse era o sinal de que ele não fora feito para os triunfos seculares, e que só os êxitos da religião, da santidade e da fé é que estavam ao seu alcance. Assim, viu nisso uma mensagem divina e ingressou nas ordens. Quem não vê que a decisão do sentido do sinal foi tomada exclusivamente por ele?
Jean-Paul Sartre
Estou contente por você ter encontrado este lugar, creio que vá achar aqui muitas coisas de seu interesse. Estes companheiros", disse e colocou a mão em alguns livros, "foram meus bons amigos durante muitos anos, desde que tive a ideia de ir para Londres, e me deram muitas, muitas horas de satisfação. Por eles, passei a conhecer sua extraordinária Inglaterra, e quem a conhece não pode deixar de amá-la. Anseio por caminhar pelas apinhadas ruas de sua magnífica Londres, em meio ao tumultuado caos da humanidade, a compartilhar sua vida, suas transformações, sua morte e tudo mais que a define. Mas, infelizmente, por enquanto só conheço a língua pelos livros. Conto com você, meu amigo, para aprender a falar o idioma.
Bram Stoker
- Por Deus, eu sei o perigo de colocar as culpa tudo em outra pessoa pelas besteira que ocê faz com a própria vida. Eu mesmo caí nessa armadilha! E eu tenho a tendência a acreditar que é desse jeito que os branco consegue te corromper mesmo quando cê nunca fez nada. Porque quando eles te convence que são os culpado por tudo, te convence a achar que são uma espécie de deus! Ocê não pode fazer nada de errado sem eles estar por trás. Ocê passa a ser fraco que nem água, sem ter a sensação de fazer nada por sua própria conta. E aí começa a pensar em maldade e começa a destruir todo mundo redor docê, e coloca a culpa nos branquelo tudo. Merda! Ninguém é tão poderoso quanto nós acha que é. Nós é dono da nossa própria alma, não é?
Alice Walker (The Third Life Of Grange Copeland)
Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até entorno me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que momento com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira perna me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar. Estou desorganizada porque perdi o que não precisava? (…) É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo. Até agora achar-me era já ter uma ideia de pessoa e nela me engastar: nessa pessoa organizada eu me encarnava, e nem mesmo sentia o grande esfoço de construção que era viver. (…) Mas e agora? estarei mais livre? (…) Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação (…) Talvez desilusão seja o medo de não pertencer mais a um sistema. No entanto se deveria dizer assim: ela está muito feliz porque finalmente foi desiludido. O que eu era antes não era bom. Mas era desse não-bom que eu havia organizado o melhor - a esperança.
Clarice Lispector (The Passion According to G.H.)
Escarneciam do século, o que os dispensava de o compreender. (…) Ser ultra é ir para além de. É atacar o cetro em nome do trono e a mitra em nome do altar; é conduzir mal a causa que se defende; é não aceitar constrangimentos; é discutir sobre a temperatura da fogueira a que ardem os heréticos; é censurar o ídolo pela sua diminuta idolatria; é insultar por excesso de respeito; é achar que o papa é pouco papista; que o rei é pouco monárquico, e que há muita luz quando é noite; é criticar o alabastro, a neve, o cisne, o lírio em nome da brancura; é ser partidário das coisas ao ponto de se tornar seu inimigo; é ser-se tão favorável a qualquer coisa que na verdade se lhe é oposto. O espírito ultra é especialmente característico da primeira fase da Restauração.
Victor Hugo (Les Misérables)
estamos para aqui todos fascistas, com pensamentos de um fascismo indelével a achar que antigamente é que era bom, este é o fascismo remanescente que vem das saudades, sabe, acharmos que salazar é que arranjaria isto, que ele é que punha esta juventude toda na ordem, é natural, porque temos medo destes novos tempos, não são os nossos tempos, e precisamos de nos defendermos, quando dizemos que antigamente é que era bom estamos só a ter saudades, queremos na verdade dizer que antigamente éramos novos, reconhecíamos o mundo como nosso e não tínhamos dores de costas nem reumatismo. é uma saudade de nós próprios, e não exactamente do regime e menos ainda de salazar. eu escutava o meu colega silva e não sabia o que pensar, num momento dizia que éramos comunistas, no outro já éramos fascistas, e eu perguntava, isso faz de nós bons homens, ele regozijava, claro que somos bons homens, ó senhor silva, não somos por natureza inquinados de política nenhuma, temos de tudo um pouco mas, sobretudo, temos saudades, porque somos velhos e quando novos a robustez e a esperança curavam-nos de muita coisa, o fascismo dos bons homens, como diz, perguntou o senhor pereira, o fascismo dos bons homens, é o que para aí abunda, já quase não faz mal a ninguém e não é para prejudicar, mas é um sentimento que fica escondido, à boca fechada, porque sabemos que talvez não devesse existir, mas existe porque o passado, neste sentido, é mais forte do que nós. quem fomos há-de sempre estar contido em quem somos, por mais que mudemos ou aprendamos coisas novas.
Valter Hugo Mãe (A máquina de fazer espanhóis)
Ora, as lembranças de amor não abrem exceção às leis gerais da memória, regidas também estas pelas leis mais gerais do hábito. Como o hábito enfraquece tudo, o que melhor nos recorda uma criatura é justamente o que havíamos esquecido (porque era insignificante e assim lhe havíamos deixado toda a sua força). Eis porque a maior parte da nossa memória está fora de nós, numa viração de chuva, num cheiro de quarto fechado ou no cheiro de uma primeira labareda, em toda parte onde encontramos de nós mesmos o que a nossa inteligência desdenhara, por não lhe achar utilidade, a última reserva do passado, a melhor, aquela que, quando todas as nossas lágrimas parecem estancadas, ainda sabe fazer-nos chorar. Fora de nós? Em nós, para melhor dizer, mas oculta a nossos próprios olhares, num esquecimento mais ou menos prolongado. Graças tão somente a esse olvido é que podemos de tempos a tempos reencontrar o ser que fomos, colocarmo-nos perante as coisas como o estava aquele ser, sofrer de novo porque não mais somos nós, mas ele, e porque ele amava o que nos é agora indiferente.
Marcel Proust (In the Shadow of Young Girls in Flower)
E queria estar a treze mil quilómetros dali, a vigiar o sono da minha filha nos panos do seu berço, queria não ter nascido para assistir àquilo, à idiota e colossal inutilidade daquilo, queria achar-me em Paris a fazer revoluções no café, ou a doutorar-me em Londres e a falar do meu país com a ironia horrivelmente provinciana do Eça, falar na choldra do meu país para amigos ingleses, franceses, suíços, portugueses, que não tinham experimentado no sangue o vivo e pungente medo de morrer, que nunca viram cadáveres destroçados por minas ou balas. O capitão de óculos moles repetia na minha cabeça A revolução faz-se por dentro, e eu olhava o soldado sem cara a reprimir os vómitos que me cresciam na barriga, e apetecia-me estudar Economia, ou Sociologia, ou a puta que o pariu em Vincennes, aguardar tranquilamente, desdenhando a minha terra, que os assassinados a libertassem, que os chacinados de Angola expulsassem a escória cobarde que escravizava a minha terra, e regressar, então, competente, grave, sábio, social-democrata, sardónico, transportando na mala dos livros a esperteza fácil da última verdade de papel.
António Lobo Antunes (Os Cus de Judas)
- O quê? - fez indignado Flores, erguendo-se, num só e rápido movimento, da cadeira, e deixando a xícara sobre a mesa. - Pois tu não sabes quem sou eu, quem é Leonardo Flores? Pois tu não sabes que a poesia para mim é a minha dor e é a minha alegria, é a minha própria vida? Pois tu não sabes que tenho sofrido tudo, dores, humilhações, vexames, para atingir o meu ideal? Pois tu não sabes que abandonei todas as honrarias da vida, não dei o conforto que minha mulher merecia, não eduquei convenientemente meus filhos, unicamente para não desviar dos meus propósitos artísticos? Nasci pobre, nasci mulato, tive uma instrução rudimentar, sozinho completei-a conforme pude; dia e noite lia e relia versos e autores; dia e noite procurava na rudeza aparente das coisas achar a ordem oculta que as ligava, o pensamento que as unia; o perfume à cor, o som aos anseios de mudez de minha alma; a luz à alegoria dos pássaros pela manhã; o crepúsculo ao cicio melancólico das cigarras - tudo isto eu fiz com sacrifício de coisas mais proveitosas, não pensando em fortuna, em posição, em respeitabilidade. Humilharam-me, ridicularizaram-me, e eu, que sou homem de combate, tudo sofri resignadamente. Meu nome afinal soou, correu todo este Brasil ingrato e mesquinho; e eu fiquei cada vez mais pobre, a viver de uma aposentadoria miserável, com a cabeça cheia de imagens de ouro e a alma iluminada pela luz imaterial dos espaços celestes. O fulgor do meu ideal me cegou; a vida, quando não me fosse traduzida em poesia, aborrecia-me. Pairei sempre no ideal; e se este me rebaixou aos olhos dos homens, por não compreender certos atos desarticulados da minha existência; entretanto, elevou-me aos meus próprios, perante a minha consciência, porque cumpri o meu dever, executei a minha missão: fui poeta! Para isto, fiz todo o sacrifício. A Arte só ama a quem a ama inteiramente, só e unicamente; e eu precisava amá-la, porque ela representava, não só a minha Redenção, mas toda a dos meus irmãos, na mesma dor. Louco?! Haverá cabeça cujo maquinismo impunemente possa resistir a tão inesperados embates, a tão fortes conflitos, a colisões com o meio tão bruscas e imprevistas? Haverá?
Lima Barreto (Clara dos Anjos)
Dependendo do humor de cada dia, podia soar folclórico, bizarro, sórdido, deprimente. Às vezes Pedro Almodóvar, às vezes Manuel Puig. Mas naquela noite eu estava exausto demais para achar qualquer coisa. Parecia pior, parecia real.
Caio Fernando Abreu (Onde Andará Dulce Veiga?: Um Romance B)
Da até pra impressionar, mas chega de pressionar! Deixe os seus problemas pra depois ja que a gente sempre tem nós dois. Nao vale a pena se enfrentar, Nos de uma chance de tentar. Não vale se enfeitar do velho e achar que tudo é um espelho... De que vale se enfeiar com o que veio e reclamar no anseio do que ja foi feio? Sopra um sambinha... Ou um enredo! É só pra nos dois mesmo...que medo!
Ana Claudia Antunes (Do Nada (Portuguese Edition))
O problema não era o fato de ele não mais acreditar no sonho; o problema era ele nem sequer achar sua improbabilidade interessante ou triste. Como um velho, preocupava-se com o passado e não com o futuro.
Sloan Wilson (The Man in the Gray Flannel Suit)
Você não sente às vezes um poder dentro de você?”, pergunta Vollmer. “Um estado extremo de saúde, sei lá. Uma saúde arrogante. É isso. Você se sente tão bem que começa a achar que é um pouco superior às outras pessoas. Uma espécie de força vital. Um otimismo sobre você mesmo, que é gerado quase que em detrimento dos outros. Você não sente isso às vezes?” (Sinto, sim.) “Deve ter um termo em alemão que quer dizer isso. Mas onde eu quero chegar é que esse sentimento poderoso é muito — sei lá — delicado. É isso. Um dia você sente, no dia seguinte de repente você se torna insignificante e condenado. Uma coisinha de nada dá errado e você se sente condenado, totalmente fraco e derrotado e incapaz de agir de modo poderoso, ou até mesmo sensato. Tirando você, todo mundo tem sorte, e você é um azarado, impotente, triste, incompetente e condenado.” (Sei, sei.)
Don DeLillo (The Angel Esmeralda)
Como vou procurar algo se eu não sei o que quero achar?
Jout Jout (Tá Todo Mundo Mal)
Viver do sonho e para o sonho, desmanchando o Universo e recompondo-o, distraidamente confere mais apego ao nosso momento de sonhar. Fazer isto consciente, muito conscientemente, da inutilidade de o fazer. Ignorar a vida com todo o corpo, perder-se da realidade com todos os sentidos, abdicar do amor com toda a alma. Encher de areia vã os cântaros da nossa ida à fonte de despejá-los para os tornar a encher e despejar, futilissimamente. Tecer grinaldas para, logo que acabadas, as desmanchar totalmente e minuciosamente. Pegar em tintas e misturá-las na paleta sem tela ante nós onde pintar. Mandar vir pedra para burilar sem ter buril nem ser escultor. Fazer de tudo um absurdo e requintar para fúteis todas as nossas estéreis horas. Jogar às escondidas com a nossa consciência de viver. Ouvir as horas dizer-nos que existimos com um sorriso deliciado e incrédulo. Ver o Tempo pintar o mundo e achar o quadro não só falso mas vão. Pensar em frases que se contradigam, falando alto em sons que não são sons e cores que não são cores. Dizer — e compreendê-lo, o que é aliás impossível — que temos consciência de não ter consciência, e que não somos o que somos. Explicar isto tudo por um sentido oculto e paradoxo que as coisas tenham no seu aspecto outro-lado e divino, e não acreditar demasiado na explicação para que não hajamos de a abandonar. Esculpir em silêncio nulo todos os nossos sonhos de falar. Estagnar em torpor todos os nossos pensamentos de ação. E sobre tudo isto, como um céu uno e azul, o horror de viver paira alheadamente.
Fernando Pessoa (Livro do desassossego)
— Ah! meu caro Lúcio, acredite me! Nada me encanta já; tudo me aborrece, me nauseia. Os meus próprios raros entusiasmos, se me lembro deles, logo se me esvaem — pois, ao medi-los, encontro os tão mesquinhos, tão de pacotilha… Quer saber? Outrora, à noite, no meu leito, antes de dormir, eu punha-me a divagar. E era feliz por momentos, entressonhando a glória, o amor, os êxtases… Mas hoje já não sei com que sonhos me robustecer. Acastelei os maiores… eles próprios me fartaram: são sempre os mesmos — e é impossível achar outros… Depois, não me saciam apenas as coisas que possuo — aborrecem-me também as que não tenho, porque, na vida como nos sonhos, são sempre as mesmas. De resto, se às vezes posso sofrer por não possuir certas coisas que ainda não conheço inteiramente, a verdade é que, descendo-me melhor, logo averiguo isto: Meu Deus, se as tivera, ainda maior seria a minha dor, o meu tédio. De forma que gastar tempo é hoje o único fim da minha existência deserta. Se viajo, se escrevo — se vivo, numa palavra, creia-me: é só para consumir instantes. Mas dentro em pouco — já o pressinto — isto mesmo me saciará. E que fazer então? Não sei… não sei… Ah! que amargura infinita…
Mário de Sá-Carneiro (A Confissão de Lúcio)
Como pôde pensar em abandonar o filho com tanta facilidade? Não consegue achar explicação para isso. Seria um pecado tão cruel e tão irresponsável que ela não podia confessá-lo a ninguém, nem pedir perdão. O que de fato lhe pesa como o sentido da verdade - glacial até a medula - é que, se o seu marido e Yeonghye não tivessem ultrapassado todos os limites como fizeram, se seus atos não tivessem feito com que tudo desmoronasse como areia, certamente a pessoa a surtar teria sido ela. E se tivesse surtado, não teria como se recuperar. Então o sangue que Yeonghye vomitou hoje era para ter saído do seu próprio peito?
Han Kang (A vegetariana)
Tantos dias subindo até o topo da montanha, fascinada com a conexão que despertava nas minhas veias. Eu sentia o poder da terra, da lua, do céu fluir junto ao ar que respirava. Meu erro foi achar que eu estava me tornando invencível.
Natalia Avila (A Canção dos Desejos Esquecidos (O Conto Perdido de Montecorp, #2))
Estou contente por você ter encontrado este lugar, creio que vá achar aqui muitas coisas de seu interesse. Estes companheiros", disse e colocou a mão em alguns livros, "foram meus bons amigos durante muitos anos, desde que tive a ideia de ir para Londres, e me deram muitas, muitas horas de satisfação. Por eles, passei a conhecer sua extraordinária Inglaterra, e quem a conhece não pode deixar de amá-la. Anseio por caminhar pelas apinhadas ruas de sua magnífica Londres, em meio ao tumultuado caos da humanidade, a compartilhar sua vida, suas transformações, sua morte e tudo mais que a define. Mas, infelizmente, por enquanto só conheço a língua pelos livros. Conto com você, meu amigo, para aprender a falar o idioma.
Bram Stocker
Você é diferente, Wanessa, exatamente como o seu pai. Muita gente vai achar isso péssimo, mas sabe de uma coisa? Elas não estão vivendo a vida de vocês, elas não têm direito de opinar. Você é diferente e isso não é algo ruim. Isso não te coloca em caixas.
Raabe Gabriel (As coisas que nos escolhem)
A pergunta mais pertinente teria sido: Deus consegue acreditar em mim? Porque muita coisa aconteceu na Terra em quatro bilhões e meio de anos para eu achar que um Deus possa se importar comigo ou com meus problemas. Mas recentemente concluí que não existe outra explicação para o modo como você e eu acabamos no mesmo planeta, na mesma espécie, no mesmo século, no mesmo país, no mesmo estado, na mesma cidade, no mesmo corredor, na frente da mesma porta, pela mesma razão, no mesmo instante. Se Deus não acreditasse em mim, então eu teria que acreditar que você foi só uma coincidência. E, para mim, você ser uma coincidência em minha vida é bem mais difícil de compreender que a mera existência de um poder supremo.
Colleen Hoover (All Your Perfects (Hopeless, #3))
O sermão do panorama dizia que mesmo um homem sem um único amigo no universo ainda podia achar seu planeta natal um lugar misterioso e dolorosamente lindo.
Kurt Vonnegut Jr. (The Sirens of Titan)
Destino ou não, nossas vidas continuam sendo o resultado das nossas escolhas. Estou começando a achar que, quando não nos apropriamos delas, não somos nossos próprios donos.
Taylor Jenkins Reid (Em outra vida, talvez?)
Paradoxo de Epicuro Ao longo dos séculos, muitos teólogos e filósofos tentaram resolver esse trilema. Santo Agostinho, por exemplo, argumentou que o mal não é uma entidade em si, mas uma ausência do bem, e que o livre-arbítrio humano desempenha um papel crucial na existência do mal. Isso sugere que existe algo que Deus não tem controle, que os humanos podem sim se elevarem ao que Deus definiu para eles, os planos divinos. Essa forma de pensar é interessante por usar lógica. Como exemplo, não temos como achar o elétron, entidade moderna; mas você toma choque na tomada e sua tela de aparelhos usam elétrons. Elétrons são ondas de possibilidades, mecânica quântica. Isso se chama princípio da incerteza de Heisenberg. Na prática, nunca vamos “ver” um elétron: quando tentamos ver ele, ele se concentra em um ponto, as ondas de possibilidades desaparecem. Partícula ou ondas?? não sabemos, usamos os dois. No caso dessa forma dele de pensar, sugere o uso da lógica, introduzida por São Tomé.
Jorge Guerra Pires (Ciência para não cientistas: como ser mais racional em um mundo cada vez mais irracional (Vol. II: Religião) (Inteligência Artificial, Democracia, e Pensamento Crítico) (Portuguese Edition))
Racionalização é como fedor de cachorro molhado em religiosos: fica evidente quando começam a falar, parece que de tanto usarem fé em tudo, começam a achar normal isso, como exemplo quando defendem Deus ter matado todos no dilúvio, mesmo quando questiono sobre as crianças e animais inocentes.
Jorge Guerra Pires (Seria a Bíblia um livro científico?: Por que a Bíblia Sagrada não deve ser levada a sério e como argumentar contra ela (Estudos Bíblicos para ateus 2) (Portuguese Edition))
¿No sería lindo que en esta vida no importara a dónde llegas, sino hasta dónde lanzas a la que viene detrás de ti?
Gabriela Enríquez (Amor al prójimo: Premio Mauricio Achar Random House 2023 (Spanish Edition))
Têm-me feito a seguinte pergunta muitas vezes: «Que sabem os donos de empresas extraordinárias que eu não saiba?» Contrariamente ao que se costuma achar, a minha experiência mostrou-me que as pessoas que são excecionalmente boas em desenvolver negócios o são não tanto por saberem muito, mas antes pela sua vontade insaciável de saber mais.
Michael E. Gerber (O Mito do Empreendedor (Portuguese Edition))
Quem poderá nos salvar? Um ser da selva amazônica. Jovem atleta dedicado à intensa atividade esportiva, sobretudo jiu-jítsu, Street-fighter e Mortal Kombat. Campeão de salto sobre girafa, pegar jacaré, achar agulha no palheiro. Bilionário, acostumado com privada acolchoada, carros importados, iates. Um ser que furou mais de mil poços em suas terras, metade jorra água e a outra metade jorra dinheiro. Não perde seu tempo conversando besteira, de 10 coisas que diz, 11 são sobre a nova reforma que fará na casa do cachorro. Um intelectual pós-moderno que foi expulso de Oxford e Harvard aos 12 anos, acostumado aos grandes centros urbanos contemporâneos como Nova Iorque, Feira de Santana, Petrolina e Luana Piovani. Seu sobrenome é um cruzamento de lorde inglês com banqueiro suíço. Diretas Já, estava lá, passeata de 68, estava lá, guerra de Canudos, guerra do Uruguai, independência do Brasil, lá estava ele. Um artista contemporâneo, multimídia, reciclador de vanguardas, um pós-duchamp-memorialista-parnaso-punk, habitue de vernissages em brechó, que já tentou de tudo: psicanálise, acupuntura, macrobiótica, drogas, dança, natação, ecologia, ioga, socialismo, candomblé, daime, boate gay, astrologia, surf, heavy metal. Já foi big brother, calouro, jurado, apresentador, modelo, atriz. Protagonizou todas as novelas, de todos os canais, inclusive as que não fez. Um super-herói que para reerguer o país vai comprar você e vender para você mesmo pelo preço que você pensa que vale.
Gabriel Pardal (Carnavália)
Estou muito longe de ser esse ideal do homem politico, a que alludiu. Humildemente o confesso; até porque, se quizesse sel-o, arriscar-me-hia a achar-me só, não teria partido. Porque, qual é o que vê nas condições de constancia de opiniões que disse? Tenho crenças politicas, é verdade; espóso no coração certos principios que quizera vêr realisados, mas não combato por elles a todo o transe, nem por elles affrontaria o supplicio; antes, por vezes, entro em transacções, que são a completa negação da divisa da minha bandeira. E este peccado não sou eu só que o commetto; é um peccado venial da nossa época. As grandes ideias, que definem e estremam os campos na politica, havemol-as eu e os mais calcado muitas vezes aos pés, para sustentar umas insignificantes fórmulas, um interesse mesquinho, um capricho pessoal. A politica desce muitas vezes a isto. E ninguem é isento de culpa n'este mal. Para elle concorrem os mesmos que de fóra nos julgam severamente. Ha muitos d'estes peccados na minha carreira publica.
Júlio Dinis (A Morgadinha dos Canaviais - Tomo I)
And acharity suffereth long, and is bkind, and cenvieth not, and is not puffed up, seeketh not her own, is not easily dprovoked, thinketh no evil, and rejoiceth not in iniquity but rejoiceth in the truth, beareth all things, believeth all things, hopeth all things, endureth all things.
The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints (Book of Mormon | Doctrine and Covenants | Pearl of Great Price)
Até que - tem sem um "até que" - cheguei à melhor conclusão de todas as conclusões, que é: tudo bem. Nessa de pensar demais sobre quão óbvia uma decisão é ou não. Comecei a achar que todas as decisões que pareciam óbvias estavam erradas e que eu estava caindo num mar de pessoas acomodadas e nada aventureiras que fazem tudo como manda o script, e por isso são risíveis. Eu, que sou maravilhosa e perfeita, não poderia fazer isso. Logo eu que - pegando emprestada minhas próprias palavras usadas numa crise lá atrás - costumava pensar que tudo que eu produzisse tinha que ganhar prêmios. (...) Meu analista achou esse pensamento um pouco problemático. Quando eu chegava lá sentindo inveja, falava que não queria sentir, porque é feio ser invejoso e sou maior que isso. Quando eu chegava sentindo ciúmes, falava que também era feio ser ciumenta e que eu, sem dúvida, era maior do que isso. Ele disse que eu tinha que correr o risco de ser quem eu era, e que, ao não querer sentir sentimentos que eu reprovava, estava apenas com a exigência de ser perfeita, e que talvez fosse menos presunçoso se permitir ser um pouco invejosa e ciumenta. (Um minuto de silêncio.)
Jout Jout
Até que - tem sempre um "até que" - cheguei à melhor conclusão de todas as conclusões, que é: tudo bem. Nessa de pensar demais sobre quão óbvia uma decisão é ou não. Comecei a achar que todas as decisões que pareciam óbvias estavam erradas e que eu estava caindo num mar de pessoas acomodadas e nada aventureiras que fazem tudo como manda o script, e por isso são risíveis. Eu, que sou maravilhosa e perfeita, não poderia fazer isso. Logo eu que - pegando emprestada minhas próprias palavras usadas numa crise lá atrás - costumava pensar que tudo que eu produzisse tinha que ganhar prêmios. (...) Meu analista achou esse pensamento um pouco problemático. Quando eu chegava lá sentindo inveja, falava que não queria sentir, porque é feio ser invejoso e sou maior que isso. Quando eu chegava sentindo ciúmes, falava que também era feio ser ciumenta e que eu, sem dúvida, era maior do que isso. Ele disse que eu tinha que correr o risco de ser quem eu era, e que, ao não querer sentir sentimentos que eu reprovava, estava apenas com a exigência de ser perfeita, e que talvez fosse menos presunçoso se permitir ser um pouco invejosa e ciumenta. (Um minuto de silêncio.)
Jout Jout (Tá Todo Mundo Mal)
Compreendi que todo mundo é desse jeito, dúbio, capaz de achar duas coisas tão opostas sobre um mesmo acontecimento. Estamos todos, eu, você, desfilando sob o crivo dessa oscilação de opiniões, que no fim pouco importam.
Fernanda Young (Tudo que Você Não Soube)
Mas o homem é um ser frívolo e indecoroso e, de maneira talvez semelhante a um jogador de xadrez, ama apenas o processo de obtenção de um objetivo, não o objetivo em si. E quem sabe (não se pode garantir), talvez, todo o objetivo a que a humanidade aspira na terra consista apenas e unicamente no processo ininterrupto de obtenção, em outras palavras, na própria vida, e não propriamente no objetivo, que, evidentemente, não deve ser outra coisa que não o dois e dois são quatro, uma fórmula, portanto, mesmo porque o dois e dois são quatro já não é vida, senhores, mas sim o começo da morte. O homem pelo menos de certa forma sempre temeu esse dois e dois são quatro, e agora eu também temo. Suponhamos que o homem não faça outra coisa que não procurar esse dois e dois são quatro; ele atravessa oceanos, sacrifica a vida nessa busca, mas encontrar, de fato achar, juro por Deus que de alguma forma teme. Pois ele sente que, assim que achar, já não haverá então nada que procurar.
Fyodor Dostoevsky
-Viajas para reviver o teu passado? - era agora a pergunta do Kan, que também podia ser formulada assim: - Viajas para achar o teu futuro? E a resposta de Marco: - O algures é um espelho em negativo. O viajante reconhece o pouco que é seu, descobrindo o muito que não teve nem terá.
Italo Calvino (Invisible Cities)
Arroio, esse cantar, jovem e puro, Busca o oceano por achar; E a fala dos pinhais, marulho obscuro, É o som presente desse mar futuro, É a voz da terra ansiando pelo mar.
Fernando Pessoa
sentir o que não existe é uma qualquer saudade de nós próprios. muita coisa é apenas uma saudade. muitos dos sentimentos. é como lhe digo. sabe, até o suspirarmos por alguma acalmia que havia antes da revolução. [...] estamos para aqui todos fascitas, com pensamentos de um fascismo indelével a achar que antigamente é que era bom. este é o fascimo remanescente que vem das saudades. sabe, acharmos que salazar é que arranjaria isto, que ele é que punha esta juventudade toda na ordem, é natural, porque temos medo destes novos tempos, não são os nossos tempos, e precisamos de nos defendermos. quando dizemos que antigamente é que era bom estamos só a ter saudades, queremos na verdade dizer que antigamente éramos novos, reconhecíamos o mundo como nosso e não tínhamos dores de costas nem reumatismo. é uma saudade de nós próprios, e não exatamente do regime e menos ainda de salazar. [...] claro que somos bons homens, ó senhor silva, não somos por natureza inquinados de política nenhuma, temos de tudo um pouco, mas, sobretudo, temos saudades, porque somos velhos e quando novos a robustez e a esperança curavam-nos de muita coisa. o fascismo dos bons homens. é o que para aí abunda.
Valter Hugo Mãe
Descobri que as pessoas são compostas de camadas e mais camadas de segredos. Você pode achar que as conhece, que as entende, mas seus motivos estão sempre ocultos, enterrados em seus próprios corações. Você nunca as conhecerá de verdade, mas às vezes decide confiar nelas.
Anonymous
A despersonalização como a grande objetivação de si mesmo. A maior exteriorização a que se chega. Quem se atinge pela despersonalização reconhecerá o outro sob qualquer disfarce: o primeiro passo em relação ao outro é achar em si mesmo o homem de todos os homens. Toda mulher é a mulher de todas as mulheres, todo homem é o homem de todos os homens, e cada um deles poderia se apresentar onde quer que se julgue o homem. Mas apenas em imanência, porque só alguns atingem o ponto de, em nós, se reconhecerem. E então, pela simples presença da existência deles, revelarem a nossa.
Clarice Lispector
Há quem viaje para achar, eu viajo para me perder. E entro em qualquer lugar, às vezes é ótimo. Às vezes, sofrível. Assim como a vida.
Tania Carvalho (100 Dias em Paris (Portuguese Edition))
Passaram‑se semanas. Jerônimo tomava agora, todas as manhãs, uma xícara de café bem grosso, à moda da Ritinha, e tragava dois dedos de parati “pra cortar a friagem”. Uma transformação, lenta e profunda, operava‑se nele, dia a dia, hora a hora, reviscerando‑lhe o corpo e alando‑lhe os sentidos, num trabalho misterioso e surdo de crisálida. A sua energia afrouxava lentamente: fazia‑se contemplativo e amoroso. A vida americana e a natureza do Brasil patenteavam‑lhe agora aspectos imprevistos e sedutores que o comoviam; esquecia‑se dos seus primitivos sonhos de ambição; para idealizar felicidades novas, picantes e violentas; tornava‑se liberal, imprevidente e franco, mais amigo de gastar que de guardar; adquiria desejos, tomava gosto aos prazeres, e volvia‑se preguiçoso resignando‑se, vencido, às imposições do sol e do calor, muralha de fogo com que o espírito eternamente revoltado do último tamoio entrincheirou a pátria contra os conquistadores aventureiros. E assim, pouco a pouco, se foram reformando todos os seus hábitos singelos de aldeão português: e Jerônimo abrasileirou‑se. A sua casa perdeu aquele ar sombrio e concentrado que a entristecia; já apareciam por lá alguns companheiros de estalagem, para dar dois dedos de palestra nas horas de descanso, e aos domingos reunia‑se gente para o jantar. A revolução afinal foi completa: a aguardente de cana substituiu o vinho; a farinha de mandioca sucedeu à broa; a carne‑seca e o feijão‑preto ao bacalhau com batatas e cebolas cozidas; a pimenta‑malagueta e a pimenta‑de‑cheiro invadiram vitoriosamente a sua mesa; o caldo verde, a açorda e o caldo de unto foram repelidos pelos ruivos e gostosos quitutes baianos, pela muqueca, pelo vatapá e pelo caruru; a couve à mineira destronou a couve à portuguesa; o pirão de fubá ao pão de rala, e, desde que o café encheu a casa com o seu aroma quente, Jerônimo principiou a achar graça no cheiro do fumo e não tardou a fumar também com os amigos. E o curioso é que quanto mais ia ele caindo nos usos e costumes brasileiros, tanto mais os seus sentidos se apuravam, posto que em detrimento das suas forças físicas. Tinha agora o ouvido menos grosseiro para a música, compreendia até as intenções poéticas dos sertanejos, quando cantam à viola os seus amores infelizes; seus olhos, dantes só voltados para a esperança de tornar à terra, agora, como os olhos de um marujo, que se habituaram aos largos horizontes de céu e mar, já se não revoltavam com a turbulenta luz, selvagem e alegre, do Brasil, e abriam‑se amplamente defronte dos maravilhosos despenhadeiros ilimitados e das cordilheiras sem fim, donde, de espaço a espaço, surge um monarca gigante, que o sol veste de ouro e ricas pedrarias refulgentes e as nuvens tocam de alvos turbantes de cambraia, num luxo oriental de arábicos príncipes voluptuosos.
Aluísio Azevedo (O Cortiço)
The Soul is still and everything else with vibrations is non-still. Sachar (unsteady) and achar (still), the world is such sachar-achar (still-unstill). The one who attains the knowledge of achar (Still, the Pure Soul), also attains the knowledge of the sachar (that which is in motion, unsteady).
Dada Bhagwan (Simple & Effective Science for Self Realization)
A bíblia não explica o universo, apenas serve de guia para as pessoas, uma viagem humana, individual. Temos de dar créditos: ela surgiu antes da ciência moderna, e ajudou a humanidade a achar sentido no universo. Ela foi a primeira a gritar e dizer: “eu consigo explicar tudo isso, foi Deus”. Hoje temos teorias modernas, e precisamos descartar essas teorias antigas, desatualizadas. Da mesma forma que a filosofia grega agora foi substituída pelo pensamento moderno, precisamos fazer o mesmo com religião, em especial em campos materiais.
Jorge Guerra Pires (Ciência para não cientistas: como ser mais racional em um mundo cada vez mais irracional (Vol. II: Religião) (Inteligência Artificial, Democracia, e Pensamento Crítico) (Portuguese Edition))
Eu nunca entendi porque as pessoas se ofendem quando peço tempo para checar as informações que me passa em uma discussão, ou quando repasso para pessoa a checagem dos fatos usando chatGPT. As pessoas parecem achar ofensivo quando buscamos a verdade usando fontes alternativas. Querer se comparar com o chatGPT é totalmente irracional, uma IA que custa em torno de 2 milhões de dólares por dia, que consegue acessar toda a internet em segundos.
Jorge Guerra Pires (Ciência para não cientistas: como ser mais racional em um mundo cada vez mais irracional (Vol. II: Religião) (Inteligência Artificial, Democracia, e Pensamento Crítico) (Portuguese Edition))
Argumentar com religiosos é sempre complicado. Como discutimos nesse livro, eles maximizam o que querem ver, e minimizam o que querem negar. Uma única observação que confirma o que querem acreditar vale mais do que mil que nega. Estatística não usa somente um caso, usa vários para achar padrões. Na estatística, largamente usada, temos duas opções: ou aceitamos a hipótese nula, ou negamos ela. Eles revertem a lógica. Suas crenças são verdades, que desafiam o mundo real, nossas percepções de realidade, de mundo, e prove o contrário, mas não vale usar a lógica científica. Menos ainda vale usar evidências, fatos históricos, nem dizer que 2+2=4. Ficamos somente com um jogo de empurra-empurra: minha palavra contra a sua. Como eu tenho uma penca de pessoas que pensa como eu penso, eu ganho! Eles negam nossas teorias, mas não possuem uma alternativa. A alternativa para o Big Bang é uma figura mágica que criou o mundo, a alternativa para a evolução é um transplante de costelas bem-sucedido.
Jorge Guerra Pires (Ciência para não cientistas: como ser mais racional em um mundo cada vez mais irracional (Vol. II: Religião) (Inteligência Artificial, Democracia, e Pensamento Crítico) (Portuguese Edition))
O pobre que apoiou Bolsonaro é aquele que acreditou que se Bolsonaro ganhasse, ele poderia xingar as pessoas sem consequências, como Bolsonaro sempre fez, agredir a mulher como defesa da honra. O que ele esquece de considerar: Bolsonaro tem poder, e consegue ou pagar as multas ou achar brechas nas leis usando um exército de advogados. Os golpistas estão presos, 17 anos de jaula. No caso do Bolsonaro, depois de meses de investigação da PF, ainda assim dizem: precismos ir com calma, vamos esperar.
Jorge Guerra
Vamos ser honesto, não existe e nem vai existir uma teoria científica competível com as teorias da religião. Imagine, uma teoria que explica tudo que você aprende com 12 anos de idade, e usa pelo resto da vida. Einstein dizia que uma boa teoria é aquela que explica para sua vó. Nenhum cientista conseguiu fazer isso, e nem vai. A teoria mestre ocupa a mente de cientistas brilhantes e nada de achar a solução da equação de Deus. Não temos como competir com religião, e pronto. Nossas teorias demandam tempo para criar, e tempo para entender. Cada teoria passa por muitas mãos, e um único cientista não consegue entender todas as teorias. Dependemos um do outro, e estamos sempre melhorando. O trabalho do anterior forma o trabalho do novo, e confiamos nos nossos predecessores. Nossas teorias ficam mais complicadas, e precisamos de computadores e muitas cientistas para resolver e entender. Nenhuma teoria compete com o criacionismo, nenhuma teoria científica é entendível por uma pessoa de 12 anos, a não ser que tenha um QI de 200. Para nós mortais, cada teoria é uma vida de estudos
Jorge Guerra Pires
Se a humanidade se perder, e alguém achar os livros do homem-aranha, ou Harry Potter, e seus professadores forem tão hábeis quanto pastores, teremos igrejas idolatrando o homem-aranha.
Jorge Guerra Pires (Ciência para não cientistas: como ser mais racional em um mundo cada vez mais irracional (Vol. II: Religião) (Inteligência Artificial, Democracia, e Pensamento Crítico) (Portuguese Edition))
Eu acho patético quando brasileiros tentam sugerir que cristianismo é cultura brasileiro. O cristianismo vem da Europa, é algo deles, da cultura deles. Enquanto não refletirmos na nossa cultura, seremos sempre uma colônia. Um país sem identidade é um país sem passado, sem memória. Precisamos achar nossa identidade, a verdadeira, não a imposta pela espada e pelo sangue que chorava nos rios brasileiros.
Jorge Guerra Pires
Os livros usados têm, em suas páginas, uma quantidade de história que até então era desconhecida para mim. E isso não se limitava à história das narrativas. Em cada livro, eu descobria vestígios de sua longa existência. Por exemplo, quando estava lendo o conto “Paisagem interior”, de Kaijii Motojirô, encontrei este trecho sublinhado: “Observar é algo extraordinário. Parte do espírito, ou talvez todo ele, é transferido para aquilo que se observa.” Alguém antes de mim leu este livro e, ao chegar nesta frase, se encantou a ponto de achar que precisava sublinhá-la; e eu, igualmente encantada pelo texto, senti como que uma conexão com este leitor anterior.
Satoshi Yagisawa (Days at the Morisaki Bookshop (Days at the Morisaki Bookshop, #1))
Não é meu dono. Ninguém é. Podem achar que são, mas não importa o quanto me xinguem, me ameacem ou me espanquem, jamais vão conseguir controlar o que se passa na minha cabeça, e acho que isso lhes causa uma frustração sem fim.
Xiran Jay Zhao (Iron Widow (Iron Widow, #1))
É inocência, má-fé, ou mesmo ignorância achar que o Brasil não corre o risco de se tornar um país fundamentalista, guiado por grupos (neo) pentecostais
Jorge Guerra Pires (Ciência para não cientistas: como ser mais racional em um mundo cada vez mais irracional, vol. 1 (Bolsonarismo) (Inteligência Artificial, Democracia, e Pensamento Crítico) (Portuguese Edition))
Hoje, é praticamente impossível ficar por dentro da quantidade de textos e artigos produzidos. Muitos veem isso com olha ruim, como se a ciência necessariamente tivesse de ficar no século de Newton, onde a produção era escassa. Vamos celebrar que cada vez mais pessoas podem externalizar suas criatividades, e usar IA para achar o que precisamos. Estamos em um dos melhores momentos para a informação e geração de conhecimento. Precisamos celebrar, explorar, em vez de taxar e atacar.
Jorge Guerra Pires (AcademicAI, Inteligência Artificial e Ética : Sobre o uso do chatGPT por pesquisadores(as) (Portuguese Edition))
[...] ler é sempre uma vitória, uma pessoa pode achar que está apenas passando o tempo ou procurando saber se a donzela casa no fim, mas se estiver a ler bons livros talvez aprenda a perder. E talvez faça da vida um percurso menos desesperado. (Valter Hugo Mãe)
Ricardo Viel (Sobre a Ficção: Conversas com Romancistas)
Sei que você deve achar que falo muito sobre ele, Jenny. Mas é difícil. Certas lembranças a gente não consegue esquecer. Elas permanecem, inflamadas, às vezes supurando como uma bolha e causando dor, uma dor terrível.
Sofia Lundberg (The Red Address Book)
aprendi a simplesmente aceitar quando alguém se declara eleitor(a) do Bolsonaro, aprendi a não tentar entender, achar motivos
Jorge Guerra Pires (Ciência para não cientistas: como ser mais racional em um mundo cada vez mais irracional, vol. 1 (Bolsonarismo) (Inteligência Artificial, Democracia, e Pensamento Crítico) (Portuguese Edition))
A intimidade pode ser um fado insuportável para aquelas pessoas que, experimentando-a pela primeira vez depois de uma vida de orgulhosa autossuficiência, percebem de repente que ela torna o seu mundo completo. Encontrar a felicidade funde-se com o medo de a perder. Duvidam do seu direito de tornar outrem responsável pela sua felicidade; preocupam-se com a possibilidade de a pessoa amada achar a sua reverência enfadonha; receiam que o seu desejo lhes possa ter distorcido as feições de formas que não veem. Por isso, à medida que todas estas questões e preocupações as dobram para dentro de si mesmas, a alegria recém-descoberta no companheirismo transforma-se numa expressão mais profunda da solidão que julgavam ter deixado para trás.
Hernan Diaz (Trust)